Em algum momento chegou até uma enorme aglomeração diante da maior estrutura que já vira. Um templo de proporções gigantescas no melhor estilo grego. Com pilastras, uma escadaria levando a entrada e muita tinta branca.

As pessoas ali vestiam túnicas alvas e pareciam ouvir algum tipo de comunicado. Ele deidiu parar para prestar atenção. De alguma forma podia escutar claramente mesmo a aquela distância. 

O homem no topo das escadarias escoltado por dois guardas falava sobre uma visita de uma comitiva real vinda do fundo do mar. Diziam como aquilo era uma chance única de unir forças com outra espécie, uma que via-se vários anos à frente quanto a tecnologia, e possuíam um poderio militar que os permitiria ter o controle do continente.

Depois ele disse algo sobre não comentar nada acerca do comportamento rebelde da filha do senhor Egeu. E falou para a levarem de volta caso a encontrassem zanzando pela cidade já que ela está no meio de um rigoroso treino para ser uma esposa adequada.

Achou aquilo bem engraçado, ao menos até ele citar o nome da tal noiva prometida e, logo em seguida, o nome da cidade.

Tinha conjecturado o onde, mas ouvir o nome da mulher prestes a ser casada… o fez ter ideia do quando.

Suou frio e deu alguns passos para trás. ´´Muitos morreram naqueles tempos. Um assassino andava pelas ruas, monstros continuavam surgindo incessantemente e não apenas um real demônio estava para nascer como haviam milhares de outros a poucos incentivos de despertar``. A passagem do livro que descrevia aquele evento na história voltou a sua mente tão clara quanto se alguém pusesse um dvd em seu cérebro.

Começou a tremer. Quando olhou para as mãos, elas tinham um tom escuro de ébano. As fez irem até as orelhas. Elas estavam longas como as dos demais ali presentes. 

Nunca suara tanto suor frio como naquele momento. Na verdade, antes daquele mundo, jamais o fizera. Tomou nota da situação mais uma vez.

Acordara em meio a uma enfermaria generalizada no livro, não tinha nada além de roupas medíocres consigo e em nenhum momento a história citou algum personagem de baixo nascimento sobrevivendo ao evento do nascimento da Medusa.

Embora não fosse certa a sua morte, era bem provável que ela viesse. E ninguém garantia que ele simplesmente voltaria ao seu lugar de origem.

Virou a face aos céus e cerrou os punhos. ´´Mas que merda…`` pensou quando o desespero simplesmente não veio. Supôs que ter uma vida longa não estava mesmo ao seu alcance. Não importava em que mundo, corpo ou tempo estivesse.

Iria morrer sem ter feito nada. Aquilo o fez querer chorar.

Mas antes que lágrimas viessem, foi atirado ao chão violentamente e teve seus pulsos atados. Vários se viraram para olhar, mas ninguém deu qualquer sinal de que interviria. 

O final ruim o alcançara mais cedo que o esperado.

´´Mas que sorte de merda`` sua mente soltou antes de ter a cabeça forçada a acertar o chão e então apagar.