UMA INTRUSA EM CREPUSCÚLO 2 - De Volta Para Casa escrita por Jace Jane


Capítulo 2
Capítulo 2 - Conforme as Regras


Notas iniciais do capítulo

Espero que meus fantasminhas apreciem este novo capitulo.



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Lidar com vampiros era irritante, eles eram rápidos e fortes, embora tivesse o poder de deus, ainda não seria capaz de enfrenta-los de frente, a não ser se usasse alguns truques.

— Parece que finalmente percebeu seus erros. – Disse uma voz saindo das sombras, uma nevoa negra era deixada para trás conforme o homem andava.

Seu apartamento tinha se tornado baderna todo mundo entrava e saia quando queriam. Precisava estudar mais feitiços de proteção.

— Eu peço um minuto de paz para os céus e eles riem da minha cara, quem é você? – Falou Megan abrindo uma carranca ao se deparar com o homem de pele escura vestindo trajes leves, mas cheio de adereços em ouro.

— Aí esta o bom humor que me falaram. – Sorriu o homem. – Eu sou seu filho.

A deusa arqueou a sobrancelha pela piada.

— Osíris.

— Querido, eu lido com viagem no tempo então meça suas palavras quando for falar comigo, quase tive um infarto aqui. – Colocou a mão no peito acalmando seu coração, seu corpo ainda estava cheio de hormônios. – Eu me pergunto como é possível uma simples garota atrair tantos deuses de mitologias diferentes, aquela musica ‘mamãe passou açúcar em mim’ esta começando a fazer sentido. – Osíris fez uma expressão confusa e deu de ombros, eram de culturas diferentes, não deveria estranhar expressões estranhas.

— Você não é uma simples garota, você é uma devota de Loki. – Respondeu.

— Oi? Devota? Onde? Tudo que eu fiz foi ser enganada, ameaçada e manipulada por aquela cobra. – Cruzou os braços irritada, ser associada ao Loki a essa altura era uma ofensa a sua honra.

— Você ajudou Loki, não foi? Trouxe de volta a sua mulher. – Respondeu Osíris se sentando ao lado da deusa.

— Eu não estava em plena consciência naquele momento. – Comentou Megan se lembrando de quando foi mordida por sua adorável, mas nem tanto, cobra.

— De qualquer forma você foi capaz de usar o poder da brecha do selo dos viajantes de forma nunca vista antes, obtendo o poder de um deus, antes mesmo de ser um. – Megan sorriu com orgulho. – Causando inúmeros impactos aos universos, chamando a atenção de deuses que a maioria gostaria que permanecessem quietos.

Megan virou o rosto já sabendo que fez merda e agora seria cobrada.

— Pois bem, o que vossa senhoria fará a respeito? – Perguntou Megan preocupada.

— Como se tornou uma senhora do submundo, nós deuses da morte decidimos que você deveria ser guiada ao caminho correto dos deuses, caso prossiga com seus envolvimentos prejudiciais os deuses se unirão contra você. – Respondeu o egípcio com expressão neutra.

— Me deixa adivinhar, você foi escolhido para ser meu guia? – Deduziu Megan.

Deixou o sofá e começou a andar pela sala em quanto acariciava o pingente dos Volturi preso em sua garganta.

— Sim, acho que devo agradecer você por isso, nunca saí do duat desde que fui lançado lá pelo meu irmão Seth— Seu desprezo por seu irmão era evidente na sua voz.

— De nada.

— Se não fosse pelo Ragnarok teríamos deixado nas mãos de Hela. – Afinal seu panteão original se derivou dos nórdicos.

— Ela deve receber muitas almas agora. – Comentou Megan.

— Meu trabalho é lhe informar das regras, sim, até as divindades devem seguir regras. – Megan se virou pra Osíris com os ombros caídos.

— Ninguém merece. – Bufou ao se jogar no sofá. – Conte-me tudo e não me esconda nada.

Ser um deus era incrível, mas não poderia dar a louca como sempre fez em sua vida anterior, o que cortou completamente seu barato, como alguém que se alimenta do caos poderia se empanturrar seguindo aquelas regras?

Regra numero 1: Não se envolver em assuntos mundanos.

Regra numero 2: Não aparecer para humanos diretamente, e só aparecer em casos extremos.

Regra numero 3: Não alterar o destino.

Eram três regras básicas, mas que fodiam completamente os seus planos, mas como uma boa ‘devota de Loki’ poderia encontrar brechas, era só planejar com cuidado.

— O que eu faço com as fadas? – Perguntou Megan depois de ouvir atentamente o deus.

— Prepare as para a sua ausência. – Respondeu tranquilo.

— E os vampiros? Eles não são mundanos e nem mortais. – Questionou a brecha.

— Você se envolveu com eles e o que aconteceu? Vários vampiros que andam a luz do dia, um triunvirato que esta se desmanchando pela sua simples intromissão. Apague sua existência desse mundo. – Instruiu Osíris com um olhar serio – É o que deve fazer para corrigir seus erros.

Seu coração palpitou em tristeza, Marcus voltaria a ser aquele vampiro depressivo e melancólico, deu amor e esperança ao vampiro e agora teria que pegar tudo de volta. Seus olhos começaram a arder.

— Não deve perder tempo, quanto mais esperar, pior será. – Alertou o deus preocupado.

A jovem deusa tinha criado raízes profundas naquele mundo, talvez não conseguisse deixá-lo. Ela era imprevisível, e facilmente manipulável e estava cercada de demônios, o pior cenário possível.

— Você já sabe o que fazer... – Assim como chegou foi embora, sem deixar rastros em uma nevoa negra.

***

Arrastou-se até seu antigo quarto e encarou pela última vez, sua cama estava coberta por um manto de veludo vermelho escuro, a cor lhe lembrava a um vinho que havia tomado, o lençol era de uma seda escarlate, aquelas não era as cores que usava mais alguém tinha se hospedado naquele apartamento, um Volturi ou Asten? Valia a pena perder tempo pensando nisso, a resposta era obvia. Olhou debaixo da cama e sua maleta de dinheiro bruxo estava lá acumulando poeira, a colocou na cama e assoprou o excesso de poeira e a abriu, lançou um feitiço de expansão e estalou os dedos, seus livros e acessórios, até mesmo suas roupas que ficaram para trás voaram para dentro da maleta.

Em quanto o feitiço fazia seu trabalho foi até o espelho, vê seu reflexo lhe trouxe memórias de quando viajou pela primeira vez, tinha ficado bem assustada ao ver o Magnus do outro lado. Naqueles tempos suas preocupações eram efêmeras comparadas às de hoje.

— Megan do futuro não se arrependa ainda, seu passado foi bom, seu futuro pode ser como você quiser. – Estava sozinha, havia afastado todos quem um dia havia feito amizade, não foram muitos, estava absorta demais para se preocupar com seu futuro depois da vingança. Essa era sua maior fraqueza, podia ter o poder de construir e destruir planetas, mas estaria sempre só, afundando em sua própria solidão. – Preciso de uma bebida.

Quando recuperou suas coisas jogou sua maleta para dentro do castelo de Ianova e pegou a primeira garrafa de vinho que achou e voltou para Volterra, estava na hora de mostrar o que acontece quando mexem nos seus brinquedos.

Primeiro foi no seu quarto e retirou tudo o que lhe pertencia e enviou para o castelo depois de criar um portal, quando em fim o quarto ficou vazio chamou Lilith na linguagem das cobras, usando magia para amplificar sua voz, em quanto esperava tomou todo o conteúdo da garrafa.

— Preciso de uma bebida mais forte. – Criou um pequeno portal que ligou a adega dos Volturi e fez a festa. Algumas horas depois Lilith apareceu, subiu pelas suas pernas e se enroscou em seu pescoço. – Minha amada, nossa jornada aqui acabou.

Lilith encarou os olhos de sua mestra e viu a dor estampada em seus olhos, que tentava afogar na bebida em suas mãos.

— Verei meu marido pela última vez, em quanto isso volte para a corte das fadas. – Fechou o portal para adega e criou outro para Lilith, que lhe obedeceu sem lhe questionar.

Andou pelos corredores ainda segurando uma garrafa de vinho e caminhou sem pressa, afinal seria a última vez que estaria a li fisicamente e como uma Volturi. Arrancou a rolha da garrafa e tomou um profundo gole daquele vinho doce. Pelo caminho alguns vampiros lhe cumprimentavam, seus olhos não se desviaram nem por um momento para observá-los, eles não tinham importância, o laço que havia criado com o seu amado seria desfeito em algumas horas, nunca mais sentiria seu cheiro através de suas madeixas castanhas, não voltaria a provocá-lo com seus flertes eróticos.

Só poderia observá-lo de longe através dos espelhos, seu coração sangrava em lembrar que aqueles olhos lamentáveis voltariam para sua face, àquela aura sombria que trabalhou tanto para remover, voltaria com a perda de mais um amor.

Quando chegou ao seu quarto já andava aos tropeços, toda aquela bebida finalmente tinha lhe atingido, sua visão estava turva, seus sentidos estavam confusos, abriu a porta com um aceno de mão, deixou a garrafa cair da sua mão e deitou na cama, sem se importar com a mancha que deixaria no tapete, afinal em breve ele deixaria de existir, porque se importar? 

— Sua alteza! – Disse uma voz adentrando no quarto.

Megan virou a cabeça para a porta e viu seu antigo guarda-costas, ele não estava com sua face lisa e livre de preocupações, era justamente o oposto.

— Não haja como se o mundo estivesse acabando Jonathan, só eu tenho esse direito. – Disse Megan lhe chamando atenção.

— Não é um bom momento para vossa majestade estar bêbada. – Falou apreensivo, preocupando a deusa.

— O que aconteceu? – Perguntou em quanto se sentava, sua cabeça estava girando, então fechou os olhos.

— O Mestre Marcus foi nocauteado pelo Alec, por ordem do Mestre Aro. – Seus olhos se abriram assim que o nome do seu amado foi pronunciado.

— Marcus.. Esta em perigo? – Falou seria, o vampiro afirmou com a cabeça. A adrenalina começou a correr por sua corrente sanguínea, recuperando um pouco dos seus sentidos. – Onde ele esta?

— Em seus aposentos. – Respondeu o vampiro.

Sem esperar qualquer informação á mais saltou da cama e criou um portal direto para o quarto do Marcus e o fechou sem deixar o vampiro passar, Aro não deveria saber do seu envolvimento por hora.

Ao pisar no quarto do seu amado não esperava toda aquela comitiva, Marcus estava deitado no sofá e ao seu lado estava Alec, a fumaça negra cobria todo o corpo do vampiro mais velho. Aro estava no sofá ao lado conversando com um Caius estressado, atrás deles estava Chelsea e Jane.

Assim que seu cheiro correu pelo cômodo toda atenção dos vampiros foram para a deusa, seus olhos demoníacos brilhavam em fúria, em contraste com seus chifres e sua expressão lhe deixava com uma imagem assustadora. O ar do cômodo ficou pesado com sua aura de poder.

— Jane...? – Chamou Aro com a ordem implícita.

Antes que a vampira pudesse abrir a boca Megan a silenciou com um simples feitiço que a deixou muda.

— Sinceramente, eu esperava um pouco mais de cortesia para com o seu irmão. – Deu um passo para frente, os vampiros da guarda se posicionaram a frente de seus lideres.

— Ele não estaria assim se não fosse por você. – Respondeu Aro com audácia.

— E você não teria vampiros que andam na luz do sol. – Contrapôs – Realmente, a culpa é minha, mas esperava ao menos dar uma despedida descente ao meu marido, mas se vai ser assim. – Abriu os braços e uma onda de poder percorreu todo o cômodo, deixando os vampiros paralisados, só podendo ouvir e ver.

Primeiro Megan foi até Jane e abriu sua boca e sugou um pouco de seu poder, depois fez o mesmo com Chelsea e Alec.

— Tenho planos para seus poderes, acho que vou aproveitar que esta todo mundo paralisado e fazer a limpa por aqui. – Aro viu aquele sorriso insano e pela primeira vez sentiu medo, tudo o que conquistou durante aqueles milênios eram inúteis para o tamanho poder da Megan, foi um erro vê-la como inimiga, agora sabia disso.

Megan abriu vários portais e tomou uma gota de poder de cada joia do Aro, sem deixar ninguém escapar. Ao ver Bree congelada sentiu um grande arrependimento, será que fez o certo em salva-lá? Agora não importava mais, a jogou dentro de um dos portais que ligava a Ianova e a deixou por lá.

Voltou ao seu quarto e pegou tudo o que era seu e jogou de qualquer jeito para ao lado da Bree, dando a ordem de levar tudo para a entrada do seu castelo.

Pegou a corrente que havia guardado e removeu sua gargantilha, colocando o brasão dos Volturi em seu lugar original, sua coroa que fora presente do Marcus também foi devolvido aos cofres dos Volturi. Quando voltou ao quarto do seu marido tudo estava como havia deixado. Segurando a corrente do colar o apertou firme, seus olhos haviam voltado ao normal, a fúria se dissipava só deixando a tristeza para trás, colocou o objeto em volta do pescoço do vampiro, pertencia a ele, nunca fora seu, uma lagrima escorreu do seu rosto, a limpou no mesmo instante.

Invocou um caderno de capa dura, de aparência escura letras prateadas apareceram na capa ‘Uma Intrusa em Crepúsculo’, tudo o que havia passado naquele universo fora transcrito para aquele objeto, só faltava às linhas finais, que foram escritas com uma pena e sangue. Qualquer traço da sua existência havia sido apagado, ninguém se lembraria de Megan Rodrigues Volturi, a companheira de Marcus.

O sangue de Leshura fora removido de cada vampiro ao reescrever a história.

— Saudações e adeus, Marcus, eu lembrarei o nosso amor por nós dois. – Seu corpo se desfez em uma nevoa dourada.


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