You Belong With Me escrita por Saori


Capítulo 1
You Belong With Me.


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi, oi, mais alguém escutando Fearless (Taylor's Version) em looping? Porque eu sim, acho que já deu para perceber. Tô escutando tanto que até nasceu uma Tedtoire, tá vendo? Enfim, chega de blá blá blá. Eu espero que vocês gostem dessa oneshot bem teen que eu escrevi. Fazia tempo que eu não escrevia uma temática adolescente.

Caso queira ler ouvindo a música, aqui está o link: https://www.youtube.com/watch?v=VuNIsY6JdUw

Boa leitura!



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Eu e Teddy Lupin crescemos juntos. A verdade é que somos melhores amigos desde que eu me entendo por gente. Nós somos vizinhos e, por causa disso, quando éramos crianças, passávamos absolutamente o tempo todo juntos, a ponto de nossos pais reclamarem de não desgrudarmos um do outro. Eu costumo dizer que essa foi a nossa época de ouro.

Foi quando a adolescência chegou, as coisas começaram a mudar. Nós fomos para o ensino médio e, até então, ainda éramos melhores amigos e inseparáveis. O único problema é que, com o tempo, eu percebi que havia algo nos meus sentimentos que ultrapassava a barreira da simples amizade. Eu estava apaixonada por Teddy Lupin, mas jamais admitiria em voz alta, afinal, havia muito a perder, e eu duvidava seriamente que fosse um sentimento recíproco.

Com o ensino médio, Ted entrou para o time de futebol americano da escola. Apesar de ser um tanto quanto desastrado, ele, de alguma forma, levava jeito para esportes e era muito talentoso. Quando ele passou nos testes para o time, nós comemoramos a noite toda, vendo filmes e comendo todo o tipo de besteira possível: desde pipoca e pizza até jujubas e tabletes de chocolate. Foi uma noite absolutamente perfeita e, certamente, é uma memória que eu guardo com muito carinho. No entanto, eu não imaginava que seria exatamente a partir daquele momento que nossos caminhos divergiriam.

Começamos a nos distanciar, primeiramente, com os treinos do time. Por causa disso, eu praticamente não o via nas segundas, quartas e sextas e, embora eu sentisse falta da sua companhia, eu estava feliz por ele. Eu odiava futebol americano, mas eu assistiria a cada um dos jogos de Teddy. No primeiro jogo do time da escola, eu cheguei cedo apenas para ficar na primeira fila e até mesmo levei um cartaz para encorajá-lo. Felizmente, o time ganhou. Eu fiquei mais orgulhosa do que nunca. Quando o jogo acabou, o esperei perto do vestiário do time até que ele saísse. Estava pronta para passar a noite toda acordada comemorando com Teddy, porque era sempre assim, nós sempre comemorávamos cada uma das nossas vitórias juntos, era como uma tradição.

— Tory, você veio! — Ele correu na minha direção e me envolveu em um abraço.

— Claro, achou mesmo que eu perderia o seu primeiro jogo? — respondi, sorrindo. — Aliás, acha mesmo que eu vou perder algum dos seus jogos? — Melhorei a pergunta.

— Eu sei que você odeia futebol americano. Não precisa vir a todos os jogos, se não quiser — falou. Ele ainda estava tomado pela adrenalina do jogo, era perceptível, uma vez que não conseguia se manter parado. — Você pode vir só aos jogos importantes.

— Todos os jogos são importantes, Teddy, afinal, você estará em todos eles — no momento em que me dei conta do que eu disse, me repreendi mentalmente e antes que ele pudesse ter a chance de me responder qualquer coisa, resolvi trocar de assunto. — Bem, o que você quer fazer agora?

Eu já tinha praticamente a noite inteira planejada. Como o de costume, assistiríamos uma maratona de filmes. Para ser mais específica, veríamos todos os filmes da trilogia clássica de Star Wars, que eram os favoritos de Teddy. Já havia perdido a conta de quantas vezes a tínhamos assistido, mas ele sempre se animava com isso.

— Na verdade, o time vai sair para comemorar — ele me respondeu, parecendo levemente sem graça. — Mas podemos ir para casa assistir filmes, se você quiser. Nós sempre fazemos isso, não é?

— Não, de jeito nenhum! — respondi, decidida. — Vai com eles, você merece comemorar, podemos ver filmes em algum outro dia.

— Ei, Lupin, você vem ou não? — uma garota morena perguntou, de longe, desviando a sua atenção.

Ted pareceu confuso por alguns segundos, e isso ficou claro quando ele alternou o seu olhar entre nós duas.

— Vai logo, antes que eu te expulse daqui! — brinquei, e ele sorriu.

 Teddy Lupin era dono de um dos sorrisos mais belos que eu já havia visto em toda a minha vida.

— Você é a melhor amiga que alguém poderia ter, prometo que eu vou te recompensar. — Ted depositou um beijinho rápido na minha bochecha, e eu me peguei sem reação.

Eufórico e sorridente, ele saiu correndo na direção do grupo de amigos. Pensei e repensei sobre o simples gesto dele, e cheguei a uma única conclusão que anulava qualquer vestígio de expectativa sobre a nossa relação: eu era apenas a melhor amiga, mesmo que eu desejasse que o lugar dele fosse ao meu lado.

Apesar de todos esses acontecimentos e dos sentimentos reprimidos, foi apenas no meio do ano seguinte que as minhas esperanças foram completamente enterradas, exatamente quando Teddy entrou em um relacionamento com a menina mais popular da escola e capitã das líderes de torcida: Emma Johnson. Nós éramos exatamente o oposto uma da outra. Eu adorava usar camisetas largas, já ela estava quase sempre com alguma minissaia. Eu não tinha vocação nenhuma para qualquer coisa que exigisse o mínimo de alongamento, enquanto Emma Johnson era capitã das líderes de torcida. E eu, bem, apenas assistia aos jogos de longe, das arquibancadas.

 Desde então, tornou-se cada vez mais difícil ver Teddy, por inúmeros motivos. Primeiro, porque ele precisava dividir o seu tempo e atenção entre os treinos de futebol, os colegas de time, eu e, agora, também, a sua namorada. Em segundo lugar, porque desde o dia que ele me contou que estava namorando, uma ferida surgiu em meu coração, e eu inventava todos os tipos de desculpas estúpidas para não precisar vê-lo, simplesmente porque eu não sei se saberia lidar com aquela situação.

Então, quando eu me dei conta, já haviam se passado meses, estávamos no terceiro ano do ensino médio, e, no mês anterior, eu só havia visto Teddy duas vezes. Perceber aquilo fez o meu coração doer, devo admitir, mas eu também era madura o suficiente para saber que o que estava acontecendo era parcialmente culpa minha. Eu não era corajosa o suficiente para contar para ele sobre os meus sentimentos, e agora eu estava me afastando por não ser madura o suficiente para lidar com os sentimentos dele. Que espécie de melhor amiga eu era, afinal?

Levantei-me da minha cama, que estava sendo a minha melhor companhia nos últimos dias, e olhei para o calendário que ficava na minha mesinha de canto. Aproximei-me da janela do meu quarto e espiei entre as cortinas. Era uma terça-feira e as estrelas já ocupavam o céu, dando início à noite. Do outro lado do vidro, fui capaz de ver Teddy caminhando de um lado para o outro no seu quarto, enquanto falava em seu celular, de modo impaciente. Confesso que ver aquela cena me preocupou um pouco.

Depois que ele desligou a ligação, insegura e hesitante, abri as cortinas, nas quais anteriormente encontrava-me escondida. Assim que ele me viu, um sorriso largo surgiu em seus lábios. Só então eu percebi o quanto havia sentido falta do seu sorriso.

Ergui uma das minhas mãos na direção dele, em sinal de espera, e ele assentiu, movendo a cabeça de cima para baixo. Corri na direção da gaveta da minha estante, onde peguei uma folha em branco e um piloto preto, a apoiei sobre a estante e, finalmente, escrevi algo na folha.

"Você está bem?”

Assim que terminei de escrever, fui para a janela e mostrei o papel para ele. Era uma mania que tínhamos desde quando éramos crianças. Costumávamos ser tão inseparáveis que, como não podíamos ficar um na casa do outro até tarde, acabamos inventando essa forma de nos comunicarmos, e passávamos horas, até tarde da noite, conversando daquele jeito.

Esperei por alguns segundos e logo pude ver a resposta de Teddy, escrita em azul, sua cor favorita.

“Cansado de drama.”

Eu suspirei ao ler aquela frase. Teddy detestava drama. Uma vez eu o forcei a assistir “Querido John” e ele passou uma semana inteirinha reclamando.

“Sinto muito :(

  Respondi, e ele deu de ombros.

Peguei mais uma folha e comecei a escrever algo, mas antes mesmo que eu pudesse mostrá-lo as palavras, ele fechou a cortina de seu quarto. Aquilo me doeu, porque me fez perceber o quão distante estávamos um do outro. E me doeu, também, porque eu aceitei como um sinal do universo, ou do destino, deixando claro que não devíamos nos apaixonar um pelo outro. Peguei o papel escrito “eu te amo” e guardei na gaveta da minha estante, apenas como uma vaga lembrança do meu repentino surto de coragem.

Uma semana, duas semanas, três semanas se passaram, e a minha situação apenas se tornava cada vez mais deplorável. Eu mal saía de casa, exceto para grupos de estudo, e a coisa estava crítica a ponto dos meus pais ficarem preocupados. Ultimamente, as únicas vezes em que eu via Teddy era nos jogos de futebol americano, que eu continuava frequentando assiduamente, apenas como uma desculpa para poder vê-lo.

Enquanto eu estava jogada na cama, peguei-me, mais uma vez, pensando sobre Teddy Lupin, mas eu já estava farta. Eu estava cansada dos meus sentimentos por ele, de ter que guardar tudo para mim e também estava triste por termos nos afastado, e não importava quanto tempo se passasse, aquelas feridas nunca saravam, apenas pareciam se tornar mais profundas. A fim de silenciar os pensamentos que mais pareciam querer me sufocar, liguei o rádio e coloquei a minha música favorita tocando no volume máximo. Era como uma válvula de escape. Peguei a minha escova de cabelo e passei a usá-la como uma espécie de microfone improvisado, enquanto cantava a música o mais alto que conseguia e saltitava por todo o quarto.

Quando acidentalmente olhei através da janela, deparei-me com um Teddy risonho e fiquei petrificada por um instante. Ao recuperar a minha consciência, corri na direção da janela e fechei as cortinas. Não demorou muito para que o meu celular vibrasse, sinalizando que eu havia recebido uma mensagem.

Teddy ♥: “Obrigada por sempre me fazer sorrir.”

Aquela mensagem, por algum motivo, aqueceu o meu coração e, inevitavelmente, eu sorri.

Eu: “Sinto falta de quando sorríamos juntos.”

Teddy ♥: “Eu também.”

Teddy ♥: “Será que podemos voltar no tempo?”

Eu: “Não sou perita em ciência, mas acho que ainda não inventaram uma máquina do tempo.”

Teddy ♥: “É, acho que não.”

Teddy ♥: “Mas será que existe alguma chance de voltarmos a ser como éramos?”

Teddy ♥: “Sinto falta da minha melhor amiga.”

Aquela mensagem deveria ter me deixado feliz, mas eu senti uma pontada no meu coração. Era difícil acreditar que, mesmo depois de todos aqueles anos e de todos os momentos que passamos juntos, eu era apenas uma amiga. Talvez esse fosse o papel que eu estava fadada a interpretar na vida dele.

Eu: “Também sinto a sua falta.”

Eu: “Boa noite, Teddy.”

Teddy ♥: “Boa Noite, Tory.”

No dia seguinte, eu acordei com o meu celular tocando em seu volume máximo, depois de recusar duas ligações sem nem ao menos ver quem é que estava ligando. Na terceira vez, eu finalmente entendi, com uma voz completamente embriagada pelo sono.

— Alô? —  falei, em uma espécie de resmungo.

— Sua ridícula, você recusou a minha ligação duas vezes. — Do outro lado da linha, era Roxanne Weasley, minha prima.

— Desculpe, é que eu estava fazendo uma coisa muito importante. Chama-se dormir, você deveria tentar, sabe — disse e, em seguida, bocejei.

— Nós vamos sair, te encontro no parque. Você tem uma hora — decretou, sem nem ao menos perguntar a minha opinião.

— Mas eu não quero sair, a minha cama está quentinha e ótima para dormir mais algumas horinhas — insisti, na esperança que ela desistisse de querer fazer qualquer coisa que exigisse ter que caminhar.

— Não, você precisa se animar, e nada melhor do que comprar o seu vestido de formatura. Já estamos no segundo semestre, daqui a pouco você vai se formar e precisa de um vestido incrível!

Eu sabia que, no fundo, Roxanne estava falando tudo aquilo para me animar e, por isso, eu cedi.

— Certo, te vejo em uma hora. — Dei-me por vencida. — E obrigada.

— Até mais, Vic.

Não demorei muito para sair de casa. Na verdade, eu apenas tomei um banho e coloquei uma roupa qualquer que não fosse um pijama. Em poucos minutos, eu já estava no parque, com um livro em mãos, sentada em um dos bancos. Iria utilizar o tempo extra até a chegada de Roxanne para aproveitar o ar livre e uma boa leitura. Havia tempo que eu não fazia isso. Entretanto, não demorou muito para que eu fosse interrompida, porque logo um rapaz sentou ao meu lado, despertando a minha atenção.

— Ainda é o seu favorito? — uma voz masculina que eu conhecia bem me perguntou, e eu inevitavelmente sorri.

— Sim — respondi.

— “O Pequeno Príncipe” é um livro incrível, eu li nas últimas férias.

— Sério? E você nem me contou, idiota! — Dei um tapinha fraco no braço dele, como se fosse uma punição.

— É, eu não sabia se você ainda ia querer olhar para a minha cara — confessou e, depois, suspirou, parecendo frustrado. — Quero dizer, é culpa minha que tenhamos nos afastado tanto.

Movi a cabeça de um lado para o outro, em negação.

— Não foi você, Teddy. — Coloquei o marcador na página do livro que havia parado e o fechei. — Foram as circunstâncias, muitas coisas mudaram desde que nós éramos crianças.

— Nós costumávamos saber tudo um do outro, Tory. — Ele riu, parecendo nostálgico.

— Costumávamos? — perguntei, receosa. — A sua música favorita não é mais “Bohemian Rhapsody”, do Queen? Seu maior sonho não é ser um grande escritor? E sua cor favorita não é mais azul? Você não chora mais quando tem pesadelos com a sua família? Sua sobremesa favorita não é mais sorvete de baunilha?

— Definitivamente, eu acho que você ainda sabe tudo sobre mim. — Ele sorriu, genuinamente feliz.

— Lembra de quando eu entrava no seu quarto pela janela, no meio da noite? E passávamos horas conversando sobre absolutamente qualquer coisa? Ou de quando eu tinha pesadelos e tudo o que eu queria fazer era chorar, e então você falava alguma coisa boba e me fazia sorrir? Você sempre foi a única capaz de me fazer sorrir quando tudo o que eu quero é chorar — sua voz parecia repleta de saudade. — Eu sinto falta daqueles dias.

— Eu também, Teddy — confessei. — Mais do que você é capaz de imaginar.

— Nós podemos recomeçar?

Eu neguei, com um gesto de cabeça. Ele pareceu assustado por um instante.

— Eu não quero recomeçar, eu quero continuar exatamente de onde paramos, porque recomeçar exigiria apagar as nossas lembranças e, se tem uma coisa que eu não quero, é esquecer de nós dois.

Ele sorriu, parecendo feliz de ter ouvido aquelas palavras. E ele estava tão radiante, que eu senti como se o seu sorriso fosse capaz de iluminar uma cidade inteirinha.

Contudo, antes que ele pudesse me responder, ouvimos o som da buzina de um carro ecoando, e lá estava a namorada dele, olhando para nós, completamente impaciente. Eu sorri para Teddy e fiz um gesto sutil com a cabeça, indicando para que ele fosse para o carro, e ele sorriu, em agradecimento.

Eu estava prestes a voltar a minha atenção para o livro, mas acabei vendo Teddy e Emma se beijarem bem na minha frente. Acho que foi nesse exato momento que meu coração se partiu de vez.

Os meses já passaram tão rápido que você nem mesmo percebeu? Com as provas e as atividades do clube de matemática, que eu participava, os dias passaram voando e, quando me dei conta, praticamente todas as provas já haviam passado, estávamos na última semana das avaliações e no dia do baile dos formandos. Fazia duas semanas que Teddy havia me mandado uma mensagem, contando sobre a briga dele com Emma, e que haviam terminado, mas eu não consegui sentir alívio ao ler aquilo, porque eu sabia que ele estava magoado. Teddy sempre foi muito sentimental. Entretanto, devido aos jogos finais do campeonato de futebol americano e às provas, não conseguimos encontrar um único horário para que pudéssemos nos encontrar para conversar.

Eu estava deitada na cama, com todas as minhas anotações de química e física espalhadas sobre o lençol. Faltavam apenas aquelas duas provas para que eu, finalmente, me formasse, e eu estava focada em estudar para obter boas notas. Eu sempre fui uma boa aluna.

Ajeitei cada uma das folhas soltas até que tudo fizesse sentido e sorri para mim mesma, vitoriosa, quando percebi que já havia estudado quase toda a matéria. Distraidamente, olhei para fora da janela, e lá estava Teddy, trajando um terno azul escuro, uma gravata da mesma cor, e uma camisa social branca. Quando ele sorriu para mim, senti o meu coração derreter e sorri de volta.

Observei-o enquanto ele procurava desesperadamente pelo seu piloto azul e, também, enquanto escrevia em uma das folhas brancas que havia encontrado em seu caderno de rascunho. Finalmente, ele me mostrou a folha preenchida.

“Você vai hoje?”

Não demorei muito para responde-lo, fazendo uso de um papel e do meu piloto preto.

“Não. Estudando.”

Sorri para ele, sem qualquer ânimo.

Teddy me respondeu em poucos segundos.

“Queria que você fosse!”

Senti o meu coração bater acelerado ao ler aquelas simples palavras e não pude evitar em deixar uma risada escapar. Ele sorriu de volta, mas logo acenou para mim, deu as costas e saiu pela porta do seu quarto, deixando o cômodo completamente vazio.

Voltei a minha atenção para o meu material de estudo. Estava prestes a continuar a atividade de física, até que percebi que algumas folhas ainda encontravam-se fora de ordem. Eu revirei os meus olhos, impaciente. Havia gastado longos minutos as organizando.

Comecei a arrumá-las novamente, uma por uma, até que me deparei com uma folha na qual estava escrito “eu te amo”. Eu senti meu coração palpitar e pensei que aquilo, talvez, pudesse ser um sinal do destino. Talvez aquela fosse a minha última chance de dizer para Teddy como eu realmente me sentia, porque, no final das contas, nenhum de nós sabia como seria o ano seguinte.

Levantei-me e tirei do armário o vestido que eu havia comprado para o baile com a ajuda de Roxanne. Arrumei-me o mais rápido que eu pude, e pedi para que os meus pais me levassem até a quadra da escola, onde seria a festa. Não precisei pedir duas vezes, pois eles agiram de prontidão.

Não demorei muito para chegar lá. Adentrei o local timidamente, segurando o vestido azul longo que trajava, com receio de que eu pudesse tropeçar. Caminhei em meio à multidão do colégio, com os olhos curiosos pulando de pessoa para pessoa, até que, por fim, meus olhos encontraram os de Teddy.

Ele andou na minha direção, e eu senti como se o meu coração pudesse parar a qualquer instante. De repente, ele sorriu para mim e, involuntariamente, eu fiz o mesmo. Teddy tinha essa capacidade incrível de contagiar alguém com um único sorriso.

— Você veio. — Teddy disse, sorridente.

— É, eu vim. — Sorri, um pouco sem graça. — Não é sempre que a gente se forma, não é? — brinquei, tentando quebrar aquele clima estranho que havia entre nós.

— E você está... Uau, está linda! — falou, bobo.

Eu ri baixinho, tímida.

— Obrigada — respondi. — E você também não está nada mal.

— Tory, tem algo que eu preciso te dizer...

— Não, eu preciso te dizer algo — eu o interrompi, reunindo toda a coragem que eu tinha. — E tudo bem se você não sentir o mesmo que eu, mas eu preciso que você saiba que... Bem, eu...

Teddy me olhava de maneira apreensiva, e eu estava prestes a travar, simplesmente porque eu tinha medo da possibilidade de perdê-lo para sempre por conta de um sentimento unilateral. Eu respirei fundo, tentando me acalmar, e então me lembrei que sempre fui melhor escrevendo do que falando. Abri a pequena bolsa que carregava na lateral do corpo e, de lá, retirei um papel dobrado, que abri calmamente e virei na direção de Teddy, revelando para ele as palavras que eu já devia ter dito há muito tempo: “eu te amo”.

Teddy não respondeu de primeira, o que me deixou em um certo estado de pânico interno. Por um momento, achei que tivesse estragado tudo. Ele apenas colocou as mãos nos bolsos da calça, como se estivesse procurando por algo e, de lá, retirou um papel, que também estava dobrado. Ele o desdobrou, ansioso e, por fim, virou-o para mim. Lá, estavam escritas as mesmas palavras do meu, mas na cor azul. Um sorriso instantaneamente brotou em meus lábios.

— Por que você me fez esperar tanto, seu bobo? — disse, sentindo uma felicidade gigante me invadir.

— Me desculpe — ele falou, embora não parecesse nem um pouco arrependido, já que não conseguia deixar de sorrir. — Victoire Weasley, eu preciso que você saiba que o meu lugar é onde você estiver. Eu pertenço inteiramente a você.

— Eu te amo, Teddy Lupin. — Sorri, feliz. — E eu sou completamente sua.

E sob as luzes azuis que complementavam a temática do baile, no meio de todos os alunos da escola, nós nos beijamos. Aquele foi o meu primeiro beijo e, apesar da demora, de todos os entendimentos e desentendimentos no meio da nossa história, cada segundo de espera valeu à pena, simplesmente, porque, no fim, eu tive certeza de que pertencíamos um ao outro. E seria assim por toda a eternidade.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Críticas sobre esse clichê bobinho? Espero que tenham gostado! Beijinhos e até a próxima! ♥



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