Time Reversal/Reversão do Tempo escrita por LadyIce


Capítulo 19
Capítulo 19 - Quando a Águia fere o Leão




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2 de fevereiro, Ano 801 do Calendário Universal

 

Elizabeth chamou Yang até a bordo da Brunhild  para conversarem sobre um assunto bem delicado.

— Bem vindo a bordo Almirante. Por favor venha até minha sala. - ela o levou até as poltronas onde ficaram frente a frente. Ela pediu para trazerem café e chá.

— Temo que temos um problema e gostaria de discutir Almirante Yang.

— Desde a aparição daquela última nave inimiga eu imagino o que seja.

— Sim. Merkatz. A fidelidade dele é para com os Goldenbaums. Se ele serviu Erwin Josef II neste tempo, nada o impediria de servi-lo em outro tempo. Já conversamos sobre as escolhas que todos em Iserlohn farão. Assim como pedi a Reinhard para que deixasse os almirantes deles optarem, lutarem ou não conosco, eu pedi a você fazer o mesmo com os que estão em Iserlohn. Todavia no caso de Merkatz será complicado.

— Ele sabe o que está acontecendo, só não sabe que os cultistas estão com um Goldenbaums. - Yang suspirou, pois sabe que não será fácil resolver isso. - terei que conversar com ele. Melhor ele saber a verdade completa.

— Deixarei em suas mãos Almirante. Breve Reinhard deve nos chamar para traçar o plano de ataque no corredor de Iserlohn. Mas antes iremos pegar os últimos cultistas, o chefe deles, o arcebispo De Villier. Gostaria de pedir sua ajuda Almirante, estou sem Siegfried agora.

 

25 de fevereiro

Após o retorno de Reinhard e Hilda, era hora de fazer planos para cercar os cultistas. Notícias de Heinessen diziam que Adrian Rubinsky fora pego, mas algo aconteceu que criou uma falha temporal e isto acabou gerando a catástrofe em Heinessenpólis. Não houve como conter. Adrian Rubinsky pensou que poderia matar o Imperador, mas o alvo acabou sendo Oberstein , que acabou morrendo no processo.

 

28 de fevereiro

Elizabeth sabia que as naves inimigas chegariam por volta do nascimento do príncipe Alec, seu pai. Seria a situação perfeita matar a Imperatriz, o sucessor da dinastia Lohengramm e esperar Reinhard morrer logo em seguida. Como Kessler antecipou a caça aos cultistas, certamente o último grupo, com o arcebispo De Villier, tentariam algo. Teriam que fazer uma armadilha para pegá-lo antes das naves do futuro chegarem. A data escolhida seria no aniversário do Kaiser.

 

14 de março

Reinhard simulou uma viagem, mas secretamente Hilda e ele ficariam na Brunhild do futuro em segurança. A viagem do Imperador foi amplamente divulgada, bem como a Imperatriz ficaria aos cuidados da Princesa Imperial Annerose.

Na mansão de Reinhard em um dos cômodos, estava Elizabeth disfarçada com uma barriga e uma peruca da mesma cor dos cabelos de Hilda. Lena estava vestida como Annerose. Nathan, Yang e Dieter estavam disfarçados de criados da casa.  Richard fazia o monitoramento eletrônico, analisando quem entrava ou saia. O número de guardas foi diminuído de propósito para atrair ainda mais os cultistas.  Como previsto a casa começou a ser invadida por cerca de 20 pessoas, usando uniformes imperiais ou túnicas com capuz. Os guardas foram imobilizados ou mortos rapidamente e eles adentram ao perímetro da casa. Nathan começou a atirar de uma das janelas do alto. Lena e Elizabeth se posicionam para atirar também. Três cultistas apareceram na direção da janela onde estavam Elizabeth e Lena na parte inferior e carregavam nas mãos bombas para jogarem. Estavam prontos para arremessá-las quando dois deles receberam tiros certeiros, era Yang quem os acertou. O terceiro tentou fugir, mas ao ver a imagem de Yang ficou petrificado, tanto que seu capuz caiu.

— Você?

— Pensou que tinha me matado Arcebispo De Villier? Sinto lhe decepcionar.

— Como escapou?

— Tive ajuda.

— Os viajantes do futuro.

— Como você sabe?

— Não é apenas privilégio de vocês receberem ajuda do futuro. Mas não importa mesmo que percamos aqui, o futuro estará garantido - ele começou a rir - Vocês perderam - ele tirou uma arma do bolso, mas Yang foi mais rápido e atirou. Ao mesmo tempo ocorreu uma explosão onde estavam Elizabeth e Lena. Yang correu até o local, conseguiu achar Lena ferida e desacordada, mas nenhum sinal de Elizabeth. Nathan chegou em seguida e aplicou os primeiros socorros em Lena que acordou meio sonolenta ainda.

— Onde está Elizabeth? - perguntou Nathan

— Ele a levou.

— Quem?

— Sebastian von Goldenbaum - ela voltou a desmaiar.

Nathan olhou para Yang, sabiam que tinham de correr atrás de Elizabeth antes que fosse tarde demais.

— Richard pegaram Liz ache a localização dela agora - disse Nathan pelos fones

Richard sem pensar duas vezes começou a monitorar todas as câmeras, mas uma bomba PEM é lançada na direção onde ele estava e desabilitou tudo. Irritado ele socou os sistemas e saiu com uma arma na mão para procurar a irmã. Eles procuraram por todas as partes, mas não havia sinal de ninguém.

— Droga! - gritou Richard.

Nathan e Yang se encontraram com ele.

— O que faremos? - perguntou Richard.

— Voltaremos para a nave, tentaremos rastrear ela de alguma forma- respondeu Nathan.

— Eles vão matá-la. Malditos! - gritou Richard.

— Eles a pegaram porque querem algo, se a quisessem morta já o teriam feito. - disse Yang.

— O Almirante tem razão Richard, vamos pegar Lena e retornar. Kesler pode cuidar das coisas por aqui -falou Nathan.

O clima era de velório quando chegaram a Brunhild do futuro. Reinhard estava acompanhando tudo.

— O que aconteceu?

— O filho de Erwin Josef II apareceu e levou Liz - disse Richard  - ele enganou nossos sistemas.

Reinhard arregalou os olhos. Mas ninguém estava preparado para o que se seguiu.  Um dos oficiais anunciou.

— Chamada de Sebastian von Goldenbaum- todos ficaram atônitos - Na tela - ordenou Nathan.

As imagens eram de um local escuro. Havia uma tubulação no teto e presa pendurada por correntes estava Elizabeth.  Ela estava com os pés amarrados e a boca amordaçada.  Na frente a figura esguia e elegante, um homem com cabelos castanhos claros e olhos verdes estava bem a frente deles. Vestia como um nobre e tinha uma beleza marcante.

A tela do inimigo conseguia captar a imagem de Nathan, Richard, Reinhard e Yang.

— Mas que prazer ver as duas lendas vivas juntas, Reinhard von Lohengramm e Yang Wen-Li, queria tanto vê-los se matarem entre si, mas Reinhard é um incompetente nunca ganhou de Yang - ele riu- E Yang foi sempre um frouxo para matar Reinhard de vez.

Reinhard se enfureceu, segurando os punhos.

— O que você quer? - Reinhard perguntou.

— Calma Vossa Majestade, você pelo menos deixou descendentes bem interessantes, como Richard, o cientista gênio e esta beleza -ele apontou para Elizabeth, ela se debateu furiosa - ela é uma leoa, mas gosto assim. Sabe o que vou fazer quando voltarmos? Vou fazê-la meu brinquedinho, se ela ainda existir na linha do tempo. - Yang e Nathan estavam claramente com os rostos desaprovando tudo aquilo.

— Maldito solte minha irmã- falou Richard.

— Agora tocamos no ponto. É claro que vou libertá-la, mas só você pode fazer isso Richard. Queremos o projeto completo do portal. Nossa versão apesar de operacional não é estável. Sabíamos que tentariam algo, Alana conseguiu reportar algo antes de se isolarem completamente em Iserlohn.

Elizabeth se debateu.

— Quer falar alguma coisa meu bem? - ele puxou a mordaça dela da boca para o pescoço.

— Seu porco imundo, eu vou acabar com você. Não dê nada a ele Richard.

— Nossa que boca suja para uma Kaiserina. Mas não se preocupe que você será minha.

— Nunca, jurei pertencer a Sieg sob a estrela azul. - ela olhou para eles na esperança que entendessem a mensagem.

Ele dá um tapa no rosto dela. Reinhard ficou lívido de raiva, assim como Richard e o outros. Um filete de sangue escorreu pela boca dela.

— Você é uma vagabunda mesmo, mas a farei esquecer aquele ruivo. Quanto a vocês tem até meia noite hora local de Phezzan para decidirem.  Enquanto isso - ele voltou a amordaçar ela e com uma faca abriu a lateral do vestido dela, passando a mão pelas suas pernas, ela se mexeu contra aquele contato - vou aproveitar um pouco esta delícia - ele riu.

Reinhard recordou sua irmã nas mãos do imperador, o quanto de abuso ela sofreu, ver Elizabeth naquela mesma situação fez seu sangue ferver.

— Seu maldito Goldenbaum  eu juro que vou caçá-lo no inferno e acabar com você - disse Reinhard.

— Creio que não Vossa Majestade, já está com o pé na cova. Aguardo o retorno.  - ele desligou.

Reinhard tremeu de raiva, Richard passou as mãos pelos cabelos. Yang começou a pensar e disse:

— Elizabeth mandou uma pista. Antes quem andava com ela para investigar os cultistas era o Almirante Kircheis, certo? E já que há ligação entre os cultistas e os Goldenbaums, quem sabe ela reconheceu onde estava. Pode ser que o Almirante saiba o local, ela disse estrela azul - respondeu Yang.

— Conectem imediatamente com Kircheis - ordenou Reinhard entendendo a lógica.

A conexão é feita e Siegfried apareceu na frente de Reinhard que o colocou a par da situação.

— Em suas investigações com Elizabeth algo como Estrela Azul lhe faz sentido?

Siegfried como num raio se recordou.

— Sim, o local se chama Blue Star, um bar luxuoso em Phezzan, geralmente os cultistas se reuniam em um local privado para jogos, sexo e drogas similar aquele em Odin que encontramos, tinha o mesmo nome - como uma lembrança antiga, Reinhard se recordou da vinda de Elizabeth ao seu escritório para falar sobre estes locais.

— Agora me recordo - falou Reinhard.- Mandei Kesler cuidar disso e desativar o local. Irei pedir para ele ver isso.

— Espere senhor, se ele foi capaz de nos enganar, vai facilmente perceber a chegada de vocês. Deixe Lena tentar hackear, precisamos ir em poucas pessoas para resguardar a vida de Liz. - disse Richard.

— Majestade eu irei ajudar no resgate, conheço o local - disse Siegfried.

— Eu quero que peguem este verme Kircheis - disse Reinhard fora de si.

— Pegaremos - Siegfried se dirigiu a Nathan para combinar o local de encontro.

Lena se aproximou deles com o braço enfaixado.  Mesmo sentido dor ela não se importava, precisavam resgatar Elizabeth.  Hilda que estava acompanhando Reinhard ficou horrorizada em saber os acontecimentos.  Eles ficaram num canto conversando apenas entre si enquanto os outros se apressaram para rastrear Elizabeth e preparar o resgate.

— Você quer ir não? - questionou Hilda.

— Não consigo esconder nada da minha Kaiserina. Quero acabar com aquele maldito- disse Reinhard.

— Por favor deixe eles cuidarem disso, tem sua saúde.

— Estou sentindo minhas forças tão fortes como era quando eu tinha 18 anos. Eu preciso ir - ele fechou os punhos.

— Então vá. Mas me prometa que tomará cuidado e retornará logo.

Ele acenou com a cabeça.

— Traga nossa garota de volta - Hilda se afeiçoou com ela desde a época da coroação isso estreitou quando ela soube de tudo e passou a conviver com sua presença. Eram longas conversas com Elizabeth sobre como preparar o futuro e o quanto ela seria fundamental.

Novamente Reinhard ficou com aquela sensação estranha sobre o que era família. Era estranho saber que seria pai em breve e não sabia o real significado disso. Mas os laços criados com Elizabeth e Richard a longo dos anos foram aumentando e a vontade dele era protegê-los.

“Será que isso é ser um pai?”.

Ele não sabia responder, mas queria salvá-la. Reinhard se aproximou e beijou a fronte de Hilda.

— Fique aqui que é o local mais seguro. Vou pedir para Annerose ficar com você. Kircheis não a quer sozinha também.

Reinhard após grandes protestos avisou que ia acompanhá-los. Yang ficaria a bordo da nave, era confuso, mas Reinhard confiava mais nas habilidades do rival que qualquer outro naquele momento.

— Richard vamos, precisamos ficar exatamente iguais, eu tenho um plano - Reinhard sorriu.

 

Elizabeth perdera a noção de tempo, após o contato com a Brunhild feita por Sebastian, ela sofreu de todas as formas nas mãos dele

— Não imaginava que a Kaiserina era tão bonita. É uma marca da dinastia Lohengramm. - ele se aproximou com a faca rasgando suas roupas, deixando apenas com as roupas debaixo - eu disse que a entregaria viva, mas não disse em qual estado  - ele passou a faca fazendo um corte nas costas dela. E outro na barriga, pernas, ele riu a cada corte, ela sangrava.  Ele lhe dava tapas no rosto a cada olhar furioso dela. - Vadia não me olhe assim. Vocês usurparam o trono, mas vamos reconquistar criando uma nova era - e outro tapa, então ele pegou o rosto dela com uma das mãos forçando-a olhar pra ele. - Quando tudo acabar será minha e irei te violar de todas as formas possíveis. Sua vida será um inferno.

Lena a bordo da Brunhild usou todos os sistemas para atravessar os firewalls dos sistemas de segurança encontrados nos arredores do Bar Blue Star, ou melhor da construção já que o local deveria estar fechado.

— Estes aqui são um pouco mais desafiadores, mas nada que eu não resolva - Lena disse, após cerca de duas horas brigando, ela finalmente acessou as câmeras do bar e o local onde Elizabeth estava. Ao ver as imagens Lena sentiu uma forte revolta.

“Este monstro o que fez a você Elizabeth?”

Lena decidiu avisar por enquanto apenas Nathan que estava na ponte. Nathan cerrou os punhos.

“Aguente firme Liz, vamos salvá-la”.

Richard e Reinhard apareceram na ponte, os dois vestidos exatamente iguais e de cabelos curtos, Reinhard cortou os longos cabelos loiros. Se não fosse pela pequena diferença de altura não teria como distingui-los.  Yang coçou a cabeça.

— Agora não sei mais quem quer me matar - ele deu um leve sorriso.

O mais baixo entre os dois começou a rir ironicamente, Yang sabia que era Reinhard.

Mas aquele breve momento de descontração foi cortado quando viram as câmeras com o estado de Elizabeth, não tinham como esconder.

— Vamos buscá-la - falou Reinhard - está na hora. Conecte com o Sebastian von Goldenbaum - Reinhard saiu da ponte e deixou Richard negociar o encontro.

 

O local escolhido foi uma área de construção nos subúrbios de Phezzan, mas eles iriam atacar antes.

Nathan, Reinhard, Richard e Siegfried vestiram roupas pretas com blusas coladas de manga longa, estavam com armas e portas armas no peito e coxas, bem como munição. Carregaram ainda outros equipamentos na cintura.

— Todos prontos? - perguntou Nathan.

Eles se olharam e disseram estar prontos.

Lena daria a cobertura e orientação pelos sistemas. Eles mandaram os dois drones invisíveis para monitorar e atacar o local se necessário.

Reinhard e Richard chegaram a localização combinada e eles atacariam pela frente como distração. Sebastian precisava de Richard vivo e ele não saberia distinguir quais dos dois era quem. Os drones deram informações de que havia cerca de 50 pessoas lá dentro.

— Lena desabilite as câmeras momentaneamente da entrada, vamos invadir - disse Richard, ele fez sinal para Reinhard que segurou nas mãos a arma e colocou o mini óculos na vista direita para enxergar no infravermelho.  Os dois acionam o escudo protetor e Richard pegou um pequeno dispositivo e grudou na porta de entrada. Minutos depois explodiu e Richard jogou uma bomba lá dentro. Os dois entraram e atiraram, vários homens contra atacaram e eles se protegeram, mas fizeram questão de mostrar para as câmeras internas seus rostos.

Novamente Richard viveu o embate interno em ser um soldado, mas era lutar ou deixar sua irmã morrer, neste momento ele sabia que faria qualquer coisa por Elizabeth e agora tinha convicção também que faria o mesmo por Reinhard ou Hilda. Olhando seu avô só sentia força e inspiração para prosseguir.

Sebastian olhou para as câmeras e abriu um enorme sorriso.

— Vieram em dose dupla - Sebastian ordenou que não os matassem, mas poderiam ferir como quisessem.

Os drones invisíveis entraram, eles só tinham mais dois operacionais. Os drones cuidaram de abrir passagem e fazer um bom estrago. Enquanto isso Siegfried e Nathan foram pelo subterrâneo usando os mapas da construção e os sensores de orientação. Eles escutam a explosão acima e sabiam que os dois estavam agindo na superfície, os passos deles aumentaram o ritmo. Siegfried olhou o tablet e viu que chegaram no ponto. Era a sala onde estava Elizabeth, na porta havia dois homens, indicava os sensores térmicos. Nathan tirou do cinto um dos aparelhos e arremessou um gancho com uma corda e grudou no teto, esta corda ligava a cintura de Nathan e o teto, ele lançou um segundo para fixar bem. Em seguida ele subiu e usou um dispositivo que parecia uma caneta. No futuro aquela tecnologia era capaz de cortar concreto com centímetros como manteiga. Nathan fez um círculo e fez sinal a Siegfried que ia ceder em breve aquele pedaço. Rapidamente Nathan desceu para não ser acertado, terminaria o serviço com o laser.

 

Logo chegaram drones normais e eles acabaram destruindo os drones camuflados analisando a localização pelos tiros emitidos. Sebastian chegou e de longe falou a eles:

— Majestade está fazendo esforço, deste jeito vai mais rápido para o túmulo - Richard mirou e tentou atirar nele.

— Cala a boca miserável - Richard respondeu.

— Humm, Majestade é você? Acho que será uma roleta russa. Vai ficar mais emocionante.

 

Um baque e o concreto cedeu, Nathan subiu rapidamente e já com a arma em punho abateu os dois homens que abriram a porta. Siegfried lançou os ganchos e subiu também.

— Liz o que fizeram com você? - Nathan soltou seus braços e a colocou no chão, aplicando uma injeção para amenizar a dor dela. Mas Elizabeth estava quase inconsciente.

— Nathan cuide dos homens que estão chegando, eu a desço e levo - ordenou Siegfried. O jovem ruivo não acreditou no que viu o rosto deformado de Elizabeth, devido a várias pancadas, o corpo totalmente cheio de marcas e cortes, a única cor nela era o vermelho do sangue. Ele a amarrou ao seu corpo para descerem pelo buraco

— Richard pegamos a Liz.- avisou Nathan.

Richard e Reinhard olharam um para o outro e escutaram o aviso de Nathan. Reinhard estava com o sangue fervendo naquela batalha, mesmo não sendo com as naves era contra um Goldenbaum.

O orgulho dele crescia dentro de si, queria acabar de qualquer jeito com aquele inimigo custasse o que custasse.

— Sebastian - Reinhard começou a falar - vou lhe entregar o projeto completo do portal.

— Venha até aqui Richard desarmado.

Reinhard levantou a arma para mostrar ela e a jogou no chão empurrando com o pé. Ele estava com mãos para cima e numa delas segurava entre os dedos um dispositivo.

— Está aqui na minha mão. Quero que traga Elizabeth.

— Eu a trarei, mas apenas depois de conferir o conteúdo do que você trouxe.  - ele avisou um homem para ir pegar o projeto com Richard.

— Você perdeu Imperador Reinhard - ele falou em direção de onde estava Richard - agora terei os dois comigo.

Reinhard esperou mais alguns metros o homem se aproximar e então jogou o dispositivo na direção de Sebastian.

— Não me subestime seu verme- Reinhard respondeu sorrindo. Foi então que Sebastian entendeu que era Reinhard ali e não Richard. Uma explosão ocorreu e Reinhard correu para fora junto com Richard. Mas não demoraria para virem atrás deles.

 

Nathan atirava sem parar com a vinda de mais homens armados e rapidamente ele desceu pelas cordas. Siegfried, já na parte subterrânea, pegou Elizabeth nos braços e correu, enquanto Nathan dava cobertura. Após passarem por um túnel, Nathan apertou um botão e o local explodiu fechando a passagem. Eles corriam para a nave de transporte.

 

Reinhard e Richard correram em direção a uma gigantesca estrutura metálica, era a base de uma nova construção, e começam a subir com Reinhard na frente e Richard atrás, era o único ponto alto, teriam que sair por ali. Richard contatou Nathan e passou as coordenadas para pegá-los. Finalmente eles chegaram no topo e estavam na viga do esqueleto do prédio, o vento passou por eles, levantando os cabelos loiros. Ao longe eles observaram o espaço porto iluminado em azul, já era o final da tarde o Sol se escondeu e as primeiras estrelas surgiram no céu.  Algum tempo depois ao longe viram se aproximar a nave de transporte, ao mesmo tempo notaram homens subindo pela estrutura metálica os seguindo.

— Vamos - ordenou Reinhard que andou pelas vigas em direção onde a nave se aproximava. Como previsto vários homens chegaram e estavam atrás deles atirando. O campo de força deles estava no limite. A nave se aproximou o máximo que deu, mas tinha um vão entre a viga e a nave. A porta foi aberta e Siegfried estendeu a mão. Estavam a vários metros de altura, a paisagem ao lado eram as luzes dos prédios e casas que começavam a acender com o início da noite. Reinhard correu para pegar impulso e pulou para nave segurando a mão de Siegfried que o pegou.

— Está bem Reinhard?

— Sim, Richard...- ele se virou e viu Richard hesitante. - Vamos Richard - gritou Reinhard na porta o chamando.

— Eu não fui feito para isso. Droga! - falou Richard recebendo mais um tiro, o campo de força estava começando a falhar.

— Richard olhe pra mim agora - Reinhard ordenou, Richard obedeceu - você pode não ser um soldado, mas é um Lohengramm e nós nunca desistimos - isso é o que ele diria a seus descendentes.

Richard compreendeu ainda mais a grandiosidade do avô tão falada nos campos de batalha pelos soldados. Ele se sentiu até envergonhado, sempre negara seu lado soldado. Então ele respirou fundo ficando de pé e foi um passo para trás.

“Eu sou um Lohengramm” - o olhar de Richard mudou e era possível ver uma ponta do orgulho de Reinhard nele.

Richard começou a correr e deu um salto e estendeu a mão direita para Reinhard. Neste momento um dos tiros laser cruzou e o campo de força falhou, o tiro atingiu o ombro esquerdo de Richard. Ele sentiu a dor, desequilibrou um pouco, mas Reinhard alcançou a mão dele e o segurou firme. Com muito esforço Reinhard começou a puxá-lo para cima. Siegfried atirou para dar cobertura. Quando Richard entrou totalmente, Siegfried apertou o botão para fechar a porta.  Cansados os dois se encostaram na parede da nave. Reinhard dobrou o joelho e apoiou o braço em cima. Eles rumaram rapidamente para Brunhild em órbita com Barbarossa em alerta máximo.

— Obrigado senhor - disse Richard.

Reinhard passou a mão na cabeça de Richard como se ele fosse uma criança.

— Vá cuidar deste ferimento garoto.

Richard sorriu, soava estranho, eles tinham quase a mesma idade naquela era. Todavia seu avô o tratava como uma criança, ou ele se deixava ser uma criança diante de Reinhard, não sabia responder. Siegfried ajudou Richard a se levantar bem devagar devido a dificuldade com o ombro. Richard de pé pegou a pistola de remédio, injetando em si para aliviar a dor até chegar na Brunhild. Em seguida Siegfried deu a mão a Reinhard que a pegou e se levantou também. Eles estavam ansiosos para ver Elizabeth. Siegfried os conduziu até onde a deixara, eles a colocaram numa câmara fechada, o jovem ruivo tinha coberto o corpo dela com um leve tecido.

Richard ao ver o real estado da irmã ficou em choque, mesmo com dor ele se aproximou passando a mão pelos cabelos dela.

— Maldito.

Reinhard fechou os punhos.

— Kircheis, qual o estado dela?

— Ela sofreu vários ferimentos, mordidas em várias partes do corpo, o maxilar e duas costelas foram quebradas, felizmente não tem nenhuma lesão interna.

Siegfried abaixou a cabeça triste, ver Elizabeth naquele estado era doloroso para ele também. Passara estes anos com ela e o mesmo sentimento que ele tinha para Reinhard e Annerose ele acabou criando por ela e Richard.

Finalmente chegaram a Brunhild, Elizabeth foi imediatamente transferida para a ala médica com Richard. Yang estava cuidando de rastrear qualquer inimigo e permaneceu mais distante. Sabia que tinham conseguido resgatar Elizabeth, mas ela chegou em péssimas condições. Ele preferiu ficar de forma discreta por ali, esperando o desenrolar dos acontecimentos.

Reinhard e Siegfried foram para a cabine onde estavam Hilda e Annerose e contou os acontecimentos.

— Eu gostaria de vê-la - disse Hilda a Reinhard.

— Poderá vê-la minha Kaiserina tão logo seja possível.

— Vamos juntas - falou Annerose.

 

Elizabeth abriu os olhos e apenas uma luz clara sobre si.

“Será que morri?” - ela fechou de novo os olhos e escutou a suavidade da voz de sua querida avó, ela estava certa de estar realmente morta.

— Vó, que saudades - ela sentiu as mãos dela pelos seus cabelos e rosto- eu morri.

— Não minha querida, você está viva.

Elizabeth se virou em direção a voz, abriu os olhos e viu Hilda jovem. Então ela caiu em si.

— Está tudo bem agora, você está de volta na sua nave.

Mas não estava tudo bem, ela começou a se lembrar dos horrores sofridos. Até aquele momento ela não derramou uma lágrima sequer na frente ao inimigo, se segurou. Mas agora diante de Hilda não se conteve mais, chorava igual a uma criança. Hilda segurava suas mãos, Annerose também lhe fazia carinho pelos cabelos, isso piorou a situação, já que ela lembrava de Siegfried.  Elas ficaram um pouco e saíram, Hilda não podia abusar por causa da gravidez.

E então foi a vez de Richard aparecer.

— Meu irmão você foi me salvar se arriscando.

— Eu faria qualquer coisa por você, mas eu não fui só, ele estava ao meu lado isso me deu mais forças.

Eles conversaram ainda um tempo e por fim ele beijou a testa da irmã e saiu. Passado um tempo alguém adentrou a porta e ela olhou para ele.

— Richard você...

— Não..- quando ele abriu a boca ela percebeu que era Reinhard - cortou os cabelos. Que pena gostava das suas madeixas.

— Eles vão crescer de novo. - Ele se sentou perto dela - sente-se melhor?

— Sim. Queria agradecer, você arriscou sua vida pra me salvar.

— Estamos quites agora - ele deu um sorriso e ela o olhou firmemente.

— O médico disse que vou me recuperar em 3 semanas, assim que eu me melhorar já um pouco vamos tratar do plano para exterminar os cultistas e os Goldenbaums do futuro- ela fechou uma das mãos. - Eu quero acabar com Sebastian até não sobrar nada - aquela ira e temperamento ele conhecia muito bem, parecia um espelho dele mesmo.

— Acabaremos Elizabeth.

— Eu...eu...- ela não conteve as lágrimas - eu não derramei uma lágrima na frente daquele miserável, não dei este prazer. Ele quis me subjugar, mas eu sou uma Kaiserina, uma Lohengramm - ela disse com orgulho. - Nunca iria me curvar perante o inimigo. Nunca!

Reinhard não podia deixar de sentir maior orgulho naquele instante. Ele pegou a mão dela e apertou. De novo, Reinhard estava paralisado em dizer qualquer coisa, sempre fora assim com seus sentimentos. Mas não precisava, ela entendia e sentia.

— Vamos lutar juntos, será minha última batalha - disse Reinhard - dará tempo?

— Sim. Ficarei com você até o fim. É uma promessa.

Ele apenas sorriu pra ela e permaneceu mais um pouco sentado ao seu lado.

 


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