Era uma vez, o amor escrita por Alina Black


Capítulo 4
O menino que se alimentava de Pesadelos (parte 3)




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Está quase tudo pronto e eu estou com um mal pressentimento – Disse Nahuel ao lado da assistente enquanto terminavam os últimos detalhes daquela tarde.

— Está assim porque a escritora odeia o avô dela?

— Ela odeia todo mundo, até ela mesma, enfim já está quase na hora.

Renesmee deu uma tragada em seu cigarro sentada na área externa do hospital, sua mão livre arrancava pétala por pétala das rosas da roseira que estava ao seu lado, porém, seus dedos param ao ouvir a voz masculina.

— Com licença.

Mas ela ignorou aquela voz e manteve sua atenção nas flores ao se lado.

— Você poderia por favor...

— Esse é o único que eu tinha! Disse ela o interrompendo.

— Não, eu não quero um, quero que jogue fora – Disse o homem.

— Eu acendi agora – ela rebateu continuando a não olha-lo.

—Esta é uma área para não fumantes, senhorita.

A ruiva suspirou, a mão livre subiu até seus óculos escuros e ela o tirou se levantando, finalmente seu olhar se direcionou para o estranho dono da voz que estava a incomodando.

Renesmee e Jacob se encararam em silêncio por alguns segundos.

— Você acredita em destino? Murmurou a ruiva.

— O que? Perguntou Jacob confuso.

— Você entendeu.

Jacob rolou os olhos tentando tirar o cigarro da mão da garota mas ela não deixou – Quem liga para o destino – continuou ela, sua mão livre segurou o pulso dele e ela jogou as cinzas do cigarro dentro do copo com café que ele tinha em uma das mãos – Quem liga para destino? Se alguém aparece quando você precisa, você chama isso de destino.

Renesmee sorriu ironicamente, jogou o restante do cigarro dentro do copo dele , pegou sua bolsa e caminhou tranquilamente.

Jacob virou o rosto na direção dela a olhando caminhar, amassou o copo em sua mão e seguiu na direção oposta.

(...)

“O menino acordou de outro pesadelo terrível, tudo que ele mais desejava era apagar as memórias ruins de seu passado que assombravam seus sonhos todas as noites, por isso ele sempre tinha medo de adormecer. Então, um dia ele procurou por uma bruxa, e implorou “ Por favor, apague todas as minhas memórias ruins para que eu nunca mais tenha pesadelos, então eu farei tudo o que você pedir...”

Enquanto a ruiva lia sua história para as crianças no auditório Jacob ouviu o som do código pelas caixas de som do hospital – Código 777 – Imediatamente ele correu, um dos pacientes havia fugido de sua ala.

O homem andava pelos corredores transtornado procurando por sua filha, segurou a menina que caminhava ao lado de uma enfermeira, Jacob cruzou um dos corredores encontrando Embry – Pegue as faixas de contenção! Disse ele em um tom de ordem, Embry concordou e ele seguiu em busca de seu paciente.

Conhecendo o protocolo, digitou o código da sala de materiais pegando ataduras e gases, rasgou a embalagem com os dentes e colocou o material livre em seus bolsos, saiu da sala e voltou a correr pelos corredores.

“Os anos se passaram e o menino se tornou uma adulto, ele não tinha mais pesadelos porém por algum motivo não era feliz...”

A ruiva deu uma pausa observando a estranha movimentação e os burburinhos entre seus espectadores, porém respirou profundamente e continuou.

“ Naquela noite, uma lua de sangue apareceu no céu e a bruxa reapareceu para buscar o que ele havia prometido a ela, o garoto que agora era homem gritou com ela ressentido – Minhas memórias ruins se foram mas por que eu não sou feliz? A bruxa pegou sua alma como ele prometerá e respondeu...”

As luzes do auditório se acenderam e alguns homens a interromperam.

— Mas que merda está acontecendo? Reclamou Renesmee.

— Infelizmente teremos que interromper, houve um pequeno incidente e todos devem ser levados para uma local seguro! Explicou o homem.

Enquanto todos se levantavam a ruiva continuou sentada, observou atentamente todos caminharem em direção a saída, porém seus olhos observaram uma menina sendo levada amedrontada por um homem vestido com roupas de paciente, imediatamente ela se levantou e caminhou apressada atrás dele ao vê-lo entrar em uma porta.

— Papai não faça isso – disse a menina com medo.

—Se eu ficar aqui, você será levada para um orfanato, você quer isso?

—Eu não quero morrer, eu quero viver! Respondeu a criança aos prantos.

— Eu já disse, crianças não pode viver sozinhas...

— Mas que...monte de besteiras – Disse Renesmee se aproximando de ambos – Você é o primeiro ser humano inútil que eu encontro há um tempo, olha só essa sua cara nojenta.

—Quem é você? Por acaso quer morrer?

—Você já matou alguém? Perguntou ela estalando os dedos – Você acha que não pode mais continuar vivendo mas não quer fazer isso sozinho e por isso está tentando fazer a garota morrer primeiro.

—O que? Murmurou o homem.

— Não sejá um otário covarde, vá em frente e se mate sozinho.

—Sua louca! Disse o homem avançando sobre ela, Renesmee pegou um sua bolsa lhe dando um golpe certeiro, a bolsa se abriu enquanto o homem caia no chão e seus objetos cairam entre eles a faca que ela havia guardado na manhã durante seu almoço.

Apressado o homem engatinhou até a faca mas ela correu enfiando seu salto em sua mão evitando que ele a pegasse, chutou a faca mas ele avançou sobre ela a derrubando no chão, transtornado o homem apertou seu pescoço e ela sentiu que o ar começava a faltar em seus pulmões.

A menina assustada correu até a porta e ao passar por ela bateu de frente com Jacob – Meu pai está lá, ajude...

Jacob a interrompeu pegando o celular pedindo reforço.

—Quem você pensa que é sua vadia? Disse o homem transtornado, ela é minha filha eu posso mata-la quando eu quiser.

— Vamos lá vá em frente! Me mate! Disse Renesmee sufocando.

—Sua louca! Gritou o homem.

Os olhos de Renesmee se arregalaram e suas mãos apertaram os braços do homem e então sua memória foi invadida por imagens de quando ela era uma menina.

“ Será rápido, você não irá sentir nada” – Disse Charlie Swan enquanto suas mãos apertavam ao pescoço dela, as unhas dela arranhavam um dos braços de seu avô mas ele não a soltava, agora o rosto que ela via a sua frente era de Charlie o seu pior pesadelo.

—Morra – repetiu o homem.

Mas as mãos do homem folgaram em seu pescoço e ela voltou a respira quando um homem o tirou de cima dela.

Com dificuldades e após uma luta corporal Jacob conseguiu amarrar as mãos do homem – Estou tentando fazê-lo não se machucar – disse ele- Acalme-se.

Enquanto Jacob amarrava ao paciente, Renesmee se levantou furiosa, pegou a faca do chão e caminhou até o homem já detido, ajeitou a faca em sua direção e destilou um golpe.

As gotas de sangue jorraram no chão.

O homem olhou para ela assustado e em silêncio sentindo as gotas de sangue em seu rosto, Jacob olhou nos olhos de Renesmee enquanto tinha uma das mãos erguidas segurando a faca a sua frente.

— Não era destino então – Disse Renesmee – eu gostaria que ficasse fora disso.

—Solte a faca primeiro, este homem é um paciente – Respondeu ele.

Impaciente ele segurou a mão livre da ruiva tirando a faca da mão dela.

Em questão de segundos os enfermeiros invadiram a sala pegando o homem, Jacob tirou a atadura do bolso enrolando a faca nela.

—A faca está machucada? Ironizou Renesmee – Eu posso alegar legitima defesa se for usar isso contra mim, eu só ia assusta-lo, mas você exagerou e se machucou, então me dê.

Jacob a encarou entregando a faca a ela.

Renesmee riu – A faca não – Disse ela tirando a atadura e jogou a faca no chão, em seguida arrumou a atadura e pegou a mão machucada dele – Sabe existem pessoas no mundo que merecem morrer – Ela enrolou a mão dele cobrindo o ferimento – Mas alguns malucos gentis a matam para nós em segredo, e é por isso que algumas pessoas que são sem noção dormem tranquilamente a noite – Ela explicou terminando fazendo um nó e o apertou com força.

Jacob gemeu.

— Qual deles você acha que sou? Ela perguntou soltando a mão dele.

Jacob desviou os olhos de sua mão para os olhos dela.

— Você é, uma louca sem noção!

Renesmee sorriu e Jacob sorriu para ela.


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