Tão doce e tão fatal: Mel com limão e sal ✖ GSR escrita por Fénix Fanfics


Capítulo 54
Capítulo 32 - Parte 02 (054)


Notas iniciais do capítulo

Desfrutem ♥



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— Espero que meu organismo seja bom para mim. – A morena então virou os olhos castanhos.

Eles aproveitaram a imagem na tela por mais alguns minutos, depois se direcionaram de volta ao consultório. Lá a médica fez algumas requisições de exames complementares, redigiu a receita das medicações para enjoo e preparou o encaminhamento para um nutricionista passando o que ela necessitava para manter uma gravidez saudável.

— Nos vemos dentro de algumas semanas. – Disse Beatriz despedindo-se.

Sara não teve tempo de despedir-se, correu em direção ao banheiro mais próximo e deixou lá tudo que havia comido antes de ir a consulta. Gilbert correu até ela e ajudou-a segurando seus cabelos para trás e fazendo um leve carinho em suas costas – não havia nada mais que ele pudesse fazer, no entanto, além de esperar o mal estar passar. Quando finalmente terminou seus olhos estavam vermelhos e marejados, seu rosto suado.

— Como está Sara? – Beatriz perguntou preocupada quando Sara saiu do banheiro, ela ficara na porta esperando.

— Melhor. – Murmurou apoiando-se em Gilbert, sentia-se um pouco fraca e ainda zonza por conta da força em que o alimento passava em sua garganta.

— Venha, volte para o meu consultório. Vou te dar uma medicação.

Ela levou Sara até a sala onde fazia medicações. Lá ela colocou um soro glicosado para ela se sentir mais forte e junto lhe deu uma medicação para enjoos diretamente na veia. Sara ainda estava zonza e mal sentiu quando as agulhas entraram em sua pele.

— Isso lhe fará sentir melhor, mas creio que seja importante que hoje mesmo veja um nutricionista e comece a tomar os novos medicamentos para enjoos que eu te receitei, eles tem ação mais rápida creio que conseguirá manter pelo menos a maioria deles no estômago. A durabilidade deles também é maior então creio que conseguirá tomar a segunda medicação antes de acabar o efeito da primeira. Precisamos ao menos que esses mal estares diminuam. Certo?

Sara apenas assentiu.

— Dentro de alguns minutos o soro irá terminar, uma das enfermeiras irá tirá-lo e você pode ir para casa. Quanto a medicação, comece somente dentro de doze horas. 

— Está certo, mas doutora. Essa quantidade de medicações não irá prejudicar o bebê?

— Sara, - a medica suspirou tentado explicar-lhe – realmente o ideal é que as mulheres tomem a menor quantidade de medicações possíveis durante a gravidez, mas todas essas medicações são testadas e podem ser utilizadas em mulheres grávidas.  Esses enjoos e a pouca alimentação que você consegue absorver faz mais mal para o bebê do que as medicações que irá tomar e iremos ir diminuindo isto pouco a pouco para que em breve não necessite mais.

Sara assentiu. Beatriz logo se despediu do casal, havia mais pacientes a atender, hoje em especial sua agenda estava lotada. Gilbert ficou com ela até que a medicação acabasse, assim que terminou a enfermeira aproximou-se lhe tirando. Saindo da sala de medicações encontraram Axel e Camila na sala de espera, abraçados.

— E então Sara? Como está seu bebê? – Camila perguntou levantando-se e se aproximando da amiga.

— Melhor do que eu com certeza. – Brincou. – Está lindo e grande. E eu já amo tanto.

— E você papai? – Ela perguntou mordendo os lábios. – Feliz?

Gilbert fitou Camila desconcertado, o marido dela estava lá e isso deixava a situação ainda pior. A amiga de Sara o comia com os olhos sem dó nem piedade, sem se importar com Sara ou Axel. Ele deveria estar acostumado, mas aquele olhar devorador de Camila o deixava completamente desconcertado.

— Muito. Meu filho é lindo. – Ele abraçou a cintura possessivo, como se demonstrasse que era somente ela que ele queria.

— Como você está abusado. – Sara disse em inglês para ele, livrando-se do abraço. – Então vamos?

— Vamos. – Axel disse um pouco atônito. – Mas creio que seja melhor sairmos pelos fundos.

— Por quê? – Sara perguntou desconfiada.

— Parece que temos uns paparazzi na frente do consultório e vem se formando cada vez mais gente ali na frente. De alguma forma ou de outra acho que não apenas sabem que Gilbert está no Brasil como sabem que ele está aqui.

— Isso é péssimo. – Murmurou Sara.

— Por quê? – Axel perguntou.

— Por que o que Gilbert Grissom estaria fazendo dentro de um consultório obstétrico? Logo vão acabar descobrindo sobre o bebê.

— Uma hora ou outra todo mundo saberia. – Gilbert disse em inglês, esforçando-se para entender a conversa. Como eles falavam devagar, ele conseguia pegar algumas partes do assunto.

— Eu sei Gris, mas depois do que eu passei com aquelas fãs eu temo pela vida do bebê. Se você acha que os paparazzi americanos são uns belos idiotas, você não conhece os Brasileiros. – Sara passou a mão sobre a barriga preocupada. – E então?

Gilbert não escutou nada depois de “eu temo pela vida do bebê”, ele lembrou-se automaticamente de sua noiva, de Virgínia. Não sabia que estava grávida quando morreu, novamente as fotos que vira pela imprensa e que apareceram em todos os meios de comunicação de sua futura esposa morta. Céus. A imagem ainda lhe perturbava a cabeça todas as noites antes de dormir. 

Tinha de proteger Sara. Talvez se soubessem que ela estava grávida e se abrissem totalmente o jogo as perseguições fossem mais leves, mas não tinha certeza. Precisavam conversar com Sara, saber sua opinião.

Por melhor achou que ali não era o ambiente ideal para ter essa conversa, como presidiários fugindo da prisão, saíram de lá praticamente escondidos. Para despistar os paparazzi, todos foram no mesmo carro. Camila, Axel e Sara foram no carro de Axel sentados nos bancos e Gilbert Grissom fora dentro do porta-malas. O carro de Sara seria buscado mais tarde por Axel.

Dentro do apartamento, Sara sentou-se no sofá. E Gilbert fechou a porta. Fitou a morena jogada ali, parecia exausta, logo ela preparou algo para eles comerem, tinham muito o que conversar, pelo menos Gilbert sabia disso, tinha mil coisas em sua cabeça e precisava da opinião dela. Principalmente sobre os paparazzi.

— Sara, preciso lhe contar algo. – Gilbert suspirou enquanto mexia na comida com o garfo, não conseguia comer, não antes de lhe falar tudo que estava entalado na garganta. – Algo que nunca compartilhei com ninguém e queria conversar com você. 

— Fale Gris, está me deixando preocupada. – Ao contrário de Gilbert, Sara comia muito, estava com muita fome.

— Odeio quando os paparazzi ficam a sua volta. Tenho tanto medo que eles possam te fazer algo.

— Eu tenho medo das fãs. – Ela sorriu com o canto da boca. – O que é estranho já que faço parte de tudo isso.

— Não é estranho, ainda mais agora que carrega um filho meu. E acho que isso me dá mais medo. Sempre fui muito reservado com minha vida pessoal e creio que isto seja o que causou mais problemas, talvez se fosse mais aberto não me perseguiriam tanto. – Ele morreu o lábio inferior, nem acreditava que estava a ponto de propor aquilo a Sara. – Acho que seria prudente que divulgássemos sua gravidez.

— Como? Eu achei que você fosse o primeiro a querer esconder isso. – Ela perguntou confusa.

— E seria, mas não quero cometer o mesmo erro duas vezes Sara. – Seus olhos ficaram tão mareados que as lágrimas quase escorreram pelo seu rosto.

— O que você ia me contar? – Sara de repente se interessou pela conversa.

— Virginia. – Gilbert suspirou. – Ela era especial para mim. 

— E para todas as fãs, todas shippavam em vocês dois. – Sara sorriu complacente.

— Eu sei disto. Virginia era meu mundo, a amava mais do que um dia pensei que poderia amar, e sabia desde a primeira vez que era com ela que queria viver o resto da minha vida. O dia que ela aceitou meu pedido de casamento eu me senti o homem mais sortudo e feliz desse mundo, e foi aí que as perseguições começaram. Eles a perseguiam no trabalho, indo para casa, não tínhamos qualquer tipo de privacidade e cada vez mais nós nos escondíamos. Até que tudo aconteceu. – Gilbert começou a se afogar nas lembranças as lágrimas escorriam pelo seu rosto. Ficou tanto tempo calado, sem falar isso para ninguém e agora tinha uma necessidade enorme de dividir isso com Sara mesmo sem saber se ela queria saber. – Os paparazzi seguiram Virginia por todo lugar, até que um dia irritada e estressada por essa perseguição sem fim ela tentou despistá-los e ultrapassou o sinal fechado de um cruzamento sendo atingida por um carro. Ela morreu a espera da ambulância, e antes de pedirem qualquer ajuda de socorro tiraram fotos dela acidentada. Isso foi desumano. 

— Oh Gris. Eu sinto muito de verdade. – Ela levou as mãos até o rosto de Gilbert e começou a lhe enxugar o rosto. 

— Eu... – Ele continuou como se nem houvesse ouvido as doces palavras de Sara, ele simplesmente tinha de continuar a falar. – Eu soube de sua morta pelos noticiários, as fotos dela morta estavam em todos os lugares. Eles não respeitaram a mim, não respeitaram sua família, e especularam de todas as formas o fato de não ter ido ao seu enterro. A questão é que não estava preparado para vê-la sem vida, ainda mais depois que soube que ela estava grávida. Eles a mataram grávida. – Ele por fim exaltou a voz como se cuspisse toda dor e ódio que sentia. – E depois de tudo isso nunca mais consegui me apaixonar e achei que nunca mais aconteceria até que eu conheci você, você me fez reviver milhares de sentimentos maravilhosos, revivi o amor e tenho finalmente a chance de ter um filho com a mulher que amo. – Ele secou então as lágrimas com as próprias mãos. – E eles acham que tem o direito de vir e colocar tudo isso em risco de novo? 

Sara fitou Gilbert, ela realmente havia ouvido o que ele acabara de dizer? Ela não havia entendido errado? Sem conseguir dizer mais nada ela levantou-se e foi até ele, em lágrimas os dois se abraçaram o mais profundamente que podiam. 


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