Xeque-Mate escrita por Dani, Sannybaeez, Braguinhah


Capítulo 2
Fabrício - Sugiro que o causador disso vá para o Tártaro


Notas iniciais do capítulo

Oiiii gente! com mais um cap aqui pra vcssss! Sugiro q prestem atencao noos minimos detalhes! AAAAAAAA vamo comecar isso logo que estamos ansiosas!
Boa leitura e desculpe por qualquer erro!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/799689/chapter/2

Fabricio Cruz

Podia descrever perfeitamente aquela sensação se estender pelo meu peito, anestesiando-me por completo.

Covarde, era o que eu podia dizer. Me sentia um completo covarde por presenciar todas aquelas cenas de puro horror, e não ser capaz de tomar as rédeas de meus próprios atos e ir à luta ao lado de meus irmãos, que lutavam arduamente em uma luta incessante.

Os monstros invadiam o acampamento logo atrás do Minotauro, atacavam os campistas com gosto, desferindo golpes os quais os mantinham imóveis sobre o gramado alto tingido pelo sangue daqueles que um dia pisaram no Acampamento Meio-Sangue, com o pensamento voltado para o fato de que estavam seguros.

Aqueles passos pesados do Minotauro entravam em contato com o solo provocando pulsações intensas o bastante para que eu pudesse sentir o pisar do monstro sob os meus pés. Pulsações as quais provocavam-me arrepios de medo e ódio por tudo aquilo estar acontecendo com a minha família.

Por alguns segundos, senti a adrenalina que corria por minhas veias rapidamente, fechei os meus olhos lentamente e vislumbrei a imagem do amontoado de madeixas douradas completamente emaranhadas no topo da cabeça de meu irmão, seus olhos refletiam um azul intenso, e suas palavras tocavam-me de maneira calorosa.

“Esqueça de tudo o que lhe falaram até hoje, você não tem ideia do quão forte você é, Fafá. Apenas agradeça por estar aqui, respire fundo, e volte para o seu desafio.”

Uma fonte energética pareceu ter se apossado de meu corpo de maneira instantânea, e nem ao menos pude domar os meus passos em direção ao gramado alto onde todos lutavam.

Avistei alguns campistas avançarem em direção aos monstros, e acertando-os em cheio. Outros, simplesmente tentavam encontrar alguma maneira de evacuar, em sua maioria, falhando miseravelmente, e acabando em sua grande parte como meros corpos gélidos em meio ao território do acampamento.

Webs corria próximo a margem do lago com certa dificuldade, enquanto carregava um machado que aparentemente reduzia a velocidade de seus passos. Direcionei-me em sua direção sem pensar duas vezes, na esperança de, juntos, conseguirmos encontrar os outros para que pudéssemos evacuar. Mas uma preocupação em específico trazia-me uma agonia maior, não havia tido nenhum sinal de Bela desde que todo aquele caos se apossara do acampamento em uma mera fração de segundos.

— WEBS! – Gritei o mais alto de pude, mas ele nem se deu conta de que estava sendo chamado naquele momento.

Continuei correndo desesperadamente, chamando pelo nome de meu irmão que se afastava cada vez mais. Mas tudo pareceu escurecer de vez quando algo bloqueou os meus passos, e fez com que o meu corpo cedesse ao chão abruptamente. Senti o tombar de minha cabeça entrar em contato com o solo duro, e minhas forças se esvaírem de repente.  

Senti o meu corpo rolar alguns metros após ter tropeçado no obstáculo que provocara a minha queda. Ainda desnorteado com a situação, coloquei-me de bruços com a cabeça latejando. Ousei uma tentativa de colocar-me de pé, mas sempre que ousava o movimento, meus joelhos cediam ao chão e eu desmoronava novamente.

Ergui a cabeça lentamente, ainda com as vistas bambas, mas pude ver com tamanha clareza uma campista ferida em meio ao gramado. Ela estava desacordada, o que fez o meu estômago revirar por completo. Rastejei-me até o corpo da garota com dificuldade, avistando uma espada jogada ao lado da campista.

Seu rosto me era familiar, mas não me recordava certamente de seu nome. A única coisa que fui capaz naquele momento foi deixar com que uma lágrima escorresse bem abaixo de meus olhos. Ninguém merecia terminar assim.

Puxei a espada para mais perto, recebendo todo o peso da arma sobre os meus braços. Fiz do objeto como um apoio para que eu me reerguesse, e ficasse de pé mais uma vez. Encarei-a estatelada no chão novamente, o que provocou certa dor em meu peito.

Arrastei a lâmina da espada sobre o chão até que pudesse ter a convicção de que estaria pronto para ter todo o peso do objeto sobre os meus braços diante daquela tontura infernal. Por alguns segundos, apenas desejei que o provocador daquilo tudo fosse diretamente para o Tártaro.

Um grito ensurdecedor tomou o recinto, olhei para o lado arregalando os dois olhos, tendo a visão de Bela ser nocauteada pelo Minotauro que havia invadido o acampamento minutos atrás.

— NÃO! – Foi a última coisa que consegui dizer, após avistar o corpo da campista ser lançado metros à frente.

O corpo de Bela caiu duramente no chão, o estrondo provocado pareceu ser tão devastador quanto um raio caindo no solo em minha visão, tudo o que era exterior por um tempo passou como despercebido, e os meus passos descontrolados iniciaram uma corrida em direção ao monstro.

Reuni todas as minhas forças restantes para erguer a espada pesada, para que eu pudesse me preparar para o ataque. E foi ali que eu me dei conta, eu estava mais perdido do que imaginava.

Um objeto pontiagudo atingiu a minha perna. A dor infernal fez com que eu desmoronasse mais uma vez, e um berro estridente escapasse. A minha cabeça foi lançada para trás quase em um movimento involuntário, enquanto eu sentia o ferimento arder ao extremo.

Minhas duas mãos se dirigiram até o ferimento, e meus olhos percorreram por todo o campo em que a batalha acontecia. Não havia nem sinal do Minotauro que havia atacado minha namorada, muito menos o corpo de Bela metros à frente. Franzi o cenho confuso com tudo aquilo que acontecia, levando em seguida, o olhar até a flecha que havia me atingido.

Naquele momento, não sei se podia me considerar um azarado ou um sortudo de mão cheia. A flecha, por sorte, não havia atravessado aquela região, nem ao menos ido tão profundamente quanto imaginava.

Juntei todas as minhas forças mais uma vez para que pudesse arrancar a flecha dali. Em seguida, puxei a lâmina da espada para mais perto, cortando uma tira generosa da camisa larga alaranjada que usávamos como uniforme do acampamento.

Amarrei-a um pouco acima do ferimento, fazendo um nó forte para que estancasse o sangue que seria perdido. Por fim, apenas me levantei dali cambaleando, com a espada em mãos.

Sem rumo algum, fazia o máximo para não chorar diante daquele pandemônio. Não iria me permitir chorar logo ali, com tantas vidas perdidas, ainda tendo a frase de meu irmão em mente: “Apenas agradeça por estar aqui, respire fundo, e volte para o seu desafio.”

Will, espero que um dia você possa me perdoar, mas eu falhei.

Meu corpo foi empurrado contra o chão, e eu fui puxado por uma força invisível até as margens do lago. Eu não fazia a mínima ideia do que estava acontecendo, era como se uma força maior tivesse poder sobre mim, e me arrastasse para o meu próprio funeral.

Fui jogado no lago cristalino do acampamento. Me senti ridículo, praticamente um fantasma estava querendo me afogar naquele momento. A força ainda me puxava para o fundo, e eu havia cansado de me debater.

Vários incidentes haviam ocorrido naquele dia, a suposta morte de Bela e o Minotauro, o fantasminha camarada, e a invasão no acampamento. Cheguei a uma conclusão que a minha mente só faltava explodir de vez.

Por qual motivo os deuses estariam tão furiosos, afinal? Era uma pergunta que não se calava.

Acabei por notar que o pesadelo que tive pela manhã não fora em vão. Talvez era só uma forma dos deuses me alertarem que o fim estava próximo. Afinal, o meio divino pode ser tão bizarro quanto aparenta ser.

Naquele momento, mergulhado nas profundezas do lago, eu me perdia nos demais pensamentos que cercavam a minha mente. Como o do dia em que todos os filhos de Apolo se sentavam ao redor de uma fogueira, riam e bebiam sem preocupações, sem mágoas a guardar.

Braguinha e João entravam em uma conversa tão maluca e que ninguém do lado de fora entenderia, e Lusca permanecia de braços cruzados com um semblante raivoso, por não poder consumir bebidas alcoólicas naquela noite. O que me custou muitas risadas no dia.

San estava parado no meio do nada, processando algumas músicas de Now United mentalmente, e fazendo gestos mínimos como se estivesse ensaiando uma dança. Tudo estava perfeito.

Eu sorri diante daqueles pensamentos reconfortantes, sabia que não estaria mais ali daqui alguns minutos, pelo simples fato de sentir meus músculos relaxarem, e minha visão escurecer. Eu só tinha de agradecer a todos os meus irmãos, pois eles me faziam sorrir nas horas mais inoportunas possíveis, e isso, com toda a certeza do mundo, fazia do meu dia mais feliz.

A minha última lembrança antes de tudo apagar, foi a sensação reconfortante de ter a minha família em mente.

 

 

O oxigênio invadiu abruptamente os meus pulmões. Minha visão tornou-se mais clara, e uma sensação sufocante apossou-se de meu corpo, enquanto eu tossia a água e me mantinha de bruços no gramado alto.

   — Temos que sair daqui, agora!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

ESPERAMOS QUE TENHAM GOSTADO! Comentem e favoritem! E ate o proximooooooo

Prestem atencaaaaaaaaooooooo


— Braguinha, Dani e Sanny



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Xeque-Mate" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.