Sincronismo Perfeito (KageHina) escrita por Deby Costa


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Esta história não foi revisada.



Boa Leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/804343/chapter/1

— Aquele, quatro olhos… — Kageyama chutou o ar. — Quem ele ‘tá pensando que é? Tão irritante!

— E o besta do Yamaguchi? Você ouviu o que ele disse, Kageyama? — Shouyou demonstrou incredulidade ao recordar do sorrisinho cínico do colega de time enquanto contava vantagem sobre sua vida sentimental que nem dele era.  — Como foi mesmo que ele disse? — tentou imitar a voz de Tadashi: — Que ele era testemunha viva de que o Tsuki estava falando a verdade. —Hinata fez careta ao término da frase.

Hinata e Kageyama haviam acabado de deixar a escola quando foram surpreendidos pela chuva que alagou algumas ruas próximas à instituição de ensino e tiveram que buscar abrigo para não se molhar. Um resfriado no momento atual não seria bom para nenhum deles. Ambos haviam ignorado os conselhos de Daichi e Sugawara que os alertaram sobre as nuvens negras se revelando no horizonte. Insaciáveis, quer dizer, nonsenses como sempre quando o assunto era vôlei, os garotos queriam aproveitar ao máximo o tempo disponibilizado pelo diretor para o uso da quadra. Precisavam urgentemente treinar, levantador e bloqueador necessitavam obter quanto antes sincronismo enquanto dupla, afinal, a execução perfeita do novo ataque rápido seria a arma secreta da equipe de vôlei contra o poderoso time do colégio Inarizaki, então, nada mais justo que treinassem mais que os outros. Todavia, Tsukishima e Yamaguchi não pensavam assim, e antes de deixarem a quadra não economizaram na implicância direcionada a dupla...

Mas a realidade era que os quatro primeiranistas da Karasuno discutiam, ou melhor, disputavam por tudo e qualquer coisa, tendo relação com o vôlei ou não. A discussão da vez foi sobre beijos.  Ukai, o treinador do time, usou beijos como metáfora para explicar o entrosamento perfeito que deveria existir entre os jogadores.

 “… O Sincronismo em quadra é como um bom beijo na boca, tem bocas que se encaixam, outras não, contudo, mesmo que não aconteça o encaixe perfeito logo de início, isso não é motivo para desistir do ósculo…”

A frase dita pelo técnico não fez o menor sentido, pelo contrário, gerou certo desconforto em Kageyama e Hinata, para alegria de Tsuki, que além de acusá-los de ser dois 'virjões, e por esse motivo não foram capazes de captar a mensagem subliminar do técnico, ainda saiu do colégio contando vantagem e dizendo que era expert quando o assunto era beijar. Segundo, Tsukishima, ele já havia passado inúmeras vezes por aquela experiência.

“Minha vida não se resume apenas em estudar e jogar vôlei, como a de vocês dois. ”

 Foi o que o idiota disse com o peito estufado em alto e bom som, e ainda completou a ofensa, dizendo:

“Se o time da Karasuno depender desses dois trocarem salivas para que conseguir compreender o significado de sincronismo, jamais chegaremos a lugar algum, muito menos no nacional…”

— Hinata, boke! Acreditou mesmo naqueles dois? Claro que um confirmaria a história do outro. Onde alguém gostaria do Tsuki a ponto de beijá-lo? E pior, na boca! Sem chances — Tobio avaliou a chuva torrencial que caia diante deles. — Droga! Essa maldita chuva não podia dar uma trégua? Já faz vinte minutos que estamos ilhados nesta guarita. Estou com fome e quero ir pra casa! — vociferou.

Os dois estavam abrigados sob a marquise da guarita de segurança do colégio, há pelo menos quinze minutos, e pelo jeito ainda ficariam ali por muito tempo ainda.

— Mas o Tsuki disse com tanta convicção e o Yamaguchi… — Hinata abraçou os joelhos e ao apoiar o queixo sobre os mesmos, encarou a água da chuva escoando em direção a sarjeta, os pensamentos indo e vindo nas expressões presentes nos rostos da outra dupla do primeiro ano ao falar sobre beijos.

— Óe, seu idiota?! — Kageyama estreitou o olhar na direção de Hinata. Ele estava de pé próximo à bicicleta de Shouyou. — Vai ficar pilhado por conta do que o Tsuki disse? O que tem de mais já ter beijado na boca?

— Kageyama… — Surpreso, Hinata colocou-se de pé na frente de Tobio e perguntou: — Você já beijou?!

Kageyama arregalou os olhos, as suas bochechas ficaram vermelhas logo em seguida.

— O quê?!

Hinata segurou no seu braço e o balançou:

'Neh, Kageyama… Você já beijou alguém na boca?

Tobio pigarreou antes de responder:

 — É claro. — Porém no segundo seguinte aparentou certa insegurança — Mas é óbvio que sim. Porquê? Você… ainda não?

— E-eu?  — Hinata soltou o seu braço e deu um passo atrás, contudo ao deparar-se com a expressão expectante no rosto de Kageyama, mentiu. Já havia perdido um ponto para o Tsuki, jamais perderia para o Tobio. — Claro! Muitas vezes se quer saber. Pra caramba!

— Mentiroso! — Kageyama acusou, ao que sentiu, uma pontada inexplicável de raiva sair de si. Como Hinata já havia beijado? E quem? — Quem foi? — Deu voz a seu questionamento interior.

— Você não conhece… — Hinata disse baixinho e desviou o olhar para a rua.

— Então prove. — Tobio falou ainda mais baixo que o bloqueador, sem conseguir encará-lo também.

 — Hã?! — Hinata voltou a olhar para Kageyama, que sem jeito o olhou de soslaio — Como assim?

— Se você está falando a verdade... — Kageyama voltou os olhos para Shouyou que dessa vez sustentou seu olhar — Quero que me prove, do contrário, saberei que está mentindo como aqueles dois.

 — Por que eu tenho que te provar? Por que não me prova você?

 — Eu não tenho que te provar nada! — Kageyama gritou.

 — Mentiroso, você nunca beijou, quem seria lou...— Hinata interrompeu a frase. De súbito Tobio encostou os lábios nos seus. Foi um simples encostar, mas que causou um frio inexplicável na sua espinha e uma taquicardia inesperada no seu coração. — Kageyama…  

Shoujo tentou entender o que havia acabado de acontecer, ao mesmo tempo, em que, com as pontas dos dedos da destra tocava os próprios lábios. Hinata olhou o outro com espanto.

Kageyama, que compartilhava do mesmo pavor, também levou os dedos da canhota aos próprios lábios. Ele havia realmente beijado Hinata?

 Um silêncio ensurdecedor se fez presente ao redor dos dois, embora a chuva forte ainda caísse do céu. A percepção do que havia acabado de acontecer, os acertando em cheio. Por um instante, suas mentes ficaram nubladas. Sem que se dessem conta foram se aproximando, se aproximando, e…

Kageyama, sempre tão bruto no cotidiano com o bloqueador, tocou com delicadeza o queixo de Hinata, que em reflexo ergueu o seu rosto para ele, inconscientemente o garoto, sempre tão inquieto nas suas ações, fechou os olhos.

 O beijo começou desajeitado, os dentes se bateram e eles não sabiam muito bem o que fazer com suas línguas, mas, como o ataque rápido que há semanas vinha tentando levar a perfeição, sentiram que precisavam continuar até encontrar o ritmo, mesmo com os corações de ambos batendo descontroladamente em seus peitos. Vencido o primeiro momento, o beijo foi ganhando sincronia e se aprofundando à medida que as mãos de Kageyama foram descendo lentamente até a cintura de Hinata, envolvendo-a num abraço possessivo. Shouyou por sua vez colocou-se nas pontas dos pés e passou os braços em volta do pescoço de Tobio, ambos sentiam uma avalanche de sensações jamais experimentadas, no entanto, gostosas demais para serem descritas em palavras.

Beijar era tão bom quanto fazer um bloqueio ou um levantamento decisivo em um tie-break. Tsukishima era um mala. E essa era uma das poucas coisas que tanto Kageyama quanto Hinata concordavam entre si, mas algo que ele disse para os dois naquela manhã era mentira:

 Se o time do Karasuno dependesse dos dois trocar muita saliva no futuro para compreender o significado de sincronismo. Ah! Eles poderiam estar certos de que  a vaga do nacional já estava garantida.

 

 

Cena extra

— Tsuki… — Yamaguchi começou sem jeito. — Você não acha que pegou pesado com o Kageyama e o Hinata dessa vez?

Inexpressivo como sempre Tsukishima disse:

 — Eles mereceram. Estão todos cheios de si, por causa do novo ataque rápido… — Kei riu cínico como de costume, recordando do quanto Tobio e Shouyou ficaram putos ao saber que ele era mais experiente que os dois bobões que só pensavam em voleibol. Se continuassem assim morreriam ‘Bvs. — Um a zero pra mim.

 — Tsuki… — As bochechas do Tadashi estavam vermelhas.

 — O que foi? — Tsukishima olhou na direção do amigo de infância, ambos estavam no ponto de ônibus esperando que a chuva parasse para poder seguir em direção a suas casas. Yamaguchi tinha uma expressão triste no rosto, bem diferente da fisionomia de agora a pouco, quando eles implicaram com os outros primeiranistas.

 — Você disse a verdade a eles? — Yamaguchi inquiriu sem jeito. Sabia que Tsukishima era um garoto desejado pelas garotas da escola, apesar do seu jeito emburrado, mas era surpresa para ele saber daquela novidade sobre o loiro. — Sobre… é… hum… você já ter beijado?

— Eu?! É, c-claro que sim… — As bochechas de Tsuki ficaram mais vermelhas que a do Tadashi e ele ajeitou os óculos sobre a ponte do nariz — Por quê? Você não?



 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Essa história foi inspirada em um curta coreano chamado, Do You Want? que eu assisti faz um tempinho no You Tube, achei a carinha desses meninos.
Vou deixar aqui o link para quem quiser conferir?

https://www.youtube.com/watch?v=tW5podaORQU



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sincronismo Perfeito (KageHina)" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.