Grandpa escrita por Tahii


Capítulo 9
Lily Luna




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Foi por causa de Lily que Arthur construiu uma casa na árvore n’A Toca. Ela tinha cinco anos e queria dormir numa casa de árvore para provar a Harry que era corajosa — como um grande bônus, deixou bem claro como era teimosa. Com muito custo, Arthur conseguiu convencer o genro de que não faria mal nenhum ceder a esse capricho; porém, dias depois, realmente pareceu uma terrível ideia. 

— Eu não vou ficar aqui com você, Lilian! — Harry esbravejava, furioso por ela insistir na ideia. 

— Eu não quero que você fique! E nem preciso! O vovô vai estar aqui se eu precisar! E eu não vou!

Harry estava tendo grandes dificuldades em lidar com a mais nova, contrariando todas as expectativas. Já não bastava Albus e James serem mais apegados à Gina? Não seria mais justo ele ter, pelo menos, a preferência da caçula? 

— Você é um bom pai, Harry — Arthur tentou consolá-lo naquele dia, em que de fato deixou Lily sozinha na casa da árvore para se desesperar dentro da casa dos sogros. 

— Sou? Não é o que parece. 

— Pode acreditar na palavra de um homem que teve apenas uma filha — tocando o ombro do Potter, ele deu alguns tapinhas. — Você sabe por que Lily está fazendo isso? 

— Quer provar que é corajosa. 

— Quer provar para você que é corajosa como você. Dê um desconto a ela, sim? Ela vai dormir, vou enfeitiçar a casa para eu escutar caso ela chore e, se isso acontecer, eu subo lá. Para todos os efeitos, amanhã você vai aparecer aqui cedinho e encontrar ela. Entendeu? 

As coisas eram muito mais fáceis de serem entendidas quando era Arthur quem explicava, de fato. Harry concordou, de novo, e foi embora sendo azucrinado pela esposa. 

Como bem previsto, não levou duas horas para que Lily chamasse Arthur para ver vagalumes pela janela. Contudo, quando ele chegou, eles magicamente tinham desaparecido. 

— Seria tão legal ter um monte de vagalumes aqui, vovô… 

A única solução que Arthur encontrou para imitar vagalumes foi pequenos pontinhos de luz no teto da casa de madeira, que deixou bem mais iluminado o amontoado de almofadas e edredons onde Lily tentava dormir. Foi necessário algumas historinhas para que ela pegasse no sono, que teriam sido em vão caso ela não fizesse uma pergunta importante:

— Vovô, você vai contar para o papai que eu fiquei com medo do escuro? Se você contar, ele não vai me achar corajosa. 

— Precisamos de coragem para falarmos sobre os nossos medos, Lily. Eu achei bem corajoso da sua parte. 

— É?

— É. 

Na manhã seguinte, conforme combinado, Harry estava na ponta da escada esperando pela filha, que desceu saltitante e com um sorriso de orelha a orelha. Encostado no batente da porta da cozinha, Arthur observava a cena satisfeito. 

— Sabe de uma coisa, papai? Eu tenho medo de escuro — ela disse quando se aproximou do Potter, com as mãozinhas na cintura e um semblante convicto. — Mas o vovô disse que precisa de muita coragem para falarmos dos nossos medos. Por isso estou te contando. 

— É impressionante como você consegue domar a ferinha — Gina sussurrou, abraçando o pai pela cintura enquanto assistiam Harry abaixar-se na altura de Lily. 

— Imagina — negou com a cabeça, acariciando os cabelos da filha —, ela ainda precisa de muito para chegar perto da teimosia da mãe. 


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