A ironia em amar você escrita por SS Saibot


Capítulo 7
Ora, se o carma não é uma vadia.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/800839/chapter/7

Edward estacionou na rua lateral ao campus da Maryland quando o fim da tarde já havia chegado. Não nevava, mas estava tão frio que Isabella achou que não estava muito longe de acontecer.

Ele havia se oferecido para levá-la para casa e, por mais que vinte e cinco quilômetros dentro de um carro com ele soasse tentador, a expedição da escola terminava bem a tempo de Isabella retornar e conseguir pegar o ônibus com a turma como se nada tivesse acontecido. Até mesmo um Cullen relutante, teve que admitir que era melhor assim.

Ela abraçou Edward para se despedir e trocaram seus números de celular. Também achou um milagre que ele tenha saído do carro junto com ela.

— Então, é isso — falou quando pararam na calçada e ficaram se encarando com um silêncio intenso entre eles.

— É, acho que sim — Ele concordou, pondo as mãos nos bolsos dianteiros de sua calça.

O silêncio se aprofundou de novo. 

Não um silêncio estranho, ela constatou. Era mais um silêncio do tipo, eu vou beijar você ou só virar às costas e esperar o próximo encontro?

 E Isabella não conseguia deixar de pensar se haveria ou não um próximo encontro. Ele parecia ter se divertido com ela, mas isso era o suficiente? De repente, percebeu que estava agindo ironicamente como aquelas adolescentes de livros young adult. E teve vontade de se beliscar.

Ela mexeu no tecido de sua toca de lã vermelha e sorriu, sentindo que estava chorando na cor do tecido, como um camaleão.

— Bom, foi ótimo conhecer você, Edward. Quer dizer, não que eu não te conhecesse antes, apesar de ter bisbilhotado... Quer dizer, ter te visto antes, hum...naquela... 

Edward riu, realmente riu e ela se perguntou se era tarde demais para cavar um buraco na terra e se esconder até o fim dos tempos.

Pigarreou e finalmente disse:

— Quer dizer, foi bom te conhecer. De verdade, dessa vez.

Era impressão dela ou os olhos dele realmente tinham um brilho especial quando a olhava? Céus, ela nunca tinha se sentido tão clichê quanto naquele momento. 

— Também foi ótimo conhecer você, Isabella.

Eles se abraçaram mais uma vez. A noite dos abraços, ela diria. Nunca havia tido tanto contato físico com alguém do sexo oposto em um período tão curto de tempo antes.

Não que ela tivesse encontrado alguém de quem gostasse de ficar tão próxima antes. Mas, o abraço de Edward era quente e a diferença de estatura fazia com a o corpo dele a envolvesse inteira, começando pelos braços em sua cintura e como ela se sentia segura quando seu rosto se encaixava em seu peito e sua cabeça se alojava abaixo do queixo dele, que repousava sobre ela. Aquilo era maravilhoso. 

Mas, Iabella se afastou, contra sua vontade.

— Vai permanecer no campus?

— Não mesmo. Minhas aulas por hoje se encerraram e, ao contrário de uma certa moça, não ganho horas complementares por ficar no anfiteatro fingindo prestar atenção.

Ela deu uma risada. Confessada mais cedo a Edward que estava ali só e somente pelo interesse que aquilo agregaria à seu currículo acadêmico. Ele achou graça. 

— Bom, faça um bom trajeto para casa, então. Vá com cuidado.

— Obrigado. 

Ela chegou até mesmo a dar dois passos na direção da entrada da MU, mas francamente, ela não sabia quando teria uma outra oportunidade como aquela, aos dois graus negativos, com um garoto que não era somente alto, bonito e misterioso, mas lindo, gentil, inteligente e que não falava sobre si mesmo o tempo todo.

Podia ser amanhã ou nunca mais. Com sua sorte, apostando na segunda chance, decidiu por fazer o que tinha vontade.

Isabella voltou apressada, refazendo os dois passos de distância e transformando-os em aproximação. Envolveu o pescoço de Edward com os braços, ficou na ponta dos pés e o beijou. Foi apenas um encostar firme de lábios, porém o suficiente para que ela quisesse beijá-lo, beijá-lo e beijá-lo até essa ser a última coisa que fizesse na vida.

Ele ficou inerte durante um tempo e demorou apenas alguns segundos para que os braços dele a rodeassem novamente e ele a puxasse, firme contra seu corpo. Ela desconfiava que nem todas as garotas tinham a oportunidade de ter um primeiro beijo assim e se sentiu um sortuda por isso. Não havia nada de desajeitado na forma como eles se beijavam. Graças a algum ser superior, Edward sabia o que fazia e aquele beijo rápido a transformou em uma poça por dentro. 

Quando se afastou, ela sorriu. Estava vivendo um roteiro de romance. O carma não era uma vadia, como muitos diziam, na verdade era até bem atrevido e divertido. Irônico também. Isabella descobriu que gostava dele.

— Desculpe por isso, eu... — pediu apenas por pedir, pois não sentia muito por atacá-lo.

Inclusive, tornara-se seu hobby preferido. 

Edward a calou com outro beijo, as mãos em sua nuca agora, os dedos contornando os fios de seus cabelos enquanto os braços dela apoiavam-se em seus ombros. Beijaram-se por longos segundos, até que perdessem o ar e as bochechas dela corassem e ambos estivessem muito conscientes do corpo um do outro e das partes que se encaixavam perfeitamente. Separaram os rostos e fumaça branca de suas respirações condensadas flutuou ao redor deles. Edward encostou seus lábios contra a testa dela e beijou levemente antes de acariciar sua bochecha com o dedo indicador.

— Feliz dia dos namorados, Isabella.

Ela tinha esquecido completamente sobre o significado daquele dia. Sequer lembrava que era outro dia além de um comum. Mas, era dia dos namorados e ela estava beijando um garoto na calçada enquanto o frio finalmente formava flocos de neve que pareciam tufos de algodão. Aquilo daria um capítulo inteiro em um livro de romance ou numa dessas fanfics do Harry Styles no qual Ângela era aficcionada. 

— Feliz dia dos namorados, garoto da biblioteca — Ela desejou de volta e ele se afastou na direção de seu veículo, olhando para trás a cada dois passos para vê-la. 

Pouco antes de entrar no carro, ele virou novamente, um sorriso na boca perfeitamente beijável. 

— Eu sempre vi você — afirmou com aquele sorriso lindo digno uma página inteira de descrição.

Ela reagiu da forma mais clichê possível, suspirando, e riu, dando às costas e voltando para à Universidade.

Por uma sorte, conseguiu se infiltrar na fila que se encaminhava para o ônibus como uma fugitiva. Respondeu a seu nome quando foi chamado na lista e colou com Ângela, que lhe deu um sorrisinho sapeca. Ela parecia ter sido a única a notar sua ausência (o benefício de não ser popular e quase invisível), e a única que sabia onde Isabella estivera quando a mesma enviou uma mensagem com sua localização horas antes.

Todos falavam alto com a empolgação de conhecer uma cidade universitária e Isabella só queria ficar quieta enquanto sentia seus lábios formigarem. 

— Bella, por Deus, você tem que me contar T-U-D-O.

E ela contou. Passou a viagem inteira dando os mínimos detalhes de seu primeiro encontro inesperado para Ângela, que soltava gritinhos empolgados a cada frase mais instigante ou momento.

Isabella deu sorte que sua mãe não estivesse em casa quando chegou, pois sua expressão sonhadora não fugiria à averiguação de ninguém, muito menos da Dra. Swan.

E ela queria ter certeza, ter certeza de que era paixão o que sentia reverberar por todo o seu corpo quando estava com Edward Cullen. Ou quando pensava nele, como estava acontecendo agora, deitada na cama, encarando o teto.

Seu celular vibrou com uma mensagem:

Obrigado pelo dia perfeito. Espero que tenha chegado bem em casa. Vejo você na terça-feira.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Como eu disse no disclaimer, essa história era um conto e eu a dividi em alguns capítulos. Foi curtinho, mas eu amei a experiência e o que desenvolvi aqui. Em breve, teremos o epílogo. Espero que tenha gostado ❤️.

Um beijo imenso >>>



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A ironia em amar você" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.