Família escrita por Saori


Capítulo 4
Hermione.


Notas iniciais do capítulo

Eis aqui o capítulo da Hermione, boa leitura. ♥



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Hermione Granger sempre teve uma personalidade forte, e isso fez Molly admirá-la desde quando ela era apenas uma criança. Com o passar do tempo, essa admiração tornou-se cada vez mais profunda. Desde os seus treze anos, ela reparava no jeito que Hermione olhava para Rony e, embora houvesse algo a mais naquele olhar, ela nunca deixara uma única palavra escapar. No entanto, não podia negar que era excelente em enxergar olhares apaixonados. Era semelhante ao modo que Arthur olhava para ela, quando também tinham treze anos. E, obviamente, como Molly também olhava para ele. A única diferença era que Ronald era lento demais para perceber.

A verdade é que Hermione se parecia mais com Molly do que ambas imaginavam, e o passar dos anos apenas reafirmou isso. Assim como a Weasley, Hermione tornara-se uma mulher muito determinada, independente e forte, e essas eram características de muito orgulho.

Hermione conquistou o seu lugar na família tão rápido, que eles mal se deram conta. Já estavam tão acostumados com os jantares frequentes, que se tornou algo completamente natural no cotidiano deles. Na verdade, ficava um clima bem esquisito quando ela não aparecia.

Todas as vezes que Hermione passava dias na Toca, era como se o lugar se iluminasse um pouco mais, porque ela era dona de uma energia contagiante. Ao menos, era assim que Molly Weasley a via, como se ela fosse o sol.

Na primeira briga séria entre ela e Rony, a menina desceu as escadas da casa aos prantos, sem sequer olhar para os lados. O Weasley, por outro lado, não apareceu no andar debaixo. Por um momento, Molly viu-se dividida entre consolar Hermione ou Rony, mas optara por ir até a garota. Não que Rony não merecesse o seu afeto, mas Molly conhecia Hermione bem o suficiente para saber que por debaixo daquela menina forte, havia, também, uma garota sensível, que, naquele momento, precisava de ajuda.

Molly não hesitou e foi atrás de Hermione. Encontrou-a sentada na pequena escadaria dos fundos da casa, que dava para o quintal, com as lágrimas ainda escorrendo pelo seu rosto. A mais velha se sentou e, sem dizer nada, puxou Hermione para um abraço, passando o braço esquerdo por cima de seus ombros. Aquele pequeno gesto serviu para que a menina soluçasse cada vez mais. Molly, muito paciente, esperou até que ela se acalmasse e se sentisse pronta para dizer alguma coisa.

— Desculpe. Eu devo estar parecendo uma boba — ela disse, enquanto enxugava as lágrimas.

Molly balançou a cabeça de um lado para o outro, em sinal de negação.

— Nada disso, querida. — Sorriu, tentando parecer solidária. — Não tem nada de bobo em ficar assim. Essa foi a primeira briga de vocês?

Ainda se recuperando dos soluços, Hermione acenou positivamente com a cabeça.

— Certo. Tudo vai se resolver, está bem? Vocês só precisam conversar de novo quando ambos estiverem mais calmos, tenho certeza de que irão se acertar. Enquanto isso, eu posso preparar uma xícara de chá, se você quiser.

— Não era para estarmos brigando assim. Vamos nos casar dentro de um mês, era para tudo ser perfeito — ela resmungou e, em seguida, deixou um suspiro de frustração escapar.

Molly pegou-se perdida no tempo por um instante. Era como se ontem mesmo ela tivesse doze anos e estivesse passando o verão na Toca e, de repente, já era uma mulher feita, prestes a subir no altar para casar-se com o seu filho. Olhando para trás, ela pôde perceber como o tempo passava rápido. Inevitavelmente, um sorriso singelo e, ao mesmo tempo, saudoso, surgiu em seu rosto. Então, novamente, ela voltou os seus olhos para a menina, que a olhava ansiosa, a espera de alguma palavra de conforto.

— Deixe-me perguntar, há quanto tempo vocês se conhecem? — indagou, embora já soubesse a resposta exata.

— Doze anos — respondeu rapidamente. — Por quê?

— Ao longo desses doze anos, antes de vocês namorarem, vocês nunca brigaram?

 Hermione desviou o olhar, adotando uma feição pensativa por alguns segundos. Caso respondesse negativamente àquela pergunta, estaria mentindo.

— Já, mas...

— E vocês sempre se resolveram, certo? — interrompeu, de modo sutil. Não queria, de forma alguma, soar rude.

— Sim.

— Então por que agora seria diferente?

Hermione, apesar de seu nível de inteligência elevado, não soube responder àquela pergunta, mas certamente captou a mensagem por detrás das sábias palavras. Por isso, de um instante para o outro, suas lágrimas se transformaram em um sorriso discreto, enquanto, aos poucos, sua respiração se acalmava.

— Obrigada, senhora Weasley. — Ela pulou em direção à ruiva, puxando-a para um abraço. — Você sempre sabe exatamente o que me dizer.

— Para você, é Molly. — Ela sorriu. — E talvez você seja mais parecida comigo do que imagina.

— É. — Hermione concordou. — Mas eu acho que nunca te agradeci por tudo o que fez por mim, desde Hogwarts. Eu quero que saiba que eu sou muito grata por tudo, então, muito obrigada. Quando os meus pais não puderam, você cuidou de mim como ninguém.

— É isso que a família faz. — Ela colocou uma de suas mãos sobre a de Hermione, em uma carícia delicada. — Cuidamos uns dos outros.

— E eu sou muito feliz por me tornar uma parte dessa família.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!



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