Playing With Fire đŸ”„ Sirius Black escrita por Beatrice do Prado


CapĂ­tulo 29
I Want To Break Free


Notas iniciais do capĂ­tulo

Finalmente o capĂ­tulo saiu!!

Desculpem mais um atraso, mas esse capítulo, até agora, foi o mais difícil para escrever, e o mais pesado, e não foi porque é o mais longo, é que no mesmo capítulo eu mostrei parte da família da Lizzie e os Black...não preciso nem explicar nada, né.

A mĂșsica de inspiração do capĂ­tulo Ă© a do Queen, I Want To Break Free.


Espero muito que gostem, sério mesmo


Boa leitura



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ApĂłs se despedir dos amigos na ferroviĂĄria KingÂŽs Cross, Elizabeth caminhou no sentido dos pais, que a aguardavam do lado de fora do local.

—Seja bem-vinda de volta, minha filha. – Anunciou o pai Robert, antes de abraçå-la. – JĂĄ adianto que estamos muito orgulhosos, por vocĂȘ nĂŁo ter arrumado encrenca em Hogwarts.

—Isso Ă© verdade. – Citou a mĂŁe Katherine, antes de abraçar a filha – Dessa vez, nĂŁo recebemos nenhuma notificação da sua escola.

—Isso só prova que o problema não era eu, e sim Ilvermorny. – Se defendeu, entregando as bagagens ao pai.

—Claro que sim, Elizabeth. – Retrucou Katherine – Como se nĂłs nĂŁo te conhecĂȘssemos.

—E o presente do tio Keith, já chegou? – Perguntou, na tentativa de mudar o assunto.

—Depende. – Respondeu Robert.                                                       

—Depende do que? – Questionou, preocupada. 

—No caminho para casa, eu te explico. – Respondeu o patriarca, ao abrir o porta-malas do automóvel no intuito de guardar as malas de Elizabeth, que entrou no carro com sua mãe.

JĂĄ dentro do veĂ­culo e antes de ligĂĄ-lo, para que retornassem Ă  residĂȘncia da famĂ­lia, Robert encarou seriamente a filha que estava no banco de trĂĄs.

—Que olhar Ă© esse? – Perguntou, ainda mais preocupada do que anteriormente.

—Minha filha, vocĂȘ sabe o quĂŁo importante foi para mim, que a nossa famĂ­lia se mudasse para Londres. – Explicou – E como amanhĂŁ nĂłs visitaremos a casa dos Black... – Dizia, antes de ser interrompido por Lizzie.

—Pai, eu vou me comportar nessa festa, não se preocupe. – Assegurou, aliviada por saber que o assunto importante era aquele.

—Isso Ă© uma promessa? – Questionou o homem.

—Sim, aliás eu sou amiga de um dos filhos dos Black. – Informou.

—Creio que esteja falando de Sirius Black, pois ele Ă© da sua idade. – Apontou Katherine.

—Não, eu estou falando do Regulus, o filho mais novo. – Afirmou Elizabeth.

—Parece que dessa vez vocĂȘ fez amizade com as pessoas certas, pois alĂ©m de Regulus, vocĂȘ Ă© amiga de Ethan White, estou errada? – A mĂŁe perguntou.

—O Ethan Ă© sĂł um colega, que eu falo de vez em quando. – Informou Lizzie.

—Elizabeth, eu deixei bem claro que vocĂȘ precisava ser prĂłxima do Ethan, foi o pai dele quem nos ajudou com a questĂŁo da mudança para cĂĄ. – Reclamou, Katherine.

—NĂŁo estĂĄ bom eu ser amiga do Regulus? Ele Ă© um Black. – Argumentou Mcguire.

—E quem sĂŁo aqueles estudantes, que eu vi se despedindo de vocĂȘ? – A mĂŁe, questionou.

—VocĂȘs disseram que eu poderia ser amiga, de quem eu quisesse. – Retrucou Elizabeth irritada, afinal, da Ășltima vez em que a mĂŁe questionou o nome de uma amiga sua, no primeiro ano em Ilvermorny, a mulher acabou humilhando a menina, por nĂŁo ser uma puro sangue e Mcguire nĂŁo queria que isso se repetisse.

—E vocĂȘ pode, Elizabeth sĂł que... – Dizia a mĂŁe, antes de ser interrompida por Robert.

—Deixa para lá, Katherine. – Pediu o pai.

—E o meu presente do tio Keith? – Perguntou, novamente.

—Está em casa. – Respondeu, a mãe – O que o seu tio aprontou dessa vez, que te deixou tão ansiosa?

—Eu nĂŁo sei o que Ă©, por isso estou ansiosa. – Respondeu.

—Bom, vamos jantar fora e depois retornamos para casa, para que o seu pai te dĂȘ o presente do Keith. – Informou Katherine.

(...)

Assim que a família chegou em casa, Robert entregou o presente de seu irmão Keith à filha, que subiu as escadas correndo e entrou em seu quatro. Ao rasgar o embrulho e abrir a caixa, Lizzie conseguiu ver uma carta, um porta-retratos com a foto dos dois e uma caixa menor envolta por um laço vermelho.

Querida, sobrinha

Se prepare para receber, o presente mais Ăștil de sua vida!

Como eu sei que vocĂȘ vai passar o Natal, na casa de alguma famĂ­lia entojada e nojenta, que nĂŁo consegue desenrolar uma conversa decente, eu e os meus amigos TĂ­bio e Peronio criamos algo para vocĂȘ nĂŁo morrer de tĂ©dio.

Nessa caixinha vocĂȘ vai encontrar dois botĂ”es, como os de uma camisa, e eles vĂŁo servir para vocĂȘ ouvir a mĂșsica que quiser, e na hora em que quiser. Para isso, basta posicionĂĄ-los em sua orelha e pensar no nome da canção que vocĂȘ quer ouvir, apĂłs isso e de maneira instantĂąnea, a mĂșsica vai começar a ser emitida dos botĂ”es.

Para mudar de mĂșsica, basta pensar no nome da outra canção, e caso queira que pare, Ă© sĂł retirĂĄ-los das orelhas.

AĂ­ vocĂȘ pode estar pensando: “Os chatos dos meus pais vĂŁo ver isso na minha orelha e me impedir de usĂĄ-los”

Resposta:  assim que vocĂȘ posicionar os botĂ”es em sua orelha, eles vĂŁo ficar invisĂ­veis.

E entĂŁo vocĂȘ vai pensar em um outro porĂ©m: “Mas e se eu me distrair com a mĂșsica, e alguĂ©m iniciar uma conversa comigo? ”

Pois bem, no momento em que qualquer pessoa começar a falar com vocĂȘ, o som para automaticamente.

Ou seja, nĂłs pensamos em tudo!

Ah, e caso os seus pais perguntem qual foi o presente que te dei, eu mandei junto dos botĂ”es, um porta-retratos nosso, vocĂȘ pode falar que o seu presente foi esse.

É isso, minha praguinha favorita.

Tenha um ótimo Natal e nunca se esqueça que eu te amo.

Beijos e chutes nas canelas.

Tio Keith

 

 

Elizabeth guardou a carta de seu tio e abriu a caixa que continha os botĂ”es musicais, para que pudesse testĂĄ-los. Assim que os posicionou em sua orelha, pensou na mĂșsica “I Wanna Dance With Somebody” da cantora Whitney Houston, e logo a melodia da canção começou a ser emitida.

Devido a empolgação por estar ouvindo uma, de suas mĂșsicas favoritas, a garota subiu em sua cama e começou a dançar, mas aquele momento de descontração fora interrompido pelas batidas em sua porta.

—Lizzie, abra a porta.  – Pediu a mĂŁe, fazendo a mĂșsica parar, assim como havia sido explicado por Keith, a respeito do funcionamento dos botĂ”es.

Ao entrar no quarto, o olhar de Katherine fora direcionado Ă  cama da jovem, para que pudesse descobrir qual era o presente que Elizabeth havia ganhado.

—Ele me deu um porta-retratos com a nossa foto. – Informou a jovem, antes que a mãe perguntasse.

—Finalmente ele resolveu te dar um presente normal. – Disse, aliviada – Parece que tudo está melhorando para essa família.

—É, vocĂȘ tem razĂŁo. – Concordou Elizabeth.

—VocĂȘ me dando razĂŁo?  – Perguntou confusa, antes de prosseguir com o diĂĄlogo – Bom, mas nĂŁo foi isso que eu vim fazer aqui.

—Ixi, lá vem bomba. – Debochou.

—Eu vim falar do Ethan White. – Disse a mãe, que se sentou na cama da filha.

—Falar o que, especificamente? – Questionou, se sentando ao lado de Katherine.

—Ele Ă© um rapaz de uma excelente famĂ­lia, e vocĂȘ jĂĄ estĂĄ com idade para pensar em casamento. – Afirmou, fazendo com que a filha revirasse os olhos, em sinal de frustração.

—Eu já te disse que não quero casar. – Afirmou, seriamente.

—VocĂȘ quer morrer sozinha? – Perguntou, indignada.

 -No caixão só cabe um, pelo que eu saiba. – Respondeu, dando de ombros.

—Elizabeth, pensa bem no que eu estou te falando, o sr. White nos ajudou muito com todo o processo de mudança e ele tem um papel fundamental, para o que está por vir. – Informou.

—E o que está por vir? – Lizzie perguntou, confusa.

—Nada. – Respondeu a mãe, já se levantando – Agora descansa, porque amanhã nós precisamos acordar cedo, para comprarmos as roupas do Natal.

—E eu vou poder escolher? – Questionou, esperançosa.

—Mas Ă© claro que nĂŁo. – Respondeu, dando um beijo na testa da garota.

—Só espero que o vestido não tenha babado. – Disse.

—Babados saĂ­ram de moda, no semestre passado. – Informou a mulher. – AtĂ© amanhĂŁ e nĂŁo demora para dormir. – Disse, antes de sair do quarto e fechar a porta.

—É muito bom te ver de novo, Jon Bon Jovi. – Afirmou ao olhar para o teto, local aonde havia colado vários pîsteres do cantor, e que ficavam invisíveis aos olhos dos pais.

Logo, pensou em uma de suas mĂșsicas favoritas daquela banda, a canção “Bad Medicine”, que começou a ser emitida pelos botĂ”es musicais.

—Meu tio tinha razĂŁo, esse Ă© o presente mais Ăștil que eu poderia ganhar. – Disse, para ela mesma.

(...)

Ao chegarem na nobre casa de Orion e Walburga Black, a famĂ­lia Mcguire fora muito bem recebida pela matriarca da famĂ­lia, que se colocou Ă  inteira disposição para mantĂȘ-los confortĂĄveis, durante aquela comemoração de final de ano.

—Fico satisfeita em tĂȘ-los em minha residĂȘncia, para que possamos comemorar juntos o grande futuro que nos espera. – Anunciou Walburga, com um sorriso quase que malĂ©fico em seu cenho, e que fora capaz de arrepiar os pelos dos braços de Elizabeth.

—NĂłs Ă© quem agradecemos ao convite e hospitalidade, sra. Black. – Afirmou, Robert.

—Creio que essa seja a filha de vocĂȘs, a Elizabeth Mcguire. – Disse a mulher, encarando Lizzie com atenção.

“Não, eu sou a Xuxa” Pensou Elizabeth, que com apenas alguns segundos perto daquela mulher, já havia criado uma barreira emocional espessa contra ela.

—Sim, essa Ă© a nossa filha Elizabeth, e ela disse que Ă© amiga de um dos seus filhos. – Informou Katherine. – O Regulus.

—NĂŁo teria como ser diferente. – Disse a sr. Black, satisfeita – Bom, fiquem Ă  vontade, entrando no salĂŁo principal, vocĂȘs jĂĄ poderĂŁo ver o meu esposo, o Sr. Orion e nossos dois filhos. – Informou – O restante de nossa famĂ­lia estarĂĄ conosco, em poucos minutos. – Disse, antes de se afastar da famĂ­lia Mcguire.

Ao entrar no espaço mencionado anteriormente, Elizabeth conseguiu visualizar Regulus parado de um lado do salão, e Sirius recebendo uma caixinha prateada de seu pai, o qual avisou ao filho mais velho de que os Mcguire haviam chegado, fazendo com que ele se virasse para encarar as visitas.

—Sejam muito bem-vindos. – Anunciou Orion, ao se aproximar dos convidados, na companhia dos dois filhos – E muito obrigado por terem vindo festejar essa data, conosco.

—NĂłs Ă© quem agradecemos. – Afirmou Robert. – Afinal, temos muito o que comemorar.

—Com toda a certeza, Robert. – Concordou o sr. Black – Aceitam alguns drinks, para começáramos a noite?

—Aceitamos sim, Orion. – Respondeu o pai de Lizzie, que acompanhou o sr. Black, na companhia de sua esposa Katherine.

—E o que vocĂȘ achou da mui antiga e nobre casa dos Black, Mcguire?  – Questionou, Sirius.

—Muito linda, nota dois. – Respondeu baixinho.

—Como? – Questionou Sirius.

—Eu estava analisando o nome de vocĂȘs e fiquei com uma dĂșvida. – Disse Lizzie, mudando de assunto – O nome do pai de vocĂȘs Ă© Orion, a da mĂŁe Ă© Walburga, e vocĂȘs sĂŁo Regulus e Sirius. – Apontou Mcguire, pensativa – É alguma tradição dos Black, terem nomes relacionados Ă  Astronomia.

—Sim, todos os membros possuem nomes relativos a isso. – Respondeu Regulus.

—Me digam que alguĂ©m dessa famĂ­lia tem o nome de AndrĂŽmeda, Ă© a minha galĂĄxia favorita. – Disse, encarando os irmĂŁos Black, com atenção.

—Tinha, mas ela foi expulsa da famĂ­lia por se casar com um trouxa. – Afirmou Sirius descontente, jĂĄ que a prima AndrĂŽmeda era uma das Ășnicas pessoas da famĂ­lia, a qual ele se dava bem.

—Sirius, não entre nesse assunto, os nossos pais podem ouvir. – Repreendeu Regulus.

—Pode deixar, irmãozinho. – Disse o irmão mais velho, revirando os olhos

—Seria o auge se ela tivesse um irmão chamado Ikki. – Disse Lizzie, se divertindo.

—Ikki? – Questionou Regulus, confuso. – Na verdade, nossas primas se chamam: Bellatrix e Narcisa.

—Olhem quem chegou, os White. – Anunciou o filho mais velho, ao mudar de assunto

—É para comemorar? – Perguntou Mcguire, insatisfeita.

—Elizabeth, venha cá. – Pediu a mãe, que já se aproximava dos White.

—Por favor, batam na minha cabeça com uma garrafa para eu desmaiar. – Pediu Lizzie.

—Elizabeth. – Chamou a mãe, mais uma vez.

Ao se aproximar da famĂ­lia que acabara de chegar, Katherine se apressou para apresentar a filha aos pais de Ethan.

—EntĂŁo vocĂȘ Ă© a Elizabeth Mcguire, que o meu filho tanto fala? – Perguntou a sra. White, estendendo a mĂŁo para cumprimentar a moça.

“Não, eu sou a Oprah, oh povo sonso” Pensou Lizzie, completamente desconfortável com aquela situação.

—Sou sim. – Respondeu, retribuindo o cumprimento.

—Prazer em conhecĂȘ-la, srta. Mcguire. – Disse o sr. White, a cumprimentado tambĂ©m.

—VocĂȘ estĂĄ lindĂ­ssima, Elizabeth. – Elogiou Ethan, antes de beijar a mĂŁo da moça.

—Obrigada. – Agradeceu – Mas vamos ali conversar com... – Ao se virar, a jovem percebeu que Sirius não estava mais ao lado do irmão –...Regulus.

—Claro, vamos sim. – Concordou, Ethan.

—Com licença. – Pediu Lizzie, antes de se afastar dos White.

ApĂłs conversar por alguns minutos, com os seus colegas de casa, Elizabeth resolveu perambular pela festa, que havia se tornado a pior de toda a sua vida social.

Ao contrĂĄrio de boa parte, da alta sociedade dos Estados Unidos, Ă  qual demonstrava ser preconceituosa de maneira sĂștil, a famĂ­lia Black e os amigos nĂŁo tentavam disfarçar a intolerĂąncia que possuĂ­am por trouxas, nascidos de pais trouxas e mestiços.

Era uma chuva de preconceito e ódio gratuitos, capazes de deixar Lizzie enojada e sem forças, como se toda a sua vitalidade estivesse sendo sugada por aquelas pessoas tão baixas e medíocres.

Com isso, Lizzie resolveu se afastar da multidĂŁo para ouvir mĂșsica, com o auxĂ­lio do presente de seu tio Keith, e para fazer jus ao momento, a jovem optou pela mĂșsica “Scream” de Michael Jackson em parceria com sua irmĂŁ, Janet Jackson.

Afinal, a vontade que ela tinha naquele momento, era o de gritar umas verdades na cara de todas aquelas pessoas preconceituosas, incluindo seus pais.

Em um determinado momento da mĂșsica, Elizabeth sentiu uma de suas orelhas pinicar, a fazendo retirar um dos botĂ”es disfarçadamente, para que pudesse coçar o local rapidamente.

No instante em que levou o botĂŁo para a orelha, a jovem sentiu a sua mĂŁo ser puxada para trĂĄs.

—O que Ă© isso? – Perguntou Sirius, que havia pegado o botĂŁo da mĂŁo de Lizzie.

—Ai que susto, garoto. – Reclamou, alarmada – Me devolve.

—NĂŁo antes de vocĂȘ me falar, o que Ă©. – Retrucou, Black.

—NĂŁo Ă© da sua conta, palhaço. – Rebateu, tentando pegar o botĂŁo da mĂŁo de Sirius, que guardou a peça no bolso da calça.

—Se vocĂȘ nĂŁo quer me falar o que Ă©, eu vou perguntar para os seus pais. – Afirmou, se afastando da garota.

—TĂĄ bom, eu falo. – Afirmou, puxando o rapaz – Meu tio e os amigos dele criaram essas espĂ©cies de botĂ”es musicais – Mostrou o outro, ao pegĂĄ-lo de sua orelha – Para que eu pudesse ouvir mĂșsica durante essas festas chatas que meus pais me obrigam a participar, ninguĂ©m percebe que eu estou usando, porque quando eu os coloco na orelha, eles ficam invisĂ­veis, e quando alguĂ©m tenta falar comigo, a mĂșsica para.

—E como esses botĂ”es tocam mĂșsica? – Questionou, interessado.

—VocĂȘ os coloca na orelha e pensa na mĂșsica, aĂ­ os botĂ”es começam a emitir a canção automaticamente. – Explicou.

—Genial. – Exprimiu, impressionado. – Sabe o que eu lembrei, que vocĂȘ nĂŁo deu o meu presente de aniversĂĄrio, entĂŁo.... – Disse, pegando o outro botĂŁo da mĂŁo de Lizzie – ...eu acho que vou ficar com isso para mim. – Finalizou, antes de correr para as escadas, que davam acesso ao andar de cima.

—Black, volta aqui. – Pediu Elizabeth, que subiu as escadas, no intuito de perseguir o rapaz. 

No meio da corrida, Lizzie acabou se desequilibrando, por causa do salto alto que nĂŁo estava acostumada a usar, e caiu no chĂŁo com uma dor intensa em seu tornozelo.

Assim que Sirius percebeu o que tinha acontecido, correu no sentido da garota, preocupado.

—VocĂȘ estĂĄ bem? – Perguntou, se abaixando.

—Eu acho que eu torci o tornozelo. – Respondeu, acariciando o local afetado.

—Fica calma. – Disse, antes de pegá-la no colo e entrar em um quarto que estava perto deles, para que pudesse repousá-la em uma cama, que logo Mcguire percebeu ser dele, já que na parede ao lado haviam bandeiras da Grifinória e pîsteres de mulheres de biquíni.

—Nossa, que absurdo. – Criticou, ao olhar para os pĂŽsteres. - Como assim vocĂȘ nĂŁo tem um pĂŽster da Whitney Houston?

—O que? – Questionou confuso, antes de tentar retirar a sandĂĄlia do pĂ© de Elizabeth.

—Whitney Hous... – Dizia, antes de sentir dor –... vai devagar, está doendo um pouquinho.

—Desculpa, eu nĂŁo quis te machucar. – Se justificou aflito, afinal, se ele nĂŁo tivesse pegado os botĂ”es musicais da garota, ela nĂŁo teria corrido atrĂĄs dele.

—O que está acontecendo aqui? – Questionou a mãe de Sirius, ao entrar de supetão no aposento.

—Sra. Black, eu estava tentando achar o banheiro e acabei me desequilibrando por causa do salto. – Explicou Lizzie. – O Sirius que estava por perto, me trouxe atĂ© aqui para me ajudar.

—Srta. Mcguire, eu peço mil desculpas por vocĂȘ ter entrado nesse Ăąmbito... – Dizia de maneira colĂ©rica, ao olhar as paredes do local – ...nesse chiqueiro, ao qual Sirius insiste em chamar de quarto. – A mulher se aproximou da garota, e em poucos segundos conseguiu fazer a dor de seu tornozelo cessar – Agora, eu vou pedir que a srta. me deixe a sĂłs com o meu filho, para que possamos conversar.

—Claro. – Concordou Elizabeth, antes de colocar a sandália. – Com licença.

Hå poucos passos de distùncia do quarto de Black, Lizzie pÎde ouvir os gritos daquela mulher e nisso decidiu ficar para ouvir a conversação.

—O que vocĂȘ pretendia em trazĂȘ-la aqui, seu pervertido sujo. – Dizia, antes do filho tentar interrompĂȘ-la – Cala a boca, seu animal, nĂŁo basta ser uma vergonha para os Black, vocĂȘ ainda quer manchar a dignidade dessa donzela, seu imundo.

—Eu não... – Sirius tentou se defender.

—Eu jĂĄ te mandei calar a boca, ou vocĂȘ quer que eu te torture como mais cedo? – Perguntou, apontando a varinha no sentido do primogĂȘnito – Agora, vocĂȘ vai ficar nesse quarto atĂ© os Mcguire irem embora, sem ĂĄgua e sem comida.

Ao perceber que a conversa estava se encerrado, Lizzie se apressou para descer a escada, mesmo que a vontade fosse ficar para defender Sirius de uma mulher que, erroneamente, se considerava sua mĂŁe.

Como uma mãe de verdade poderia falar aquelas coisas para o próprio filho? Era fato que, Sirius aprontava muitas marotices em Hogwarts e provavelmente em casa também, mas nada justificava aquele tratamento torpe e desumano que beirava à tortura.

Mas o que esperar de uma famĂ­lia que cuspia Ăłdio gratuito como os Black.

De certo e salvo poucas exceçÔes, aquelas pessoas não deveriam sentir feição genuína nem entre os próprios membros daquele clã hediondo.

(...)

Elizabeth havia ficado em um quarto separada de seus pais, para que pudesse descansar melhor da festa de Natal, mas a Ășltima coisa que a garota faria naquela noite seria descansar.

NĂŁo depois de ter ouvido a progenitora de Sirius o humilhar daquela maneira tĂŁo monstruosa.

Ao retornar Ă quelas frases, que ficavam voltando em sua mente de maneira centrĂ­peta, Mcguire se recordou da Ășltima citação que havia ouvido, de seu Black ficaria sem ĂĄgua e sem comida atĂ© que a sua famĂ­lia fosse embora, e nisso se lembrou que, por dica de seu tio Keith, sempre trazia em sua bolsa mĂĄgica, alguns biscoitos e sucos, para o caso de passar fome durante as festas que participava.

Afinal, o tio sabia que essas festas mais chiques tinham de tudo, menos comida.

Nisso, Lizzie decidiu se arriscar em sair de seu aposento e ir vĂȘ-lo em seu quarto, jĂĄ que os dormitĂłrios ficavam no mesmo andar.

Chegando à porta do quarto de Sirius, Elizabeth bateu nela cuidadosamente, porém o rapaz não atendeu, possivelmente por estar dormindo.

Naquele momento, Lizzie teve a ideia de entrar no aposento, sem fazer barulho e deixar a comida em algum cĂŽmodo do local, mas assim que entrou no quarto, percebeu Black, que nĂŁo estava dormindo, se assustando ao vĂȘ-la parada diante de sua cama.

—O que vocĂȘ veio fazer aqui? – Perguntou, se levantando da cama apressadamente. – Ah, eu jĂĄ sei. – Respondeu a prĂłpria pergunta, antes de pegar os botĂ”es musicais que estavam em seu bolso traseiro. – VocĂȘ veio buscar isso.

—Na verdade, eu nĂŁo vim buscar os meus botĂ”es. – Explicou, calmamente – Eu posso me sentar na cama?

—Pode. – Autorizou desconfiado, antes de se sentar ao seu lado.

—Eu ouvi o que a sua mãe te disse.  – Jogou a informação, sem conseguir encarar o rapaz.

—E vocĂȘ veio aqui para rir da minha cara? – Questionou, abaixando a cabeça por estar envergonhado com o que Elizabeth havia escutado.

—NĂŁo, eu vim te trazer comida. – Explicou, antes de retirar de sua bolsa alguns biscoitos e suco e entregar para o rapaz – Eu sei que nĂŁo sĂŁo o bastante para matar a sua fome, atĂ© nĂłs irmos embora, mas eu acho que pode ajudar. – Fez uma pausa – E eu quero que vocĂȘ fique com os botĂ”es musicais.

—Mas foi um presente do seu tio. – Rebateu, colocando a comida de lado.

—NĂŁo tem problema, ele vai entender a situação. – Afirmou – AlĂ©m do mais, vocĂȘ estĂĄ precisando bem mais do que eu. – Disse, ao perceber que Sirius estava encarando o chĂŁo, sem conseguir emitir qualquer palavra, possivelmente por ter ficado surpreso com a sua ajuda – É isso, eu vou te deixar em paz. – Anunciou, se levantando cama.

—Fica. – Pediu, ao segurar o braço de Lizzie, gentilmente.

—Sua mĂŁe pode ouvir a gente conversando e brigar mais com vocĂȘ. – Rebateu Elizabeth, preocupada.

—Eles sempre tomam uma mistura mĂĄgica para dormirem a noite toda. – Explicou Sirius – Eles nĂŁo ouviriam, nem se nĂłs batĂȘssemos as panelas nesse corredor.

—SĂ©rio? – Perguntou, impressionada – Meus pais tambĂ©m tomam uma mistura dessas para dormir.

—Deve ser peso na consciĂȘncia. – Disseram juntos, antes de rirem baixinho e se sentem no chĂŁo, com as costas apoiadas no suporte da cama.

—Eu sĂł nĂŁo posso pegar no sono e ficar aqui atĂ© o amanhecer. – Informou, Mcguire – Assim que os meus pais acordarem, a primeira coisa que vĂŁo fazer, Ă© irem atĂ© o meu quarto.

—Relaxa, Ă© sĂł a gente fazer alguma coisa para nĂŁo pegar no sono. – Disse Black, calmamente.

—Bom, a gente pode ouvir mĂșsica juntos. – Sugeriu Mcguire, recebendo um afirmativo de Black – VocĂȘ fica com um botĂŁo e eu com outro, sĂł que a gente vai ter que escolher uma mĂșsica juntos e quem de nĂłs vai pensar na canção.

—Do jeito que vocĂȘ deve ter mau gosto, eu escolho. – Zombou.

—Eu não tenho mau gosto. – Retrucou, batendo levemente no ombro de Black – Já sei, podemos começar com “I Want To Break Free” do Queen, acho bem coerente para o momento.

—Bem coerente. – Concordou com ĂȘnfase, antes de encarar a moça, orgulhoso – É, eu estava enganado, vocĂȘ tem bom gosto.

—Claro, Ă© por isso que eu nĂŁo gosto de vocĂȘ. – Retrucou.

—Não gosta e está no meu quarto de madrugada, ouvindo Queen. – Rebateu, a encarando vitorioso.

—É uma pena nĂŁo poder mais ir, a um show deles. – Mudou de assunto – Pelo menos nĂŁo com o Freddie Mercury. – Finalizou, antes de pensar na mĂșsica e instantaneamente ela começar a ser emitida.

—É verdade. – Concordou – Mas hĂĄ bandas muito boas ainda formadas, a gente poderia curtir alguns shows juntos. – Fez uma longa pausa, para apreciar o inĂ­cio do instrumental da mĂșsica, que era tĂŁo representativa para ele e aparentemente para Elizabeth tambĂ©m – Mas sĂł depois que eu for expulso de casa, Ă© claro. – Zombou.

—Nossa, vocĂȘ tambĂ©m acha que vai ser expulso? – Perguntou Lizzie, impressionada – E se a gente apostasse para ver quem vai ser expulso primeiro?

—E o vencedor ganha o que? – Questionou, a encarando.

—NĂŁo sei, atĂ© lĂĄ a gente pensa. – Respondeu, antes de começar a cantarolar a canção – I don't want to live alone, hey – Cantava, agora na companhia de Black que encostou a sua cabeça no ombro de Elizabeth – God knows, got to make it on my own, so baby can't you see, i've got to break free.

Após o término da canção, Sirius afastou a cabeça do ombro de Lizzie e ao encarå-la disse:

—Deixa, que dessa vez eu escolho. – Informou, antes que uma nova canção fosse iniciada.

—“Close To Me” do The Cure? Eu amo essa mĂșsica. – Afirmou Elizabeth, antes de perceber que o jeito como Sirius a olhava, havia mudado.

Aquele novo modo de encarĂĄ-la, passava longe do tradicional olhar malicioso que ele sempre lançava quando tentava se aproximar dela em Hogwarts, agora parecia que toda a sua atenção estava focada nela de maneira genuĂ­na, como se toda aquela armadura libertina e egocĂȘntrica nĂŁo o vestisse mais, pelo menos nĂŁo, naquele momento de entrega.

—Se vocĂȘ quiser, eu me afasto. – Disse, ao aproximar o rosto do de Elizabeth.

—Mas eu nĂŁo quero que vocĂȘ se afaste. – Afirmou Lizzie, antes de fechar os olhos e perceber que o rapaz estava se aproximando ainda mais dela.

E mesmo antes de se beijarem, uma onda de satisfação se distribuiu por cada terminação nervosa de seus corpos, revelando que aquele momento havia sido almejado hå muito mais tempo, do que eles poderiam admitir.

Ao sentirem que seus låbios haviam se tocado e aquele beijo havia se tornado vivo, Elizabeth começou a acariciar um dos braços de Sirius, que segurava o rosto da jovem com cuidado, em uma tentativa extintiva de não a deixar se afastar dele.

Aquela sensação de conexĂŁo fĂ­sica e rendição mĂștua, que os jovens estavam compartilhando, havia deixado o orgulho de ambos em estado de ostracismo, fazendo com que, os porquĂȘs de terem se tornado rivais, fossem deixados de lado por toda aquela noite.

Ao tĂ©rmino daquele beijo e sem mencionarem uma Ășnica palavra, Mcguire deitou a sua cabeça no peito de Black que a envolveu com seus braços por minutos incontĂĄveis, atĂ© que se encarassem novamente e voltassem a se beijar.

Quanto mais as suas bocas se exploravam na busca de prazer, mais eles desejavam que aquele momento nunca terminasse, mas infelizmente, logo a noite daria espaço ao dia e eles teriam de se separar, indo cada qual, para a sua própria prisão domiciliar obscura.


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Notas finais do capĂ­tulo

EU PRECISO SABER, O QUE VOCÊS ACHARAM!!!!!

Principalmente do beijo, porque eu nĂŁo sou uma expert em cenas de beijo, e nesse caso eu tentei focar mais no sentimental, o que vocĂȘs acharam?

É sĂ©rio, Ă© para me responder, viu...


Beijos fiquem com Deus



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