O Dia em Que... (Coletânea de Oneshots) escrita por Vanilla Sky


Capítulo 2
O dia em que os opostos se atraíram.


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores! Sejam bem-vindos a mais uma oneshot da Wanda e do Visão. Essa é um AU que eu curti bastante escrever, e espero que vocês gostem também!
A ideia me veio meio do nada, e eu fiquei amadurecendo ela um tempinho até finalmente escrever. Gostei bastante do resultado final ♥
Como vocês estão após aquele final? Comentem comigo o que acharam, bem como se estão gostando dessas oneshots! ♥
Desculpem não falar muito, mas hoje eu estou ABSURDAMENTE cansada. Acho que não dormi muito bem :( mais tarde eu volto para atualizar Beginning, Middle, End!
Enfim, desejo uma ótima leitura ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/799736/chapter/2

Wanda Maximoff encaixou os fones de ouvido em suas orelhas após ajeitar os brincos e piercings na extensão de seu pavilhão auricular. Uma música tocava alta em sua mente enquanto ela distraidamente caminhava pelo caminho de pedras o qual indicava a saída do pequeno campus. Aquele início de semestre estava estranhamente tranquilo, sem tantos trabalhos iniciais, exceto pelo professor Bruce Banner, que decidiu passar aos seus alunos uma dissertação gigantesca sobre os hormônios cerebrais para, segundo o próprio, começar “muito bem” o ano letivo.

Portando, Wanda buscou seu canto favorito na biblioteca e esqueceu do mundo por uma tarde inteira, focada nos velhos livros de psicologia ofertados pela faculdade. As sinapses cerebrais eram a última coisa a qual a jovem estudante gostaria de pensar quando deixou o espaço cinco horas depois, o sol de outono se pondo no horizonte atrás das belas folhas de coloração alaranjada enquanto ela voltava para sua casa.

O velho prédio de apartamentos não era exatamente confortável, contudo, era o lugar que reconhecia como seu “lar”. A pintura exterior já estava descascada, e a estrutura era precária após anos sem o devido cuidado, com portas rangendo quando os moradores chegavam, bem como infiltrações recorrentes nas épocas de chuva. Ainda assim, poucos momentos eram tão pacíficos quanto a chegada de Wanda em seu apartamento, com os miados do gato Ébano em seus ouvidos, que esfregava os pelos de tom preto fechado como a noite em suas pernas quando ela deixava sua mochila de qualquer jeito no chão para acariciá-lo e levantá-lo no colo para beijar o meio de suas lindas orelhas.

Ao se instalar novamente em casa, tirar as botas pretas e o casaco típico daquela época do ano, em que o tempo começava a esfriar, Wanda esquentava uma chaleira de água e preparava um chá, para degustá-lo sentada em sua cadeira a qual dava de frente para a rua, abaixo das plantas penduradas no teto e ao lado de uma mesa de vidro com um livro ou notebook para pesquisas. Ela observava pessoas saírem do trabalho, buscarem os filhos na escola, carros nas duas vias da rua, enquanto Ébano se deitava em uma pequena cama ao seu lado. Esse hábito, o qual adquirira no primeiro ano de faculdade, ajudava em momentos de estresse e cansaço inerentes à graduação.

Seus olhos pesaram, então ela acomodou um travesseiro no parapeito da janela para seguir mirando o cair da noite e as pessoas voltando para as suas casas. Na saída do prédio em que morava, ela viu um rapaz loiro com vários livros em mãos já alcançando a calçada para atravessar a rua. Ele se destacava por ser muito alto entre a multidão, e, distantemente, Wanda conseguia ver um casaco marrom sobre seu corpo. Imaginou quem poderia ser, sendo este o último dos seus pensamentos antes de cair no sono.

~.~

Wanda Maximoff acordou com um sobressalto algumas horas depois.

O sol se pusera no horizonte, as estrelas pingavam no céu como pequenas gotas de tinta iluminadas, e uma corrente de ar fresco adentrava pela fresta da janela. O restante do líquido na xícara sobre a mesa de estudos estava completamente frio quando a moça se levantou, apressada, dando falta de seu gato na almofada e relembrando que não havia servido sua ração noturna.

— Psst, psst, Ébano...

Costumava servir a porção de comida da noite perto das sete da noite, contudo, já passava das nove horas quando acordou. Caminhou pelo seu minúsculo aparamento, procurando a bola de pelos escuros em cada canto possível, sem êxito. O coração batia mais forte no peito quando ela pegou um casaco e calçou as botas, saindo porta afora para procurá-lo no corredor, já que não era raro ele usar de um buraco na parede do banheiro para se esgueirar no restante do prédio, em especial quando estava sem se alimentar.

Pensou em bater na porta de sua vizinha da esquerda, Agatha, e perguntar se ela dera comida ao bichano, porém lembrou que ela havia viajado e passaria a semana inteira fora. Aflita, correu escada abaixo em direção à entrada, e, ao ouvir um miado familiar, abriu a porta com um estrondo ao mesmo tempo que exclamava:

Ébano!

Wanda se surpreendeu ao ver seu gato ajoelhado, os olhos verdes dele fixos nos olhos verdes dela, realmente atendendo ao chamado de sua tutora. Ajoelhada em frente ao animal, uma figura masculina com roupas surradas oferecia comida em um pote para ração, a mochila toda remendada logo atrás dele, e um sorriso amistoso na direção de sua nova conhecida:

— Olá, boa noite.

A moça estava confusa e nervosa ao mesmo tempo, então somente respondeu de maneira indiferente:

— Hum... Oi.

— Então o seu nome é Ébano, gatinho? – O rapaz voltou o rosto para o gato, e ela notou que ele usava óculos grossos quadrados, e um familiar cardigã marrom. – Fiquei na dúvida se era Salém ou Azurro.

Ela permaneceu em silêncio enquanto olhava com atenção a cena em sua frente. O animal geralmente era arisco, e aceitava a companhia de poucas pessoas além da dona, como a vizinha e o irmão de Wanda em suas raras visitas. Mas, estranhamente, ele miava e andava entre os dedos largos do rapaz, batendo o topo de cabeça nas costas de sua mão.

— Em qual período de psicologia você está?

Wanda arregalou os olhos.

— Você é alguma espécie de stalker?

— A sua blusa.

Ela parecia tão atônita que nem notou estar vestindo o moletom de sua turma, o tecido preto com letras brancas maiúsculas dizendo “PSICOLOGIA” e o famoso símbolo da graduação, juntamente com o nome da faculdade logo abaixo.

— Ah, sim... Terceiro período.

— Que máximo! Eu acabei de me transferir do Direito para Ciências da Computação, então, estou no primeiro período. – O jovem se levantou e esticou um braço para Wanda. – Meu nome é Victor Shade, mas todo mundo me conhece por Visão.

— Wanda. – Apresentou-se ela com um meio sorriso.

— Muito prazer, Wanda. Eu me mudei recentemente para o 302, quando precisar de algo...

O gato Ébano se entrelaçou nas pernas de Visão antes de miar e parar em frente a sua tutora, para essa pegá-lo no colo como geralmente fazia. Ela o juntou e aproximou seu nariz da cabeça peluda do animal, beijando o meio de suas orelhas com carinho, até sentir cheiro de comida úmida vinda de seu hálito, bem como notar um sachê de comida nas mãos do rapaz de apelido “Visão”.

— Você tem um gato?

— Não, eu tenho um cachorro em casa, o Sparky... Meu antigo colega de quarto, o Sam, tinha um gato.

— Isso não explica a comida de gato.

Visão parecia encabulado. Desconfortável, até. Ao tempo que ansiava por uma resposta, Wanda aproveitou para observar o quanto ele era mais alto que ela, e que, por trás daqueles óculos de armação grossa, restavam o par de olhos azuis mais cristalinos já vistos por ela. Olhos que carregavam o peso de traumas, problemas e segredos os quais, por um momento, pareceram um enigma que ela gostaria de resolver.

Após alguns segundos, ele finalmente respondeu:

— Eu sempre levo comida de gato comigo. Na minha outra faculdade, havia uns gatos de rua perto do meu campus, e eu costumava alimentá-los depois da aula... Acho que os velhos hábitos perduram.

A expressão dura de Wanda logo suavizou, e ela exibiu um sorriso. Sorriso, este, que parecia iluminar o pequeno espaço entre a entrada para pedestre e as vagas de carro dispostas lado a lado para os moradores. Visão sorriu de volta, quase receoso de perturbar a luminescência do belíssimo riso da moça em sua frente.

— Isso é fofo. Você estuda de noite?

— Precisamente. Ciências da Computação noturno, a incrível sala de dez alunos.

O sorriso de Wanda evoluiu para uma risada amável.

— Então você gosta de alimentar gatinhos depois da aula?

Visão travou em seu lugar.

— ... Eu não conto se você não contar que eu esqueci de colocar comida pro meu gato.

— Ah, ufa. – Ele riu. – É uma maneira simples de colocar, mas é basicamente isso sim.

— Fiquei surpresa com o Ébano... Ele geralmente não vai com ninguém. – Wanda afagou o gato novamente. – Você fez um novo amigo, é? Fez um amiguinho?

Ao pegar a mochila no chão, Visão fitou-a quando acariciou o lustroso pelo preto do animal. Wanda parecia fechada, até esquiva, quando conversaram pela primeira vez. Mas, ainda que em pouco tempo, ela mostrou um lado mais gentil e dócil, o qual deixou o rapaz fascinado e querendo saber mais a seu respeito. Ele acenou com a cabeça e ajeitou a mochila no ombro, seguindo em direção à porta até escutar uma voz baixa:

— 201.

— Perdão?

— Meu apartamento... E do Ébano... É o número 201. – Ela trouxe o animal mais próximo de seu colo. – Nas sextas, eu fico até mais tarde na faculdade por conta de um grupo de poesia aberto à comunidade. Quer tomar um café antes da aula semana que vem? Quando voltam as atividades do clube, no caso...

Por trás do pelo negro do gato, Visão pôde jurar ter visto seu rosto ruborizar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

"Vanilla, o final ficou TOTALMENTE EM ABERTO!" sim, isso foi proposital porque, se vocês não me segurarem com uma camisa de força, eu vou fazer uma fanfic INTEIRA DA WANDA E DO VISÃO UNIVERSITÁRIOS ASHAUSHAHUS.

Lembrando que aceito críticas e sugestões :) nos vemos em breve com mais uma oneshot! A próxima talvez seja um pouco mais angst, e vai se passar dentro do canon.
Um beijão e um abraço mega carinhoso, fiquem bem, Vanilla ama todos vocês ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Dia em Que... (Coletânea de Oneshots)" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.