Depois da equipe do agente Coulson ser informada que Chan Ho Yin, um mágico com a habilidade de manipular o fogo, desapareceu e que a Maré Crescente estava envolvida, os olhares desconfiados recaíram sobre Daisy.

Obviamente Daisy se defendeu e disse que encontraria o hacker em uma conversa privada com Coulson e Ward.

A perseguição contra aquele que a equipe descobriu se chamar Miles Lydon foi frustrada, embora Coulson soubesse que as chances disso acontecer seriam grandes. Nesse momento, ele fica agradecido por May ter pedido para voltar ao trabalho de campo, na verdade ele tem a leve sensação de que mesmo que ela não tivesse pedido, ela não hesitaria em seguir a filha mais velha.

Melinda por sua vez, enquanto seguia a filha não deixou de pensar no quanto Daisy podia ser previsível. Ela esperou do lado de fora do apartamento de Miles por um longo tempo e quando ela estava prestes a arrombar a fechadura ela ouviu barulhos distintos, mas que ela identificou rapidamente, fazendo com que seus olhos se arregalassem quase que instantaneamente.

—Pelo amor de Deus Daisy, não me diga que esse é o motivo de você ter chegado atrasada todas aquelas noites. –Melinda murmura para si mesma quase que mortificada, enquanto se encosta na parede do lado de fora do apartamento, não demorando em ser questionada acerca do motivo dela estar ali por uma idosa.

Ao se livrar da idosa, alegando estar a procura do apartamento do namorado da filha, Melinda finalmente adentra o apartamento, não deixando de se sentir enjoada ao ver a blusa de Daisy jogada no chão ao lado do sofá.

Melinda respira fundo tentando conter suas emoções, pensando se foi assim que sua mãe se sentiu ao flagrá-la com Phil pela primeira vez há muito tempo.

Pegando a referida blusa e caminhando em direção ao quarto, ela ouviu Daisy e Miles conversando, sendo assim ela aguardou do lado de fora da porta e viu a filha ficar paralisada ao abrir a porta enquanto dizia:

—Mas nunca vão me dar férias se eu não achar a porcaria da minha blusa.

—Eu acho melhor você se vestir. –Melinda disse quase que mecanicamente enquanto a fuzilava com um olhar que a jovem sabia muito bem que fazia dela uma pessoa muito encrencada.

E assim, com as bochechas coradas Daisy se vestiu enquanto a mãe algemava Miles. A jovem achou que nada podia ser pior do que a mãe pegá-la no flagra.

—Senhora Coulson... –Miles disse igualmente sem graça e o fato de usar tal termo não ajudou em nada a deixar May mais calma, talvez seja por isso que ela usou um pouco mais de força do que deveria enquanto o colocava de costas.

Não demorou muito e toda a equipe chegou, Daisy agora tem certeza que esse foi o momento mais humilhante de sua vida. 

O olhar desapontado de Ward.

O olhar confuso de Fitz.

Jemma dando aquele olhar repreendedor típico, ao mesmo tempo em que se esforça para esconder um sorriso de canto.

Mas o pior foi o de seu pai, a jovem achou que Melinda estava com raiva, nada que não fosse novidade, mas seu pai....

Phil Coulson estava bravo, decepcionado e Daisy estava com medo de seu pai estrangular Miles ali mesmo.

—Espera aí, ele não é o seu pai morto? –Miles disse confuso e admirado ao mesmo tempo.

—Seus pais trabalham para a SHIELD Skye? –Miles disse perplexo, pelo fato da jovem ter omitido esse detalhe importante dele.

—Mais uma palavra e eu corto a sua língua. –Melinda lhe dirigiu um olhar nada amistoso e Daisy não duvidou que ela realmente pudesse fazer isso.

Não demorou muito para que ambos os hackers fossem levados para a sala de interrogatório do ônibus.

Enquanto isso no escritório de Phil, ele encarava a tela onde a filha brigava com o namorado.

—Eu sei, foi uma péssima ideia trazê-la para o ônibus. –Phil resmungou sob o olhar quase que fulminante de May.

—Foi, mas finalmente conheci o cara que a fez chegar tarde em casa. –Melinda disse nada feliz e viu a expressão menos feliz ainda de Phil, enquanto estralava os dedos

—Talvez devêssemos ter uma conversinha com ele? –Phil sugeriu, afinal de contas para ele Daisy ainda é aquela menininha ardilosa que lhe fez plantar um canteiro de margaridas enquanto a mamãe estava viajando a trabalho.

Melinda cogitou se deveria contar a ele que os pegou em uma situação muito semelhante àquela que sua mãe os havia flagrado há tantos anos.

No entanto, antes que pudesse dizer qualquer coisa, Jemma abriu a porta dizendo:

—Nós encontramos algo!

E assim, após finalmente salvarem o dia, Phil tem a chance de finalmente estar cara a cara com Miles.

Ele quer muito soca-lo, mas ao invés disso ele lhe dá um bracelete e o notifica das generosas doações, não é muito, mas a expressão de Coulson ao ver o infeliz se apavorar ao descobrir que ficaria em Hong Kong foi satisfatória, logo não tardou para que ele dissesse à filha para encontra-lo em seu escritório.

Skye por sua vez, se viu mais uma vez fazendo a caminhada da vergonha, tendo no caminho encontrado sua mãe e Ward bebendo como se fossem melhores amigos há tempos, embora nenhum dos dois estivesse falando nada, definitivamente ela pensou que não teria como seu dia ficar mais bizarro.

—Oi. –Ela disse sem graça ao adentrar o escritório do pai e o ver sentado em sua mesa.

—Um namorado mais velho que você Daisy May? –Phil finalmente disse frustrado.

A jovem por sua vez cruzou os braços com uma expressão não muito feliz, fazendo com que inevitavelmente Phil lembre-se de uma certa chinesa com atitude muito semelhante.

—Pensei que já tivéssemos passado dessa fase. –Daisy resmungou.

Phil bufou, talvez ele não tivesse perdido a fase adolescente rebelde afinal.

—Vai me mandar embora? –Daisy pergunta um pouco temerosa após alguns segundos em silêncio.

—Eu deveria mandar você para um convento. –Phil resmunga e vê o ligeiro rolar de olhos tipicamente May.

—Se vale de algo, terminamos oficialmente. –Daisy disse sem muita emoção, deixando bem evidente sua semelhança para com a mãe.

—Estou decepcionado com você Daisy. –Phil diz se levantando e então entrega a ela uma pequena caixa semelhante a de Miles, onde contém um daqueles braceletes que controlam seu acesso a internet e facilitam o rastreio da SHIELD.

—Sério? –Daisy pergunta por hábito.

—Sua mãe prefere deixa-la aos cuidados da sua avó. –Phil diz simplesmente e vê a filha estremecer sutilmente, sendo assim antes de enfim deixa-la sozinha em seu escritório para fazer sua própria escolha ele acrescenta –Faça sua escolha.

—Foi mal. –Daisy murmura, quando a porta do escritório é fechada.

Daisy sabe que não precisa ser um gênio para saber que ferrou com tudo.

—Merda. –Ela xinga em mandarim.