Intuição de alpha não falha escrita por Lux Noctis


Capítulo 1
Sabe a intuição? Não falha!


Notas iniciais do capítulo

Hello!
curtinha e rapidinha, só pra aplacar a vontade do ship e pra usar o plot que veio no fds como um soco na cara :)



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Sempre ouvira de seu pai: “Intuição de alpha não falha”

Sequer conseguiria contar quantas vezes ele o havia dito aquelas cinco palavras. 

Mas conseguira sentir na pele. Sabia o que a “intuição de alpha” significava. Era um incômodo, a princípio. Uma sensação estranha na boca do estômago, pelos arrepiados e um zunido quase inquietante que só parava quando descobria o que era que estava fora dos trilhos, ou perto de desandar. 

Foram algumas vezes que sentira isso, e sempre soube quem procurar depois daquela primeira vez. 

Ainda recordava bem como havia sido. O zumbido no ouvido e a pressão estranha na nuca, o nó na boca do estômago, o arrepio ruim que tomava os pelos do braço e nuca. Lembra-se bem de como fora quando o encontrou, parecia mais uma bolinha do que um shifter, enrolado sob os bancos do auditório após o jogo de betas e alphas, algo que ele recusava-se a participar, gastava melhor seu tempo na biblioteca da escola do que fingindo gostar de correr atrás de uma bola. Acontece que, aquela bolinha dismorfa sob os bancos do auditório adorava aquilo, correr e brincar. 

Foi ali que soube que seu lado irracional, a fera dormente em cada um, havia escolhido aquele shifter para acolher, proteger. Não sabia ainda que amar fazia parte do pacote, mas estendeu a mão a ele para ajudá-lo a limpar os joelhos ralados e lhe fazer companhia até em casa, recebido por uma mulher brava e protetora com seu filhote. Quando ela notou que ele não era risco ao pequeno ômega espoleta, o recebeu melhor, chegando até a convidá-lo para entrar, Convite este, na época, recusado com educação, afinal, seu pai estava acostumado com sua presença em casa para as refeições, era a rotina deles, não a quebraria sem antes informar. 

Nas demais vezes, quando os pelos eriçavam por nada e o zumbido voltava, seguia o cheiro que havia ficado gravado em mente, cerne, quiçá na alma! 

O aroma de morangos silvestres sempre guiavam-no ao ômega que era ímã de confusão. Se ele se machucava, Shino sabia. Se ele tentava fugir da aula com o amigo beta, Shino sabia. Era quase irritante, aos dois. Foram inúmeras vezes que Kiba o jogou isso na cara, mas ainda assim parecia feliz sempre que Shino aparecia para livrá-lo, seja lá do que ele tivesse se metido naquela vez. 

“Serão um casal”, o pai havia mencionado num jantar após seus relatos do dia, e de como Kiba parecia sempre fazer o possível para se meter em confusão e tirá-lo do sério em determinadas vezes. Quando refutou a ideia do pai, afirmando serem apenas amigos, ouviu mais uma vez: “Intuição de alpha não falha”. 

Deveria ter ouvido. 

Deveria ter compreendido que o pai falava aquilo muito mais do que só porque Kiba havia passado a ser mais visto com Shino. Shibi falava aquilo porque conhecia muito mais da vida que o filho, e via sinais de um ômega tentando conquistar um alpha, mesmo que nenhum dos dois envolvidos tivesse ainda notado aquilo. 

Intuição de alpha não falha. 

Aquela vez fora um tanto diferente, era uma inquietação maior enquanto na biblioteca. Sabia, pelos horários, que Kiba estava em aula. Então, por que tamanho rebuliço? Olhou pela janela, Naruto movia os braços em polvorosa do campo tão logo apontando para a direção das salas. Shino correu. 

Correu mais rápido que se tivesse em algum treino estúpido atrás de uma bola qualquer, correu porque seu corpo sentia que era para fazê-lo, e porque a fera enjaulada em seu âmago arranhava as correntes que a prendia em prol de atiçá-lo a correr ainda mais. 

Aos 15 alguns ômegas entravam no cio. 

Aos 14 era a vez de Kiba que nauseado em sala liberava o veneno em forma de aroma que atiçava e enlouquecia àqueles suscetíveis aos ômegas. Shino não estava fora daquele grupo que desejava-o, mas pensou ser apenas por conta do aroma afrodisíaco e impossível ignorar. Achava que eram só amigos, então tirou seu casaco e pôs no corpo de Kiba, que era menor em todos os sentidos. Magro e baixinho ainda. O professor nada disse, apenas meneou a cabeça indicando que seria melhor que Kiba saísse da sala. Ainda era cedo, o aroma ainda era sutil, mesmo que, ao tocar o rosto de Kiba, Shino sentisse a alta temperatura. Levou-o a enfermaria da escola, o que desconfiava foi confirmado. Ligaram, claro, para a responsável de Kiba. Hana quem fora buscá-lo, Tsume estava no trabalho, incomunicável. 

Ainda que soubesse que Kiba estava em segurança com a irmã a caminho de casa, e em casa. Quando de noite ainda sentiu o formigar na pele, o arrepio, o zumbido fora trocado por algo mais melodioso e podia jurar que sentia o cheiro de Kiba em sua pele, mesmo mal tendo tocado-o e mesmo após o banho. A intuição, entretanto, dizia que era muito mais que só imaginação. Não saberia, isso nunca, que no momento do calor corpo, era em Shino que Kiba pensava ao se aliviar. 

Depois dessa, foram inúmeras outras vezes que sentia o zumbido, o arrepio, o nó na boca do estômago e deixava o aroma de morango guiá-lo até Kiba, Fosse por ter ficado agarrado na árvore ao pular o muro da escola, fosse por sentir-se desprotegido em casa numa noite de chuva e tédio. Shino virou companhia constante. Fosse em jantares na família Inuzuka, fosse à convite de Kiba para acompanhá-lo ao cinema e outros programas que dois jovens poderiam fazer. 

Sua intuição guiou-o a casa momento. 

No primeiro beijo naquela arquibancada após as aulas, aquela mesma onde havia encontrado Kiba pela primeira vez. No primeiro toque mais ousado quando Kiba havia puxado-o contra seu corpo, prendendo-se entre Shino e a árvore que muitas vezes o prendeu ao pular o muro para fugir. 

Intuição de alpha não falha! E Shino sabia que aquele frisson que sentia era porque o corpo de Kiba estava, mais uma vez, preparado para o cio próximo. Não tardou sequer dois dias para acontecer. 

Manteve-se, entretanto, com as roupas no corpo e ajudava-o apenas de maneiras que era quase tortura para si… e às vezes para Kiba. Mas tinha a leve certeza de que aquilo, naquelas condições, renderia um filhotinho que, naquela idade, nenhum dos dois teria condição de criar com a segurança e estabilidade que precisa. 

Entretanto, agora naquela sala de aula, ouvindo seus alunos debaterem sobre a aula recém ministrada, sentiu de novo. Um arrepio, uma inquietação. Depois de casado e com o vínculo entre alpha e ômega, era ainda mais sensível às necessidades de Kiba. Sabia quando ele enjoava, sabia quando ele ardia de desejo mesmo com a barriga de gestante, e agora sabia que precisava correr. 

E como anos antes, naquela mesma escola, ele se viu correndo pelos corredores, não em direção a uma sala, Kiba não mais estava lá, eram formados, trabalhavam. Correu para o hospital, sabiam hora e local para que Kiba desse a luz, mas sentiu que tinha que correr. Esqueceu o carro, esqueceu a pasta na sala dos professores. Esqueceu até o celular. 

Chegou ofegante dando de cara com Hana que lhe sorria indicando o quarto onde Kiba estava. Tsume abriu a porta antes que ele tivesse a chance de bater. O arrepio, o nó no estômago… tudo dissolveu-se num sorriso ao ver seu companheiro segurando nos braços um filhotinho enrolado na mantinha para ficar quentinho. 

Fora sempre sua intuição que o havia guiado, direcionado para aquele ômega que era um ímã de confusão, mas também de felicidades. A intuição de alpha não falha. Se sentir isso, corra. Às vezes é a única forma que uma alma gêmea tem para chamar a outra.

Sentia agora que sua intuição dividia-se aos dois seres mais importantes de sua vida. Sentou-se na beirada da cama e abraçou sua família perfeita e feliz. 


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