The Boy Who Loves My Daughter escrita por Lady Anna


Capítulo 4
The Boy Who Is a Loyal Man


Notas iniciais do capítulo

OIEEE
Estou sumida? rs bem, a vida de estudante não é fácil e me consumiu nas últimas semanas, mas eu finalmente consegui escrever esse capítulo que é facilmente um dos meus preferidos! Nós já ultrapassamos o plano inicial de capítulos e eu só posso culpar meu descontrole de escrita por isso hahaha mas estamos na reta final!
Queria agradecer a minha querida amiga Morgan por betar esse capítulo♥ você é um anjo por aguentar todos os meus surtos fanfiqueiros haha
Aproveitem o capítulo e nos vemos nas notas finais!



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Ronald nunca fora bom em ler as pessoas. Alguns já o haviam chamado de insensível por isso e até mesmo Hermione comparara sua sensibilidade com uma colher de chá uma vez. Ele não achava que ela estivesse errada, muito pelo contrário: sabia que tinha dificuldade de se expressar e entender os outros, o que acabava machucando as pessoas com uma frequência muito maior do que ele gostaria.

Entretanto, havia uma parte do curso de aurores voltada para a leitura da linguagem corporal e das expressões faciais, na qual, obviamente, Ronald foi e ainda era muito ruim. Quase reprovara o curso somente por causa disso, afinal. Mas, após anos e anos trabalhando como auror ele aprendera a identificar um ou outro sinal de desconforto, de mentira e de ansiedade. E era exatamente por isso que tinha certeza que Rose queria lhe dizer alguma coisa –alguma coisa importante — os pés balançando incessantemente, os olhos desviados e, em especial, a falta de apetite no café da manhã a deduravam muito bem. Ele não precisava ser um gênio para conhecer um pouco dos filhos, constatou sorrindo.

— O que foi, Rosie? – Perguntou, carinhosamente.

Isso fez três cabeças se voltarem para ele. Ron, Hermione e os filhos tinham o hábito de sempre tomar café da manhã juntos e naquele momento, quando os três o olharam com os cenhos franzidos, sentiu as bochechas esquentarem um pouco.

— Você parece um pouco...ansiosa, filha. – Completou, sem muita certeza. Será que a tinha interpretado errado?

Alguns segundos se passaram e após Rose tomar um gole especialmente longo de café, ela disse:

— Eu queria perguntar uma coisa para o senhor.

Ela parecia um pouco incerta, o que fazia Ron ter um palpite muito bom sobre o rumo daquela conversa. Após engolir o pedaço de pão em sua boca, ele disse com a voz clara e firme:

— O que é? Você sabe que pode conversar comigo sobre o que quiser, querida.

Rose levantou uma sobrancelha quase imperceptivelmente, mas antes que o pai pudesse interpretar aquele gesto ela disse em um fôlego só:

— É verdade que Scorpius voltou para Londres? Que está no curso de aurores no qual você é professor?

Ronald franziu o cenho, afinal achava que a filha e o Malfoy já tivessem se encontrado após ele retornar a Londres. Não queria interferir mais na vida amorosa deles, mas aparentemente eles eram tão complicados quanto ele e Hermione foram tantos anos antes. Fazia um bom tempo do retorno do garoto e Ron sentia-se um pouco irritado por ele não ter procurado Rose.

— Sim, ele está no curso de aurores de Londres, mas o professor dele é o seu padrinho Harry. – Ignorando seus pensamentos tempestuosos, ele respondeu.

Mais alguns segundos em completo silêncio se passaram, somente o raspar dos talheres nos pratos de porcelana sendo ouvidos. Por fim, Rose disse, tão baixo que os outros quase não ouviram:

— Por que ele voltou?

Ronald pensou em mentir, não havia sentido em esconder isso. Poderia simplesmente dizer que o Malfoy quisera voltar e que como não era seu professor não sabia o porquê. Entretanto, parecia – e com certeza deveria ser – errado esconder de Rose que fora ele quem convencera Scorpius a voltar. Vinha dizendo a si mesmo que apenas não contara porque a oportunidade não aparecera. Pois bem, a oportunidade perfeita estava diante de si, escancarada e mais evidente impossível.

— Porque eu fui atrás dele e o pedi que voltasse. – Escutou Hermione proferir um indignado “Ronald!”, mas o ignorou, olhando fixamente para a filha enquanto continuava: – Acho, ou melhor, tenho certeza que sempre fui um pouco injusto com o Scorpius, me desculpe por isso, aliás. Também sei que foi por receio de ser meu aluno que ele deixou o curso de aurores de Londres eu quis corrigir isso. Não é um mal entendido porque nunca nos entendemos direito, a princípio. Porém, acho que já estou grandinho demais para isso.

Assim que terminou de falar, Ronald tomou um longo gole de café, sentindo a garganta insuportavelmente seca. O silêncio aterrador dessa vez foi substituído por um longo assovio surpreso de Hugo, o qual recebeu um olhar descontente dos outros três Weasley. Dando de ombros, o filho voltou a comer, ignorando quase completamente a situação a sua volta.

— O que exatamente o senhor quer dizer com isso, pai? – Perguntou Rose, a expressão séria e talvez um pouco esperançosa.

— Eu estou dizendo que não quero mais ter essa...rixa idiota com o Scorpius. Quero que vocês se reaproximem, pois sei que ele fazia bem a você. Também quero dizer isso a ele, se tiver a oportunidade.

Rose e Hermione sorriram, ambas orgulhosas de Ronald. Rose estava especialmente feliz e esperançosa e foi por isso que abriu um grande sorriso para o pai.

— Obrigada, pai. Significa muito para mim.

Ronald apenas sorriu. Sabia que talvez devesse contar a filha sobre saber do namoro escondido dela com o Malfoy, mas resolveu guardar isso apenas para si. Já haviam tido revelações o suficientes para aquele dia. Sentiu Hermione apertando a sua mão por debaixo da mesa e apertou de volta, sentindo seu coração mais leve.

Quanto a Hugo, apenas acabou de comer e disse para todos eles, com um grande sorriso sarcástico no rosto:

— Deveríamos repetir isso mais vezes. Foi incrivelmente divertido!

***

Poderia ter sido um almoço na Toca como qualquer outro, aqueles finais de semana tão queridos e esperados pelos integrantes da família Weasley. Entretanto, naquele domingo foi diferente, afinal Scorpius Malfoy estava lá, não como melhor amigo de Albus, e sim como namorado de Rose.

Aquilo não era novidade para Ron, eles já haviam contado para os pais de ambos do relacionamento há aproximadamente uma semana, mas para o restante do mundo bruxo ainda era uma novidade. Ou pelo menos para a maioria deles, afinal todos os seus sobrinhos pareciam já saber que o casal se formaria há muito tempo, o que fazia Ronald pensar se não fora muito cego em relação a eles.

Quando Rose e Scorpius contaram para ele e Hermione, em um jantar no restaurante trouxa preferido deles, Ron apenas sorriu e desejou felicidades ao casal. Estava sendo sincero, não se surpreendeu ao constatar isso. Queria mesmo que a filha fosse feliz e, se ela encontrava uma parte dessa felicidade no relacionamento com o Malfoy, ele não iria se opor. Se havia algo que tinha aprendido nos últimos meses era aquilo.

Entretanto, ainda parecia ter algo de estranho entre eles, não que Scorpius demonstrasse qualquer sinal de descontentamento com o sogro. Tratava Ronald bem e conversava com ele o tão normalmente quanto se permitia, até o cumprimentando no Ministério. Porém, Ronald percebia que até agora o Malfoy ficava receoso quando o Weasley abria a boca para lhe dizer algo. Parecia que ambos viviam na triste expectativa que aquela boa e frágil relação iria se romper a qualquer momento.

Ronald não queria aquilo, obviamente. Pensava que já haviam evoluído muito até ali, mas ainda não era o bastante. Seria demais pedir uma relação realmente amigável e confiável? Sólida? No entanto, aquilo não dependia somente dele, era preciso que Scorpius também quisesse e, no momento, Ron preferia não assustar o garoto ou destruir um pouco do que construíram falando sobre suas expectativas. Decidiu ficar na sua dessa vez.

Assim, os olhares de seus irmãos, sua irmã, seus cunhados e suas cunhadas, dos sobrinhos e sobrinhas e até mesmo dos pais sobre ele toda vez que dizia algo ao Malfoy não o ajudam em nada. Será que todos sentiam aquilo? Será que tudo era impressão sua? Mas quando via o olhar um tanto quanto desconfiado de Scorpius passar para ele e em seguida para alguém que os observava – tentando inutilmente disfarçar – Ron tinha certeza que não era coisa da sua cabeça. Todos estavam o encarando, tentando ler sua reação ao namoro da filha.

Isso o irritava, mais do que podia imaginar. Sentia vontade de gritar aos quatro ventos que não se importava, que havia amadurecido nos últimos meses, mas isso não seria uma atitude muito adulta, certo? Assim, o melhor que conseguia fazer era fingir que nada estava acontecendo e o incomodando.

— Você sabia que o Scorpius torce para o Chudley Cannons, Ron? – Perguntou Harry, dando tapinhas carinhosos nas costas do Malfoy.

— Não. – Respondeu Ron, observando o sorriso um pouco envergonhado do garoto.

A realidade era que não conhecia muitos torcedores do seu time do coração, haja vista as incontáveis temporadas ruins. Nunca passaria por sua cabeça que Scorpius torceria por esse time.

— Por que você torce para o Chudley Cannons? Há alguma história por trás disso? Foi influência do seu pai? Lembro-me que ele gostava muito de quadribol em Hogwarts.

George soltou uma risada um pouco debochada diante da fala de Ron, provavelmente se lembrando da vez que havia socado Draco em uma partida. A mandíbula de Scorpius se contraiu um pouco, os lábios crispados. Ron se sentiu péssimo por tocar no nome do pai dele, aquele ainda não era um trópico seguro e ele deveria saber disso. Porém, Scorpius somente abriu um sorriso debochado – daqueles que já haviam irritado Ronald tantas vezes antes – e disse:

— Não, eu comecei a torcer para o Chudley Cannons justamente porque eles não tinham uma boa colocação no campeonato. – A pele muito branca do rosto dele se tornou rosada quando completou: – Quando criança eu queria ser jogador de quadribol e, bem, pensei que seria incrível ser o herói que levava um time ruim até o pódio. Meu pai não gostou muito da decisão, como o perfeito torcedor das Harpias que ele é.

Ronald gargalhou, divertindo-se verdadeiramente pela primeira vez na noite.

— Qual era a posição que você jogava, garoto?

— Eu era goleiro. – Respondeu Scorpius. – Sempre dizem que o melhor ataque é uma boa defesa, certo? E a do Chudley é horrível há muito tempo!

Ronald conseguiu esconder a surpresa pela posição dele no quadribol – a mesma que a sua nos tempos de Hogwarts – e disse, divertido:

— Com certeza! Se você tivesse se tornado um goleiro profissional talvez pudesse ter nos salvados dos últimos vintes vexames em clássicos.

Scorpius riu e Ronald o acompanhou. Quando começaram a falar sobre o time de quadribol, a maioria dos Weasley perdera o interesse neles, mas não Rose, a qual os olhava com um sorriso feliz no rosto.

— Mas assim o esquadrão de aurores teria perdido um talento nato, como meu pai costuma dizer. – Intrometeu-se Albus Severus, sentando ao lado de Scorpius na poltrona.

Scorpius apenas assentiu, um sorriso orgulhoso e prepotente no rosto. Harry, ouvindo o filho falar de si, também se aproximou deles, sentando-se ao lado de Ron.

— Você não deveria contar o que digo em casa, Albus. É confidencial. – Disse Harry, mas a diversão em seus olhos entregava que ele estava sendo sincero. – Além disso, não preciso que o Malfoy fique ainda mais egocêntrico do que já é.

Ron se surpreendeu com a sinceridade de Harry, mas Scorpius apenas riu, contrapondo:

— Eu não sou egocêntrico, Harry, apenas sou realista.

— Sei o quanto você pode ser insistente também em relação ao que você pensa, Scorpius. – Finalizou Harry, ainda com um sorriso no rosto, como se eles fossem velhos amigos se provocando sobre alguma bobagem. – Será que você é tão bom no xadrez quanto afirma também?

Ron não saberia dizer se Scorpius ficou ou não um pouco tenso dado o histórico que eles tinham com o xadrez. Sabia que tinha sentido os próprios lábios se crisparem um pouco e, quanto ao Malfoy, ou era um ótimo ator ou aquilo não o incomodava.

— Não, Harry, eu sou melhor.

— Veremos, então.

Harry buscou um tabuleiro de xadrez e o colocou na pequena mesa de centro. Com Albus e Ronald observando, eles começaram uma partida. Enquanto analisava o jogo e por vezes previa os movimentos de ambos, Ron sentiu um sentimento estranho o dominar. Com surpresa percebeu que estava com ciúmes, não de Harry ou – por Merlin! – de Scorpius, mas da relação deles. Daquela cumplicidade que pareciam partilhar ou, pelo menos, do fato de se sentirem a vontade um com o outro.

Antes mesmo do que ele imaginava a partida terminara. Scorpius ganhara, para a surpresa deles.

— Como eu disse, nada de egocentrismo por aqui, apenas realidade. – Constatou Scorpius, com um sorriso presunçoso após vencer O Eleito.

— Pois bem, eu já estou enferrujado. – Harry deu de ombros, não se importando com a derrota. – Mas quero ver você ganhar do Ron, ele é, literalmente, o melhor jogador de xadrez que eu conheço.

Ronald não disse nada, apenas olhou para o Malfoy, esperando a resposta dele. Scorpius abriu a boca para dizer algo, a expressão ilegível, mas foi interrompido por Molly Weasley, a matriarca da família, que os chamava para o almoço, com a mesma animação e euforia de sempre. Rapidamente, todos os Weasley se dirigiram para a mesa. É, não seria daquela vez que eles jogariam xadrez. De novo.

***

Pouco tempo após a aula daquela tarde acabar, Ronald se dirigia para o pátio do Ministério da Magia, mais especificadamente para um dos cantos com alguns bancos e algumas pequenas árvores. Fora lá que disseram para ele que o Malfoy estava, pelo menos. O papel de convocação da missão para a próxima manhã pesava em sua mão, o sentimento de ansiedade pelo desconhecido queimando em suas veias.

Seria uma grande mentira dizer que não gostava de ir a missões, da adrenalina do momento e do sentimento de heroísmo após, porém daquela vez também havia uma animação diferente em Ron. Como Harry sugerira, Scorpius fora escalado pelo Weasley para aquela missão e seria idiotice dizer que já imaginara diversos cenários possíveis na manhã, desde os mais catastróficos até os melhores. Nada parecia realmente real.

Entretanto, assim que avistou o Malfoy, Ronald parou fora do campo de visão dele devido a uma árvore com folhas longas. Junto com ele estava Rose e ambos pareciam tão felizes e absortos em si mesmos que o mais velho não quis interromper. Aquela cena o fez lembrar-se de tantos meses antes, quando presenciara uma briga daquele mesmo casal, o que resultou em um estranho sentimento de deja vú. Apesar de tão diferentes, aquelas cenas se complementavam, contavam a história deles com os altos e baixos. Ronald não percebeu que sorria, feliz por de alguma maneira fazer parte daquilo.

Sentia-se um intruso, mas não conseguiu desviar os olhos quando Rose puxou Scorpius, o qual estava sentando desleixadamente em um banco, e o fez dançar com ela, mesmo sem nenhuma música em volta deles. As bochechas do garoto estavam muito vermelhas e ele olhava vez ou outra para os lados a fim de ver se alguém os observava, entretanto logo se concentrou na ruiva ao seu lado, sorrindo para ela enquanto cochichavam.

Aquilo fez Ronald lembrar-se mais uma vez de seu relacionamento com Hermione no pós-guerra, quando ela se esgueirava de Hogwarts à noite para encontrá-lo em Hogsmeade. Naquelas noites mágicas eles dançavam a luz do luar, riam e encontravam um no outro a paz que não sentiam há algum tempo. Eram momentos perfeitos entre o caos constante da reconstrução lenta de todo um mundo.

Decidindo que não os interromperia, Ronald decidiu deixar o papel no pequeno armário de Scorpius ao invés de entregá-lo pessoalmente. Somente esperava que ele não se importasse com isso.

***

— Você deveria falar mais alto se quer entregar nossa posição, Mendez. – Reclamou Scorpius, revirando os olhos. – Que tal gritar e avisar que estamos aqui fora?

— Não sou eu que estou falando agora, Malfoy. – Respondeu o outro, semicerrando os olhos. – Agora eu entendi porque o professor Potter não te levou em nenhuma missão: você é insuportável.

Antes que Scorpius pudesse contrapor, Ronald os interrompeu:

— Parem com isso agora mesmo! Somos uma equipe aqui, temos que confiar um no outro. Por Merlin, não tentem se matar, garanto que já há muitas pessoas aqui que querem fazer isso.

A bronca fez outro aluno – Smith – soltar uma risada, o qual também recebeu um olhar cortante e se calou. Voltando seu olhar para a casa aparentemente abandonada, Ronald analisou mais uma vez o cenário a sua frente. Estava escondido atrás daqueles arbustos com três alunos há quase seis horas, o que fazia até o mais calmo deles perder um pouco da paciência. Juntando isso com a falta de senso e noção de Mendez, Ron sinceramente sentia vontade de mandar o garoto sumir dali, mas, em seguida, lembrava-se que deveria ensiná-lo como agir e logo se controlava.

Há mais ou menos duas horas a maioria dos bruxos que eles precisavam prender haviam chegado e entrado pela porta principal, mas, segundo as informações do ministério, o líder daquela seita ainda não estava dentro da casa, ou seja, eles ainda não podiam agir. Teoricamente aquela deveria ser uma missão fácil: assim que todos os integrantes da seita tivessem chegado, eles lançariam um feitiço que não permitiria a aparatação e entrariam na casa, capturando os bruxos que lá estavam. Entretanto, em algum momento houvera um erro de cálculo, pois os bruxos dentro da casa já eram quase o dobro do previsto e mais deles chegavam de tempos em tempos. Ron mantinha sua expressão neutra e o mais calma possível, mas por dentro todos os seus nervos estavam à flor da pele. O que ele faria ali com três aprendizes, porra?

Quando o último bruxo por fim chegou, aproximadamente duas horas depois, Ronald sentiu todos os músculos de seu corpo reclamarem quando ele se moveu. Malfoy e Mendez estavam atentos na casa, enquanto Smith cochilava com a cabeça apoiada em um galho. Revirando os olhos, Ron o cutucou.

— Se você queria dormir deveria ter ficado em casa. – Constrangido, ele se levantou e tentou disfarçar a expressão sonolenta e cansada. – Vá para os fundos e lance os feitiços que proíbam a aparatação lá. Todos eles, sem errar, ok?

Smith apenas assentiu, saindo correndo desajeitadamente, o que causou mais barulho do que seria adequado. Voltando-se para os outros dois alunos atrás de si, Ron os olhou seriamente, voltando-se para o Malfoy primeiro:

— Malfoy, faça os feitiços aqui, temos que garantir que eles não fujam. Não podemos deixar que mais trouxas sejam aterrorizados por falhas nossas, certo?

O loiro assentiu, saindo silenciosamente. Quando Ron voltou-se para onde Mendez estivera segundos atrás, um arrepio percorreu seu corpo ao perceber que ele não estava mais ali. Com um mau pressentimento o tomando, percebeu que Mendez corria até a casa, escondendo-se o máximo que podia. Ele só poderia ser um tremendo idiota, Ronald pensou enquanto o pânico o dominava. Antes de descobrir o número exorbitante de bruxos naquela seita, o plano era aquele, mas precisava ser muito burro ou inconsequente para não perceber que aquele pequeno número de aurores – com somente um profissional – seria facilmente derrotado se continuassem a segui-lo.

Ronald não pensou no quanto estava se arriscando, na idiotice daquilo tudo ou no número de palavrões que gritaria com gosto para Mendez quando tudo aquilo acabasse. Não, nem mesmo pensou na possibilidade de ser capturado e daquilo acabar muito mal enquanto corria até o aluno, gritando o mais baixo que podia o nome dele. E talvez seja exatamente por não estar pensando – por estar preocupado mais do que tudo – que não percebeu que um Feitiço de Corpo Preso vinha em sua direção, o acertando nas costas e fazendo-o cair no chão, imóvel.

Viu com clareza bruxos encapuzados carregarem um ensanguentado Mendez para dentro da casa enquanto outros vinham em sua direção com as varinhas a postos. Também viu pelo canto do olho, feitiços sendo lançados na direção deles, derrubando alguns; o que apenas fez mais deles saírem de dentro da casa. Ron percebeu que era Scorpius quem os lançava quando o Malfoy chegou até ele, colocando-se na frente de seu corpo e se defendendo o melhor que podia dos quatro bruxos com quem duelava.

Ronald queria gritar com o Malfoy, queria que sua boca se abrisse para poder dizer “suma daqui, garoto! Não tente ser um maldito herói!” mas ele nunca conseguiria dizer isso. Apenas assistiria, com o coração acelerado e a garganta seca, aquela batalha injusta e que não poderia ter um fim bom. Entretanto, Scorpius não era um garoto, como diversas vezes Ron o definira, era um homem, talvez egocêntrico e inconsequente, mas certamente leal. O Weasley podia não saber, mas o Malfoy o protegeria com sua vida se fosse preciso.


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Notas finais do capítulo

QUE CAPÍTULO FOI ESSE? Bem, eu disse que a missão vinha aí, não disse? HAHAHA
Quero agradecer todos os comentários e acompanhamentos, vocês são incríveis! Apesar de ainda estar um pouco atrasada nas respostas, garanto a vocês que faço isso ainda nesse fim de semana!
No mais, me contem o que acharam do capítulo, elogios, críticas e sugestões são muito bem-vindas!
Nos vemos nos comentários!!
Beijooos



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