Godric's Hollow escrita por prongs


Capítulo 1
U: this is a place where I feel at home


Notas iniciais do capítulo

oláaaa! ♥ FELIZ JILYTOBER!
sem muitos arrodeios, eu ando pensando muito em jily nos últimos dias. eles sempre foram meu otp supremo de todos os casais da vida, e eu sinto muita falta de escrever sobre eles. e eu também ando pensando muito em this is us e no jack pearson. e eu ando escutando muito to build a home. juntando esses três, não poderia sair nada muito feliz, e eu já peço desculpas por isso, mas eu tinha que escrever algo sobre a família potter, godric's hollow, e o que faz um lar. espero que gostem ♥

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godric’s hollow

 

Assim que James e Lily Potter se formaram e decidiram que estava na hora de arranjarem um lugar para morarem juntos, já que não poderiam morar para sempre na casa dos pais de nenhum dos dois, James pensou em Godric’s Hollow.

Havia um pequeno simbolismo no pequeno vilarejo escondido do resto do mundo. Lá havia sido o último lar do fundador da casa de Hogwarts onde James e Lily se conheceram, onde eles moraram por anos e cresceram juntos. Além disso, várias famílias bruxas respeitáveis haviam passado por lá, e o local parecia perfeito para que eles encontrassem a tão desejada tranquilidade que precisavam no meio do caos e da guerra que os rodeava a cada minuto.

O rapaz levou a noiva até lá numa manhã de domingo para darem uma olhada na vizinhança, e Lily se apaixonou automaticamente pelos chalés de pedra espalhados pela rua estreita, pela igrejinha que adornava o final do bloco, pelos postes antiquados que davam para uma pracinha no meio das casas onde várias crianças brincavam, e até mesmo pelo triste, mas charmoso cemitério logo atrás dela.

Os dois usaram uma parte da herança dos pais de James para comprar o chalé que eles chamariam de lar dali para a frente. As paredes da casa eram construídas em pedra, e pisos, paredes e peitoris das janelas eram adornados por um belo e aconchegante tom de madeira. Havia uma linda lareira na sala de estar que se erguia nas mesmas pedras das paredes, e os armários das cozinhas estavam empoeirados pelo desuso quando eles se mudaram.

Juntos, Lily e James limparam e lavaram todos os cantos da casa ao som de As Esquisitonas, pintaram as paredes de cores mais alegres, montaram móveis com o auxílio de suas varinhas, trocaram encanações e instalações elétricas antigas, e, aos poucos, transformaram aquelas velhas e geladas paredes de pedra em um lugar quente e aconchegante onde podiam descansar suas cabeças durante a noite e sentir-se seguros.

Quando Sirius, Remus e Peter vinham visitá-los, o lugar tornava-se vivo com as risadas, bebidas e comidas compartilhadas entre os velhos amigos. Quando Emmeline, Dorcas e Marlene resolviam passar por lá para almoçar, as janelas deixavam escapar o cheiro das comidas caseiras que preenchia o ambiente. Ao adotarem um adorável gatinho laranja, ele marcava as paredes e as tábuas do piso com suas unhas, dando ainda mais identidade à casa.

O lugar favorito de Lily na casa era, definitivamente, o jardim. Ao se mudarem para lá, os dois tinham plantado sementes juntos; rosas, tulipas, lírios, orquídeas, margaridas. Queriam observar as flores crescerem enquanto eles cresciam como família. Além disse, havia na frente da porta principal uma grande salgueiro, não tão imponente quanto o de Hogwarts, mas definitivamente antigo e belo, que se esticava pelo terreno enquanto seus galhos costuravam-se ao verde da paisagem e a terra escalava o tronco. Ela gostava de escalar a árvore para observar a vizinhança, observando as marcas na madeira como se fossem cicatrizes numa pele viva. Lily sorria, sabendo que seu lar era cheio de vida, assim como aquele salgueiro.

Foi em Godric’s Hollow que James e Lily tiveram sua primeira ceia de Natal, sua primeira festa de ano novo, sua noite de núpcias após o casamento. Foi lá onde Lily aprendeu a fazer torta de abóbora e onde James aprendeu que se não arrumasse sua cama pela manhã ou servisse a mesa na hora do almoço, Lily pediria o divórcio. Era para lá que eles iam ao final da noite, cobertos de sangue e fuligem ao terminarem missões pela Ordem da Fênix. Era na cama de casal do andar de cima onde os dois se escondiam debaixo dos lençóis e deixavam os travesseiros massagearem suas dores até que eles adormecessem abraçados.

Foi no banheiro apertado e com cheiro de lima de Godric’s Hollow onde Lily fez o teste de gravidez que a fez debulhar-se em lágrimas com um resultado positivo em meio a uma guerra. Foi na banheira gelada onde James a abraçou e disse que tudo iria ficar bem, e que ele faria de tudo para proteger sua esposa, seu filho e seu lar.

No segundo quarto no fim do corredor do segundo andar, James e Lily construíram o quarto do pequeno Harry. Pintaram as paredes juntos no tom de azul que escolheram, compraram brinquedos, móbiles, montaram um armário, um berço e uma cadeira de balanço de madeira. Decoraram as paredes e o chão com os presentes que ganharam de amigos e da família quando souberam da resposta, e perfumaram o quarto com a essência de lavanda preferida de James.

Harry nasceu no chão do banheiro do primeiro andar, com o chuveiro morno batendo nas costas de Lily e as mangas de James ensaguentadas enquanto ele segurava o recém-nascido. Ele manchou o chão da cozinha permanentemente enquanto comia sua primeira papinha, e levou sua primeira queda na escada acarpetada que levava ao segundo andar enquanto corria atrás do gato laranja. Godric’s Hollow era o lar de Harry tanto quanto era de James e Lily, e a cada dia que se passava os dois observavam enquanto a casa se moldava mais ainda à família deles.

Godric’s Hollow era o santuário dos Potter. Onde o mundo e a guerra eram esquecidos, eles se sentiam seguros e confortáveis, e a solidão ficava trancada do lado de fora das paredes geladas de pedra.

Até que o Halloween de 1981 chegou.

James e Lily mal tiveram tempo de assimilar que seu lar, tão cheio do mais puro amor, estava sendo destruído pelo ódio mais abominável que existira.

O portão do muro da frente foi amassado e jogado para longe, batendo no salgueiro tão querido por Lily e derrubando alguns de seus ramos, que esmagaram as flores logo embaixo deles. A porta de entrada, com as iniciais dos Potter cravadas na madeira, foi arrombada e levada ao chão sem pestanejar. O pequeno gato laranja saiu correndo pela janela da sala, derrubando vasos e vidros pelo chão no caminho. O corpo de James ficou jogado na frente da escada, sem vida, enquanto os raios do feitiço da morte destroçavam a cozinha e a sala de estar, derrubando pratos e rasgando almofadas.

O quarto de Harry, montado com tanto carinho e cuidado, também teve a porta arrancada dos eixos. Os gritos de Lily logo foram abafados, sobrando apenas o barulho assombrosamente doce do móbile que se balançava acima da cabeça do pequeno Harry, com vassouras, abóboras, varinhas e até mesmo uma miniatura do nôitibus. E então, com um clarão inesperado, o bebê estava sozinho. Ele não conseguia entender o que significava o buraco enorme no teto, as paredes pela metade, a madeira e as pedras derrubadas, a poeira espalhada pelo ar, os móveis revirados e partidos no meio.

Os trouxas que por ali passavam não conseguiam nem mesmo ver o chalé dos Potter, protegido de olhos despreparados pela magia. Talvez fosse melhor assim, deixá-lo invisível, como se tivesse desaparecido junto da família querida e doce que residira ali há tantos anos. Já os bruxos tinham que conviver com a paisagem horripilante de um lar destroçado sempre que passavam pela casa, apenas com a lembrança da tragédia que acometera os Potter naquela noite agridoce.

Godric’s Hollow simbolizava a esperança tanto quanto evocava a lembrança da dor. Godric’s Hollow havia sido o conforto e a segurança de James, Lily e Harry por uma infinidade restrita, uma casa recheada de amor e felicidade, até que, em minutos, o lar deles havia desaparecido, arrancado deles com crueldade e maldade. Não tiveram nem tempo de se despedir das memórias criadas e marcadas nas tábuas de madeira que guinchavam no chão ou das paredes arranhadas e riscadas que os protegeram por tanto tempo do mundo.

Os Potter haviam sido felizes vivendo em Godric’s Hollow, até que toda a vida abandonou o local, deixando apenas a poeira que passeava calmamente pelo ar e a magia do amor, que agora escapava pelas janelas, portas e paredes, não mais constrito pelas pedras que hoje se desfaziam no chão e se misturavam à terra. Godric’s Hollow sempre seria um lar.


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Notas finais do capítulo

se acharem algum erro relevemmmmm que eu tô postando sem nem revisar hahahahah espero que tenham gostado, e comentários são muito bem-vindos ♥