Champagne escrita por prongs


Capítulo 1
U: I owe you a bottle of cold champagne


Notas iniciais do capítulo

olá!!! ♥
que prazer imenso estar participando do junho scorose pela segunda vez, sério! eu amei a experiência do ano passado, escrever Bikes, Booze and Snogs foi basicamente o que reacendeu a chama que eu tinha por escrever fics de Harry Potter e desde então só me trouxe coisas boas e pessoas maravilhosas por aqui. sendo assim, desde já deixo aqui o meu agradecimento enorme à Tahii e à Miss A, que idealizaram esse projeto incrível que eu espero que se estenda por várias outras edições.
também quero deixar registrado meu carinho pela Foster e pela Red Hood, que leram essa fic antes e escutaram todas as minhas loucuras e surtos, e também um beijo pra Trice, que tá dividindo esse dia de postagem comigo e é uma maravilhosa em todas as circunstâncias.
eu tava bem travada sem saber o que escrever pro junho scorose, mas sabia que queria MUITO participar, porque sou muito cadelinha desse casal, até que estava assistindo ao filme de In The Heights pela trigésima vez e me dei conta que a cena de Champagne é linda e daria uma história meio agridoce desses dois se contada de outra maneira. quebrei minha cabeça pra passar exatamente o que queria com essa fic, mas espero que ela não decepcione! pra quem quiser escutar a música da cena enquanto lê, é essa aqui (https://open.spotify.com/track/2gah9yPIORW56kLHfZpnSn?si=441a8c7c5b2f46a0)
boa leitura!!! ♥



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Hogsmeade era uma cidadezinha muito, muito pequena no leste da Inglaterra. Poucas famílias moravam lá, todos se conheciam e viviam do pequeno comércio local baseado na pescaria. Não haviam exatamente muitas oportunidades para os jovens que nasciam ali, apesar de a cidade ser aconchegante, bonita e acolhedora, e Rose Weasley e Scorpius Malfoy sabiam bem disso.

O par havia crescido junto, frequentando a escola de Hogwarts durante anos com vários primos de Rose, além de outros amigos em comum que estavam presentes em suas vidas desde que haviam nascido graças às famílias próximas, e aqueles dois melhores amigos, em particular, tinham sonhos grandes demais para Hogsmeade.

Rose queria ser estilista e criar sua própria linha de roupas no futuro, e no último ano de seu Ensino Médio já estava juntando dinheiro para alugar um apartamento em Londres, que ficava há pouco menos de uma hora de sua cidade natal, enquanto também mandava seu currículo para as mais variadas vagas de estágio na Burberry, Stella McCartney, Vivienne Westwood… qualquer lugar que a aceitasse. Ela só queria sair dali.

Já Scorpius sonhava em ir para a Alemanha aprender mais sobre a história sombria de sua família materna, os Black — haviam boatos que antigamente eles se chamavam Brun, mas quando fugiram do país, para não serem mais associados ao nazismo, tiveram que mudar o nome para uma versão anglicizada dele. Ele queria descobrir o que era verdade ou mentira e, talvez, até escrever um livro sobre isso, visto que escrever e pesquisar eram suas paixões.

Quando tinham 15 anos, os dois estavam sentados debaixo das arquibancadas do pequeno campo de rugby da escola conversando sobre o futuro quando decidiram fazer uma aposta: quem conseguisse sair primeiro de Hogsmeade iria ganhar uma garrafa do melhor champanhe que pudesse ser encontrado pela outra pessoa, para que ambos pudessem comemorar que pelo menos um deles tinha conseguido se libertar dali.

Aos vinte e um anos de idade, eles continuavam presos em Hogsmeade. Mas tudo estava prestes a mudar drasticamente, e era só nisso que Rose conseguia pensar enquanto estava parada na porta da casa dos Malfoy que ficava no fim de sua rua, com uma carta em mãos que parecia pesar duas toneladas.

— Você tá me devendo uma garrafa de champanhe! — Ela exclamou assim que Scorpius abriu a porta, e o rapaz a olhou atordoado.

— Você vai embora? — Ele perguntou, ainda confuso, e abriu a porta para Rose, sorrindo.

— Bem, não exatamente… — Ela admitiu, fazendo-se em casa e se sentando em uma dos sofás da sala de estar. — Mas eu consegui, Scorp. Eu consegui um estágio na Burberry. 

Um sorriso enorme se alastrou pelo rosto de Rose enquanto ela estendia a carta para Scorpius, que se apressou a se sentar ao lado dela para ler rapidamente o documento congratulatório. 

— Rose… isso é incrível! — Ele abraçou a ruiva apertado, e Rose se sentiu em casa. Scorpius era seu melhor amigo há anos e ela definitivamente não teria conseguido aquilo sem seu apoio incessante. — E agora, qual o próximo passo?

— Bem, eu tenho que conseguir um lugar pra morar, o que vai ser mais complicado, já que Londres é… muito cara — Rose suspirou, tentando não pensar muito em tudo o que poderia dar errado quando tantas coisas também podiam certo. — Mas eu acho que se eu trabalhar na boutique da Madame Malkin por mais algumas semanas eu consigo o dinheiro pro primeiro depósito.

Depois de alguns segundos em silêncio, Scorpius respirou fundo.

— Eu acho que eu também deveria te dar uma notícia importante… — Ele se curvou até a mesa de centro da sala, pegou um envelope grande e pesado e o entregou para Rose, passando uma mão pelos cabelos loiros. — Eu meio que passei pra estudos literários na Universidade de Hamburgo. Eu vou embora daqui a duas semanas, minha tia-avó Andromeda disse que eu posso morar com ela lá e eu tenho que resolver todos os documentos… 

O ar sumiu dos pulmões de Rose. Duas semanas? Ela sabia que ia embora no fim do verão, mas saber que só tinha mais duas semanas com seu melhor amigo partia seu coração de maneira inexplicável. Mesmo assim, ela olhou para Scorpius com um sorriso no rosto, piscando os olhos para espantar as lágrimas, e o abraçou.

— Scorp, isso é maravilhoso. Você vai aprender mais sobre sua família como você sempre quis, e vai poder escrever e… — Eu vou sentir sua falta, ela pensou, mas apenas o segurou mais apertado. — Albus vai sentir muito a sua falta, você já falou com ele? — Ela sussurrou.

Não era de conhecimento geral, mas também não era segredo para os mais próximos que Albus Potter, a última parte do trio inseparável que eram, batalhava com a ansiedade e a depressão há alguns anos. O tratamento vinha sendo mais efetivo nos últimos meses, porém o que realmente lhe fazia bem era estar com os amigos, e ninguém no mundo era mais próximo dele do que Scorpius e Rose, e ambos iriam embora enquanto Albus continuaria preso à Hogsmeade, já que decidira não aplicar para nenhuma universidade naquele ano.

— Ainda não. Mas ele vai ficar bem, não é pra sempre e ele tem você — O loiro empurrou o joelho da garota com um sorriso no rosto, que ela não conseguiu retribuir com tanto entusiasmo. Tudo iria mudar a partir daquele momento, e ela não sabia como se sentir em relação a isso.

Rose e Scorpius passaram mais algumas horas juntos, conversando sobre planos para o futuro, e como seriam as coisas quando ela estivesse em Londres e ele em Hamburgo. Combinaram de fazer ligações de vídeo semanais, além de mandarem muitas fotos dos lugares turísticos um para o outro. Rose pediu que Scorpius lhe ensinasse palavras engraçadas em alemão, enquanto ele fez a garota prometer que iria lhe dar nem que fosse uma caneta do escritório da Burberry.

E vários dias se passaram.

Eles não trocaram mensagens, por alguma razão, apenas casuais “olha o que eu achei enquanto arrumava as malas” ou “lembra desse dia?” ao mostrar uma fotografia antiga. Rose não tinha energias para conversar com Scorpius sabendo que ele iria embora tão cedo e seu peito estava carregando uma bela mistura de emoções que ela não compreendia. O garoto, em sua defesa, era péssimo em mandar mensagens e nunca começava conversas. Apenas ficava em casa, esperando que o celular apitasse com lembranças de sua melhor amiga enquanto sentia falta dela.

Até que, no dia anterior à viagem de Scorpius para a Alemanha, ele escutou alguém bater na porta de seu quarto. Acreditando ser sua mãe, ele a abriu sem pestanejar, e deu de cara com uma ruiva com um sorriso hesitante e uma sacola estranha nos braços.

— Rose…! — Ele exclamou, surpreso. Estava de pijamas, seu quarto estava vazio devido à mudança, e ele não estava esperando ver a amiga. — O que você tá fazendo aqui?

— Oi — Ela respondeu, um pouco sem jeito, e deu de ombros. — Eu soube que o seu voo é amanhã, sua mãe me disse que ele foi antecipado algumas horas.

— Sim, eu… achei que eu tinha te dito… entra! — Scorpius balançou a cabeça. Tinha passado tanto tempo longe de Rose quando estava habituado a encontrá-la todos os dias que parecia não saber mais como agir na presença da garota.

Ele fechou a porta do quarto atrás dela e os dois se sentaram na cama do garoto, que agora estava vazia, sem nem mesmo lençóis, como o resto de seu quarto. Pôsteres tinham sido retirados das paredes, móveis desmontados, roupas recolhidas e guardadas nas malas. Rose olhou ao redor e suspirou. Tinha passado tantos anos naquele quarto tão familiar que agora quase lhe doía vê-lo vazio. Parecia um reflexo perfeito de como seu peito estava agora.

— Eu consegui achar um lugar relativamente barato em Londres — Ela começou a conversa casualmente, colocando a sacola em seu lado na cama. — Eu acho que vou lá daqui a uns dias pra dar uma olhada e decidir se realmente dou entrada ou não.

— Isso é ótimo! Lembre de me mandar muitas fotos, e de achar um lugarzinho no meio dele pra ser seu ateliê — Scorpius sorriu com gentileza, e Rose sentiu mais um aperto no peito e suspirou.

— Eu não consigo costurar nada há semanas, parece que meus dedos não funcionam mais. Nem meu cérebro. Acho que é essa sensação que tudo tá prestes a mudar drasticamente, eu ainda não me acostumei.

— Uma hora ou outra a inspiração vai chegar — Ele apertou a mão da ruiva ao seu lado na cama, que respirou fundo e assentiu. — Você é a pessoa mais criativa que eu conheço, Rosie.

Os dois se sentaram no silêncio familiar e confortável que eles tanto apreciavam na companhia um do outro por algum tempo, Rose segurando a mão de Scorpius junto à sua e ele observando os pés da garota no chão, que não paravam de se mexer, como era habitual dela.

— Eu trouxe um presente de despedida pra você — Rose finalmente quebrou o silêncio, com o primeiro sorriso sincero que surgia em seus lábios há semanas. — Eu até fui naquela loja chique do centro pra achar ele, sabe… então, quais os seus planos pra hoje?

— Terminar de limpar o quarto, eu acho… — Scorpius levantou uma sobrancelha, sorrindo junto da garota.

— Eu declaro que você já terminou por hoje, então, porque a gente vai celebrar.

Rose se levantou da cama e pegou a sacola que trouxe até a casa do amigo, parando na frente dele e escondendo o conteúdo dela atrás de si, fazendo suspense, até que puxou dela uma garrafa de champanhe, gelado e caro, e abriu um grande sorriso.

— Aposta é aposta, e eu te devo uma garrafa de champanhe.

Scorpius caiu na risada e cobriu a boca com uma das mãos, sem acreditar que Rose tinha realmente cumprido a promessa boba que eles tinham feito há tantos anos que havia se tornado um tipo de piada pessoal entre os dois. 

— Eu não acredito nisso, Rose Weasley realmente está me dando uma garrafa de champanhe caro! — Ele continuou a rir, incrédulo, e se levantou, pegando a garrafa nas mãos para examiná-la mais de perto. — Ela tá até suada de tão gelada, meu Deus…

O rapaz começou a andar pelo quarto, ainda encantado com a situação, e Rose observava cada um de seus movimentos. Seus cabelos loiros, quase da cor de limão, seus pés grandes e atrapalhados, suas mãos longas e elegantes, o jeito como o pescoço de Scorpius tensionava quando ele soltava uma risada. Tudo nele era tão único e especial, e Rose não estava pronta para perder cada detalhe dele para a Alemanha.

— O que você tá esperando? Abre a garrafa! — Ela pigarreou e andou pelo quarto junto do amigo, tentando focar seus pensamentos naquele último momento que eles compartilhariam.

— Eu nem sei se eu tenho copos aqui, eu acho que minha mãe colocou todos os que eu tinha no meu quarto nas malas e eu teria que descer na cozinha… — Scorpius andava de um lado pro outro, olhando para gavetas e armários esvaziados, até que Rose encostou em seu ombro para impedi-lo.

— Eu acho que hoje a gente pode beber da garrafa. 

Eles se entreolharam, e Scorpius respirou fundo. Rose sorriu mais, sentindo a tristeza da despedida cada vez mais presente, e sabia que tinha que fazer alguma coisa antes dele ir embora; ou pelo menos falar algo.

— Scorpius, eu… — Rose se aproximou do amigo, que ainda perambulava pelo quarto atrás de copos, tentando miseravelmente abrir a garrafa e evitando olhar para ela. — Eu acho que eu deveria ter te dito isso antes, mas… eu acho que a minha vida não vai mais ser a mesma coisa sem você. Digo, eu nem sei se eu sei mais viver sem você! — Ela soltou uma risada, também evitando olhar para o garoto, virando-se para a janela do quarto que deixava entrar a luz forte do sol. — O que eu vou fazer quando eu voltar pra Hogsmeade todo mês? Qual vai ser a graça de ir no Cabeça de Javali se você não vai estar lá pra tomar um porre de tequila comigo? — Ela suspirou e olhou para Scorpius, que ainda brigava com a garrafa. — Você também vai sentir falta dessas coisas?

— Como que essa merda dourada sai? — Foi a única coisa que ele murmurou, e Rose sentiu seu estômago ferver.

— Scorpius, eu estou falando com você — Ela resmungou e se aproximou dele, arrancando o rótulo dourado do champanhe. — Ou pelo menos tentando! Tudo vai mudar a partir de amanhã, e eu preciso… falar sobre isso!

— Nada vai mudar, Rose. E eu só tô tentando abrir essa porcaria — As bochechas do loiro agora estavam rubras, e ele continuava andando pelo quarto, dessa vez em busca de seu canivete. — Porque a tampinha tá quebrada, mas eu só preciso abrir a garrafa…

— Deixa eu ver — Rose suspirou, mas Scorpius se desviou do toque da mesma.

— Não, eu tô quase lá!

— Larga isso, Scorpius! — A ruiva tomou a garrafa das mãos do amigo, que bufou, e parou em sua frente.

— Você pagou pelo champanhe caro e eu não consigo nem abrir essa droga! — Ele tentou pegar o champanhe de volta para si, mas Rose não o largou, e a garrafa ficou entre os dois, suas mãos se encostando na água gelada que escorria do vidro.

— Não tem problema, quando você vai entender que eu não ligo pro champanhe? 

Scorpius olhou para Rose, para seus olhos azuis como o céu numa manhã de verão que agora o encaravam com mágoa, raiva, e mais alguma coisa indecifrável, e sentiu o coração pesar em seu peito.

Havia passado as últimas duas semanas se acostumando com a ausência dela, e de repente havia voltado à estaca zero. Não fazia ideia de como iria viver todos os seus dias sem Rose, e ela estava, de repente, dificultando isso mais ainda, aparecendo e sendo a garota perfeita que ela era depois de ter sumido sem razão nenhuma. Não era nada justo.

— Você não pode ir embora — Rose disse repentinamente, as mãos na garrafa gelada de champanhe entre ela e Scorpius.

— O quê? — Ele a encarou com as sobrancelhas franzidas.

— A Alemanha fica muito longe, e você sabe que o Albus precisa de companhia também, e… — Ela fechou os olhos, espantando as lágrimas e tentando fazer sentido com suas palavras machucadas.

— Rose, do que você está falando? E o que o Albus tem a ver com isso? — Ele balançou a cabeça.

Ela não tinha direito nenhum de estar dizendo aquelas coisas, não quando ele estava prestes a ir para a Alemanha no dia seguinte. Por que ela nunca havia mostrado alguma objeção à sua partida anos, meses, até dias atrás? Por que ela esperou todo aquele tempo pra dizer que sua presença era tão necessária?

— Eu estou só dizendo que acho que suas férias podem esperar!

— Férias? — Scorpius agora parecia estar com raiva, e largou a garrafa nas mãos da garota. — Rose, você também vai embora! 

— Pra Londres, dá pra pegar um trem todo dia se eu quiser — Ela exclamou, sem acreditar no que ele estava dizendo. — Você vai pra outro país, e eu nunca mais vou te ver!

— Rose, é claro que a gente vai se ver, nós… nós combinamos de manter contato! O que você tá tentando dizer? — Scorpius andava pelo quarto encarando a ruiva que tinha lágrimas nos olhos e respirava com força.

— Você não pode fazer isso, você não pode… se tornar a melhor coisa na minha vida, a única coisa boa de verdade nela e simplesmente ir embora! — Rose quase gritava, com seu rosto ficando vermelho e as lágrimas escorrendo de suas bochechas com raiva.

— Eu não consigo entender por que tudo isso agora se você sabe que eu sempre quis embora! — Scorpius exclamou, exasperado, abrindo os braços, sem saber o que fazer, dizer ou sentir.

— Porque agora ficou real demais, você não entende? — Ela se aproximou dele, que respirava fundo no mesmo ritmo dela.

— Não, não entendo! Por que você tá com tanta raiva de mim, Rose? — Ele gritou de volta, e Rose grunhiu.

— Eu não tô com raiva, seu idiota!

Foi naquele momento, dizendo aquelas palavras, que Rose finalmente percebeu. Ela realmente não estava com raiva de Scorpius. Estava com raiva de si mesma, por ter sido tão cega a ponto de não perceber, por todos aqueles anos, o que estava bem na sua frente; por não ter notado que o ciúme que ela sentia dele era maior que o de um amigo, que a razão para ela querer abraçá-lo a todos os momentos do dia e para a voz dele ser o seu som favorito não era apenas por ele ser quem ele era. 

Rose percebeu que estava apaixonada por seu melhor amigo, então jogou os braços ao redor do pescoço de Scorpius e o beijou, como sempre teve vontade e negou para si mesma por tanto tempo. E então Scorpius a abraçou, as mãos firmes em suas costas, e a beijou de volta, e Rose soube que ele também sempre fora apaixonado por ela, e sentiu seu coração dar voltas em seu peito, perdido e confuso com toda aquela situação.

Ela afastou os lábios dos dele, sua respiração descompassada, e sentiu o gosto salgado das próprias lágrimas no canto da boca.

— Eu só percebi que é tarde demais — Rose sussurrou, e Scorpius enxugou sua bochecha molhada.

— Eu não posso ficar. Você sabe que eu não posso ficar, e… você também não. Você não pode deixar de ir pra Londres e conseguir tudo o que você sempre quis por causa de mim, ou de qualquer outra coisa — Ele afagou os cachos ruivos da garota enquanto a abraçava, e Rose respirou fundo.

Realmente era tarde demais, e não havia nada que ela podia fazer.

— Só promete que um dia, no futuro, a gente vai dividir outra garrafa de champanhe?

Scorpius riu, toda a raiva já esquecida. A única coisa preenchendo o seu coração era todo o amor inexplicável que guardava por Rose, e o medo de perdê-la para a distância, para o tempo, para Londres, para outros amores. As decisões imaturas e turvas dos dois em relação aos seus sentimentos não lhes deixava outra escolha a não ser partirem, cada um para o lugar que tinham escolhido.

— Eu prometo. E se a gente não conseguir fazer isso, eu espero que você saiba que eu tenho certeza que você vai mudar o mundo com as suas ideias.

— De que me adianta o mundo se eu não posso compartilhar ele com você? — Ela murmurou uma última vez.

Scorpius suspirou e eles continuaram ali, abraçados naquele quarto vazio, a garrafa de champanhe já não tão gelado esquecida num canto do carpete, o futuro inteiro na frente deles, desconhecido e amedrontador. Então, no dia seguinte, Scorpius pegou seu avião para a Alemanha, e um mês depois, Rose se mudou para Londres.

E toda vez que tomavam champanhe, eles se lembravam de Hogsmeade, de uma briga ridícula, e de um amor improvável cortado na raiz pelas mãos do destino.

 

DOIS ANOS DEPOIS

 

Scorpius Malfoy [23:18]

ei

é o scorpius

:)

espero que ainda tenha meu número salvo

então, eu meio que consegui uma vaga pra pós graduação em cambridge...

o que você acha de dividir uma garrafa de champanhe caro?


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Notas finais do capítulo

E É ISSO ♥
nem sempre nossos amores terão uma grande história, um grande desfecho, um gesto gigante de abdicação pra prová-lo... essa é a vida, e às vezes só o amor não basta, mesmo que a gente queira ou tente. só nos resta dar tempo ao tempo e esperar que ele traga as coisas certas pro nosso caminho ♥ filosofei toda HAHAHAHAH mas espero do fundo do coração que vocês tenham gostado, e espero aquecer meu coração com os comentários de vocês!! um beijão ♥



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