Ao longo de mais uma aula, o professor Arc apresentava aos seus alunos um dos novos meios de entretenimento do mundo trouxa: o vídeo game.

Dentre as explicações a respeito do objeto, o mestre exibia fotos dos primeiros consoles e alguns dos jogos mais famosos de cada um dos aparelhos. Para tornar o momento mais palpável, Christian levou até a sala uma televisão e um vídeo game, ambos enfeitiçados para que funcionassem durante a aula.

—Esse é um dos vídeos games mais famosos da atualidade, o Super Nintendo. – Disse, apontando para o objeto – E os jogos dele são divididos em categorias como: aventura, corrida, luta e existem até mesmo jogos que simulam os esportes praticados pelos trouxas.

—Professor, o sr. trouxe algum para a gente ver? – Questionou uma aluna da Corvinal.

—Claro que eu trouxe. – Respondeu animado, mostrando uma caixa retangular para os alunos – Esse aqui é um jogo de luta chamado Vingadores, o confronto.

No momento em que Arc mencionou o nome do jogo, Frank e Elizabeth se entreolharam com receio de que Sirius e James fizessem alguma ligação do V deixado na parede, com o grupo de heróis, mas para o alívio deles, os “rivais” não fizeram qualquer comentário relacionado àquela associação.

—Inclusive, eu quero saber quais de vocês querem jogar. – Disse Christian, percebendo algumas mãos levantadas, inclusive as de Black e Potter que saíram de seus lugares, a pedido do mestre.

—Você não vai jogar? – Questionou Sirius, à Elizabeth.

—Eu sempre jogo com o meu tio, então vou dar o meu lugar para os outros. – Explicou.

—Aposto que você está com medo de perder para mim. – Zombou, Sirius.

—Se enxerga, Black. – Retrucou, revirando os olhos em sinal de frustração – Vai logo, que o professor está te esperando.

—A primeira dupla a jogar será o Sr. Black e o Sr. Potter. – Informou o professor, que antes já havia ensinado os comandos do joystick aos estudantes – Agora, selecionem um dos personagens para lutar.

—Eu vou escolher esse tal de Homem de Ferro. – Disse James, mexendo do controle.

—Nem vem, eu vi ele primeiro. – Rebateu Sirius.

—Calma, vocês dois podem escolher o mesmo personagem. – Informou Christian – Agora apertem o botão B para iniciar o confronto.

Ambos obedeceram ao comando de Arc e a batalha fora iniciada, gerando a movimentação dos alunos que se levantaram e formaram duas torcidas.

—Aperta para trás, para se defender, Black. – Afirmou Lizzie, empolgada.

—Ei, não vale ajudar. – Reclamou Potter, apertando os botões do controle, freneticamente.

—Quem disse que não vale? – Retrucou Sirius, com a atenção presa na tela da televisão.

—Você já jogou, srta. Mcguire? – Questionou Christian, curioso.

—Sim, o meu tio tem esse vídeo game. – Respondeu, sem desviar a atenção da luta – Mas eu prefiro um outro jogo chamado Mortal Kombat, ninguém ganha de mim quando eu escolho o Raiden.

—Ganhei. – Comemorou Sirius, levantando os braços para cima.

—Oh idiota, ainda tem uma rodada. – Avisou Potter, impaciente.

—E eu vou ganhar essa também. – Se gabou, esperando a próxima partida começar.

—Mas dessa vez, sem ajuda. – Avisou James, olhando rapidamente para Elizabeth.

—Quero ver me impedir, Potter. – Rebateu Lizzie, se aproximou de Sirius para cochichar em seu ouvido – Quando ele estiver se aproximando, deixa o botão A pressionado, depois você aperta para frente, para trás e o botão B.

—Tá bom. – Respondeu o rapaz, que na primeira oportunidade que teve, seguiu o conselho de Mcguire e conseguiu atingir o adversário com um golpe especial, deixando o oponente com a barra de energia quase no fim.

—Como você fez isso? – Questionou James, impressionado.

—Pega esse golpe, idiota. – Disse Sirius, ignorando a pergunta do amigo e finalizando a luta com um novo acerto. – Ganhei!

—Toca aqui. – Disse Lizzie, estendendo a mão no sentido de Sirius que retribuiu o gesto.

—Valeu, parceira. – Falou Black.

—Ei, isso não vale. – Reclamou Potter, olhando feio para os dois.

—Sem brigas, rapazes. – Pediu Arc, calmamente – Agora os próximos a lutarem são o Sr. Uemura e a Srta. Williams.

—Se prepare Williams, porque eu conheço esse vídeo game como a palma da minha mão. – Afirmou o estudante, confiante.

Após aquele confronto, Christian conduziu mais algumas rodadas do jogo e encerrou aquela aula, prometendo uma repetição da atividade futuramente. Foi durante uma dessas lutas, que Longbottom conseguiu ouvir James comentando com Sirius de que eles iriam na cozinha de Hogwarts durante a madrugada.

Frank guardou aquela informação e só a passou adiante após o término das aulas, pois teve receio de que os dois o ouvissem falar a respeito do episódio.

—Vingadores, reunião marcada para o horário do almoço, encontro vocês do lado de fora do Salão Principal. – Avisou o grifinório, que estava em seu quarto.

Assim que se reuniram, Henry olhou discretamente para dentro do refeitório, para ter certeza de que os quarto alunos da Grifinória estavam almoçando, e que não houvesse a possibilidade de eles estarem bisbilhotando a conversa do grupo, por baixo da capa de invisibilidade.

—Eles estão lá dentro, pode falar. – Avisou o lufano, assim que se aproximou totalmente do grupo.

—Eu ouvi eles falarem que vão à cozinha de madrugada, e com certeza vão aprontar alguma coisa por lá. – Informou Frank.

—Disso eu não tenho dúvida. – Concordou Raven – Mas o que nós podemos fazer, para impedir que eles aprontem?

—Simples, nós vamos fazer o nome do Filch desaparecer do mapa deles e depois o atraímos até a cozinha. – Respondeu Elizabeth – Afinal, eles devem dar uma olhada rápida no mapa, só para ter certeza de que ele não está por perto.

—Eles vão ser pegos em flagrante e ganham alguns dias na detenção. – Completou Evans.

—Como a nossa única função vai ser atrair o Filch até a cozinha, nós podemos dividir a missão da seguinte forma: Alice e Lilian ficam escondidas perto da entrada do Salão Comunal, e quando eles saírem, avisam pelo comunicador. – Disse Frank – Raven, como hoje é o seu dia de ronda, você vai ficar de olho no Filch, para saber exatamente a localização dele. – Determinou, olhando para a corvina – Já eu, Lizzie e Henry vamos ficar perto da cozinha e no primeiro movimento dos quatro, nós vamos até o zelador e o atraímos até lá.

—Perfeito, Frank. – Disse Alice, orgulhosa – E você ainda disse que não seria um bom capitão. – Concluiu, se enrolando no pescoço do rapaz.

—Bom, vamos entrar logo, antes que algum deles veja a nossa reunião. – Avisou Lilian.

—Primeira entram vocês da Grifinória e depois nós três esperamos um pouco e entramos. – Afirmou Lizzie.

—Combinado, Homem de Ferro. – Falou Evans.

(...)

Lilian e Alice esperavam escondidas, atrás de um grande sofá localizado perto da saída do Salão Comunal e assim que perceberam a movimentação na entrada do lugar, trataram de avisar aos demais.

—Os Beatles saíram do salão. – Avisou Fortescue.

—Ótimo, o Filch não está tão longe da cozinha e também não está tão perto, ao ponto dos Beatles o verem. – Disse Raven – Vai dar certinho para eles chegarem até a cozinha, e vocês três o atraírem até lá.

—Já estamos perto da escadaria que dá acesso à cozinha, quando percebermos o barulho nos degraus, vamos atrás do Filch. – Afirmou Longbottom, que não demorou para ouvir as pegadas dos quatro alunos, que além de fazerem barulho com os pés, também conversavam em um volume considerável.

—Vai todo mundo ficar com a boca pegando fogo amanhã. – Afirmou James, rindo.

—Essa ideia de apimentar os bolinhos de abóbora foi genial. – Disse Sirius, animado.

—Dá para vocês falarem mais baixo. – Pediu Remus, preocupado.

—Não tem ninguém por perto, Aluado. – Avisou Black – Eu acabei de ver no mapa.

Após perceberem que os grifinórios haviam se afastado, Henry, Elizabeth e Frank subiram as escadas rapidamente e pediram a localização de Filch para Raven.

—Ray, aonde está o Filch? – Perguntou Henry.

—Ele está há poucos metros da entrada do Salão Principal. – Respondeu, Taylor.

—Vamos ficar perto do salão e de costas para ele. – Afirmou Lizzie – Aí, quando o Filch chamar a nossa atenção, descemos a escadaria para que ele vá até a cozinha, porque provavelmente os quatro estarão fazendo barulho por lá e ele vai escutar.

Após conseguirem chamar a atenção do zelador, que gritou para que os três ficassem aonde estavam, os estudantes desceram as escadas e se cobriram com a capa de invisibilidade, e assim como foi mencionado por Mcguire, os Beatles estavam fazendo barulho dentro da cozinha, o que chamou a atenção de Argo.

—Vocês não deveriam estar fora de suas camas. – Gritou Filch, ao entrar na cozinha e dar de cara com os Marotos.

—Filch? – Chamou Sirius alarmado, pois havia acabado de olhar no mapa – Você não deveria estar aqui.

—São vocês que não deveriam estar aqui. – Rebateu o zelador, irritado.

—É que a gente estava com fome. – Disse Potter.

—Saiam daqui agora. – Ordenou Argo – Eu vou contar para o diretor que vocês invadiram a cozinha e espero que fiquem um bom tempo na detenção... – Dizia antes de perceber a letra V sendo formada em uma das paredes do local – São vocês que estão fazendo isso?

—Não. – Responderam os quatro juntos.

—Ah, tanto faz. – Disse, dando de ombros – Agora eu vou acompanhá-los até o dormitório de vocês, para que não fiquem zanzando por aí.

Henry, Elizabeth e Frank se posicionaram perto da escada novamente, para observar os quatro estudantes sendo levados por Filch, que durante toda a trajetória até o Salão Comunal da Grifinória, não parou de reprovar o comportamento dos jovens.

O quarteto, assim que chegou em seu dormitório, começou a reclamar a respeito do ocorrido, afinal e além do mapa estar perdendo a sua funcionalidade, ainda havia alguém por trás do fracasso de suas pegadinhas.

—Que porra está acontecendo? – Questionou James, indignado – É a segunda pegadinha que não dá certo.

—A pergunta certa seria, quem está sabotando as nossas pegadinhas? – Retrucou Pedro.

—Deve ser alguém da Sonserina. – Apontou Black – A gente precisa fazer uma lista dos alunos de lá, que o nome comece com a letra V.

—Fazer essa lista não vai dar em nada, ainda mais se considerarmos que o V pode ser do sobrenome também. – Mencionou Remus – Ou pior, essa letra pode não ter qualquer relação com o nome e sobrenome, de quem está fazendo isso com a gente.

—Que droga, essa foi uma das melhores ideias que a gente teve. – Disse Potter, cabisbaixo – Ia tomo mundo ficar com a boca queimando.

—E se nós bolarmos uma pegadinha falsa, para pegar esse V em flagrante. – Sugeriu Pedro.

—É isso! – Comemorou James, empolgado – Vamos bolar uma pegadinha falsa e pegar o filho da puta.

—Pettigrew, eu te amo. – Declamou Sirius, animado.

(...)

Acomodados na cabana de Hagrid, os Vingadores tomavam chá enquanto o meio-gigante comentava emocionado o final da novela, que haviam acompanhado por semanas.

—Crianças, eu estou muito feliz com o final da novela, a nossa Paulina ficou com o seu grande amor. – Disse, com os olhos marejados.

—E a Paola se ferrou bonito. – Afirmou Lizzie, com a boca cheia de bolinho de abóbora.

—Da próxima vez, a gente pode ver com vocês? – Perguntou Evans.

—Claro que pode, minha menina, quanto mais gente, melhor – Disse olhando para o céu, através de uma das janelas da cabana – Olhem que lua mais vistosa, crianças.

—É, daqui há alguns dias já lua cheia. – Comentou Henry.

No momento em que as palavras lua cheia foram mencionadas por Thompson, Raven teve uma visão e nela a garota conversava com Remus Lupin.

—Raven, eu sou apaixonado por você, desde a primeira vez que eu te vi. – Disse o rapaz, emocionado – Mas nós não podemos ficar juntos, você sabe que eu sou um monstro.

—Você não é um monstro, é a pessoa mais gentil que eu conheço. – Retrucou – E eu estou disposta a encarar isso com você.

—Eu nunca me permitiria colocar você em risco, te fazer ficar com medo de mim. – Fez uma pausa ao segurar o rosto da garota, com cuidado – Me entende, por favor.

—Remus, eu não tenho medo de você, por você ser um lobisomem. – Rebateu Raven em sua visão, antes de voltar à realidade.

—Ray. – Chamou Alice, que estava ao lado da garota – Está tudo bem?

—Ah...está sim. – Mentiu – Eu só estava viajando aqui.

—Aposto que você ficou impressionada com a lua, não foi? – Perguntou Hagrid, sorridente.

—É...foi isso mesmo.