À Segunda Vista escrita por Saori


Capítulo 1
Você acredita em amor à segunda vista?


Notas iniciais do capítulo

Oláaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa! Finalmente temos um mês pra esse casal que eu, simplesmente, AMO, e fico muito feliz de poder participar desse projeto. Espero, de coração, que vocês aproveitem e gostem dessa fic bobinha que eu escrevi. Façam uma boa leitura. ♥



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Você acredita em amor à segunda vista? Quando eu vi Nymphadora pela primeira vez, eu não me apaixonei imediatamente. Tudo o que eu pensei foi: “essa garota é legal demais, espero poder reencontrá-la algum dia”. Mas isso não é amor. O amor é mais forte e intenso, ele é invasivo, te preenche mesmo contra a sua vontade. Vem sem avisar e não vai embora fácil. Ao menos, não quando é verdadeiro. É por isso que eu digo, com plena certeza, que me apaixonei à segunda vista.

Nós não trocamos nada além de olhares misteriosos quando nos vimos pela primeira vez. Na verdade, o mais perto que chegamos de um diálogo foi quando rimos de uma piada idiota feita por Arthur Weasley. Um momento simplório e também significativo, devo dizer, pois ficou gravado em minha mente. Provavelmente porque aquela foi a primeira vez que a vi sorrir. E, nossa, ela tinha um sorriso completamente encantador. Mas foi a segunda vez que nos encontramos que fez a diferença. Nós estávamos na sede da Ordem da Fênix quando aconteceu.

Quando se é um lobisomem, vive-se em um constante estado de paranoia. Existem dias em que tudo o que eu preciso é ficar sozinho, mesmo que contra a minha real vontade, e esse era um daqueles dias. Eu não desviei os olhos quando a vi, surpreendendo-me por completo. Pelo contrário, eu a fitei atentamente, conforme ela caminhava desengonçada pelo vasto cômodo, sem nem sequer se dar conta de minha presença. Apesar do jeito atrapalhado, havia algo de gracioso na forma com a qual ela se movia. Talvez o charme estivesse nos cabelos chamativos e coloridos, na tonalidade rosa chiclete, movendo-se para cima e para baixo a cada passo que ela dava.

Mantive-me silencioso, na esperança de que passasse despercebido. Nymphadora parecia estar procurando algo pelo local, uma vez que ela analisava atentamente cada canto em que passava. Ainda assim, ela era desatenta a ponto de não me notar. Seja lá o que estivesse procurando, provavelmente demoraria a encontrar, considerando seu nível de euforia e desatenção. Por piedade, pensei em oferecer-lhe ajuda, mas era divertido observá-la correndo feito uma barata tonta, e fazia tempos que eu não tinha qualquer motivo para sorrir.

— Ei, você... É Remus, não é? — disse a menina, ainda um pouco atrapalhada. — Você não viu uma bolinha preta correndo por aí?

Ergui as sobrancelhas, levemente curioso. Tonks pareceu notar, já que um pequeno sorriso travesso surgiu em seus lábios, um tanto quanto discreto. Afobada, ela acenou positivamente com a cabeça, enquanto abaixava o tronco, a fim de olhar debaixo dos móveis. Estava realmente empenhada.

— Sim, é Remus — respondi primeiro. — E não, eu não vi nenhuma bolinha preta. Mas por que está tão empolgada procurando por uma bolinha preta?

— Ah, isso... — Ela riu, divertida. — Moody anda de mau humor por esses dias, e eu decidi que está na hora de animá-lo. — Ao erguer as costas, ela foi tomada por uma expressão de dor. — A idade é cruel — resmungou baixinho. — Enfim, voltando ao assunto, é uma bolinha que corre muito e, quando chega perto do alvo, ela dá um grito. Acho que seria hilário.

— Realmente acha que isso irá animá-lo? — perguntei, espantado. Não era possível que ela achasse que aquela ideia boba fosse realmente dar certo. Ainda assim, eu admirava sua perseverança.

— Não. — Acenou negativamente com a cabeça. — Mas acho que isso vai divertir o resto da Ordem. Certo, temos que ser sérios, estamos em um momento difícil, mas o mau humor dele só piora as coisas — Quando se deu conta do que disse, rapidamente se pronunciou. — Mas não conte isso para ele!

— Você é um tanto quanto... — pausei, buscando uma boa palavra. Tonks me encarava com ansiedade, como se necessitasse que eu terminasse logo aquela frase. — Peculiar.

— Bonita, animada, agitada, divertida, engraçada, colorida — falou, enquanto enumerava os adjetivos com os dedos. — Tantas palavras e você me diz “peculiar”?

Peguei-me sem reação por alguns segundos. Ela estava certa, eu havia sido bastante infeliz naquela tentativa de elogio.

— O que foi, lobo solitário, perdeu a língua? — perguntou, em um tom brincalhão.

— Grande senso de humor. — Revirei os olhos, fingido.

Ela riu. Aliás, ela tinha um belíssimo sorriso. Um sorriso daqueles que te cativa, mesmo sem qualquer pretensão de fazê-lo; que te faz querer ser o motivo por trás de um simples gesto.

— Desculpa, é mais forte do que eu — falou, ainda em meio à própria risada.  —, aliás, o que você está fazendo aqui há essa hora?

— Ora, não sou em quem está aqui procurando por um brinquedo. — retruquei.

— Um item importantíssimo, você quis dizer.

— Claro, claro — respondi, em um tom de brincadeira — Já imagino como você era em Hogwarts.

— Que feio, Lupin. É terrível julgar um livro pela capa.

— Não é pela capa, Nymphadora. Na verdade, está bem além disso — Não me dei conta das palavras que disse naquele momento. Só percebi o significado quando a observei sem reação por um instante. E ela, definitivamente, não era o tipo de garota que ficava sem reação.

— É Tonks, nada de Nymphadora. Esse nome é horrível.— Bufou, parecendo irritada. — Não sei de onde os meus pais tiraram isso, honestamente.

Automaticamente, seus fios de cabelo mudaram de cor para vermelho. Achei bem interessante, na verdade. Talvez aquele ato estivesse conectado com suas emoções, o que seria bem revelador em caso de veracidade. Eu sorri, achando graça, mas ela pareceu nem mesmo se dar conta. Talvez já fosse muito natural para ela. No entanto, devo dizer que, apesar de Nymphadora ser um nome exótico, eu realmente gostava.

— É um nome divertido, assim como você. Acho que combina bem — falei sincero.

— Repita isso e eu serei obrigada a matá-lo — Nymphadora proferiu, tentando parecer séria.

— Você não faria isso — rebati.

— Duvida?

— Não. — Balancei a cabeça de um lado para o outro. — Nem um pouco.

— Ótimo.

Ficamos em um silêncio consideravelmente constrangedor por um segundo, enquanto os lábios dela se contorciam em um bico claramente mal humorado. Eu tentei segurar a risada, mas, inevitavelmente, o som baixo do riso escapou de mim, o que a fez me encarar novamente, parecendo um pouco constrangida.

— O que é que... — por algum motivo, ela interrompeu sua própria fala no meio e levou o indicador direito até os lábios, indicando silêncio.

Entortei levemente a cabeça e contraí as sobrancelhas, como se perguntasse: “o que diabos está acontecendo?”. No entanto, ela não respondeu, apenas manteve-se incisiva com relação ao silêncio, uma vez que sua feição tornou-se mais séria.

— Ei, o que é que você está faz... — eu praticamente sussurrei, mas nem sequer consegui concluir a frase.

Em uma questão de segundos, um barulho estrondoso tomou conta do cômodo e era tão irritante que era quase insuportável. Automaticamente, eu fiz uma careta de desagrado e, mesmo que não pudesse escutá-la, eu podia vê-la gargalhando na minha frente, conforme corria na direção da pequena bola preta que tanto procurara. Demorou um pouco para que ela a pegasse, já que a bola quicava quase incessantemente. Considerei ajuda-la, mas era realmente mais divertido observá-la correndo de um lado para o outro feito uma barata tonta.

Apenas quando o som parou, caí na gargalhada, achando toda aquela situação hilária. Certamente, nem mesmo passara pela minha cabeça que eu passaria por tudo aquilo naquela noite, quando eu estava apenas tentando fugir de meus pensamentos melancólicos.

— Grande cavalheiro — ela ironizou, e eu dei um sorriso de canto.

— Obrigado. — Fiz uma espécie de reverência improvisada. — Acho melhor não soltar isso por aí na frente dos outros.

— Certo, certo. — A menina revirou os olhos, dando-se por vencida. — Você tem razão, foi uma ideia idiota.

— Eu não diria idiota. — Ri baixo, um pouco nostálgico. — Parece algo que eu e meus amigos faríamos quando estávamos em Hogwarts.

— Acho que foi por isso que nunca me tornei monitora da Lufa-Lufa — comentou baixo, mais para si mesma do que para mim. —, mas você não me respondeu, o que é que está fazendo aqui a essa hora?

— Nada. Absolutamente nada — respondi, sem qualquer pretensão de dar mais explicações.

— Sabe, Lupin — Voltei os meus olhos para ela. — Eu acho que você se sente muito sozinho às vezes, mas também acho que, muitas vezes, você se isola de propósito. Sei que te conheço há pouco tempo e que posso estar sendo precipitada, mas eu sempre fui muito boa em entender as pessoas. Não há nada de errado em ser um lobisomem, e você não tem qualquer culpa sobre isso, então não se trate como o grande culpado da sua condição. Você é assim, não há nada que possa fazer para mudar isso e está tudo bem, porque esse é você. E existem pessoas que gostam de você ou que querem gostar de você do jeito que é, sem que precise mudar um único detalhe. Não precisa se isolar das pessoas por causa disso. Você precisa dar uma brecha para que te conheçam melhor. Olha só, em pouco tempo nós demos boas risadas, não acha?

A princípio, eu não me movi. Nem mesmo um músculo. Apenas permaneci estático, absorvendo aquela chuva de palavras que caía sobre mim, uma por uma. Nunca, em toda a minha vida, alguém me lera tão bem, especialmente em tão pouco tempo. Ela estava certa em cada uma das acusações. Eu sentia culpa por ser um lobisomem e eu me odiava por ser assim. Além disso, eu também me isolava de propósito, porque eu sabia que, sob minhas condições, sempre havia possibilidade de machucar as pessoas e, também, era normal que me rejeitassem antes mesmo que me conhecessem. No entanto, não Nymphadora. A meu ver, ela parecia como um livro aberto, daqueles com histórias interessantes e reviravoltas impressionantes. Quero dizer, eu certamente não esperava por aquelas palavras, especialmente sob as circunstâncias nada convencionais em que nos encontrávamos. A verdade é que Tonks era assim, sincera e aberta aos seus próprios sentimentos, ela parecia ser o tipo de pessoa que fala quando acha necessário e, naquela vez, havia sido certeira.

Foi só nesse instante, também, que eu me dei conta que havia muito tempo que eu não gargalhava como naquela noite. Talvez tivesse meses. Entretanto, Nymphadora, com o seu jeito desajeitado e espalhafatoso conseguiu arrancar de mim uma risada daquelas genuínas, realmente divertidas. Fazia tempo que eu não me sentia tão leve e descontraído. Eu estava grato por ela ter trazido esse lado de mim. Muitas vezes, eu sentia que estava me perdendo de mim mesmo.

— Olha, se você não gostou do que eu disse, não precisa ficar me encarando assim, podemos fingir que nada aconteceu, sabe, eu não...

— Obrigado — eu a interrompi, desviando os olhos para o chão com certa timidez.

— De nada? — a afirmação saiu em um tom de pergunta, e, inevitavelmente, eu sorri.

A espontaneidade de Nymphadora Tonks era algo único e simplesmente apaixonante. Às vezes eu desejava ser assim, mais alegre; ser alguém que leva a vida de uma forma mais leve. Talvez fosse por isso que eu gostasse tanto de observá-la, porque ela era repleta de qualidades admiráveis e dignas de coragem. Porque ela era ela. Com todos os defeitos e, especialmente, qualidades, ela era uma pessoa singular digna de ser notada. Eu sempre acreditei que muitas pessoas vivem sob máscaras, mas, definitivamente, não era o caso de Tonks. Ela era a definição de verdade, tão cristalina quanto à água.

— É por isso que você é peculiar, Tonks — afirmei, um pouco tímido. — Por dizer exatamente o que eu precisava ouvir sem nem mesmo perceber.

— Sabe, eu gostei disso, peculiar — disse, sorridente. — Isso implica em dizer que eu sou uma pessoa única, não é? E não é todo mundo por aí que é metamorfomago.

— Definitivamente, você é uma pessoa única. — Finalmente, voltei o meu olhar para ela. — Não estou dizendo isso porque você é uma metamorfomaga, mas porque você não tem medo de ser você. E eu gosto de quem você é.

Quase que automaticamente, os fios de cabelo dela tomaram um leve tom rosado, e eu me perguntava o motivo daquela mudança repentina. Ela desviou o olhar para o canto por um mísero segundo e, pela primeira vez, a peguei completamente sem resposta. Era adorável, eu tinha que dizer. Entretanto, não demorou muito para que ela se pronunciasse, da maneira mais sutil que eu a vira falar até então.

— Obrigada — aquelas palavras deixaram a sua boca em um tom baixo, quase inaudível.

— De nada, Nymphadora.

— É Tonks — ela me corrigiu.

— Tonks — repeti.

Ela limpou a garganta, como se quisesse acabar com o clima constrangedor que havia ficado.

— Por que o seu cabelo mudou de cor? — indaguei, em um súbito ato de coragem.

— Ele mudou? — A menina passou as mãos levemente pelos fios de cabelo. — Ah, não é nada.

— Sério? — Ergui as sobrancelhas, desconfiado. — É a segunda vez que muda.

— Droga — Nymphadora resmungou baixinho. — Não é nada, às vezes ele parece que tem vida própria.

Permaneci desconfiado por um momento, mas não insisti no assunto, porque sabia que ela hesitaria em me dizer a resposta, seja lá qual fosse. Mas alguma parte de mim desejava, por algum motivo ainda incompreendido, que os fios de cabelo tivessem mudado de cor por minha causa, ainda que eu imaginasse ser algo improvável.

— Devo confessar que achei um tanto quanto interessante.

— Quer dizer então que eu sou interessante? — indagou curiosa.

— Sim — falei, ao mesmo tempo em que concordava com um aceno de cabeça.

— Peculiar, interessante — falou, conforme enumerava com os dedos. — Mais alguma coisa?

— Divertida, engraçada, atrapalhada — eu a imitei, movendo os dedos conforme cada palavra era dita.

— Bonita?

— Bonita — levantei mais um dedo e demorei um pouco para ver que havia sido pego desprevenido.

A feição de Nymphadora, por outro lado, esboçava outra coisa — vitória. Sim, ela carregava um sorriso vitorioso em seus lábios, que não tinha a menor intenção de esconder. Na verdade, ela parecia feliz, por algum motivo, ao escutar aquele elogio bobo. De qualquer modo, eu gostava de vê-la sorrindo, trazia-me uma imediata sensação boa de aconchego. Era como se, com ela, eu pudesse ser eu mesmo, sem os muros e sem as mentiras. Apenas Remus Lupin.

— Ei, não precisa me olhar assim, foi só uma brincadeira — ela disse, despertando-me de meus pensamentos.

— Claro. — Eu ri, um pouco sem graça.

— Eu preciso ir agora — ela falou, igualmente sem jeito. — Quero dizer, eu disse para a minha avó que iria para casa hoje.

— Certo, te vejo em breve, Ny... — antes que eu pudesse terminar a palavra, engoli seco, sendo pressionado pelo olhar quase fuzilante dela. — Dora.

Achei que ela ficaria brava quando me dei conta que havia acabado de chama-la por um apelido. Contudo, ela surpreendeu-me completamente com um sorriso singelo que brotou em seus lábios.

 — Até — ela acenou para mim, animada, enquanto caminhava em direção à saída.

Antes de deixar o cômodo, no entanto, ela deu meia-volta e, por alguns segundos, seus olhos vieram de encontro aos meus.

 — Eu sei que você não perguntou, mas, caso queira saber, eu gostei de conhecer você — falou, um pouco tímida. — Digo, o real você.

Ao ouvir aquelas palavras, um sorriso inevitavelmente surgiu em meus lábios. Nem que eu quisesse eu poderia escondê-lo. Fazia tempos que eu não sorria daquela forma e, Nymphadora, uma menina que surgiu de repente, de uma maneira nada convencional na minha vida, foi capaz de me arrancar o mais sincero dos sorrisos.

— Obrigado, Dora — eu agradeci, sincero.

Ela sorriu, tímida, ajeitou uma das mexas do seu cabelo bagunçado e, em poucos passos, desapareceu do meu campo de visão.

Nos minutos seguintes, peguei-me confabulando sobre aquela menina tão interessante. Havia algo diferente nela. Algo que eu nunca havia visto ou sentido por ninguém, seja lá o que fosse. Eu não tinha ideia do por que, mas ela tinha essa capacidade incrível de me arrancar sorrisos e risadas sem o menor esforço, mesmo quando eu acreditava que era algo impossível.

Foi naquele dia, exatamente naquela situação completamente inusitada, com diálogos nada pretensiosos e palavras completamente sinceras, que Nymphadora Tonks conquistou o primeiro pedaço do meu coração. Eu não sei dizer o quanto ou o motivo para isso, mas eu sei que foi ali que ela se tornou alguém especial; uma pessoa que eu queria por perto. Por isso que, todas as vezes que eu me pego pensando sobre como nos apaixonamos, a resposta é sempre a mesma, mesmo que as palavras nunca tenham saído dos meus lábios, — foi amor à segunda vista. E, a partir dali, falhei como um homem cético e me tornei um bobo que passou a acreditar na possibilidade de um final feliz e em todas aquelas baboseiras de contos de fadas, mesmo que não achasse merecedor disso. Mesmo assim, eu não me arrependo. A verdade é que eu não me arrependo de nenhum minuto ou sequer segundo que eu passei ao lado de Nymphadora Tonks, porque eu afirmo, com toda a certeza, que foram os melhores momentos da minha vida.

Do outro lado da sala, Nymphadora me encarava com um olhar suspeito, enquanto batia os dedos sobre a mesa, de modo nada delicado. Refleti por alguns segundos, pensando se devia me pronunciar ou não, mas eu tinha certeza de que ela não ficaria calada por muito tempo. Ela nunca conseguia, era impulsiva demais para conseguir segurar sua própria língua.

— Remus — ela me chamou.

Bobo como eu me tornei, eu abri um pequeno sorriso.

— Eu posso te fazer uma pergunta? — indagou, tímida.

Era um tanto quanto estranho, porque vê-la tímida era uma raridade.

— Sim.

— Quando foi que você se apaixonou por mim? — Em uma questão de segundos, seus fios de cabelo mudaram de azul para rosa claro, que, na verdade, acabara se tornando a nossa cor.

Nymphadora Tonks só ficava espontaneamente com os fios de cabelo rosa claro quando se tratava de mim e, particularmente, todas as vezes eu me sentia alguém muito especial e lembrava daquele dia. Da primeira vez em que a vi com aquela cor de cabelo. Seus olhos, agora atentos, me fitavam de maneira apreensiva, e eu sorri, tentando tranquiliza-la. Contudo, acredito que não adiantou muito. Eu respirei fundo, tentando reunir toda a coragem que eu tinha para respondê-la. Ela sabia bem que eu não era o homem mais romântico do mundo. Na verdade, eu estava bem longe disso. Ainda assim, eu encontrei um resquício de coragem dentro de mim e, finalmente, eu consegui respondê-la, ainda que com uma outra pergunta.

— Então... Você acredita em amor à segunda vista?


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Notas finais do capítulo

E aí, o que achou? Espero que tenha gostado! Obrigada por ler até o final e até a próxima! ♥



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