Banhos de piscina, piano à luz da lua. Voz de passarinho angelical ao meu ouvido, todos os dias, em todos os tons e escalas existentes em cordas poliglotas. Você gostava de línguas. De triângulos e arranjos. Italiano, francês, inglês, português. Em seus dedos, moldava planos para equilibrar um girão, como se fosse capaz de tudo, até mesmo de conter os rasgos que nele o fazia, mas por quê? Por que, Elio? Poderia ter me dito. Sempre achei que fôssemos um time.

― Eu te amo tanto ― você me disse no verão de 1982, mas era mentira. 

E eu acreditei.