O Lado Escuro da Lua escrita por daylightsx


Capítulo 2
1. Volterra


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal!
Estou iniciando essa história agora, e peço paciência. Escrever sobrenatural para mim é um desafio e tanto, e requer muito mais tempo e dedição. Espero que gostem. Esse primeiro capítulo é muito parecido com a visita à Volterra, e isso foi proposital, pois minha história se inicia nesse ponto. Enfim, sem mais delongas, queria agradecer à Anne minha beta que me atura o dia inteiro falando das minhas ideias, à Anne minha corretora (sim, tenho duas Annes maravilhosas na minha vida) e à Dri, que sempre surta com minhas ideias de plot, mesmo sem saber qualquer coisa sobre eles. Além disso, queria agradecer a todas as pessoas que marcaram que estão acompanhando a fic e que comentaram. Obrigada e boa leitura ♥



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O momento em que Edward quase brilhou no Sol no meio da multidão parecia ter sido há anos, décadas. Mas, se eu fosse realmente me ater à realidade, não havia se passado nem trinta minutos. Trinta minutos que poderiam ser cruciais para nós. 

Eu, Edward e Alice estávamos parados, escoltados por Demetri e Felix em frente a enormes portas de mármore dentro do castelo. Ninguém falava nada, pelo menos não era audível para mim. Edward escutava tudo. Os vampiros da guarda abriram as portas como se fossem duas plumas, dando passagem à nós. O interior do ambiente era completamente iluminado por uma clarabóia. No centro, sentados em três cadeiras que se assemelhavam a tronos, aqueles que vi na pintura na sala de Carlisle. Parecia que tinha sido há décadas. Os Volturi. 

A primeira coisa que vi em Aro foi um tipo de expressão de prazer. Ele inflou o pulmão, puxando o ar. Meu cheiro. Senti todos os pelos do meu corpo se arrepiarem. Eu já tinha estado em situações parecidas com James, Laurent e Victoria, mas com os Volturi parecia mais… perigoso. Algo em minha mente pulsava. A adrenalina estava vibrando em meu corpo, me sentia pronta para correr a qualquer momento, mesmo sabendo que não teria qualquer chance. Edward prontamente se colocou à minha frente, junto com Alice, embora ela estivesse um pouco mais tranquila. A garota provavelmente sabia de tudo o que iria acontecer naquela sala. 

Ao ver aquela cena, Aro riu. 

— Como sempre muito preocupado. – Ele floreou. – Eu só quero conversar com vocês, meus caros. E claro, conhecer aquela que o faz se colocar à prova a todo momento. – Aro disse, se aproximando de nós. Ele estendeu a mão para Edward. – Posso? 

Edward encostou sua mão na de Aro. O vampiro arregalou os olhos. Alice, que estava ao meu lado, falou no meu ouvido: 

— Aro consegue ler a mente das pessoas. É mais ou menos como Edward, mas a única diferença é que ele precisa tocar no indivíduo. 

La tua cantante. É incrível seu autocontrole, Edward. – Aro parecia muito surpreso. – Como você consegue? Só de sentir o cheiro dela… 

Edward rosnou. Aro riu, e soltou a mão de Edward. 

— Fique calmo, meu amigo. Não vamos fazer mal à sua Bella. - O vampiro de olhos vermelhos brilhantes se aproximou de mim e de Alice. 

Ele foi até a irmã de Edward, e ela estendeu a mão antes que ele a pedisse. 

— Minha querida Alice… É sempre muito interessante estar em sua mente. – Disse, depois de um tempo. 

— Obrigada, Aro. – Alice falou tranquila, esboçando um sorriso. 

— Bella. – Aro disse, voltando-se para mim sorrindo.

Meu coração acelerou um pouco. Isso fez o sorriso dele abrir mais. Ele estendeu sua mão, assim como fez com Edward. – Posso? 

Olhei para Edward. Ele deu de ombros. 

Estendi minha mão para o vampiro, que a pegou com força, com ambas as mãos. Ele parecia não querer soltá-la. 

— Interessante. Isso é realmente muito interessante. Isabella, muito… intrigante. — Ele disse, e soltou minha mão, de súbito. Ele virou-se para os irmãos. – Eu não vejo nada. Isso não é incrível? – Ele parecia animado. Começou a andar de um lado para o outro. – Quando vi que Edward não conseguia ler os pensamentos dela, fiquei intrigado e resolvi ver com meus próprios olhos. Agora eu me pergunto… Será que ela é imune a outros de nós? — Aro olhou diretamente para uma garota pequena que estava no canto da sala, observando. Ela parecia não ter mais que dezesseis anos. Assim que ela começou a se mover, Edward rosnou. 

— Aro. Não. 

O Volturi riu. Caius parecia se divertir com a cena. Marcus estava como uma pedra. Ele não se importava em tentar parecer humano. Ele parecia achar aquilo um saco. 

A garota loira de olhos vermelhos parou bem ao lado de Aro. Perto dele, parecia uma criança. 

— Aro, isso não é necessário. – Alice interviu. – Eu consigo… digamos… usar meus poderes em Bella. Jasper também. – Edward olhou para a irmã, como se agradecesse a ela. Alice estendeu a mão a Aro. – Você pode ver se quiser. 

— Acredito em você, minha querida. – Ele sorriu. – Jane, não precisamos dos seus serviços por ora. — Aro olhou de soslaio para Edward, que ainda estava tenso, pronto para atacar a qualquer momento. 

Jane olhou com desprezo e voltou para o fundo da sala. Nutri o mais profundo ódio por ela naquele momento, mesmo não fazendo ideia de qual era seu poder. 

— Podemos acabar logo com isso? – Marcus finalmente saiu de sua inércia. 

— Ah, sim. – Aro falou. – Bem, meus caros. Chamei-os aqui por um motivo. – Ele arqueou as sobrancelhas. 

Ninguém falou nada. Alice provavelmente já sabia o que viria a seguir, mas não alertou ninguém, a não ser o irmão. Ficamos em silêncio por alguns instantes. 

— Você, Edward, conhece nossas leis mais do que ninguém. – Aro começou, aparentemente escolhendo bem cada palavra usada. – Sabe o quanto nosso segredo deve ser mantido, e bem… Temos aqui a presença ilustre de uma humana. Que sabe de tudo. – Ele olhou diretamente em meus olhos. 

— Eu nunca… contaria nada… – Tentei falar. Aro esboçou um sorriso. 

— Sei disso, querida. Mas mesmo assim isso representa um perigo para nós. E o que o Edward fez hoje, na praça… – Ele balançou a cabeça. – Aquilo poderia ter acabado conosco. Você sabe disso, Edward. Você colocou toda nossa raça em perigo iminente. Por uma humana. Uma simples garota. 

— Ela não é só uma garota, Aro. – Edward falou. 

— Concordo. – Aro balançou a cabeça, e seus longos cabelos pretos se movimentaram como seda por cima de suas vestes. – Todo esse esforço, você se privar de alimento, recorrer até nós para pedir sua morte… Eu não entendo, mas talvez meu irmão possa me esclarecer alguma pontos.

Talvez ele nunca tenha amado. Ele nunca entenderia. Aro foi até o irmão, Marcus, e o vampiro estendeu a mão para o leitor de mentes. 

— Interessante. Formidável. – Aro disse, ainda lendo a mente do vampiro de cabelos ondulados e olhos igualmente rubis. – Isso é mesmo incrível. 

Olhei para Alice. Ela cochichou. 

— Marcus consegue enxergar a intensidade dos laços entre as pessoas. Ele provavelmente está mostrando a Aro a intensidade da sua relação com Edward. 

Aro soltou a mão do irmão assim que Alice fechou a boca. Edward permanecia ao meu lado. Sua mão estava em minha lombar, e eu tinha vontade de me aninhar em seus braços. 

— Vejo que o laço entre vocês é muito forte, o que, de certa forma, justifica suas ações, meu querido Edward. – Aro começou. – Mas o que você fez… Isso não pode ser ignorado. 

— Nosso segredo não foi exposto. Estamos seguros. – Edward assegurou. 

— E Isabella? Ela está segura? — Aro perguntou, mas eu duvidava que ele realmente se importava com minha segurança. Se tivesse a oportunidade, ele seria o primeiro a me matar. 

— Eu a protegerei. – Edward falou, com convicção. Meu coração se aliviou ao ouvir aquilo. 

— Nós sempre a protegeremos, Aro. Bella é nossa família. – Alice falou, e pegou minha mão. 

— Ah, que lindo… na teoria. Mas na prática… Acho que as coisas não saem bem como vocês planejam, não é mesmo? – Caius disse, debochado. Segurei minha vontade de revirar meus olhos para ele. 

— Meu caro irmão, nós devemos dar um voto de confiança aos Cullen. Bella está aqui, sã e salva. – Aro disse, e Caius apenas deu de ombros. – Mas confesso que não sei o que fazer quanto a você, Edward. E Isabella. 

— Bella não tem nada a ver com isso. – Edward protestou. 

— Claro que tem. Ela é a causadora disso tudo. Se não fosse pela humana, não estaríamos tendo essa discussão ridícula aqui. – Caius falou, arrogante. Edward irritou-se, e segurei seu braço, mesmo que fosse em vão. 

— Acalme-se, irmão. Não queremos uma discussão. – Aro disse, e começou a andar de um lado para o outro dentro da sala. – Edward, você poderia me esclarecer uma questão? Por acaso, pretende algum dia transformar Bella? 

Meu coração parou. Por favor, Edward. Diga que sim. 

— Não. – Ele disse e olhou para mim. – Não acho que… 

— Sabe, vejo um grande potencial na humana. Ela poderia ser uma vampira poderosa. Com certeza teria algum dom. – Caius o interrompeu, e Aro o olhou subitamente. 

Alice parou de repente. Eu já conhecia aquela expressão. Ela via algo. Edward a olhou. Eles conversavam silenciosamente. Eu detestava não participar daquela conexão, e estava desesperada para saber o que estava acontecendo, até que Aro se manifestou. 

— Bem… pensemos então em um tipo de punição. – Ele riu, diabólico. 

— Aro, por favor. – Alice disse. Ela já sabia o que iria acontecer, e, pela sua expressão, ela estava desesperada. 

— Minha querida Alice… Você sabe da minha estima por você, e sabe também o quanto eu gostaria de ter sua presença ao meu lado em minha guarda. Mas não, não há outro modo. O que ele fez foi imperdoável. — Aro disse. 

Olhei para Edward assustada. Pensei em dois cenários possíveis: eles forçariam Edward a entrar na guarda, ou pior: matariam ele. Me desesperei. 

— Não! Ele não. Fiquem comigo. Me matem, me transformem. Façam o que quiserem. Mas ele não. Deixem-no livre. – Eu disse, dando dois passos à frente. 

— Ah, Bella. É formidável o seu altruísmo. Mas infelizmente você não poderá tomar o lugar de Edward. Apenas ele tem o que nós precisamos. – Ele sorriu para mim, olhando no fundo dos meus olhos. 

— Felix, Demetri. – Aro levantou dois dedos. – Levem-no. 

— Não! Aro, você não pode fazer isso! – Eu gritava, desesperada, tentando soltar Edward dos vampiros. 

— Bella. – Alice me tirou de perto dos vampiros que levavam Edward. Ele tentava se soltar dos braços fortes dos dois outros vampiros, mas em vão. Edward estava fraco, não se alimentava há dias. Não havia como vencer aquela disputa. 

Alice ainda me segurava, forte. Ela certamente não queria que eu fizesse nenhuma besteira e me colocasse em situação vulnerável, pois se isso acontecesse, ela não conseguiria me proteger. Ao ver que não tinha nenhuma escolha, Edward virou a cabeça para olhar para nós. Sibilou um "eu te amo" para mim, e foi aí que meu mundo caiu. 

— Alice! Como você deixou isso acontecer? – Eu disse, com as lágrimas correndo pelo meu rosto. Meu amor tinha sido arrancado de mim. Pela segunda vez. 

— Não tem jeito, Bella, ele não vai ceder. – Ela olhou para Aro, que estava sentado em sua cadeira, ao lado dos irmãos. Ela estava desolada também. Reconhecia quando Alice estava mal. – Precisamos… fazer alguma coisa, não sei, avisar à Carlisle… 

— Queridas. – Aro disse, alto. Nos viramos para ele. – Lembrem-se que nossa família e guarda sempre estarão de portas abertas. Inclusive para você, Bella. – Sequei minhas lágrimas. Isso seria a última coisa que ele teria de mim. 

Eu e Alice saímos da sala. Assim que as portas se fecharam, começamos a andar para a saída. Eu e ela caminhávamos a passos rápidos, nós tínhamos pressa. A única coisa que eu pensava era em salvar Edward. Tinha pensado que depois da quase exposição, tudo ficaria bem. Tolice. 

— Alice, o que nós vamos fazer? – Olhei para ela, com lágrimas nos olhos, já dentro do Porsche amarelo roubado no aeroporto. – Eles vão matá-lo. 

— Vou ligar para Carlisle. Ele sabe lidar com Aro. – Ela disse, dirigindo pelas ruas de Volterra em uma velocidade altíssima. Na rodovia, ela tentava contato, mas o pai não atendia ao telefone. – Droga! – Ela bateu no volante e afundou o pé no acelerador. Meu desespero só crescia, e quase bati a cabeça no painel do carro quando Alice pisou no freio de repente. 

O carro parou, cantando pneus, enquanto ela fixava o olhar na estrada e mantinha as mãos firmes em volta do volante. 

— Ele mudou de ideia.


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