Estávamos duelando faziam um tempo. Os comensais da Morte invadiram o castelo. As aranhas gigantes vieram da Floresta Proibida. Gigantes.
Feitiços cortavam o ar. Em algum momento Tonks se juntou a batalha procurando por Remo.
— O que esta fazendo aqui? - Remo perguntou e eu assumi seu duelo contra Dolohov.
— Eu tinha que vir... Eu precisava...
— Não é hora para isso. - Falei enquanto duelava.
Tonks me ajudou e juntas conseguimos estuporar Dolohov.
— Você viu as meninas? - Perguntei a Tonks antes de virar e acertar um aranha que vinha em nossa direção.
— Estavam com Harry e os outros na Sala na Precisa.
— Com Harry? Na Sala Precisa? - Ela assentiu e eu sorri.
Eles deviam ter encontrado o diadema.
Voltei a batalha. Existiam corpos de pessoas do nosso lado mortas, corpos de comensais estuporados. O jardim do castelo estava uma bagunça.
Corri na direção de Vitor que estava duelando contra um comensal que não reconheci. Me joguei entre as pernas de um gigante e avancei pelos duelos.
Haviam gritos no ar. Era com certeza algo macabro. De repente tudo ficou estranho olhei na direção da floresta onde vultos escuros avançavam na nossa direção. Dementadores.
Acertei o comensal da morte e agarrei as vestes de Vitor pelas costas o fazendo recuar. Ele se assustou de inicio, mas relaxou quando viu que era eu.
— Vamos ter que reunir os outros. - Voltei correndo para mais perto do castelo. - Todos juntos! Preciso de todos que saibam produzir um patrono. Rápido.
Charlotte e Kate apareceram. Por debaixo da fuligem vi que estavam pálidas.
— O que aconteceu?
— Não é o momento. - Charlotte avançou a frente. - Expectro patronum.
Kate e eu a seguimos. A águia de Charlotte apareceu sendo seguida pela pantera de Kate e minha coruja. Logo mais patronos se juntaram a nós e fomos avançando enquanto fazíamos os dementadores recuarem.
— Onde estão os outros? - perguntei.
— Foram ate a Casa dos Gritos. - Charlotte respondeu. - É onde Você-sabe-quem esta.
— O diadema já foi. - Kate falou. - Só falta a cobra. E tudo estará acabado.
Alguns minutos depois a voz de Voldemort ecoou pelo local.
"Vocês lutaram valorosamente. Lorde Voldemort sabe valorizar a bravura. Vocês sofreram pesadas baixas. Se continuarem a resistir a mim, todos morrerão, um a um. Não quero que isto aconteça. Cada gota de sangue magico derramado é uma perda e um desperdício. Lorde Voldemort é misericordioso. Ordeno que as minhas forças se retirem imediatamente. Vocês tem uma hora. Deem um destino digno aos seus mortos. Cuidem dos seus feridos. Eu me dirijo agora diretamente a você Harry Potter. Você permitiu que os seus amigos morressem por você em lugar de me enfrentar pessoalmente. Esperarei uma hora na Floresta Proibida. Se ao fim desse prazo você não tiver vindo ao meu encontro, não tiver se entregado, então a batalha recomeçara. Desta vez eu participarei da luta, Harry Potter, e o encontrarei e castigarei ate o ultimo homem, mulher e criança que tentou esconde-lo de mim. Uma hora."
Os Comensais recuaram para a floresta. Ficamos parados no escuro em frente ao castelo. Corpos no chão.
— O que faremos? - Perguntei a Kingley.
— Vamos levar os nossos para dentro do castelo. - Minerva assentiu. - E os comensais vamos prende-los e manda-los para qualquer lugar que não possam fugir.
Ajudei a levar os mortos para dentro do castelo enquanto Charlotte e Kate ajudavam a levar os feridos. Minerva deixou as mesas do salão principal encostadas nas paredes e o centro vazio onde fomos depositar os mortos.
Quando o corpo de Percy foi trazido e deixado no chão perto da família Weasley eu entendi por que as meninas estavam brancas. Molly se baixou e chorou sobre o peito do filho morto. Olhei em volta. Encontrei Cedrico ao lados dos pais. Seu pai tinha arranhões por todo o rosto e braço, suas vestes estavam rasgadas. Charlotte correu ate eles.
Kate correu ate Olívio e seu pai que seguravam sua mãe. Ela estava suja e com o cabelo bagunçado. Mas o que mais me chamou a atenção foi seu olhar. Parecia fora de orbita. Desviei o olhar e encontrei Vitor ao lados dos pais. Ambos pareciam bem. Consegui ficar mais aliviada quando fui abraça-lo.
Harry apareceu com Hermione e Rony alguns minutos depois. O casal se juntou aos Weasley, mas meu irmão recuou e saiu do salão em direção as escadas. Remo e Tonks se aproximaram de Charlotte e dos Diggory. Pareciam estar tendo uma conversa sobre lobisomens. Remo estava explicando que Amus ficaria como Gui. Não seria um lobisomem, só ganharia alguns hábitos lupinos como gostar de carne praticamente crua.
Procurei me sentar. Minha cabeça estava uma loucura. Observei os mortos no chão. Famílias chorando pelas perdas, outros agradecendo por seus membros estarem bem.
— Tudo bem? - Charlotte perguntou ao se aproximar de mim.
— Sim. - Encostei minhas costas na mesa atras de mim. - E o Senhor Diggory?
— Será como Gui. Mas ficara bem. Acho que melhor que a senhora Wood. - Lançou um olhar para os Wood e Kate. - Um dos comensais a pegou desprevenida na torre da Corvinal e usou a maldição Cruciatus nela. Pelo que ouvi ela ficou quase igual aos pais de Neville. Madame Pomfrey acha que ela tem chance de se recuperar, mas vão tira-la daqui juntos dos pais do Ced.
Olívio se aproximou com Kate e Cedrico. O primeiro parecia bem abalado. Sua expressão era de assustado.
— Acho que vou ajudar os outros. - Ele falou antes de beijar Kate e se afastar.
Ela suspirou e sentou ao meu lado.
— Ela ficará bem? - Perguntei.
— Não temos certeza. - Ela se inclinou e levou as mãos ate o rosto.
Hermione se aproximou alarmada.
— Onde esta Harry?
— O vi subindo as escadas. Por que?
— Fomos ate a Casa dos Gritos. Snape esta morto.
— Morto? - Perguntei.
— Sim. Você-sabe-quem acredita que a varinha não obedece por que Snape matou Dumbledore.
— Então ele matou Snape. - Falei e ela assentiu.
— Mas pelo que Harry contou quem desarmou Dumbledore foi Draco. Então a varinha pertencia a Draco. Onde Harry foi afinal?
— O vi pegando algo de Snape. Em um frasco.
— Lembranças. Isso é importante. Snape sabe de muita coisa. O que ele mostrar a Harry pode realmente ajudar.
— Mas agora já sabemos. Temos que matar a cobra. - Kate falou.
Hermione se afastou para ficar junto de Rony de novo, entrelaçaram as mãos.
— Perdi algo? - Perguntei observando o casal.
— Eles se beijaram. - Charlotte falou.
— Nada como uma guerra para fazer as pessoas se declararem e se beijarem. - Kate debochou ainda com as mãos no rosto.
— Steph, preciso falar algo com você.
— Fale.
— Bom... Estive pensando. E... Acho que não será só a cobra que teremos que matar.
— Como assim?
— O diário, o anel, o medalhão, a taça, o diadema e a cobra. Acho que... Acho que tem mais uma Horcrux. - Charlotte olhou em volta depois se ajoelhou na nossa frente. - Faz tempo que penso nisso. E cada vez faz mais sentindo. Sei por que Harry pode falar com cobras e por que ele é conectado a mente de você-sabe-quem. Ele é a sétima horcrux.
— O que? - Perguntei perplexa.
— É uma teoria. Não tenho certeza.
— Vamos esperar que você esteja errada. - Falei.
— Charlotte nunca erra. - Kate falou.
Olhei na direção de Cedrico que tinha um relógio no pulso. Observei com a cabeça virada ate identificar os ponteiros e entender que já tinha passado quase a hora que Voldemort tinha nos dados. Tive uma sensação. Uma sensação que significava Harry.
Levantei e sai para fora do castelo correndo. Tinham pessoas juntando corpos ainda. Reconheci Neville.
— Neville? - Ele se virou e limpou a testa.
Não parecia em nada aquele menino estabanado de quando o conheci. Neville tinha virado um homem, um lutador.
— Steph.
— Você viu meu irmão?
— Ah... Sim. Ele... - Neville olhou em volta. - Ele apareceu agora a pouco. Topei com ele.
— Para onde ele foi?
— Ele só disse que ia ficar invisível por um tempo. Perguntei se ele iria se entregar, mas ele disse que não. E me disse para matar a cobra caso um de vocês não consiga.
Lancei um olhar para Charlotte que levou as mãos a boca. Harry tinha ido se entregar.