A fada que o escreva escrita por Creeper


Capítulo 24
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Hey! Nem acredito que já chegamos até aqui, fico tão feliz ♥! O epílogo é curtinho, mas não se preocupem, pois nos vemos semana que vem.

Espero que tenham uma boa leitura.



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Floresta da Alvorada

Não estávamos em uma igreja, tampouco em algum salão. Era até melhor, pois podíamos sentir a brisa em nossos cabelos e escutar o canto dos passarinhos, sendo assim, diversas cadeiras cobertas por faixas de tule branco e enfeitadas por flores roxas e amarelas foram preenchidas por convidados no centro da floresta.

Gaspar, o rapaz inventor, sentou-se na primeira fileira da direita junto de seu aprendiz Oliver e seu pai Sr. Arendel, os três conversavam animadamente entre si e viravam as cabeças inúmeras vezes na expectativa de ver algo que não fosse os outros convidados.

Dentre eles, Dr. Tama mantinha uma expressão pacífica sem revelar nada sobre seus pensamentos, ora ou outra consultando elegantemente seu relógio de bolso. Os gêmeos Manjiro e Kenjiro também estavam lá, se acotovelando ao colocarem os olhos nas garotas.

Por exemplo, Calíope que se encontrava na primeira fileira da esquerda, acompanhada por um homem de cavanhaque preto e feição mal-humorada e uma mulher de curtos cabelos castanhos escuros e olhos azuis que esboçavam satisfação.

O restante das fileiras foi ocupado por colegas, vizinhos e mais pessoas conhecidas feito Aurora, a exorcista cega e sua companheira de dois metros de altura, Lissa; Mai Di Lion com pelo menos três empregados ao seu lado; Roy que já estava bêbado antes das nove da manhã e a família de Úrsula e Leona, incluindo Sued.

Aliás, ao fundo, escondidos sob a sombra de uma árvore, juro ter visto dois vampiros que traziam consigo uma criança.

Exatamente naquele instante, quando parei de contar os convidados, duas figuras surgiram abaixo do arco de flores posicionado no início da travessia do tapete branco.

Os noivos entrelaçaram seus braços e afirmaram com as cabeças, concordando em dar o primeiro passo. Suichiro respirou fundo e sincronizou seus pés aos de Dante, iniciando uma majestosa caminhada até o altar onde Júpiter os aguardava. 

Suichiro sorriu para cada pessoa presente, segurando-se para não chorar e acenando para as crianças, quase parando para conversar com elas. Seu traje era composto de branco, desde o paletó até as calças, com exceção das botas marrons e dos acessórios dourados, como sua insígnia de explorador e os botões de seu colete. 

Quanto a Dante, ele limitava-se a dar um sorriso fechado a todos, mas estava mais feliz que todo mundo ali. Ele fez uma pequena careta quando Mai o provocou com o olhar, provavelmente se perguntando por que Suichiro a convidou. O exorcista também usava branco em sua capa e camisa, deixando os detalhes pretos para suas botas e o prateado para seus adornos. 

Lissa acenou exageradamente para Suichiro enquanto lágrimas de emoção rolavam aos montes por seu rosto e Aurora apenas balançava a cabeça em sinal de desaprovação.

Gaspar era outro que chorava descontroladamente e assoava o nariz em um lenço sujo de graxa, o que arrancou olhares abismados da família de Suichiro. 

Os noivos pararam diante do altar e trocaram uma breve reverência com Júpiter que trajava um manto de cerimônias e segurava um cajado com antigas gravuras.

— Hoje é um dia especial, pois hoje celebramos o amor e concretizamos a união entre Suichiro Whitlock e Dante Vulpecula. – abriu os braços e fez um leve meneio com a cabeça. – Dois jovens cujo corações valentes se encontraram.

Eu não prestei muita atenção no falatório. Aquela parte era muito chata. 

Suichiro e Dante também não estavam muito interessados nas palavras da senhora, só queriam saber de trocar olhares cúmplices e sorrisinhos tímidos, pensando apenas um no outro. Que melosos, eca!

O tédio teve fim quando a mulher pediu para que os noivos se colocassem frente a frente e dessem as mãos para escutar a pergunta que todos estavam aguardando.

— E então, Suichiro Whitlock, aceita se casar com Dante?

O explorador sorriu tanto que achei que suas bochechas fossem travar. Lágrimas brotaram em seus olhos semicerrados e ele respondeu orgulhoso:

— Sim! É claro que sim!

Gaspar e Lissa comemoraram simultaneamente, abraçando seus parceiros a ponto de sufocá-los e ganhando um olhar de repreensão de Júpiter.

Dante riu baixinho e revirou os olhos ao relembrar que junto com seu noivo, vinham também seus amigos extravagantes. O exorcista pegou a aliança dourada com um pequeno ramo de prata trançado por seu aro e colocou-a delicadamente no dedo de seu amado.

A senhora prosseguiu com a cerimônia, fazendo o questionamento a Dante:

— E você, Dante Vulpecula, aceita se casar com Suichiro?

Não tinha como negar, sua resposta estava estampada em sua face. Mesmo assim, ele esboçou um sorriso presunçoso e ergueu as sobrancelhas. Suichiro fez um biquinho e franziu o cenho.

— Aceito. – Dante soltou uma risada abafada.

Dessa vez, Gaspar e Lissa suspiraram aliviados. Mai deu um assovio alto e agudo e Calíope sorriu pela primeira vez desde que se sentou. 

Com a mão um pouco trêmula, Suichiro colocou a aliança no dedo de seu esposo, ainda sem acreditar que aquilo estava acontecendo.

Após a ladainha de algum poder concedido a Júpiter, coisa que eu tinha certeza de que ela não possuía, afinal, não parecia nem um pouco mágica, Dante inclinou-se para beijar Suichiro, levantando uma salva de palmas dos convidados e instigando-os a ficar de pé.

— Uau, Sybelle! – a fada boa de cabelos e olhos lilases comentou impressionada. – Você viu tudo isso mesmo?

— É claro que eu vi. – agitei a mão. – Até adoeci algumas das flores da decoração. – ri convencida.

— Você é mesmo má. – Luna torceu o nariz e assentiu.

— É, eu sou. – dei de ombros e sentei-me em minha nova esfera.

— O que aconteceu depois? – ela indagou curiosa e colocou as mãos no vidro que ela mesma construiu para me prender.

Deixei o peso do corpo cair em meus braços esticados e olhei para cima, tentando me lembrar de mais detalhes da cerimônia.

— Depois aconteceu uma grande festa, teve muita comida, dança e cerveja do dragão trazida diretamente do Quimera. – bocejei. – E aí Dante e Suichiro foram morar em Saintenia. 

— E viverem felizes para sempre? – Luna sorriu animada.

— O que você está pensando? – gargalhei. – Que isso é um conto de fadas?

Luna olhou para suas próprias asas e cobriu a boca para evitar o riso. Revirei os olhos e deitei-me com os braços cruzados atrás da cabeça.

Não era um conto de fadas. Mas talvez virasse um, afinal, todas as fadas começariam a falar sobre aquilo. Sobre a história de amor entre um explorador impulsivo e desajeitado e um exorcista sério e frio que se envolveram com demônios, longas viagens e uma linda e má criaturinha de asas.

 

FIM


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Notas finais do capítulo

Sybelle mereceu o lugar de narradora nesse epílogo, né não? Foi ela quem deu o nome a história e ela quem a fechou.
Me contem o que acharam e até a próxima com os extras (também serão postados semanalmente)!

Beijos.
—Creeper.



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