What If? Um Destino Distorcido escrita por Kureiji


Capítulo 5
Capítulo 5- Dio




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1 dias após sair da prisão

 

—Essa é minha história com os vampiros e com o Hamon.

O seu quarto de hotel era tranquilo, Zepelli havia contado sua história enquanto tomava uma xícara de chá ao som do canto de pássaros. Todo aquele ambiente sereno contrastava com meus sentimentos.

—Você falou, que uma máscara de pedra faz isso?

—Sim...

Isso explicaria a atitude de Jonathan, será que ele usou a máscara? Me senti agradecido por não ter o matado com ela... O que teria acontecido? De acordo com as histórias de Zepelli ele teria me matado.

—Esses monstros que vimos não foram criados pela máscara, depois de algum tempo caçando-os eu já sei identificar, eles estão mais para zumbis, foram criados por algum outro vampiro na cidade.

Será? Qual seria a loucura para Jojo usar a máscara? Do jeito que ele andava, não suspeito muito se ele tivesse tentado tirar a própria vida. Não, esse não é o Jojo, deve ter acontecido algum acidente.

—Você já sabe onde está o portador da máscara?

—Eu venho matando alguns monstros há dois dias, eles vinham em maior parte dessa cidade, então acho que ele mora nas redondezas.

Eu preciso tirar mais dele antes de contar o que sei.

—Por que me chamou?

—Pensei que era óbvio, estou precisando de ajuda, vi potencial em você ontem.

Eu ri, as coisas estavam voltando ao trilho.

—Essa máscara...As pessoas ainda tem senso de si depois que a usam?

—Sim, até certo ponto. O desejo de sangue é muito grande e se a pessoa tem algo de negativo nela isso vai aumentar muito mais. Ganância, vaidade, ódio, remorso.

Poderes e vida eterna... A ideia de arrancar a máscara de Jojo e usá-la me parece agradável.

— Sobre a máscara, eu conheço quem a tem, mas não sei se ele a usou.

—Como assim? Explique-se.

—Meu irmão Jojo.

—Sinto muito.

Fiz a melhor expressão de tristeza que conseguia.

—Espero que não seja ele, que alguém tenha o roubado.

—Se for ele mesmo, já não é mais seu irmão.

Zepelli disse com o rosto entristecido.

—Levante-se, não há tempo para lamentar, vamos dar início ao treino.

Ele se levantou junto comigo e me levou até um pátio com uma fonte de água.

—Tudo começa com a respiração. Respire fundo.

Puxei o máximo de ar, no meio do processo enquanto eu estava de olhos fechados senti uma dor enorme entre o peito e o abdômen, ele havia enfiado todo seu dedo ali.

Raiva e confusão vieram a mim, tentei gritar com ele ou revidar, mas eu estava sem ar. Agonizei com a sensação e aos poucos fui retomando o controle. Minha mão se tornou um punho institivamente, avancei em sua direção e ao chegar próximo parei.

Meus meses de agir por instinto acabaram, foi isso que me trouxe a prisão, respirei fundo e ajeitei a gola de minha camisa. Ele sorriu.

—Você me surpreendeu, esperava que prosseguisse com o soco. Mas por favor, não se contenha, pode me socar.

—Se é o que deseja.

Segui como foi pedido, coloquei todo meu estresse no movimento e senti algo duro, não era sua mão. Ao abrir meus olhos, uma rocha estava rachada.

—Isso é o Hamon, eu o ajudei a melhorar sua respiração. Agora podemos dar início ao treinamento de verdade.

 

                                                                                               ***

 

Já eram 5 horas da tarde.

Após o dia treinando, nos sentamos na beirada da fonte.

— Você foi bem, Dio Brando, mas precisa melhorar algo.

—O que você disse?

Ele levantou uma sobrancelha.

—Dio Brando. Você disse Dio Brando não foi?

Segurei-o pela gola.

—Que tipo de joguinho é esse, eu nunca o disse meu sobrenome.

Ele delicadamente retirou minhas mãos.

—Você acha que não o conheço? Todos conhecem a história do filho que tentou matar o pai, ou eu deveria dizer que conseguiu matar?

Mais uma vez, a mesma sensação, o controle se esvaindo das minhas mãos como água.

— Claro que também conheço a história do Joestar que incendiou a própria mansão, não foi difícil fazer uma investigação pra saber que ele tinha posse da máscara, isso em apenas poucos dias aqui.

—O que você quer de mim então?

—Eu quero que um monstro me ajude a derrotar outro.

—Jojo não é um monstro.

Ele sorriu.

—Você defende ele e não a si?

Aquela conversa me pegou desprevenido, por que eu defendi Jonathan? Saiu tão automático que nem percebi... Certamente eu nunca o vi como um monstro, um garoto mimado, um bruto, um tolo, um menino ingênuo? Sim, mas um monstro... Não combinava com ele.

— Levante-se.

Eu ainda estava desnorteado e irritado.

—Vamos treinar de novo.

Os fatos ainda estavam sendo processados, mas de uma coisa eu tinha certeza, eu queria fazer Zepelli se prostrar aos meus pés.

Tentei acertar um soco, dois, três, ele desviou de todos graciosamente. Continuei tentando acertá-lo, primeiro com cotovelo e então com um chute, após todos os golpes acertarem o vento ele devolveu com um chute em meu estômago.

Ignorando a falta de ar tentei acertá-lo mais alguns golpes, ele apenas me empurrou no chão e pisou em meu peito.

—Eu queria te mostrar isso, é como eu já suspeitava. Você não pode se irritar assim Dio, sua respiração oscila e você vai acabar morto, não conseguirá usar o hamon.

Aproveitei enquanto ele falava e joguei a poeira do chão em seus olhos, usando hamon para aumentar a intensidade. Agarrei seu pé e o derrubei no chão.

—Você acha que fiquei todos esses meses na prisão sem aprender nada?

Tentei me colocar por cima dele, no entanto ele se recuperou mais rápido que o esperado e ficou em uma boa posição defensiva.

—E esse é o motivo de eu ter lhe escolhido, como esperado, você não joga com as regras convencionais.

Eu odeio quando tentam me ler.

—Quem é você Zepelli? Você me contou algumas histórias, mas você me parece um manipulador agora. Sabe o que eu acho? Que você ainda se sente o garoto impotente que não conseguiu salvar o pai, agora essa insegurança o faz recorrer a manipulação.

Ele respirou fundo e limpou sua roupa.

—Essa é mais uma lição, eu preciso da minha respiração em dia, viu que quando você falou de meu pai eu não me alterei? Agora lhe pergunto, Dio Brando, você conseguiria o mesmo? Se irritar faz parte, não tem como se manter frio quando um vampiro mata uma criança em sua frente, no entanto, você tem que aprender a manter a respiração.

—Os vampiros precisam sugar sangue para ficarem mais fortes, não é?

Ele pareceu surpreso com a mudança de tema.

—Sim.

—Então não se preocupe, Jonathan não deve estar tão forte.

Ele sorriu.

—Eu não teria tanta certeza. De qualquer forma, partimos daqui dois dias, amanhã você fará o seu teste, descanse por hoje, no máximo treine sua respiração.

—Até amanhã então Zepelli.

—Mais uma coisa, eu não estou o manipulando, de fato eu vou lhe ensinar os princípios dos monges do hamon, no entanto cabe a você recebe-los ou não. Não vi interesse nesses princípios em seus olhos, por que eu não desisti então de você? Porque ainda acredito que você pode ser útil, além do mais, tenho fé que você pode mudar.

Me virei de costas e fui para a rua, ele tem razão, não tenho interesse nas besteiras que ele fala, apenas no poder que ele pode me passar.

—Dio, mais uma coisa. Quase esqueci de mais um motivo, quem aprende hamon não pode virar vampiro através da máscara, o hamon o impede disso, você apenas cometeria suicídio.

O que? Esse velho só pode estar mentindo..., ­­ mas não posso perguntar ou ele questionaria minhas intenções. A noite eu penso mais em como descobrir a verdade.

 

                                                                                        ***

 

Ao chegar na casa de Simona fui recebido por um grande abraço, ela cheirava bem e estava muito arrumada, bem diferente da agitação de quando a encontrei.

—Obrigado Dio, eu não tive a chance de agradecer direito, após o choque passar que percebi de quão grande ajuda você foi.

Que sensação inesperada, um calor... É por isso que aquele velho ajudava os outros, era sempre essa sensação? Eu poderia me acostumar com ela.

Pensando melhor, as pessoas sempre diziam que eram altruístas porque é dever se importar com o próximo, agora começo a pensar que é porque elas precisam disso para se sentir bem consigo mesmas. Certamente não preciso disso, ainda assim, é reconfortante.

— Eu vou para um apartamento hoje.

—Você tem algum emprego Dio?

—Ainda não.

—Então não gaste seu dinheiro atoa.

Tsc.

—Dinheiro não é uma preocupação, eu tenho mais que...

—Não é isso, aquele homem estranho, Zepelli, ele falou que tem mais desses monstros, não é?

—Sim, ainda sobrou ao menos um.

—Então... Eu tenho um trabalho pelo dia, por isso não fui com você, além do mais ele não demonstrou interesse em mim. O que eu quero dizer é, você pode me ensinar aquilo que ele fez? Assim você não estaria recebendo um favor, seria uma troca.

—Eu não sei ensinar aquilo.

—Então pode ao menos dormir aqui até esses monstros irem embora? Eu me sentiria mais tranquilizada.

—Sim, eu acho que eu posso.

 


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Notas finais do capítulo

Oi pessoal, obrigado por terem lido. Um dos principais objetivos pra mim escrever essa história é melhorar minha escrita, então peço que quem leu deixe seu comentário com feedback ^^



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