Lua de Sangue escrita por Bruxa Azulzinha


Capítulo 1
Minha vida em Caminhos verdes


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal!
Tudo bem com vocês? Eu sou a Bruxa Azulzinha e estou postando minha primeira história aqui no site.
Espero que gostem. Eu sou muito fã de Inuyasha então será muito boa essa experiência.

Um abraço!



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"Eu nunca me esqueceria do dia em que morri...
Aquele terrível dia em que eu perdi tudo o que eu mais amava em todo o universo.
Eu sentia todo o mundo ao meu redor girar e o sangue subir pela minha garganta enquanto uma voz rouca, uma voz que eu amava, me chamava desesperadamente."

...
...
...


*Bip bip bip bip bip*
"Ah, bendito despertador" - Levantei zangada da cama para desligar o relógio e ver que horas eram: 8h00 - "Ai meu Deus, estou super atrasada!"

Levantei correndo da cama e me enfiei dentro do banheiro para tomar banho e me arrumar para o trabalho.
Era 1° de Outubro. O ano? Não pergunte.. 
Não me importava muito depois de toda a guerra que sofremos há pouco tempo.

Eu morava em uma cidade chamada Caminhos Verdes, famosa por ser uma cidade próspera, de boa culinária e dona dos melhores pomares de maçãs do país. As melhores maçãs saíam de Caminhos Verdes.
Mas, isso tudo virou lama por conta de uma guerra. 

Há 3 anos, nosso país, Mílo, entrou em guerra com outros países (Flóges, Aéras e Neró).
Os jornais, o presidente, a TV.. todos diziam que era por causa de uma nova área encontrada no meio desses 4 países. E que nessa área havia uma matéria prima muito valiosa, mais valiosa que o ouro, então os países lutaram por ela.
E acabou que no fim, perdemos. Milhares de pessoas perderam seus entes queridos, seus lares, empregos.. tudo.
Os cidadãos que sobreviveram nem ao menos sabiam dessa tal matéria prima pelo qual eles lutaram e isso vem sendo um mistério desde então.
Tudo foi tomado e está agora em posse do país vitorioso: Flóges.

Eu perdi meus pais durante a guerra.
Um avião caiu em cima da nossa casa, esmagando-os.
Eu estava no quintal quando aconteceu e por pouco escapei.
Às vezes, penso que deveria ter ido com eles. Talvez lá no céu as coisas sejam mais bonitas.

Me chamo Rin.
Uma garota/mulher de 24 anos que agora morava sozinha e tinha um emprego de faxineira para se sustentar enquanto tentava consertar sua vida pós guerra e luto.
Antes de tudo aquilo acontecer, eu estava no último semestre da faculdade de Pedagogia e tinha um estágio em uma escola como auxiliar de classe, mas poderia ser pior, eu aprendi muita coisa fazendo faxina e esse também é um trabalho muito digno.

E eu estava justamente me arrumando para ir a esse emprego.
Coloquei meu uniforme que era uma calça larga de cor azul marinho e uma camisa branca com mangas azuis igual a calça e nela vinha bordado o logo da empresa bem grande no lado esquerdo, bem no peito, a incrível empresa terceirizada de serviços gerais "Brilhante", pois "DEIXAMOS SEU AMBIENTE UM BRILHO". Esse era o slogan da empresa.

Sai da minha casa, que era uma cabana bem pequenininha na região periférica da cidade, carregando nas costas a minha inseparável mochila verde com meu agasalho, lanches e um livro.
Até o trabalho eram 2h de viagem, a empresa ficava na zona abastada da cidade, então eu pegava um ônibus e um trem até lá. 

Da janela do ônibus e do trem, eu via a diferença de um bairro para o o outro, gradativamente...
O paralelepípedo frio e sujo, com pessoas andando mal vestidas e até um pouco surradas sobre eles, ia sendo substituído por calçadas bem pavimentadas, postes de luz decorados com ornamentos e casas grandes e bonitas.
Lá as pessoas andavam bem vestidas, e tinham empregos melhores. Essa era a parte da cidade que não se afetou tanto com a guerra ou que conseguiu se reerguer com facilidade por conta do dinheiro e do poder.
Muitas pessoas dali vinham do país vencedor Flóges. Elas estavam aos poucos conquistando mais território, se mudando para essas regiões ricas.

Acho que, em qualquer lugar do mundo, e em qualquer época, haverá a desigualdade social.
Pensar nisso me deixava triste.

E eu trabalhava para essa gente.
Minha empresa toda dia direcionava eu e meus outros colegas de trabalho para casas, mansões ou escritórios que ligassem pedindo um serviço de limpeza.
Cheguei no horário certo no prédio gigante e cinza da Brilhante, passei pela catraca da frente, bati meu ponto e logo de cara, já avistei minha amiga Kagome.
— Oi Rin! Bom dia! - Ela estava esperando o elevador um pouco mais a frente e abanava a mão para mim com alegria
— Oi Kagome! Bom dia. Como você está? 
— Estou bem e você? Nossa, acho que teremos muita coisa para fazer essa semana - ela falava enquanto subíamos no elevador que havia chegado-  fiquei sabendo que inauguraram outra empresa de call center lá perto da praça. Com certeza vão mandar a nossa equipe fazer a limpeza de lá também.

Kagome apertou o botão 5 que era o andar onde ficava a nossa equipe e então subimos.

— Ah, eu não me importo Kagome - eu disse com um suspiro - desde que eu não seja demitida, eu limpo o que tiver que limpar, preciso deste emprego.
— Ah Rin, você não tinha um sonho? Você tinha um estágio, queria ser professora. O que aconteceu com você?
— Eu tenho que juntar dinheiro para conseguir um lugar melhor para morar Kagome. Eu passei os últimos três anos depois da morte dos meus pais tentando me recuperar do trauma naquele hospital e depois tentando me refazer sozinha. Quero recomeçar aos poucos - eu sussurrei olhando sério para ela - vou terminar a faculdade e me tornar professora sim, pode confiar em mim.

— É assim que se fala meu bem - ela me disse dando um sorrisinho de lado.
Kagome era uma amiga muito especial e gentil. Ela era o tipo de pessoa que você quer ter por perto em qualquer ocasião e que se pode ter total confiança.
**
Quando chegamos ao 5° andar do prédio, colocamos nossas mochilas em nossos respectivos armários que ficavam no corredor ao lado de fora da sala e entramos para falar com o nosso supervisor. James.
Era ele quem nos passava as orientações e tarefas do dia. 

— Bom dia James - dissemos nós duas em uníssono
— Bom dia meninas - disse James com um sorriso - Tudo bem com vocês? Hoje eu quero que a Kagome vá até a casa da Senhora Pêra de novo porque ela quer uma faxina antes do filho voltar pra casa de viagem.

Kagome revirou os olhos, mas só assentiu. A senhora Pêra era uma mulher muito mesquinha que morava no bairro vizinho. Ela sempre fazia comentários maldosos enquanto limpávamos sua casa.

— E Rin - James continuou - hoje você vai fazer uma faxina na residência dos Taisho.

"Taisho? Nunca ouvi falar " - pensei comigo 

— Eles são uma família riquíssima, não sei com qual negócio eles trabalham, mas sei que lá rola uma grana preta - James disse com um sorriso malicioso - Bom, chega de falar dos outros, vou te dar a ficha para você se preparar para o serviço. E, quando voltarem da faxina, teremos uma reunião de turma.

Enquanto James se levantava para ir até a impressora imprimir fichas com os dados dos clientes para nós duas, eu e Kagome nos encaramos.
— Uau, você será a nova faxineira dos Taisho - Kagome me olhou com um olhar espantado

Eu não disse nada, mas dei um sorriso nervoso como resposta.
Bom, eu não tinha ideia de quem eram eles, mas o que eu deveria temer? Parecia ser só mais um trabalho normal de limpeza.

Depois de 3 minutos, James voltou com os papéis.
Peguei a folha e li as informações: endereço, orçamento e pessoa responsável pela casa que iria me receber.

E então, eu e Kagome nos despedimos de James e fomos nos encontrar com nossos respectivos destinos.


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Notas finais do capítulo

"A amizade é como a sombra na tarde - cresce até com o ocaso da vida" - Jean de La Fontaine.

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Bom gente, esse foi o primeiro capítulo. Espero que tenham gostado.
Até o próximo, beijos!



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