Lágrimas Ininterruptas escrita por Hazel Valsher


Capítulo 1
Tanjiro


Notas iniciais do capítulo

Yo! Bem-vindos! Essa ideia, não saia da minha cabeça. Então, acabei não resistindo e aqui estou.

Os capítulos dessa fic, serão mais curtos, com algumas exceções. Assim, esperançosamente, haverá mais de um capítulo por semana.

Os personagens poderão aparentar serem mais OCs, tomem como licença poética hehe.

Essa será minha primeira fic com um casal gay, por favor, tenham paciência comigo. Estou aberta para críticas construtivas.

O próximo capítulo, sairá mais tarde, espero que tenham gostado ~♡



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Sua respiração nublou sua visão por um segundo, a paisagem pintada de branco lhe cumprimentou quando a névoa se dissipou. Ele parou por um segundo, estendendo seus sentidos, nada havia mudado realmente em uma década, desde a última vez que esteve ali.

 

Quando ele subia aquela montanha, era sempre inverno, a neve cobria todo o caminho, cristais de gelo tomavam o lugar da folhagem. No silêncio, os únicos sons ocasionais, eram o assobio do vento e o ranger da madeira velha. Mais alguns passos e ele pode ver a velha cabana, as tábuas estavam soltas, havia buracos no teto de palha. Quando aquela visão surgia, inconscientemente, ele segurava sua respiração, não desejando sentir qualquer cheiro.

 

Não importava o quanto a lógica tornasse aquilo impossível, quase cinco séculos depois, não haveria mais o cheiro de sangue e carne podre. Contudo, ele sempre sentia, tomava suas narinas, enchia seus pulmões e o bile subia por sua garganta. Ele não morreria por não respirar, por isso, ele iria firmemente conter sua respiração, abdicando de uma das suas melhores armas, o olfato. Era um pequeno preço a pagar, para oferecer sua homenagem a família, nada comparado com o que ele já havia sacrificado, certamente.

 

Com as nuvens mais espessas, o sol mal era visível, ainda sim, ele foi cuidadoso em se cobrir inteiramente, mesmo que o frio a muito não lhe incomodasse. Afinal, por outro lado, se o sol aparecesse de repente, seus extintos o incentivaria a buscar o abrigo mais próximo.

 

Sem muita pressa, ele circundou a pequena cabana, seus passos afundando silenciosamente na neve. O túmulo de sua família estava coberto por branco, como todo o resto. Pelos próximos minutos, ele foi cuidadoso em limpar o excesso de neve, reorganizar as pedras que marcava o lugar de repouso de sua mãe, pai e irmãos.

 

O mundo estava mais cinzento quando ele, enfim, se ajoelhou, batendo as mãos e fechando os olhos, em uma prece silenciosa. Estar ali, era como uma arma de dois gumes, sua mente era tomada por memórias de um tempo melhor e então, ele era lembrado de tudo que havia perdido. Ele podia sentir aquele desconforto em seu peito, a queima por detrás de suas olhos. Era pertubadoramente tentador ceder, porém, ele sabia melhor, se o fizesse, não sabia se poderia voltar a recompor-se. Nessa vida, não havia espaço para fraquezas, ele havia tido essa lição da forma mais cruel.

 

Se ele ainda estava ali, vivo, rangendo os dentes e lutando, era por uma esperança fugaz. Em algum lugar, havia alguém que ele desejava mais que tudo, por ela, ele estava disposto a tudo. Foi por ela que ele se tornou o que era, para encontrá-la, para salvá -la e garantir que, pelo menos com ela, ele não falharia, não mais do que já havia. Por Nezuko, Tanjiro deu sua alma ao próprio diabo.

 

Ele dizia não se arrepender. Ele dizia estar bem. A verdade era que ele já havia quebrado há muito tempo.

 

Sozinho, no silêncio do inverno, ele imaginou ouvir as risadas de seus irmãos, a doce voz da mãe e o cantarolar de uma Nezuko contente. Perdido na ilusão utópica, ele passou pelo tempo sem o notar. Quando seus olhos - de um vermelho quase lilás -, voltaram a abrir, uma lâmina com tons de azul, rompia o silêncio com um silvo. 


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Estou aberta a críticas construtivas e sugestões. Bem, o próximo capítulo sai amanhã, até lá ~♡



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