Tão doce e tão fatal: Mel com limão e sal ✖ GSR escrita por Fénix Fanfics


Capítulo 75
Capítulo 46 - Parte Única (075)


Notas iniciais do capítulo

Desfrutem ♥



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Gilbert e Sara estavam em um mar de rosas em seu relacionamento. Discutindo junto sobre o quarto do bebê, já tinham até a casa escolhida, pareciam estar em perfeita sintonia em quase tudo. Quase, exceto por um detalhe, Sara estava com a decisão fixa na cabeça: Ela queria aproveitar a cesariana para fazer laqueadura.

Por diversas vezes explicou para Gilbert que amava Julia e a ideia de ter ela logo em seus braços, mas de fato a gestação não estava sendo nada tranquila, já havia lhe causado muitos problemas e muitas vezes não sabia o que fazer sozinha. Ele contrariado também disse que se ocorresse uma nova gravidez ele iria estar por perto, e que havia muitos modos de se prevenir que não necessitava de uma medida tão drástica.

Obviamente aquilo gerava alguma discussão, porém nada ao ponto de uma grande briga. Eles estavam aprendendo a lidar com aquele relacionamento com mais conversa e menos brigas e isto estava sendo saudável para os três. 

Sara também tinha que admitir que a chegada do inverno no Brasil estavam ajudando a controlar o seu estado, os pés e mãos estavam menos inchados, e as caminhadas com Gilbert pela manhã também ajudavam. Os enjoos e os desejos tinham diminuído, e parecia estar bem mais tranquila sabendo que ainda que Gilbert fosse voltar para os Estados Unidos, em um mês ele voltaria para o Brasil e nunca mais se separariam, pois só voltariam para a América juntos. Como uma família.

— O bebê não virou como já era de se esperar. – Disse doutora Beatriz. – Mas está muito saudável e bastante grande. Creio que a partir dos oitos meses de gestação já podemos nos preparar para que ela possa nascer a qualquer momento. Como teremos que fazer a cesárea, creio que possamos fazer consultas semanais para que essa menina não nos dê surpresas. 

— E se a bolsa estourar em casa? – Gilbert falou em português e apesar do sotaque já dava para perceber que ele já estava bem adaptado a língua.

— Geralmente as coisas não ocorrem como nos filmes, em que a bolsa estoura e o bebê já nasce. O ideal é que venham o mais rápido possível para o hospital e deixem claro que o bebê está em posição pélvica. Mas sempre com prudência. – Explicou.

— Isto me deixa mais aliviada. – Sara sorriu.

— Parece que Gilbert te fez muito bem. – Beatriz teve de falar. – Está muito mais calma e mais serena. Isso faz muito bem ao bebê.  

— Realmente com ele aqui, tudo fica mais fácil. – Sara disse olhando apaixonada para Gilbert. – Uma pena que ele tenha que partir hoje, mas agora tenho a certeza que ele volta no dia certo. – Ela segurou a mão dele, dono dos olhos azuis mais bonitos que ela conhecia.

Conversaram mais um pouco, e Gilbert junto com a doutora, conseguiram convencer Sara a esperar mais um pouco antes de decidir pela laqueadura. E se acertaram de ver isto na consulta dos oito meses, se Sara ainda mantivesse a decisão de querer fazer o procedimento durante a cesariana, Gilbert prometeu não se opor. 

Eles tomaram um sorvete por perto do consultório, ainda que fosse inverno, Sara sentiu uma imensa vontade de tomar sorvete quando passaram na frente e Gilbert não pode negar. Ele também olhava para o telefone impaciente. 

— O que foi Gris? – Sara perguntou.

— Eu tenho de ir para o aeroporto, havia chamado um taxi e ainda nada. – Resmungou.

— Deixa que eu te levo, ainda consigo dirigir. Ainda mais, eu gostaria de ir contigo, me despedir, ficar todo o tempo possível ao seu lado. – Sorriu.

— Você está toda romântica hoje. – Cantarolou. – Mas eu prefiro ir sozinho. Imagina se forem fãs, alguma coisa assim, qualquer problema.

— Gris, pare de ser tão preocupado. As fãs sempre ficaram sabendo das viagens somente após ter ocorrido, no máximo que encontramos no aeroporto fora duas ou três meninas que estavam lá por acaso. Nem de seguranças precisou. 

— É você pode estar certa. – Concordou.

— E estou. Eu te levo para não perder o avião e na volta eu...

Seu telefone tocou bem na hora interrompendo a conversa. Gilbert tentou entender, mas pegou poucas palavras, Sara estava agitada e falava rápido. Só tinha certeza que era Axel, e que alguma coisa havia acontecido com Camila. Não parecia algo ruim, uma vez que havia um sorriso lindo na face de Sara.

— O que foi Sar? – Disse assim que ela desligou o telefone.

— Os gêmeos vão nascer. – Sara disse sorridente. – Axel já está no hospital. Vou te largar no aeroporto e depois vou lá ver meus afilhados. Por que já disse pra Camila, não me contento só com um, quero ser madrinha dos dois. – Ela riu.

— Tem certeza que não quer ir direto para o hospital, eu arranjo outro taxi e...

— E nada. – Sara interrompeu. – Vamos antes que perca o avião.

Sara dirigia cautelosamente, com sete meses de gestação, sua barriga quase se encostava à direção do carro, ainda sim ela tomava tanto cuidado que Gilbert nem se preocupava. Ele também havia prometido parar com algumas neuroses, como não a deixar fazer tarefas simples, ou dirigir. Ela também fora bastante convincente dizendo que deveria se acostumar a dirigir com aquele barrigão para qualquer emergência.

Primeiramente pegaram as malas de Gilbert na casa de Sara, e após foram ao aeroporto. Desceram as malas do bagageiro e entraram de mãos dadas. Já estavam se encaminhando para o check in, quando tiveram uma visão não muito agradável.

Parecia uma multidão, vindo correndo em sua direção. Gilbert tinha um palpite certeiro e uma dúvida na cabeça: “Como as fãs sabiam que ele iria para os Estados Unidos hoje?”. Ele mal podia contar quantas eram, apenas tinha a certeza que eram muitas. Instintivamente ele puxou Sara para si, abraçando-a no intuito de proteger a ela e a sua menina.

— Merda. – Ele bufou.

Sara por outro lado não tinha reação nenhuma, enquanto via aquela onda de fãs se aproximando, seus olhos apenas fecharam rezando para que aquilo fosse um sonho e quando abrisse os olhos de novo, estivesse acordado desse pesadelo.

Não acordou. Ao abrir os olhos, estavam rodeados, sendo empurrados e puxados. E não conseguiam se mover para lugar nenhum. 

Gilbert amava os fãs, porém não naquele momento. 

Ele tentou de algum modo fazê-las pararem. Mas parecia que não ouviam, por mais que algumas poucas tentassem ajudar, eram tantas que ninguém sabia o que estava acontecendo e todas queriam ter a oportunidade de chegar perto de seu ídolo.

Sara protegia sua barriga com as duas mãos, e parecia que não era o suficiente. Alguns fãs já haviam até mexido em suas malas, e ele já nem se importava, só queria a segurança de sua namorada e de sua filha. Pareceu uma eternidade, mas não tardou para que chegassem seguranças do próprio aeroporto para ajuda-los. Criando uma barreira entre eles e os fãs e logo os levando para um local mais privativo.

— Céus, como isso aconteceu? – Sara disse assim que conseguiu retomar o fôlego.

— De algum jeito a noticia vazou. – Ele disse tentando se acalmar. – Como você está meu amor?

— Eu, eu estou bem. Um pouco assustada somente. 

— Está tudo bem agora. – Ele então a abraçou. 

Logo a sala se abriu, e ainda receosos ambos olharam para ver quem entrava. Respiraram aliviados ao perceberem que era um dos seguranças do aeroporto.

— Senhor Grissom? – Ele perguntou gentilmente, e Gilbert logo o fitou.

Ele se apresentou como chefe da segurança do aeroporto. E em seguida Gilbert explicou que as viagens nunca haviam sido divulgadas e que não sabia como a informação havia chegado aos fãs. 

— Está tudo bem. – O homem era muito gentil. – Já fizemos seu check-in. Escoltaremos o senhor até o avião. E também escoltaremos a sua esposa até o carro. Já pedi para entrarem em contato com a policia para que ela seja escoltada pelo menos até se distanciar do aeroporto caso seja perseguida por algum de seus fãs. Cá entre nós, eles não são muito normais.

Gilbert teve de concordar rindo.

— Nós temos paramédicos. Gostaria que eles dessem uma olhada na senhora antes de ser guiada até o carro? – Perguntou referindo-se a gestação principalmente.

— Não é necessário. – Sara sorriu. – Estou um pouco assustada, mas estamos bem. – Ela acariciou a barriga.

— Então vamos? – Ele indagou a Gilbert.

— Está tudo bem querida, se precisar que eu fique e...

— Está tudo bem Gris, vá. – Ela sorriu.

— Irei largar o senhor Grissom na sala de embarque, e em seguida venho buscar a senhora junto com a equipe para irmos até seu carro. Se preferir um taxi, também podemos providenciar e deixamos seu carro no estacionamento.

— Não, está tudo bem. De verdade. – Disse enfática, ainda que agradecida pela preocupação do homem.

Gilbert e Sara se despediram calorosamente com um beijo já cheio de saudade, e ela viu Gilbert ir. Sentou-se então para esperar.

Não demorou muito para que o segurança voltasse. Ficou nervosa só de pensar que iria para o meio daquela multidão novamente, porém pensou que sem Gilbert, os fãs poderiam nem querer chegar perto dela. Era a isto que ela se apegava.

Pegou sua bolsa e fora junto com os seguranças. Eram em torno de cinco que ficavam a sua volta e apesar do que havia pensado, muitos dos fãs ainda estavam tentando ficar a sua volta. Tentou se concentrar no caminho, porém com aquele empurra-empurra ela apenas tinha medo que algo acontecesse com seu bebê. O que ela queria era apenas entrar no seu carro e ir para sua casa.

Já perto da porta, ainda confusa no meio de tudo aquilo, ela pisou em falso no pequeno degrau que tinha ali e juntando isto com sua barriga enorme, ela caiu sentada, depois caindo sobre seu braço de lado. O grito fora instantâneo.

Encolhida no chão não conseguia se levantar. A dor na lombar e perto do ventre era maior que a de seu braço. Os seguranças chamaram reforços e os policiais que iam escolta-la também já estavam lá, todos foram utilizados para contar a multidão enquanto outros dois ajudavam a morena a se levantar.

Ela segurou o braço, possivelmente fraturado, porém a dor aguda que sentia no ventre era maior e não conseguia manter-se em pé sozinha.

— Chamem os paramédicos. – Gritou um dos seguranças.

— Gris... Chamem o Gris...  – Gemeu baixinho, Gilbert era a única coisa que vinha no momento em sua cabeça. Somente ela poderia lhe proteger. Sentiu-se completamente vulnerável.

Um paramédico logo veio atendê-la.  Ela estava sentada em uma das cadeiras de espera, ainda no saguão do aeroporto, e o paramédico se ajoelhou na frente dela.

— Oi, eu sou Ricardo. - Se apresentou rapidamente. – E eu preciso saber onde você tem dor.

— Na parte de baixo das costas e no ventre. – Falou baixinho, gemendo.

— Certo. E de quanto tempo de gestação você está?

— Sete meses. 

Ele então percebeu o modo que ela segurava o braço.

— O que houve com seu braço?

— Eu caí por cima dele. Acho que quebrou.

— Certo. – Ele suspirou enquanto avaliava a situação. – Vamos imobilizar seu braço e...

— Não, primeiro meu bebê. – Em seguida gemeu com mais uma contração. – Ele precisa de atendimento especial. Ele precisa nascer de cesariana, está em posição pélvica.

— Está certo. – O paramédico disse tentando manter a calma. – O tempo de uma ambulância é muito demorado. Eu preciso que você respire comigo. Vamos te levar até uma das viaturas que estão ali fora, e vamos leva-la para a clínica. Certo?

— E Gris? Ele está no avião.

— Quem é Gris?

— O pai da minha filha. – Disse segurando a barriga com força. Era mais uma contração.

— Vá para o hospital, prometo fazer de tudo para que ele vá para lá também.

Sara hesitou em concordar, mas precisava ir para o bem de Julia. Logo os policiais junto com o paramédico a colocaram na viatura, ele também fez com que outro paramédico acompanhasse Sara caso fosse necessário. Ele tinha de conseguir descer Gilbert Grissom do avião, como havia prometido àquela mulher.

Dentro da viatura Sara pediu para o paramédico ligar para a doutora Beatriz e logo ela deu todas as instruções de local e procedimentos que deveriam fazer. Ela estaria no hospital esperando por Sara.

Ainda no aeroporto Ricardo, logo após colocar Sara na viatura fora até a sala de embarque e Gilbert Grissom não estava mais lá. Teve ainda de voltar para pegar seu crachá para poder chegar até o avião e avisá-lo.

O piloto já estava entrando quando o paramédico veio correndo.

— Aconteceu alguma emergência? – Perguntou o piloto.

— Sim, uma moça acabou de entrar em trabalho de parto e o marido está nesse avião. Preciso avisar ele. – Falou afobado.

— Qual nome?

— Gris... Gris... Ela só me disse isso. – Ele suspirou.

— Vamos ver o que conseguimos. – O piloto falou, enquanto os dois entravam no avião.

Ele entrou e logo pegou o interfone utilizado pelas comissárias de bordo para falar com os passageiros.

— Senhores passageiros, ainda antes de decolarmos, preciso falar com o senhor Gris.

Gilbert ouviu seu apelido, e franziu o cenho. Apenas entendeu o que ele queria dizer quando repetiu a frase em inglês. Ele então se levantou.

— Você é o Gris? – Perguntou o paramédico enquanto via ele se aproximar.

— Sou Gilbert Grissom. – Ele falou com sotaque.

— Você estava com sua esposa grávida aqui no aeroporto? – Disse para confirmar e logo recebeu a resposta confirmando. – Ela entrou em trabalho de parto, preciso que venha comigo.

— Como? – Fora quase como um grito. – Não estava na hora.

— Eu sei senhor. Preciso que venha comigo. Explico-lhe no caminho.

Gilbert Grissom seguiu o homem que durante o caminho para fora da aeronave lhe explicou tudo. Logo descobriram para onde levariam Sara e Gilbert precisava ir para lá rapidamente. Precisava disso ou iria perder o nascimento de sua filha, mesmo sem ser sua culpa, ele jamais se perdoaria por isto.

Sem poder ir junto, já que o outro paramédico já não estava no aeroporto, um dos seguranças concordou em leva-lo para o hospital. Gilbert estava virado em um misto de sentimentos, cheio de preocupação, ansioso e com medo. Tinha muito medo que qualquer coisa errada acontecesse com Sara e sua filha. Principalmente sabendo de como o trabalho de parto fora desencadeado.

Neste momento, o que ele mais queria era chegar a tempo de poder ver sua pequena princesa nascer, que ela fosse saudável e que a mulher de sua vida, Sara, ficasse bem.


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Notas finais do capítulo

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