Capítulo 15

Amassos.

Theo sentiu os dedos de Liam em seu rosto e teve que lutar contra o impulso de fechar os olhos mais uma vez. Ele já havia demonstrado vulnerabilidade demais para um dia, era demais ver Scott sabendo que Liam era o seu maior ponto fraco, mesmo que ele soubesse que este fato não era segredo para ninguém.

—Fico feliz em ouvir isso. – sussurra Liam, roubando-lhe um selinho demorado.

Theo suspira e encosta a sua testa na dele, roçando os seus narizes, enquanto tocava a sua cintura, puxando-o para mais perto. Ali, ao observar aquela imensidão verde brilhar ao observá-lo.

—Vamos sair daqui? – pede, sussurrando.

Liam concorda, voltando-se em direção a Scott, que dá de ombros e solta uma risada, pegando a sua mochila e colocando nas costas.

—Vamos sim... E, então, como fica o treino amanhã? – questiona e Theo passa o braço em volta dos seus ombros, puxando-o para mais perto de si, enquanto Liam aconchega-se à sua volta.

Scott estava despreocupado, mas o fato dele estar tão envolto a sua vida ainda incomodava Theo, ele não queria continuar a falar isso, não queria ter que dizer em voz alta novamente as suas razões. Afinal de contas, estava começando a virar um discurso repetitivo e ele não queria que as pessoas a sua volta, vulgo Liam, ficassem entediadas com ele.

—No mesmo horário, sabe que precisamos continuar ganhando. – diz e Liam concorda com a cabeça, afastando-se mais dele, inclinando-se em direção a sua mochila e deixando-se levar por Theo, que o leva em direção ao estacionamento.

Eles já estavam começando a se acostumar com os olhares, já estava começando a se acostumar com os narizes tortos, mas mesmo assim eles ainda sentiam o baque da situação e, normalmente, Liam encolhia-se quando isso ocorria.

Theo já era mais calejado, não que os olhares tortos de ser um assassino fossem comparados a ser gay, mas ser o centro das atenções e se sentir desconfortável por isso poderia... Theo por muito tempo foi motivo de fofocas e ainda era, ele acreditava que as pessoas não podiam evitar não falar sobre ele.

—Será que as pessoas nunca vão se acostumar com o fato de que você não está mais na pista? – questiona Liam, emburrado.

Liam acreditava piamente que muitas meninas, e agora meninos, viam Theo com outros olhos, o que ele não acreditava nem um pouco, as pessoas só não estavam acostumadas com ele, ou eram fanáticas pelo passado dele.

—Deixa. – sussurra, dando de ombros.

Estava cansado de discutir que ninguém mais o via com esses olhos, Liam sempre garantia que ele estava errado, então, chegou num momento que ele simplesmente parou de falar e deixou o lado ciumento do namorado ficar mais evidente sem se importar com as consequências disso.

—Fico me perguntando se você também tem ciúmes de mim. – diz, sussurrando.

Theo revira os olhos e aperta-o mais, beijando os seus cabelos e aspirando o perfume do seu shampoo, sentindo a textura dos fios molhados e imaginando-se tomando banho com o namorado.

Aquele pensamento fez com que um arrepio se formasse em seu corpo... Ele o desejava, o desejava como nunca havia imaginado desejar alguém antes...  Não que ele tenha desejado alguém antes para comparar.

—Eu tenho... Tenho muito. – confessa, contra os cabelos do namorado. –Eu só... Fico com... – interrompe-se quando Liam toma as suas chaves e abre o carro.

—Só acha que falar da minha ex não é uma boa ideia. – acusa e ele suspira.

***

A única pessoa que Liam sabia com certeza de que Theo tinha ciúmes era a sua ex, ele via como Theo mudava quando o nome daquela que não deveria ser nomeada era dito, mas ele gostaria de saber que era somente um caso à parte ou se ele sentia ciúmes de todos que estavam à volta de Liam.

—Você dirige hoje? – questiona, divertido e Liam concorda com a cabeça.

Liam estava acostumado que Theo dirigisse, ele até gostava porque tinha pouco tempo de carteira e ainda sentia-se um pouco inseguro em ter que lidar com os barbeiros da cidade, mas ele sabia também que precisava treinar, que precisava abandonar este medo e fazer aquilo dar certo, então, nada melhor do que ter o motorista mais cuidadoso da cidade ao seu lado no processo.

—Nós vamos dar a um primeiro encontro de namorados! – anuncia, girando as chaves e observa Theo morder o lábio e soltar um suspiro, enquanto seguia para o lado do passageiro, sentando-se e se ajeitando no mesmo.

Liam entra no carro e é puxado para mais perto de Theo, que toma os seus lábios, bagunçando os seus cabelos e explorando a sua boca com a sua língua. Liam sente todo o seu corpo esquentar, inclinando-se em direção ao namorado.

Ele deixa a sua mochila de lado, depois de separar os seus lábios, sentando-se no colo de Theo e entrelaçando os seus dedos em seus cabelos, enquanto enrolava o seu corpo em direção ao namorado, que aperta a sua bunda com força, trazendo-o para mais perto.

Liam sente ambos os corpos se aquecendo e acaba separando os lábios. Ele não era um cara virgem, mas ele nunca havia feito nada com um cara antes e tudo o que ele e Theo fizeram até aquele momento era amassos quentes, muito quentes tão quentes que fazia com que os seus corpos esquentassem.

—E isso inclui mais amassos assim? – questiona, apertando as coxas de Liam, que suspira.

Ele lambe os seus lábios aproximando-os de Theo, dando-lhe um selinho demorado e concordando com a cabeça. Liam não tinha como não concordar com Theo, não tinha como recusar absolutamente nada... Não quando ele próprio queria aquilo mais do que tudo.

—Obviamente. – responde, mordiscando o lábio inferior de Theo, arrancando-lhe um gemido arrastado.

As mãos de Theo acariciam as suas coxas e voltam em direção a sua bunda. Aquele carinho era a perdição de Liam, porque ele ficava imaginando quando não houvessem mais roupas, quando não houvesse mais nada atrapalhando-os como seria, como seria ter o toque de Theo mais íntimo, como seria quando ambos se entregassem ao que sentiam um pelo outro completamente.

—Gosto da ideia. – diz, malicioso.