7 Minutos escrita por Siaht


Capítulo 2
04h21min – 04h22min




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04h21min – 04h22min

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— Sério, Moony, pare de bancar a dona de casa e aproveite a noite. — Sirius sorriu mais um pouco e acrescentou — Carpe noctem.

Em outros tempos, Remus teria revirado os olhos para o comentário. Naquele instante, porém, precisou se esforçar para reprimir a risada. Não saberia explicar qual era a graça, mas havia gostado do gracejo.

— E fazer o que?

Ele havia recebido autorização dos pais para dormir na casa de James. Prongs, no entanto, estava evidentemente ocupado. Peter continuava ressonando em seu canto da sala. A festa estava acabada. Havia apenas ele, Sirius e os espólios de diversão adolescente não supervisionada. O sono parecia a quilômetros de ambos. Limpar, pelo menos, era um modo de ocupar o tempo.

— Aliás, o que você está fazendo?

— O que parece que estou fazendo?

— Vigiando a rua. Como um cachorro.  — Remus não perdeu a piada.

Sirius gargalhou alto.

— É exatamente isso o que estou fazendo, Moony. Na verdade, foi por isso que os Potter me abrigaram. Sou um excelente cão de guarda.  

— Você é um excelente idiota.

Sirius deu de ombros novamente.

— Bom, isso também.

Remus achou que o silêncio recairia sobre eles, mas Black continuou falando. Ele era assim. Gostava muito do som da própria voz. Detestava a quietude. Precisava preencher as ausências de ruído, como o resto do mundo precisava respirar. Sirius Black: o maior tagarela que você poderia conhecer.

— Eu gosto de observar a noite.

— Por quê? — Remus não sabia o motivo de estar curioso. Mas estava.

— É um pouco mágico, não acha?

— Nós somos bruxos, Sirius. Há muita magia mais impressionante em nossas vidas.

— Sim, muita magia real e impressionante. O que a torna menos impressionante. Trivial. Quando feitiços, poções e encantamentos são sua realidade, parte da rotina, o que nos sobra, além de olhar para os céus? Procurar a magia no cotidiano e no inexplicável. Como os trouxas fazem.

Lupin não soube o que dizer. Havia lógica em toda aquela ladainha delirante.

— Sabe, quando eu era criança, minha prima Andrômeda me disse que as estrelas veem tudo o que fazemos. Que elas escutam. “Faça um desejo a uma estrela, Sirius, e se elas o acharem merecedor, ele irá se realizar”. Uma ideia bonita. Doce. Faz sentido que tenha vindo de Andy, ela era a única pessoa decente em toda aquela família miserável.  — o Black suspirou — Eu queria ainda acreditar nesse tipo de coisa. Queria fazer um desejo agora. Queria acreditar que as estrelas o escutariam.

— O quanto você bebeu, Padfoot?

— Muito. Não o suficiente.


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