Poderes Maléficos

Dei uma volta por todo o castelo à procura de Harry com Scott a tiracolo. Esse cara sabe se esconder quando quer, hein? Já olhei na Torre de Astronomia, na Sala Comunal da Sonserina (nunca se sabe, né? Vai que ele foi sequestrado por Draco Malfoy), SCOTT procurou no banheiro masculino...

-O que, exatamente, a gente está fazendo?

- Você já vai saber. – Disse com um sorriso colgate.

Continuando, já procurei nos jardins e no lago... Ops, não procurei lá. E não é que era lá que ele estava todo esse tempo?

Cheguei perto e tapei seus olhos. Scott ao meu lado prendeu o riso e mexeu os lábios sem som.

-Copiona. – Dei a língua para ele.

- Adivinha quem ééé? – Falei me divertindo com a cara do Harry.

- A louca? – Ele perguntou. Scott fez uma cara tipo ‘ferrou-para-ele’. Virei-o de frente para mim num rompante. NINGUÉM ME CHAMA DE LOUCA. Só o Scott pode e talvez a Ana.

- Oque. Você. Disse?! – Sibilei. Modo Intimidador ON.

- N-nada – Sei... E eu sou Morgana! Mas vou ignorar. - Harry... – Falei com minha melhor cara de pidona – Você é meu amigo?

- Sim – Minhas habilidades incluem total sutileza! Ele nem se tocou. Acho que desenvolvi isso aos 7 ou 6 anos quando as Malditas do Inferno (as tias da cantina) não queriam me dar mais sobremesa. Mesmo com toda a minha fofura.

- Então você sabe que eu adoraria mandar um presente para a Ana, nééé? – Que alias, tem umas defesas naturais contra meus poderes maléficos.

Olhinhos brilhando. Confere.

Beiçinho mínimo. Confere.

Vosinha. Confere.

-Sim.

-Mas eu não tive tempo de comprar. – Falei me lamentando.

- Que pena... – Scott estava atrás de Harry sussurrando algo como “Você é maligna”. E rindo em silêncio! Ele devia parar de fazer isso comigo! Ou eu fico olhando que nem uma boba, ou tenho um Ataque Enorme de Riso (um AER) e estrago tudo.

- E estava pensando se podia ir a Hogsmead para comprar algo, mas lembrei que a próxima visita é só depois do feriado! – Um dia eu vou ter uma loja de logros. Ou vou me tornar auror. Ou os dois! Mas se fosse um emprego trouxa eu seria atriz! – Só daria se eu estivesse invisível e não sei fazer um Feitiço de Invisibilidade (ou qualquer que seja o nome daquele troço).

Nessa hora lancei a Olhadinha. Ele deve ter entendido o recado.

- Olha, – Ele olhou para os lados antes de falar – Eu tenho uma Capa da Invisibilidade que meu pai me deu quando entrei na escola. Você quer emprestada?

- Eu te adoro! – Falei o abraçando. Scott estava quase caindo na gargalhada.

-Só espera aqui que eu já volto com ela. – Falou entrando no castelo.

5 segundos. 5. 4. 3. 2. E...

Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.

- Espero que ele não se importe... – Falei tentando recuperar o fôlego.

- Não se preocupe! – Disse Scott – Ele não vai ligar.

Tá, agora estou me sentindo meio mal por fazer isso com Harry. Que nem quando pedi para Ana comprar um mp4 de natal. Mas deixa pra lá... Ela aprendeu a resistir a minha carinha de anjo, Harry também consegue... Eu acho.

Logo Harry voltou escondendo a Capa dentro do uniforme. Entregou-me e disse para tomar cuidado ao sair da escola.

Quando já estávamos a uma distância segura Scott começou a falar:

- Então é isso? Você coloca a Capa e sai assobiando pelo Portão Principal? – Perguntou. Agora magoei, e não seria tão imbecil!

- Não, panaca! – Respondi o óbvio – Nós vamos sair da escola usando a Capa! E não é tão simples quanto só passar pelo Portão Principal!

- Então você conhece uma passagem secreta? – Perguntou sarcástico.

- Eu não – Nessa hora estávamos perto do vestiário do Campo de Quadribol – Mas conheço alguém que sabe.

Dei um sorriso. Scott seguiu meu olhar e viu os gêmeos Weasley saindo do treino da Grifinória. Realmente não sei o que Olívio Wood tem na cabeça para marcar um treino de quadribol nesse frio, mas tudo bem, talvez me preocupe com isso ano que vem quando passar no teste. E eu vou passar! Escrevam minhas palavras.

[N/A Considerando que já estão escritas né...]

E depois dessa interrupção da autora eu vou continuar narrando.

- Vai fazer essa cara de pidona de novo? – Perguntou Scott. Não, com os gêmeos eu tenho outros meios...

- Não – Respondi – Com Fred e Jorge outra coisa funciona.

Fui andando em direção a eles e pedi que Scott ficasse paradinho.

Fred e Jorge não notaram minha ilustre presença (e isso é quase um crime...) até eu chamar a atenção deles.

- Oi, Nanica – Falaram em uníssono.

Isso me dá nos nervos, mas dessa vez vou deixar passar.

-Oooooi.

Acho que foi então que notara meu sorriso maligno.

-Haan, esse sorriso não pode significar nada de bom – Falou Jorge recuando – Acho melhor nós procurarmos a... Hán...

Olhou para Fred desesperado por uma desculpa.

- Temos dever de casa. – Falou ele. E desde quando eles fazem dever? Principalmente logo antes do natal!

- É isso aí! – Confirmou Jorge – Então com licença.

- Eu preciso de um favor, meninos... – Falei com uma cara inocente.

Eles fizeram cara de descontentamento, gemeram muito, mas...

- Pede logo – Parecia que queriam saber logo o motivo de meu sorriso maligno.

-Podem me emprestar o Mapa do Maroto?

Scott estava atrás deles (quase virou sanduíche entre o muro do vestiário e os Weasley se eles não tivessem parado de andar para trás) e não estava entendendo nada do que eu estava falando.

-Negativo – Falou Jorge na hora.

- É – Completou Fred – Quem garante que você vai devolver?

- É uma pena... – Falei olhando para o chão – Pois aposto que todo mundo vai gostar de ver uma foto sua dormindo com aquele coelho de pelúcia estranho, Jorge.

Jorge ficou apavorado pela possibilidade e espantado por eu ter uma foto disso, ao mesmo tempo. Fred riu do irmão.

É eu sou má.

-E é claro que você, Fred, vai adorar que alguém mande uma carta anônima para os Potter explicando que você está de olho na filha deles, né? – Completei. Essa foi a vez de Fred ficar com medo.

Eles não cairiam na da carinha de anjo, mas uma pequena chantagem sempre funciona.

***

-Viu? – Perguntei para Scott quando voltávamos para o castelo. – Simples.

Eu estava escondendo o Mapa e a Capa no casaco, mas acho que não teria muita gente do lado de fora para notar.

-Vou sempre tomar cuidado para nunca entrar para sua Lista Negra. – Falou, tremendo de frio. Ou de medo. Nunca saberei.

Yeah! Isso significa que eu sou boa.

-Agora só falta ir até Hogsmead e comprar o presente! - Falei, fazendo a Dancinha da Vitória enquanto caminhava. Scott me olhava como se eu fosse louca. DE NOVO!

Porque, em nome de Merlin, todo mundo me olha estranho quando estou fazendo a Dancinha? Eu simplesmente não entendo...

Você é maligna...

Sai daqui consciência! Gritei mentalmente, que cara chato!

Continuando, fomos para um corredor deserto e eu abri o Mapa. Rony estava rondando o banheiro feminino, Harry passeando pelo sétimo andar, Hermione na biblioteca (óbvio...) e Karina na Sala Comunal da Corvinal. Mas não era isso que me interessava.

- Aqui – Coloquei o dedo na estatua da bruxa de um olho só.

- Eu... Sabe... Já ia dizer isso – Falou Scott hesitante. Seeei... Por sorte já estávamos no corredor da estatua, foi só andar um pouco para achar a passagem.

- Dissendium – Pronunciei o feitiço escrito no Mapa com a varinha encostada na estatua. Houve uma série de barulhos estranhos, tipo engrenagens e logo a corcunda da estatua estava aberta. De acordo com os gêmeos, (e tenho certeza de que posso confiar neles, principalmente porque tenho mesmo uma foto de Jorge dormindo) esta passagem levará até o porão da Dedosdemel.

Scott arregalou os olhos e me seguiu pela escada que, SURPRESA, não era uma escada. Era uma coisa que parecia um escorrega de pedra fria. Não foi muito legal.

Uma hora eu empaquei no meio do caminho e Scott bateu com os pés em minhas costas, e fiquei trancada.

- Anda Jade! – Exclamou Scott logo atrás de mim, seu hálito arrepiando meu pescoço, mais ou menos como quando tapou meus olhos.

- Cara, não sei se você notou mas... Estou presa! – Mas minha voz falhou na última sílaba, porque de repente voltei a escorregar e rolamos um por cima do outro os últimos 2 metros desse Escorregador Maligno.

- Scott, você esta bem? – Perguntei no escuro – SCOTT!

- Mmmmm!

- No meu idioma de preferência né? – Falei impaciente.

- Tira mmm, o seu, mmmm, minha boca! – Eu não estava entendendo nada daquele papo estranho, até notar onde estava apoiando o braço. Rolei para o lado saindo de cima dele.

- Melhor agora? – Perguntei ofegante.

- Sim – E ficamos assim, deitados lado a lado tentando recuperar o fôlego.

Logo nos levantamos e notamos que estávamos em um corredor de chão arenoso, gelado e escuro.

Uma das vantagens de ser amiga de uma sabe-tudo, além da ajuda para o dever de casa, é que ela pode lhe ensinar um monte de feitiços que você normalmente aprenderia apenas no terceiro ano.

-Lummus – Acendi a varinha e pude ver melhor o corredor e Scott. Andamos em frente e pelo que parecera uma hora depois (depois descobrimos que foram vinte minutos) vimos degraus de pedra gastos, que levavam a um alçapão. A luz fraca que vinha dali iluminava pouca coisa, mas já dava para enxergar melhor.

Abri uma fresta do alçapão e vi um monte de caixas com alguns enfeites de natal. Não havia ninguém.

Virei-me para Scott e sussurrei:

- A barra tá limpa.

Joguei a Capa de Harry sobre nós dois e andamos em silêncio até a entrada. Claro que não sem olhar os doces um pouco, aquele lugar dava a impressão de que engordava só de entrar!

Mais ou menos aí eu me lembrei de um detalhezinho sem importância. O que eu compraria para Ana?!?

Talvez no próximo cap eu já tenha bolado alguma coisa. ; D