George bagunçou os cabelos, frustrado. Queria jogar sua varinha o mais longe possível, chorar ou gritar o mais alto que conseguisse, mas a única coisa que fez foi soltar um grunhido abafado e frustrado. Isso chamou a atenção de Fred, que estava na sala ao lado.

— O que aconteceu? – Perguntou ao irmão e, quando viu as lágrimas nos olhos dele, sua expressão se tornou compreensiva. – Você ainda não está conseguindo conjurar o patrono?

— Não, eu nunca vou conseguir fazer essa porcaria novamente!

Sentindo a raiva invadir seu corpo, George foi até a janela para sentir o vento frio da noite em seu rosto. A guerra afetara todos eles, mas Fred podia perceber o quanto aqueles acontecimentos recentes ainda mexiam com o irmão gêmeo. Ele estava muito abalado e tudo piorara exponencialmente após descobrir que Fred quase morrera, sendo salvo por Percy no último instante.

Aquelas lembranças ruins de alguma forma bloqueavam as lembranças boas e os milhões de "e se" deixavam tudo ainda mais difícil. Naquele momento, precisavam se ajudar, precisavam da conexão incrível que sempre tiveram e, acima de tudo, precisavam de uma sensação de segurança. Era exatamente aquilo que Fred ofereceria a George sempre que o irmão precisasse.

— Você sabe que não sou bom animando pessoas, não no sentido encorajador da palavra. – Fred fez uma pausa, se aproximando do irmão. – Eu não posso te garantir que você conseguirá conjurar um patrono corpóreo com as suas antigas lembranças felizes, mas eu te prometo que vou estar aqui, dia após dia, tentando produzir novas lembranças felizes com você. Nós sempre fomos Fred e George e sempre seremos Fred e George, eu sempre vou estar aqui para te apoiar e ajudar, não importa o que aconteça.

George sentiu algumas lágrimas deslizarem por seu rosto, as primeiras de serenidade após a guerra.