Extinção escrita por Alina Black


Capítulo 68
Renesmee - A decisão




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Eu nunca imaginei que a morte pudesse ser tão tangível, tão real. Ali estava eu, com um homem ferido em meus braços, lutando para manter seus olhos abertos, lutando pela vida. Eu podia sentir o calor de seu sangue se esvaindo, a vida escapando por entre meus dedos enquanto eu tentava desesperadamente estancar o sangramento.

— Fique comigo-  eu sussurrava, mais para mim do que para ele. - Por favor, não desista.

Mas, apesar dos meus apelos, eu sentia sua respiração ficando mais fraca, seu olhar perdendo o foco. E então, com um último suspiro, ele se foi. O peso de seu corpo em meus braços se tornou diferente, mais pesado, como se sua alma tivesse realmente partido e deixado para trás apenas uma casca vazia.

Uma onda de revolta e tristeza me inundou. Eu estava furiosa com a fragilidade da vida humana, com a injustiça de uma vida ser tirada tão abruptamente. E, acima de tudo, eu estava furiosa comigo mesma por não poder fazer mais, por não poder salvar aquele que havia confiado em mim para protegê-lo.

Lágrimas que eu não sabia que podia derramar começaram a escorrer pelo meu rosto. Eu nunca tinha visto alguém morrer antes. Nunca tinha sentido o peso da morte tão perto. E agora, aqui estava eu, com a realidade cruel e fria da perda cravada no meu coração.

Deixei o corpo sem vida no chão frio de terra batida e olhei para Liah e Cam, seus olhos se direcionaram para a floresta foi quando eu mal podia acreditar no que meus olhos viam. Ben e Bill, estavam retornando, cambaleando e claramente feridos. Meu coração se apertou ao vê-los naquela condição. Eles lutavam para manter suas formas lupinas, mas à medida que se aproximavam da entrada do abrigo, suas silhuetas começaram a mudar, retorcendo-se de volta à forma humana.

Corri ao encontro deles, com Cam logo atrás de mim. Juntos, os ajudamos a entrar, apoiando-os enquanto eles lutavam para caminhar. Uma vez seguros dentro do abrigo, eles desabaram, exaustos e feridos, mas vivos.

— O que aconteceu? Perguntei em um tom de preocupação –Foram vampiros, eles atacaram vocês?

Mesmo demonstrado exaustão os gêmeos trocaram olhares.

— Temos que leva-los a enfermaria – Disse Liah se abaixando para ajudar Bill.

— Nessie— Disse Bill, com sua voz fraca, mas urgente.

— Cale a boca – Gritou Ben usando o restante de suas forças.

— Não podemos por todos em risco – Insistiu Bill.

— Do que estão falando? Perguntou Cam.

— Não podemos esquecer da nossa maior lei – Disse Ben- Temos que sair do abrigo e fugir...

Bill deu um riso fraco, totalmente confusa eu me abaixei ficando na altura dele – O que está tentando me dizer? Eu quero saber.

— Não Bill – Insistiu Ben

— Fomos atacados por vampiros- Disse o gêmeo ignorando os apelos de seu irmão - quatro deles… um é da guarda Volturi.

Meu sangue gelou com a menção daquela facção sinistra. A guarda Volturi era conhecida por sua crueldade e poder. Se eles estavam envolvidos, a situação era grave.

— Eles estão na florestacontinuou Ben- e disseram que se você não for ao encontro deles, eles virão até aqui.

A revelação caiu sobre mim como uma tempestade súbita, implacável e devastadora. A guarda Volturi estava atrás de mim. As palavras ecoavam em minha mente, cada sílaba uma batida de tambor anunciando perigo. Eu sempre soube que era diferente, que havia algo em mim que nem mesmo minha família compreendia completamente. Eles me protegeram, esconderam-me do mundo e dos olhos curiosos dos Volturi, temendo o que poderia acontecer se meu verdadeiro poder fosse descoberto.

Agora, eles tinham me encontrado.

O medo se entrelaçava com a indignação dentro de mim. Por que eu? Por que agora? Minha família havia feito tudo ao seu alcance para me manter segura, para me permitir crescer longe das sombras que agora se aproximavam. Eu podia sentir o peso de seus sacrifícios, a seriedade de suas preocupações. Eles me amavam, e eu a eles, mais do que qualquer coisa neste mundo ou no próximo.

Mas a guarda Volturi não se importava com amor ou sacrifício. Eles viam apenas poder, uma ameaça potencial que precisava ser controlada… ou eliminada.

Eu não queria ser a causa de uma guerra, não queria que aqueles que eu amava sofressem por minha causa. Mas também não podia me esconder, não podia permitir que o medo me governasse. Eu era Nessie, e se havia algo em mim que os Volturi temiam, então eu encontraria uma maneira de usar isso a meu favor.

Eu enfrentaria a guarda Volturi, não como uma vítima, mas como uma força a ser reconhecida.  Dentro daquele abrigo haviam pessoas inocentes que precisavam de proteção e eu usaria isso como minha armadura. Eles estavam atrás de mim, sim, mas eu não estaria sozinha.

— Vocês dois, descansem — disse eu, tentando manter a voz firme. — Cam e Liah, ajude-os a reunir todos no abrigo. Levem-nos para um lugar seguro e não deixem ninguém sair.

— O que você vai fazer? Perguntou Liah temendo a resposta que teria mesmo já imaginando qual seria minha resposta, eu podia ver isso em seu olhar e no acelerar das batidas de seu coração.

— Não posso deixar que pessoas inocentes sofram por minha causa...

— Não pode garantir que eles não sofram, se eles a matarem virão atrás de todos de qualquer forma – Disse Liah em um tom exaltado de voz.

— E quem disse que vou morrer?

Os olhos de Liah se arregalaram – Espera, você...você não vai fazer o que estou pensando vai?

— Liah, eu sempre soube que dentro de mim havia algo mais, algo que nem eu mesma compreendia totalmente. Um poder que permanecia adormecido, escondido nas sombras do meu ser. Eu temia esse lado obscuro, temia o que poderia acontecer se eu o libertasse. Mas agora, diante da ameaça da guarda Volturi, eu não tenho escolha. Eu vejo o medo nos olhos de todos, a preocupação com o que está por vir. Eles olham para mim, esperando uma salvadora, mas tudo o que vejo no espelho é uma garota que está prestes a enfrentar o desconhecido. Eu sei dos riscos, Liah. Sei que ao liberar esse poder, eu posso perder o controle, posso me tornar algo que nem mesmo eu reconheço. Mas se há uma chance, mesmo que pequena, de que isso possa deter os Volturi, então eu preciso tentar.

— Você não pode fazer isso, é suicídio.

— Eu não posso permitir que o medo me paralise, não quando tantas vidas estão em jogo. Então, eu vou mergulhar na escuridão, vou abraçar o poder que me foi dado. E, com sorte, eu encontrarei uma maneira de usá-lo sem me perder nele. Porque, no final, eu faria qualquer coisa para proteger todos, para proteger nosso lar. E se isso significa libertar meu lado obscuro, então que assim seja. Eu só espero que, quando tudo terminar, eu ainda seja a Nessie que você conhece e confia.

Os olhos de Liah brilharam, ela deu alguns passos em minha direção e impulsivamente me abraçou, apesar de surpresa coma aquela atitude eu fechei os olhos retribuindo ao seu abraço – Se você não retorna sendo a Nessie meiga e doce eu mesma faço você voltar.

Dei um sorriso afastando nossos corpos – Estou contando com isso.

— Eu vou com você, Nessie — Disse Cam, e eu pude ver a determinação em seus olhos.

— Você tem que ficar a ajudar Liah...

— Acha que vou quebrar uma promessa feita a Jacob Black? Se algo acontecer a você ele me mata então, não tenho outra escolha.

— Proteger o imprinting é nossa maior lei – Disse Liah.

Eu apenas assenti, apesar do medo que algo acontecesse a Can. Olhei para a Floresta e dei alguns passos parando na entrada, olhei para Can e ele sorriu.

— Acha que eu vou perder o momento de evolução da Jean Grey? Ele falou em um tom brincalhão.

— Tenho certeza que não irá se decepcionar – Respondi sorrindo.

Naquele momento, eu prometi que faria tudo ao meu alcance para proteger aqueles que ainda estavam sob minha guarda. Nenhuma outra vida seria perdida, não se eu pudesse evitar. A revolta que sentia se transformaria em determinação, e eu lutaria com todas as minhas forças contra aqueles que ousassem ameaçar vidas inocentes.


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