Um dia antes do grande plano ser executado, Elizabeth se reuniu com três grupos distintos, no intuito de repassar o que cada participante faria no dia seguinte, assim que estivessem em Hogsmeade.

As primeiras pessoas, que Lizzie chamou para conversar, foram Lilian e Alice que seriam as responsáveis por afastar Remus dos amigos, momentos antes de ela pregar a pegadinha contra os rivais.

—Nós só não bolamos ainda, uma desculpa para tirar o Remus da companhia deles. – Informou Evans.

—Como você e ele me devem doces, por causa do jogo, vocês duas podem entrar no Três Vassouras e chamá-lo para ir com vocês, para comprarem as guloseimas. – Sugeriu Elizabeth.

—E se algum deles quiser acompanhar o Lupin? – Perguntou Lilian, preocupada.

—Vocês vão dizer que é rápido, e que eles vão perder o bom lugar que conseguiram se forem junto. – Respondeu Mcguire.

—Se na hora eles insistirem, mesmo a gente tendo dito que é rápido, nós damos um jeito de eles não irem com a gente. – Apontou Alice, fazendo Lilian concordar com o seu comentário.

—Só me explica uma coisa, Mcguire. – Pediu Evans – Para eles caírem na sua conversa, os três precisam estar bem próximos da sua mesa, mas como você vai conseguir isso?

—Em um primeiro momento, eu cogitei na possibilidade do Sirius dar um jeito de se sentar perto de mim, porque aquele lá ama me irritar, mas como aos sábados aquele lugar fica lotado, eu combinei com alguns alunos da Sonserina de chegarem bem cedo para ocuparem duas meses de quatro lugares, uma do lado da outra. – A estudante fez uma pausa – Uma mesa para mim, Raven, Henry e Frank e outra para os quatro. – Explicou Lizzie – Na hora em que os quatro entrarem no Três Vassouras, os alunos que estão na mesa ao nosso lado, vão sair.

—Fazendo com que os quatro decidam sentar na mesa, que acabou de ficar vaga. – Completou Fortescue.

—Exato. – Afirmou Elizabeth.

—Genial, Mcguire. – Disse Alice, empolgada.

—Amanhã, assim que eles se sentarem ao lado da minha mesa, vocês contam uns dez minutos para tirarem o Remus de lá. – Apontou Lizzie. – Se vocês entrarem logo em seguida, eles podem desconfiar.

—Combinado. – Afirmou Lilian. – Ficaremos atentas para tirar o Remus de lá.

(...)

Acomodados nos sofás de couro, localizados no centro do Salão Comunal da Sonserina, alguns estudantes ouviam Elizabeth com atenção, já que fariam parte do plano de vingança contra os alunos da Grifinória.

—Recapitulando, nós precisamos de dois grupos de quatro estudantes para guardarem duas mesas, uma do lado da outra no Três Vassouras. – Mcguire, fez uma pausa – Uma para eu e meus amigos nos acomodarmos, e depois para quando os inimigos chegarem ao local.

—Eu, Nicky e Ricky podemos chamar um quatro integrante, para se sentar com a gente. – Se prontificou Megan.

—E eu e os meus amigos podemos guardar a outra mesa. – Afirmou Regulus, recebendo um afirmativo dos amigos que estavam com ele.

—Um dos grupos vai ter que se levantar no momento em que os grifinórios chegarem ao Três Vassouras. – Apontou Mcguire.

—Pode ser o nosso grupo. – Indicou Nicky – Podemos até fingir que ficamos com medo de ver o Sirius, por causa da pegadinha do Playmobil e por isso saímos correndo.

—Assim eles não desconfiam de nada. – Afirmou Ricky.

—Ah, eu estou tão ansiosa para me vingar deles. – Disse Megan, empolgada.

—Todos estamos. – Concordou um dos amigos de Regulus, que estava conosco.

—E se nós comentássemos com outros alunos da sonserina para ficarem por perto. – Apontou Megan. – Assim quando eles passarem mal, podemos zombar deles, todos juntos.

—Perfeito. – Anunciou Lizzie. – Mas só comentem com pessoas de confiança, esse plano não pode chegar aos ouvidos deles, antes de ser executado.

—O que será que vai acontecer, quando eles comerem todos os feijõezinhos? – Perguntou Regulus, curioso.

—Ou eles vão vomitar, ou eles vão correr para o banheiro mais próximo. O estômago vai reagir mal à mistura e vai querer expulsar a comida do corpo o quanto antes. – Explicou Elizabeth. – No Três Vassouras tem banheiro?

—Tem sim. – Respondeu Megan.

—Que pena. – Disse Mcguire, angariando as risadas dos colegas.

(...)

O último grupo que precisaria recapitular o plano, era o dos amigos, então Lizzie aguardou a volta para o castelo, após acompanhar Hagrid em mais um capítulo de “A Usurpadora”, para que pudesse ajustar os últimos detalhes de seu grande plano de vingança.

—Você tem certeza de que o meu Remus não vai passar mal, né? – Perguntou Raven, preocupada.

—Tenho, a Lilian e a Alice vão tirar ele de lá, antes que tudo comece. – Respondeu Elizabeth.

—Eu não vejo a hora de ver eles passando mal. – Comentou Henry, animado. – Eles vão passar vergonha na frente de todo mundo, vai ser hilário.

—Não se esqueçam, que quando nós chegarmos ao Três Vassouras, alguns alunos da Sonserina vão dar lugar para a gente. – Explicou Mcguire – Depois que os babacas chegarem, a Lilian e a Alice vão tirar o Lupin de lá, e aí vocês esperam uns minutinhos para me cobrarem de comer os feijõezinhos.

—Pode deixar que eu faço o papel de carrasco. – Se ofereceu, Henry.

—Beleza, agora é só esperar para o grande momento acontecer. – Disse Lizzie, entusiasmada.

(...)

Enfim, o grande momento estava para acontecer, mas antes do quarteto entrar no estabelecimento para aguardar a chegada dos rivais, eles passaram na loja Dedos de Mel, para que pudessem comprar os doces da semana, e os que deviam do jogo “Batatinha Frita,1,2,3”, além de Henry conseguir camuflar, entre as guloseimas que havia comprado, a caixinha manipulada de feijõezinhos.

No caminho para o Três Vassouras, os quatro encontraram o cachorro que Elizabeth havia feito amizade há algumas semanas, e que sempre se aproximava dela com o intuito de ganhar carinho da garota.

—Olhem, é o Peludinho. – Apontou Lizzie. – Eu vou fazer carinho nele, antes de ir.

—Como esse cachorro parece que só gosta de você, nós vamos na frente. – Apontou Raven – Te encontramos lá.

—Eu acho que vou tentar fazer carinho nele hoje e... – Dizia Henry se aproximando do cão, que rosnou ao notar a sua aproximação. – É, deixa para lá.

—Vão, eu não vou demorar. – Afirmou Lizzie, se abaixando para fazer carinho no corpo do cachorro, que lambeu a sua bochecha. – Sentiu minha falta, né? – Perguntou, beijando o focinho do cão, que retribuiu com uma nova lambida. – Eu sei que pareço sempre estar com pressa, mas hoje eu também não posso ficar aqui te fazendo companhia, hoje eu vou... – Dizia Mcguire, antes de ouvir um barulho alto vindo de um chalé que ficava muito próximo de onde estavam, e um homem sair do local gritando frases sem sentido – Acho melhor você voltar para a sua casa, esse lugar está uma loucura hoje.

Elizabeth se despediu do cachorro, e logo iniciou o trajeto até o estabelecimento que havia combinado de encontrar os amigos.

Chegando ao local, ela conseguiu perceber os colegas sentados em uma mesa ao lado as crianças, que haviam a auxiliado com o plano Playmobil. Lizzie notou também, não muito longe dali, Regulus e seus amigos, que haviam conseguido se realocar, após cederem o lugar para Frank, Henry e Raven.

—Eu estou tão empolgada. – Afirmou Lizzie, se sentando.

—Acho que todos estão empolgados, inclusive o pessoal da Sonserina. – Apontou Henry, olhando para todos os cantos do local.

Bastaram alguns minutos passarem, para que o quarteto da Grifinória entrasse no estabelecimento, fazendo com que Megan e os amigos se levantaram, como havia sido combinado anteriormente.

As crianças, antes de se afastarem de vez, e procurarem um canto bem discreto para se estabelecerem, encararam Sirius com temor, fingindo estarem com medo da aproximação de Black, e assim que os quatro se sentaram, Black comentou a respeito do ocorrido.

—Vocês viram a cara daqueles pirralhos? Eles estão morrendo de medo de mim. – Se gabou, encarnado os três amigos.

—Estão mesmo, eles se apressaram para sair da mesa, no momento em que nos viram. – Concordou Pedro.

Na mesa ao lado, o quarteto tentava não rir das frases proferidas por Sirius e seus amigos, já que eles sabiam que aquela reação de medo das crianças, não passava de uma cena.

—Seus pirralhos estão morrendo de medo de mim, Mcguire. – Se gabou Sirius, querendo chamar a atenção de Elizabeth.

—É, estão mesmo. – Concordou Lizzie, tentando se segurar para não rir da cara de Black.

—Você concordando comigo? – Perguntou confuso – Esse é nova.

—É que o meu tio me disse, para eu não contrariar pessoas como você. – Respondeu Elizabeth, seriamente.

—Como assim, pessoas como eu? – Perguntou Sirius.

—A resposta eu deixo no ar. – Zombou Lizzie, fazendo os amigos rirem de sua resposta.

—Ei Remus, nós temos que comprar os doces do jogo. – Afirmou Lilian, se aproximando das duas mesas.

—Ah, mas o lugar ficou bem mais bonito agora. – Afirmou Potter, encarando Evans, que fingia não ter ouvido o comentário do rapaz.

—Foi bom que vocês me lembraram, eu estava esquecendo disso. – Afirmou Lupin.

—Por isso viemos te lembrar. – Disse Alice.

—Nós vamos com vocês. – Informou James, já se levantando.

—Não precisa, nós já voltamos. – Afirmou Evans, obrigando James a se sentar novamente.

—Além do mais, vocês não querem perder essa mesa, né. – Apontou Alice – Olhem em volta, esse lugar está lotado.

—Ela tem razão, James, se nós sairmos agora, não vamos conseguir mais lugares. – Argumentou Black.

—Tá, mas não demorem muito. – Pediu Potter, admirando a sua amada se afastar da mesa.

—Ei Mcguire, por que você não chamou a gente para participar do seu jogo? – Perguntou Sirius.

—Porque só pessoas inteligentes podem participar. – Lizzie disse baixinho.

—Como é? Eu não ouvi. – Afirmou Black.

—Porque vocês estavam treinando com o time de Quadribol, oras. – Respondeu Lizzie.

—Se não treinarmos, como vamos conseguir derrotar a Lufa-Lufa. – Zombou Potter, encarando Henry.

—Ai não, é a volta dos Três Patetas. – Reclamou Lizzie, encarando os três amigos. – Ignora eles, gente.

—Mas que sonserina abusada. – Reclamou Sirius, encarando os dois amigos que sobraram na mesa.

—Falando em ignorar, Elizabeth, quando é que você vai provar os feijõezinhos? – Perguntou Thompson, na melhor oportunidade que tinha, para levar aquele assunto à diante.

—Eu não vou gastar espaço do meu estômago, comendo algo que pode não ser gostoso. – Retrucou Lizzie, entrando no jogo do amigo.

—Está com medo, Mcguire? – Provocou Sirius, ao ouvir a resposta que a moça havia dado.

—Querido, se eu quiser, eu como tudo de uma vez só. – Rebateu Lizzie, que saltitava de alegria por dentro, por ter recebido aquela oportunidade perfeita, para que executasse o seu plano de vingança

—Eu duvido. – Provocou Black.

—Ah é? – Lizzie fingiu estar ofendida – Henry, você tem uma dessas caixinhas de feijõezinhos, não tem?

—Tenho sim. – Respondeu o lufano, procurando a caixa manipulada em sua sacola – Você vai mesmo comer tudo, de uma vez só? – Perguntou impressionado, entrando no jogo de atuação.

—Vou, qual é o problema? – Perguntou Lizzie, dando de ombros.

—Amiga, não faz isso. – Advertiu Raven.

—São só feijões com sabores, o que pode dar de errado? – Perguntou Lizzie, pegando a caixa manipulada das mãos do lufano.

—Essa eu quero ver. –Afirmou Potter, encarando a cena com atenção, assim como Black e Pettigrew.

Elizabeth abriu o lacre do produto e inclinou a cabeça, para que pudesse despejar todo o conteúdo da caixa em sua boca, e após dar a primeira mordida, fingiu estar experimentando um sabor muito ruim, mas depois mudou a feição como que, se estivesse comendo algo muito gostoso.

Após alguns segundos mastigando e mudando o cenho, de satisfatório para insatisfatório, ela finalmente conseguiu proferir as primeiras palavras.

—Gente, eu nem sei explicar o gosto que tem ao misturar tudo, mas é maravilhoso. – Afirmou impressionada, com parte da boca ocupada com a massa que havia sido formada, com a mistura dos feijões.

—Como assim? – Perguntou Frank, curioso.

—Quando você começa a mastigar tudo junto, e a massa dos feijões vai se misturando e sendo engolida, parece que um novo sabor é criado. – Explicou, Lizzie – Sem contar que, quando chega no estômago, dá para sentir algumas explosões dentro dele, é demais.

—Você está brincando com a gente, não está? – Perguntou Raven, fingindo estar desconfiada com aquele depoimento da amiga.

—Não. – Afirmou Lizzie, antes de engolir o resto de massa que ainda estava em sua boca. – É um sabor e uma sensação que eu nunca havia experimentado antes.

—Então eu quero sentir isso também. – Afirmou Henry, empolgado.

—Daqui a pouco nós vamos até o Dedos de Mel e compramos algumas caixinhas para experimentarmos. – Apontou Raven, acalmando os amigos.

—Ei, nós compramos algumas caixinhas, não compramos? – Perguntou Sirius, que havia ficado impressionado com o que Lizzie havia dito.

—Sim. – Respondeu James, de prontidão – Vamos comer tudo de uma vez, igual a Mcguire.

—Vamos. – Concordou Pedro.

Os três amigos abriram juntos as suas caixinhas de feijõezinhos de todos os sabores, e em sincronia inclinaram as cabeças, para que pudessem colocar todas os feijões de uma vez só dentro de suas bocas.

Após mastigarem os feijõezinhos com muita dificuldade, e não sentirem qualquer sabor diferente ou explosivos em seus estômagos, os alunos olharam desconfiados para Elizabeth.

—Tem que engolir tudo para ter o efeito que eu disse. – Explicou Lizzie, fazendo com que os três engolissem a massa, que havia sido formada em suas bocas.

—Eu não senti nada de diferente, Mcguire. – Reclamou Sirius, já sentindo uma pontada em seu estômago.

—Eu estou sentindo, mas é dor de barriga. – Reclamou Pedro.

—Eu também. – Disse Potter apressado, se levantando para caminhar até o banheiro mais próximo, na companhia dos dois amigos, que corriam atrás do parceiro.

—Ei, eu combinei com o pessoal da Sonserina de chamar eles de cagões, assim que eles saírem do banheiro. – Informou Megan, ao se aproximar da mesa em que estava Elizabeth e os amigos.

—Ótima ideia. – Afirmou Lizzie, animada. – Nós vamos acompanhar vocês.

Após alguns minutos de espera, os três alunos da Grifinória apareceram no salão do Três Vassouras, e como combinado, boa parte dos alunos começou a chamá-los de “cagões”, fazendo com que o restante dos jovens, acompanhassem o coro.

Os três estudantes, que ficaram intimidados com a multidão que zombava deles, se retiraram às pressas do estabelecimento, fazendo com que os alunos da Sonserina comemorassem aquele acontecimento, já que anteriormente, aqueles mesmos estudantes haviam jogado um bolsão de fedor na entrada de seu Salão Comunal.

—Eu nem acredito que deu certo. – Afirmou Raven, chorando de rir.

—Vocês viram a cara deles? – Perguntou Henry, que ainda ria do ocorrido.

—Mcguire, você pode pedir o que quiser, que é por conta da Sonserina. – Afirmou um dos amigos de Regulus, se aproximando da mesa em que ela estava.

—Meu querido, não fala isso, que minha barriga é um saco sem fundo. – Retrucou Lizzie.

—Eles saíram daqui espumando de raiva. – Informou Regulus, se aproximando também. – Toma cuidado, que eles vão tentar aprontar uma grande contra você.

—Eles que tentem, porque eu rio na cara do perigo. – Afirmou Mcguire confiante, mesmo que por dentro um temor começasse a invadir a garota.

“Tô ferrada” Pensou Lizzie.