Grandma, I'm In Love With A HufflePunk escrita por Maga Clari


Capítulo 6
Teddy


Notas iniciais do capítulo

Sim, eu sei, já passou da meia-noite, mas não consegui escrever antes. Sinto muito :(



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Se um dia eu precisar dar um conselho a alguém, um conselho genérico, daqueles que servem pra tudo, eu diria que nada, absolutamente nada, é ruim o bastante para que não possa ficar pior.

Acho que o que eu tive foi uma espécie de ataque de pânico. Os pulmões abrindo e fechando como uma sanfona portuguesa, velha e sem controle, o coração bombeando à mil por hora, o cérebro me dominando no modo automático, como uma aeronave sem piloto. Foi assim que cheguei até o meio da sala, em completo torpor, vendo a minha avó francesa inconsciente e flutuante enquanto Teddy sorria pela brincadeira. Ninguém dissera nada.

Acho que o pânico gerado havia sido derramado entre todos, por isso, precisei de certo esforço para nos tirar daquele clima desagradável.

— Teddy… — comecei, devagar — Há alguma razão para a minha avó estar flutuando em nossa sala?

— Não é maneiro? — continuou ele, rindo, se achando o maioral enquanto brincava com o fio mágico — Eu estava vindo para cá quando nos esbarramos pelo caminho...

— Teddy, por favor.

— O quê? É divertido!

— TEDDY!

Ele finalmente olhou para mim, assustado, e toda a minha família começou a se dispersar. Apenas os meus pais ficaram, talvez para agir caso fosse preciso.

— Em minha defesa, a sua avó maluca nunca ia me deixar ir com você. Então me antecipei no ataque. Como um ninja!

Mamãe abafou um riso do outro lado da sala. Não posso julgá-la. 

— Teddy, ponha Grandmère no chão.

— Mas…

— Teddy, eu não vou falar duas vezes.

Se havia acontecido alguma coisa envolvendo os dois, o seu lado punk nunca seria capaz de me contar. Por isso, limitou-se a um floreio com a varinha, soltando Grandmère Apolline e sumindo da minha vista quase instantaneamente.

E eu pensei em ir atrás dele, juro que pensei, mas até meus pais foram encurralados por aquela velha doida.

— Você não vai me envergonhar desta vez — esbravejou em seu idioma nativo — Bill, isso é coisa sua, não é? Você e essa criação sem limites.

— Maman! — dona Fleur enrugou o nariz, igualzinho a mais velha.

— Está tudo bem — papai tentou tranquilizá-la.

— Não, não está — me intrometi, no ápice da impaciência — Grandmère, a educação que recebi pode ser diferente da sua, mas não vejo motivos para tanto estresse. 

— Ah, querida, não estou estressada. Imaginei que algo assim pudesse acontecer, por isso cuidei de tudo.

— Tudo... o quê?

— Seu cavalheiro, por exemplo.


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