C'est nous escrita por Foster


Capítulo 3
03 — Louis


Notas iniciais do capítulo

E chegamos ao final!
Boa leitura ♥



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Eventualmente veio Louis. 

A terceira gravidez de Fleur havia sido bastante planejada, no entanto, as coisas não aconteceram exatamente como ela e Bill esperavam. 

Com Victoire formada e viajando pelo mundo com Teddy, ambos trabalhando como colecionadores de raridades, visitando lugares históricos e museus, e Dominique já no terceiro ano em Hogwarts, Bill e Fleur resolveram que talvez fosse interessante tentar ter um outro filho. 

Após mais de vinte anos sendo pais, ambos tinham certeza que queriam um pouco de paz,  até a síndrome do ninho vazio começar a bater. A criança mais nova da família Weasley era Lucy, que já estava prestes a entrar em Hogwarts, então parecia uma boa ideia acrescentar um novo membro à família, até porque Teddy e Vic já haviam deixado claro que não possuíam planos próximos para iniciar uma nova geração. 

Poderia, todavia, ser algo perigoso devido à idade de Fleur, considerando também as complicações durante a gravidez de Dominique, o que fez com que ela passasse nos melhores médicos trouxas para fazer toda a adequação necessária para tentar engravidar, alterando sua alimentação, fazendo exames, exercícios físicos e tomando medicamentos. 

Mesmo com todos os preparativos, foram dois anos tentando e, apesar de terem conseguido, tinham plena consciência de que poderia ser difícil. Por isso, Bill e Fleur formaram uma força tarefa, virando experts em cuidados de pré-natal. Cumpriram o trato de não falarem nada para a família nos primeiros três meses, pelos riscos iminentes e, quando finalmente puderam contar, a reação fora estrondosa. Haveria um chá de bebê dali alguns meses, durante as férias de verão para que Dominique, Victoire e Teddy pudessem comparecer, e seria organizado por Luna e Ginny em conjunto com Gabrielle e Apolline, uma combinação que por si só já era surpreendente. 

Quando o verão finalmente chegou, Bill e Fleur não poderiam estar mais felizes de viverem toda aquela emoção mais uma vez ao lado de toda a família. Seria o evento do ano. Exceto pelo fato de que Fleur acordou na manhã do chá de bebê com um sangramento. 

Não deveria ser nada além do que ela já conhecia e havia sofrido durante a gestação de Dominique, era o que ela tentava repetir para si mesma no percurso de tempo até o hospital trouxa, em um táxi chamado por Bill. 

Haviam feito todos os cuidados possíveis e impossíveis, o maior período de risco de aborto espontâneo havia passado. Não deveria ser nada demais. Não poderia. 

Mas infelizmente era. E Fleur voltou para o Chalé das Conchas naquela tarde, encontrando-o totalmente decorado para um chá de um bebê que já não existia mais.  

Fleur e Bill choraram por dias. Tocar no assunto com os familiares era doloroso demais ou sequer pensar a respeito. Era um bebê desejado e já tão amado. Alguns presentes que eles haviam recebido com antecedência, algumas roupas que compraram, brinquedos e móveis de Victoire e de Dominique que haviam reformado estavam todos no quarto que fora pintado de laranja, uma cor que ambos haviam levado dias para decidirem, pois gostavam de sempre escolher uma cor específica para cada bebê que fugisse do convencional - Victoire havia recebido azul, Dominique verde. Não foi fácil encarar aquele quarto, que guardava um mundo de objetos que gritavam “e se?”. Manteram-no fechado por meses, recusando-se a mexer em qualquer coisa que fosse. 

Em certo momento, Fleur sentiu que precisava de ajuda. Os pesadelos não haviam diminuído em nada e a dor que Fleur sentia ao acordar deles eram tão ruins quanto a do dia em que recebera a notícia que seu bebê já não estava mais com ela. 

Aos poucos Bill e Fleur foram entrando nos eixos novamente, da forma que podiam, não obstante sempre fossem levar a dor da perda consigo. Uma parte deles havia ido embora naquele fatídico verão e não havia nada que pudesse ser feito. 

Victoire decidira passar mais tempo em Londres, perto dos pais, de modo que Teddy acabou retornando também. Dominique escrevia mais vezes por mês do que jamais escrevera - nem mesmo em seu primeiro ano havia escrito tanto. Ambas sabiam o quanto os pais precisavam delas naquele momento e se havia algo que pudesse ser feito, só Merlin sabe o que elas não dariam para vê-los sorrindo de novo. No entanto, só o que podiam oferecer era apoio, incondicional e constante.

Em certo ponto, Dominique já estava prestes a se formar em Hogwarts e a seguir carreira como auror - embora Bill tivesse certeza de que ela seria chamada por algum time após ter sido uma das melhores batedoras da Sonserina -, Vic e Teddy estavam com um bebê à caminho, contrariando tudo que falaram por anos e Lucy, que havia entrado em Hogwarts há poucos anos, estava com um namoradinho e deixando Percy sem cabelos de tanto estresse. 

Tudo estava seguindo seu curso e Bill e Fleur estavam animados com a ideia do primeiro netinho, até que, após alguns enjôos, dúvidas e expectativas, veio a notícia de um novo bebê.

Em um primeiro instante, o medo se fez presente, talvez até mais intenso do que a felicidade da descoberta da nova gravidez. Fleur não tinha certeza se seria forte o suficiente para encarar uma nova perda e sequer conseguia verbalizar tal pensamento, com medo de que, se o fizesse, acabasse tornando realidade. Bill não precisava ouvir da boca da esposa tais preocupações para saber que elas estavam lá, até porque ele mesmo vinha tendo as mesmas. Era inevitável, após perder um filho. 

Decidiram enfrentar aqueles receios juntos, fazendo o possível e o impossível novamente, porque a única opção que tinham era tentar e torcer para que tudo corresse bem. 

Tinham um ao outro, o amor incondicional de suas filhas e o apoio de toda a família, tanto Delacour quanto Weasley. Ambos sabiam que esse bebê jamais substituiria o outro e que não iriam apagar o sentimento doloroso que ainda tinham ao pensar no filho que não chegou a vir ao mundo. Porém, os dois também sabiam que o novo bebê vinha para trazer uma nova luz de esperança às vidas deles, como um arco-íris após uma tempestade acinzentada. Por isso, reabriram o quarto alaranjado, que fazia uma bela combinação com a vista da janela que dava para o pôr-do-sol, acrescentaram um arco-íris logo acima de onde o berço ficaria e prepararam-se para o que estava por vir. Independente do que fosse, encarariam juntos, como fizeram durante todos esses anos. 

Louis veio ao mundo completamente saudável, poucos meses depois do filho de Vic e Teddy, o que, por muitos anos, foi motivo de piada entre os dois, que conviveram quase como se fossem irmãos e não tio e sobrinho. 

As noite em claro retornaram, contudo, nem Fleur, nem Bill reclamavam, afinal, já estavam bem treinados e o que importava era terem seu pequeno embrulho seguro nos braços.

E Bill, Fleur, Victoire e Dominique não poderiam ter ficado mais felizes com a chegada de Louis e do pequeno Remus e também a cada vez que a família Delacour-Weasley aumentava mais e mais.  


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Notas finais do capítulo

Pela Fleur ter tido uma gravidez complicada, havia uma grande possibilidade de que as coisas talvez fossem difíceis das outras vezes. Pensar em um bebê que poderia ter nascido na família Delacour-Weasley me deixou reflexiva. É uma realidade que infelizmente acontece e quis tentar retratar da forma mais delicada possível.
O conceito de "bebê arco-íris" é justamente o de crianças que nascem após a mãe passar por algum aborto espontâneo ou bebê natimorto. E deixo um quote da internet, que resume perfeitamente: "E, assim como um arco-íris, eles são aquela luz colorida de esperança após uma cinzenta tempestade."
Essa foi minha contribuição para o Delacour's Month, uma fic delicada, tentando passar sentimentos reais e passíveis de acontecer com qualquer um, além da força dessa família maravilhosa que tanto amamos ♥
Espero que tenham gostado!
Beijos ♥