Coração de Badboy escrita por tobinana


Capítulo 6
Então o cupido decidiu tirar férias...


Notas iniciais do capítulo

Hehehe ressurgi com essa gracinha



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Eu sempre tive um dom especial: o da esquiva. Sempre fui ótima em desviar de coisas que queria evitar, mesmo inconscientemente, se bobear podia virar uma espiã ou uma sombra, e essa é a minha defesa moral para o que aconteceu: eu comecei a fugir de Sasuke Uchiha. 

Meu cérebro trabalhava mais rápido que eu para me desviar de situações onde pudéssemos ter contato: perdi a hora no dia da aula de Química, fiquei ocupada e não pude ir na casa de Naruto e passei a evitar os bancos do pátio. Eu sei que vocês devem estar pensando “Sakura, você é uma pessoa horrível!” e eu concordo, mas é o meu jeitinho, se o constrangimento pudesse ser evitado, ele seria.

Por incrível que pareça, minha tática deu certo, e passei a ver Sasuke apenas nas aulas de Química, já que eu não podia perder a hora mais vezes. Ele parecia o Sasuke de sempre, com sua cara fechada e marrenta, e pouco parecia com o garoto com o qual eu tive um encontro, com o humor ácido e sorriso arteiro — vamos ignorar o fato de que eu me peguei sentindo certas saudades desse lado dele. 

O mais importante era que ele não havia tocado no assunto do coraçãozinho, e trocávamos o bom dia e o tchau, como nos velhos tempos. Tudo estava bom e confortável novamente, a Terra em seu eixo, a programação de volta ao normal, sem encontro, sem ninguém afim de ninguém.

Mas é claro que não ficou assim por muito tempo. Depois de quase um mês nesse limbo, estava eu na biblioteca, fazendo o planejamento do meu projeto de monitoria, quando a professora de Artes, Kurenai, apareceu com nada mais nada menos do que o Sasuke ao seu lado.

— Sakura, minha jovem — pigarreou, e eu só os olhava com uma cara de idiota — Conhece o Sasuke, certo? Da sua turma. — assenti — Ele está precisando melhorar as notas na matéria, então você pode ajudá-lo.

Travei, com um sorriso sem graça na cara. Esse pode claramente não era uma escolha, e sim uma intimação.

 

CANALHAS!

 

Parecia que o destino tinha me escolhido a dedo para jogar seus acontecimentos imprevisíveis e rir da minha cara. Eu normalmente não sou tão egocêntrica assim para achar que o universo toda está conspirando contra mim, mas vamos por partes: primeiro que eu era monitora desde o início do segundo ano e quase nunca tinham pessoas para tirar dúvidas, a galera sempre se concentrava em matérias mais "importantes", como as de exatas, ou biológicas, mas Artes? Meu trabalho como monitora ficava mais em auxiliar a professora na sala de artes, ajudando a cuidar do material, e fazer um projeto no final do ano — estava fazendo um sobre evolução da animação 3D. Segundo que o Sasuke era um desgraçado inteligente e acho que só tinha ficado de recuperação uma vez na vida, o que logo ele estava fazendo ali?

Quando eu perguntei, ele respondeu:

— As turmas de artes agora são de tarde, eu não sabia e faltei todas as aulas.

Minha cara foi ao chão. Tudo bem que nos outros anos, as aulas de artes eram no horário normal, pela manhã, mas no terceiro ano, por causa do vestibular, tínhamos aula de artes e de redação à tarde, e as turmas eram misturadas. Pensando bem, nunca tinha visto o Sasuke em nenhuma aula de redação também.

Não conseguia nem rir, apenas ficar admirada com a capacidade do moreno de cabular tanta aula e continuar passando em tudo. O professor de Redação com certeza nem notava a falta dos alunos, já Kurenai era mais rígida, e com certeza tinha ido reclamar com a diretora Tsunade pelas faltas.

E aí sobrou pra quem? Isso mesmo, pra mim.

De primeira eu fiquei muito nervosa. E se ele falar alguma coisa? E se ele começar a me odiar ou algo do tipo? Mas para meu consolo, Sasuke parecia o mesmo de sempre: com uma cara de bunda, entediado, enquanto me ouvia falar sobre todos os movimentos artísticos desde o Renascimento.

Na verdade, o problema não era ele, Sasuke agia com uma naturalidade, que era quase como se nunca tivéssemos saído e eu não tivesse passado a evitar ele depois disso. Na verdade, de verdade mesmo, acho (tenho certeza) que o problema mesmo era eu, que estava com tanta vergonha que meus neurônios pareciam rodar em círculos gritando na minha cabeça.

Porém, tinha algo ao meu favor. Nasci com os preciosos genes da minha mãe, e não apenas o elemento radioativo da loucura havia sido herdado, mas também o gene S de supersonsa. Até porque esse problema e essa vergonha só existiam nesse lugar doido chamado minha cabeça. Isso quer dizer que, mesmo morrendo por dentro, por fora eu permanecia plena e inabalável, agindo como se nada tivesse acontecido também.  

Quer dizer, as vezes isso falhava, mas era só quando o Uchiha chegava muito perto, e aí eu acabava sentindo o cheiro do seu perfume gostoso, ou quando nossas pernas se encostavam sem querer, e aí eu lembrava delas expostas no shorts de futebol preto e laranja, correndo pelo gramado, ou quando ele esboçava um sorrisinho por algum motivo idiota durante a explicação e eu lembrava do som da sua gargalhada. 

Mas nada demais. Completamente normal. Uma beleza como a de Sasuke mexia com o julgamento de qualquer um, e fazer o que, não gostava dele, mas também não era de ferro. 

E foi assim, aos poucos, tudo estava indo bem, mantendo uma distância segura, já me sentindo mais confortável lá pela terceira semana de aulas de reforço, e eu já podia dizer que meu ranço estava superado e o moreno tinha ido de babaca insuportável para "meu colega chatinho". 

Por isso, lá por uns dois meses depois do dia dos namorados, cheguei na sala de artes tranquila, quase saltitando, porque os países da feira de línguas tinham sido sorteados, e nossa turma tinha ficado com a Índia, e eu já estava cheia de ideias. Sasuke já estava por lá  deitado em três cadeiras alinhadas.

A sala de artes era, no mínimo, caótica. Em duas paredes, tinham bancadas compridas, quase como uma sala de informática, com cadeiras para os alunos. Na outra parede, tinha mesa grande e retangular, cheia de papéis, materiais de arte e enfeites espalhados. Armarinhos, gavetas e prateleiras cheias de pastas e caixas transparentes lotadas ocupavam toda a sala, e obras de arte preenchiam todo o espaço restante: penduradas pela parede, em cima dos armários, embaixo de entulhos, e tudo mais. A sala era completamente sobrecarregada de informação visual, mas Kurenai conseguia organizar a bagunça de um modo que a tornava aconchegante e dava ao lugar uma identidade única.

 E eu amava aquele lugar.

 

— Bom tarde! — cantarolei entusiasmada, cheia de bom humor.

Sasuke apenas se levantou de sua soneca, e murmurou um "boa tarde" sonolento de volta.

— Ficou jogando até tarde de novo? — ri. O moreno adorava videogames, e descobri que sempre estava com sono nas aulas por causa disso. 

Ele assentiu satisfeito.

— Zerei um jogo ontem.

— Aquele com nome de deus do Olimpo, né? 

— Sim, Hades — sorriu, meio surpreso — Você lembrou. 

— Claro que eu lembrei — ri meio sem graça. Tínhamos conversado sobre isso brevemente algum dia da semana, e me peguei surpresa por ter prestado atenção e lembrado também. Mudando de assunto, perguntei enquanto esvaziava minha mochila com o material que tinha preparado — Você sabe onde está o Naruto? Procurei ele depois do almoço e não achei.

— Deve estar com a cara enfiada na da Hinata.

 

Ah é, algumas coisas tinham mudado nesses dois meses. 

Naruto que, como ele mesmo se denominou, era o maior e mais entusiasta Sasusaku shipper, faltou morrer de desgosto com o fim da minha situação com o Sasuke. Por uns três dias, ele me atormentou continuamente, tentando me convencer que "Vocês são almas gêmeas e vão casar e ter filhos de cabelo rosa", e eu acredito fielmente que ele teria continuado nessa se sua atenção não tivesse sido desviada para um coração perdido achado em sua mochila.

Um mero coraçãozinho vermelho, que confessava o amor de uma admiradora secreta, não teria chamado tanta atenção assim do loiro, mas a pessoa — que todos sacamos ser Hinata logo de cara, menos o tapado em questão — tinha deixado um ingresso para o reprise de Velozes e Furiosos no cinema da cidade. 

Acontece que esse era o filme favorito de Naruto de todos os tempos. Okay, isso é suave demais para a realidade, vamos melhorar: Naruto era completamente obcecado por Velozes e Furiosos, e segundo ele, aquele tinha sido a coisa mais fofa que alguém já tinha feito pra ele.

Hinata tentou se fazer de sonsa e desconversar, mas Ino e eu a obrigamos a comprar outro ingresso para si mesma e confessar seus sentimentos cara a cara. Ela comprou, mas resolveu que não ia. Não vou, não dá pra mim, prefiro morrer sozinha, foram suas palavras.

Para nossa surpresa, meia hora antes da sessão do filme, a morena mandou um áudio gritando, correndo pelas ruas em direção ao cinema — no dia seguinte descobrimos que ela tinha virado três shots da pinga cara do pai dela (e tomou uma bronca milenar depois). 

Agora Naruto narrava a história deles com emoção pelo menos uma vez por semana. Dizia bem assim: "Eu estava quase entrando na sala, não tinha ninguém esperando por mim lá então eu pensei, ah, tudo bem, pelo menos tem o filme, quando ouvi meu nome e ela vinha correndo em minha direção. Só que aí ela não parou de correr a tempo e quase caímos os dois no chão, e eu disse, Hina? O que você tá fazendo aqui? E ela ficou vermelha igual tá agora e começou a falar nada com nada, aí minha ficha caiu e eu fiquei, caramba, é a Hinata. Ela gosta de mim. E aí sei lá, só fez sentido." e ela apenas ouvia com os olhos brilhando e o rosto corado. Os dois tinham começado a namorar pouco tempo depois do evento e estavam juntos desde então.

Eu achei ótimo porque, como melhor amiga dos dois, foi perfeito ver Hinata finalmente colocando sua paixonite pra fora, e o melhor, sendo correspondida. Naruto, que a princípio nunca tinha reparado nela, quando reparou também não tirou os olhos nunca mais, e era um daqueles namorados que se a morena pedisse com jeitinho pra ele lamber o chão pra ela passar, ele lamberia.

A parte ruim foi que eu praticamente perdi dois melhores amigos de uma vez, já que eles estavam na fase da paixão aguda e iam grudados para todos os cantos. 

— Bem, nada de novo então — ri. Achei na mochila um papel que Kurenai tinha me dado mais cedo e o estendi para Sasuke.

— Que isso?

— Kurenai quer que você faça um trabalho extra para compensar as faltas. — o moreno fez uma expressão de choro — É, eu sei. Mas vou te ajudar, relaxa.

— Essa mulher precisa de sexo.

— Ou férias... — concordo com ele. Ah, se tinha alguém que sofria nas mãos da professora, essa pessoa era eu — Mas dessa vez, até que ela passou um trabalho bem legal.

Sasuke ficou alguns minutos lendo a folha de instruções, e fiquei decifrando suas expressões. O trabalho era sobre Surrealismo, que particularmente era um dos meus movimentos artísticos favoritos, então tentei dar uma de “Metaforando” para cima dele, mas o moreno em geral era quase o Inimigo do Metaforando, com suas expressões contidas, e isso me irritava muito, pois sempre fui uma observadora nata. 

Porém, fico feliz e orgulhosa em dizer que depois daquele mês em que nos aproximamos, evoluí e consegui identificar ou uma pontada de interesse. 

— E aí??? — Tentei não demonstrar tanta animação, mas isso era difícil quando o assunto era Surrealismo. Prendi a respiração enquanto ele suspirava.

— Parece interessante — contive meus pulinhos, porém logo o moreno completou — Mas complicado ao mesmo tempo. Criar uma “obra” vai dar um trabalho danado. 

— Vai nada — soquei seu ombro e balancei a cabeça, como quem diz que não é nada demais — Vai ser moleza. Você não disse que quer ser designer de jogos? Podemos até pensar em algo relacionado à arte digital, ela deixou o processo criativo bem livre. 

Sasuke me olhou subitamente, sorrindo de lado, de um jeito que não via há um tempo. Desde o surto chamado nosso encontro. 

— Gosto do fato que você presta atenção no que eu falo.  — e tombou a cabeça para o lado, olhando bem nos meus olhos. 

 

Canalha. 

 

Isso é uma coisa que eu nunca gostei no Sasuke: ele é bonito, e não só sabe disso, como sabe o efeito que isso causa nas pessoas. Senti meu corpo arrepiar sob seu olhar e me odiei um pouco por isso. Sakura, sua imbecil, são só dois olhos, calma o coração. 

Além disso, ao invés de focar na vergonha súbita que pintou minhas bochechas de vermelho, foquei na irritação. Quem esse pentelho pensa que é pra ficar “metaforando” minhas ações? E sim, eu sei que tinha feito isso com ele literalmente dois minutos atrás, mas não importava. 

— Eu só tenho uma memória boa — me defendi. Um estalo na minha mente me lembrou que esse era um assunto perigoso, e estávamos permeando um território perigoso. Desde o fatídico dia em que, bem, saímos, eu tentava ignorar ao máximo a ocasião, e de forma alguma tocar no assunto. Na minha mente, se eu me esforçasse o suficiente, ia esquecer completamente a situação “Sasuke afim da Sakura, Sakura dando um fora no Sasuke”, mas aí entrava no paradoxo de, quanto mais tentava esquecer, mais lembrava. 

Mas pera lá, ele também nunca tocava no assunto, e pensando friamente, era mais constrangedor para ele do que pra mim. Ele não ia trazer esse assunto de volta, sem condições.

— Achei que aquele dia você só estava pensando em me falir — ele riu, mas não parecia ofendido. Óbvio que esse sádico ia tocar no assunto. Maldito.

Na verdade, o filho da puta parecia estar se divertindo bastante, me olhando com a cabeça apoiada em uma das mãos, com aquele sorriso torto. Devia estar se divertindo às custas do meu nervosismo, por isso me recompus e decidi que não ia agir como uma idiota, pra variar um pouco.

— É o preço de me sequestrar de casa — alfinetei, esperando que o assunto se encerrasse por ali.

Depois de uns segundos de silêncio, ele finalmente desviou o olhar, melhorando em 80% meu nervosismo, e passou a brincar com meu estojo, jogando minha borracha pra lá e pra cá. Porém, ao mesmo tempo, tive a impressão de que ele se aproximou no processo, porque agora nossas pernas se esbarravam de vez em quando. 

— E Juciléia? — o moreno jogou minha borracha com força demais e ela caiu no chão imundo da sala de artes.

— Não suja minha borracha! — reclamei, contendo o impulso de falar o mesmo que ele: Você lembra dela? 

Óbvio que ele lembra, Sakura. Ele não tem Alzheimer.

— Juciléia tá bem — finalmente respondi. — Deixo ela enfeitando minha cama.

— Dorme abraçadinha com aquela coisa? — zoou, e eu dei um tapa em seu ombro.

— Às vezes sim —  respondi, bem ofendida. — Não chama ela de coisa! Ela só tem um formato fofinho.

Sasuke riu com gosto dessa vez.

— Aquilo é tudo, menos uma girafa. 

Dei um tapa em seu braço e começamos uma discussão acalorada sobre a anatomia da minha pobre filha. Uma das muitas reclamações de Sasuke era que “ela não pode ser uma girafa porque tem o pescoço muito pequeno”, e quando eu argumentei “Se ela não é uma girafa, ela é o que então?” ele deu seu ultimato: “Coisa.”

Fiquei irritada com minha pelúcia quase sendo chamada de Pennywise, e em minha cabeça ainda defendia seu formato completamente fofo e aceitável, mesmo que já tivéssemos parado de discutir. Por isso, tomei um susto quando senti a mão grande de Sasuke sobre a minha.

— E você? — seu rosto estava a menos de vinte centímetros do meu, e eu estava consciente demais de todos os detalhes: sua voz mais baixa que o normal, seu olhar descendo para minha boca, nossas pernas se tocando e o calor da sua mão sobre a minha — Lembra de mim quando dorme agarradinha com ela?

Senti todo meu corpo formigar e, se fosse humanamente possível, teria derretido e virado uma poça de Sakura no chão. De todas as coisas que eu poderia imaginar sendo ditas por ele, aquela era uma das últimas. Foi impossível não olhar para a boca de Sasuke e reparar como aqueles lábios pareciam macios, me atraindo como um ímã. Um milhão de pensamentos cruzaram minha mente por um segundo, mas logo desviei o olhar e fiquei dura igual uma pedra na cadeira, me afastando o máximo que podia. 

— Se fosse pra lembrar de você — falei me recompondo, vendo que ele tinha colocado a mão sobre a minha para deixar a borracha. Não passou pela minha cabeça beijar o Sasuke. Isso foi um surto. — Eu usaria de saco de pancadas.

— Relaxa, estou brincando. Apesar de ser horrível, é uma coisinha bem macia, deve ser um bom travesseiro — ele disse suavemente, com certa diversão na voz, se afastando também. Depois de uns segundos pensando, certa revolta surgiu em seu semblante — Mas se bem que o mínimo que aquela coisa podia fazer é ser confortável. Negócio caro pra caralho. 

 

Olhei para seu rosto desconfiada, enquanto falava para o mesmo pegar o material teórico da matéria, para podermos estudar. Sasuke tinha flertado comigo?

 

Começamos a estudar e eu ficava olhando para o moreno desconfiada a cada minuto, pensando muitas coisas ao mesmo tempo, e mais uma vez, colocando a culpa no gene de Mebuki Haruno, as palavras saíram da minha boca antes que eu pudesse perceber.

— Você tava flertando comigo? 

Sasuke começou a gargalhar e, admito, isso me quebrou um pouco na hora, porque percebi o quão ridícula eu estava sendo fazendo grande caso disso. 

— Depende — ele limpou as lágrimas que saíam de seus olhos — Se estava dando certo, sim, se não, não.

Ri de volta, achando graça da sua resposta.

— Não sabia que você era capaz de gargalhar. Por dois anos, achei que você fosse um robô incapaz de sentir emoções — impliquei de volta e ele fez sua cara sarcástica, mas de um jeito bem humorado. 

Por que eu sou assim, cara? Custa pensar antes de me submeter ao ridículo?

— Desculpa, Sasuke — suspirei, falando meio sem jeito — Admito que aquela situação e tal me deixou meio sem reação.

— Aquela situação Eu afim de você? — ironizou — Jura? Nem tinha percebido. 

Fiquei encarando o caderno, soltando alguns murmúrios.

— Tá tudo bem, Sakura. — ele segurou meus ombros, balançando de leve. — Respondendo sua pergunta, sim, eu estava flertando com você, mas relaxa, é de brincadeira. Eu sei que você não quer nada. 

Assenti, me convencendo finalmente de que eu estava realmente fazendo uma tempestade em copo d’água.

— E também já passou um mês, né? — falei, me tocando de como estava sendo ridícula. O garoto um mês atrás me mandou um coraçãozinho idiota e saímos por causa de uma aposta, mas foi só isso, um crushzinho bobo. Eu sou uma gata também, modéstia parte, ele só devia querer dar uns beijos e depois que eu não quis, partiu para outras várias que adorariam estar com ele. — Aquilo não foi nada demais, né?

Ele assentiu, desviando o olhar. 

Não tinha motivo de fazer daquilo uma grande situação. Só foi inesperado, mas a coisa mais normal do mundo são conhecidos ficarem. Ino é a prova viva disso. Eu também já fiquei e fui afim de várias pessoas e tá tudo bem. Só não deu pra ficar com o Sasuke porque, ah, porque não, e no final foi melhor assim. A única passando vergonha era euzinha.

— Agora, por incrível que pareça, somos amigos. 

— Isso, amigos — ele assentiu, enfiando a ponta do lápis nos sulcos da mesa. 

— Desculpa ter sido tão estranha sobre o assunto. Você é legalzinho. — sorri. E o pior é que era mesmo. 

Sasuke suspirou, olhando nos meus olhos com aquele brilho malicioso que passou a surgir depois que nos aproximamos. 

— Você não.


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