Fizemos um piquenique, na última primavera, debaixo da cerejeira plantada por Suzuha. Lembro-me que uma semana depois, você estava pintando uma bela paisagem, em que estávamos juntos e felizes. Fiquei impressionada com a riqueza de detalhe contida nos traços, bem como por ter recordado até do que eu vestia. Todos os seus desenhos sempre foram muito vívidos, especialmente aqueles do caderno que elaborou, para que eu recobrasse minhas memórias. 

 Ao flagrá-lo pintando, falou que era para mim, pois queria que eu me lembrasse do quanto estávamos contentes. Eu estava no centro da sua paisagem, pois desejava que eu a preservasse para sempre. Não fui tola o bastante para ignorar os tons quentes e pastéis da sua pintura, apesar de produzirem um contraste tão grande quanto o existente entre nós. 

  Meu coração dói desde o dia em que partiu para derrotar seu pai. Tudo que me resta é apertar essa paisagem contra o peito e pedir aos deuses que possa retornar para mim, ainda que você seja um deles. Só queria ser feliz ao seu lado como naquela tarde de primavera do ano passado, em que eternizou nossos sorrisos com lápis e papel. Não quero esquecê-lo, nem ficar sem você, Yato.