O livro de Amélia e Nico escrita por CM Winchester


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Capitulo único, mas que conta com dois pontos de vista. Primeiro Amélia depois Nico.



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Ponto de vista por Amélia

Era estranho entrar naquela casa, lembrar do ataque de Dante a mim. Lembrar que consegui escapar por pouco. Por isso resolvi mudar-me. Mudar de casa, de trabalho, de vida.
Os nephilins me olhavam desconfiados afinal era irmã de Dante, do traidor. Aquele que traiu a própria raça. Então me afastei.
Observei aquele mar de alunos caminhando pelos corredores discutindo alguma besteira de adolescentes.
Lancei um olhar para as duas cabeças juntas conversando baixinho. Nora Grey e Nicolle Crawford. A ruiva em questão era o motivo por eu estar naquela escola com uma mochila pendurada no ombro e um livro nos braços.
Ela lançou seus olhos azuis para mim e sorriu. Não se parecia em nada com o irmão.
Dante era louco por ela desde o momento que ficou sabendo de sua existência.
— Pronta? - Nikki se aproximou sorrindo.
— Nem um pouco. - Sorriu animada.
— Imagino. Já tentou fazer algo assim antes?
— Não.
O sinal tocou e eu a segui. Já tinham se passado duas semanas desde o final da guerra. Estava tudo mudado e diferente. Nora e Nikki estavam tentando voltar a vida normal. A primeira ainda estava de luto pela morte de Scott. Já Nikki estava finalmente relaxada.
Seu irmão estava vivo e seu namorado estava com ela. Falando em Nico. Aquele dia da festa nós transamos, mas ele nunca mais me procurou. E não seria eu que iria atrás dele né? Simplesmente deixei o tempo passar. Procurei Nikki para agradecer pela ajuda e acabamos conversando bastante.
Ela me convenceu em tentar estudar alguns dias. Distrair a cabeça com coisas de adolescentes humanos.
Fui obrigada a dizer que eu estava achando interessante.
Depois da aula seguimos para a fazenda.
— Nikki... - Nico parou no meio da frase quando me viu. - Oi, Amélia.
— Oi. - Falei.
Nikki olhou de um para o outro ate que riu.
— O que você quer Nico?
— Nada importante. O que vão fazer?
— Cavalgar um pouco. Darkness precisa de um passeio. Posso pegar Sherazade?
— Sim.
— Sherazade? - Perguntei confusa.
— É a égua de Nico.
— Gosta do conto das mil e umas noites?
— Foi minha mãe que batizou. Era dela a égua.
— Vamos. - Nikki chamou e eu a segui.
Olhei Sherazade e fiquei impressionada com seu porte. Era uma égua linda com pelagem entre cinza e branco. Maravilhosa. Coloquei a cela e Nikki me acompanhou. Nós montamos os cavalos e saímos para os campos da fazenda.
— Isso aqui é maravilhoso! - Falei cavalgando.
— Aprendeu a cavalgar há muito tempo?
— Desde que nasci. Sou de uma época diferente. - Empurrei meu cabelo para longe dos olhos e sorri. - Foi interessante ver o mundo evoluir.
— É chato viver para sempre?
— Um pouco. Mas você tem um cara incrível. Que ama você de verdade.
— Você nunca encontrou ninguém interessante?
— Encontrei alguns, mas nada muito valioso.
— E o Nico?
— Ele nunca me procurou de novo. - Dei de ombros. - Não vou correr atrás.
— De um tempo a ele, esta se recuperando.
— Semana passada eu o vi agarrado a uma garota.
— Nico é um galinha. Mas quando esta com uma garota ele é fiel.
— Grande consolo. - Retruquei. - Não quero um cara galinha.
— Então por que deu em cima dele?
— Ele te contou isso?
— Foi ele que deu em cima de você?
— Não. Foi realmente eu. - Ela riu.
— Bom, achei interessante isso. Dificilmente uma garota toma iniciativa.
— Achei que valesse a pena. - Apertei as rédeas na mão. - Ele foi gentil cuidando dos meus machucados.
— E ele é gato, eu sei. Você esta apaixonada?
— Não. Seria uma grande burrice.
— Amélia, a gente não manda no coração, nem nos sentimentos. Simplesmente acontece.
— Me chamou para um passeio só para trocarmos confidencias amorosas?
— Não. Mas vi o jeito que Nico ficou quando a viu.
— Não tem nada demais. - Nikki riu me lançando um olhar.
— Nico e eu somos irmãos gêmeos, ele é uma extensão de mim principalmente depois que o trouxe do mundo dos mortos. Nossa ligação só se fortaleceu. Então eu posso dizer com 100% de certeza que conheço meu irmão ate melhor que ele. E sei que ele ficou mexido quando a viu.
— Bom isso não muda em nada. - Ela riu.
Nikki se manteve em silencio o resto do passeio. Voltamos para a fazenda, ajudei a tirar as celas dos cavalos e coloca-los em seus respectivos lugares.
— Quer comer algo?
— Não. - Respondi. - Vou ir para casa.
Nós fomos ate a frente da fazenda onde Ben estava conversando com Nico. Nikki sorriu e correu para beijar o namorado fazendo o irmão revirar os olhos.
— Como foi a aula, Anjo?
— Ótimo. Amélia adorou tambem. - Nikki sorriu me encarando.
— Esta estudando? - Ben me encarou confuso.
— Só ate o ano letivo acabar.
— E esta gostando?
— Achei que fosse pior. - Ele riu. - Preciso ir. Ate mais. - Eles se despediram e eu segui ate meu carro.
Assim que amanheceu levantei e fui tomar banho. Não tinha conseguido dormir direito e não aguentava mais ficar na cama. Vesti um vestido branco, jaqueta jeans. Calcei uma sandália rasteirinha.
Fiquei no carro esperando Nikki chegar, me distrai bebendo um milkshake que eu havia pegado no caminho para cá. A ruiva chegou atrasada como sempre.
Quando o sinal tocou para irmos embora, amarrei meus cabelos em um coque bagunçado e agarrei minha bolsa.
— Pretende mesmo retornar a Londres? - Nora perguntou enquanto seguíamos pelo corredor.
— Não. Pretendo retornar a Inglaterra. Fui aceita na faculdade Oxford. - Nikki falou sorrindo. - Ben aceitou mudar-se comigo. Mas vou sentir saudade de vocês é claro. Vai fazer o que Amélia?
— Vou voltar a viajar pelo mundo. - Dei ombros depois sorri. - Eu vivo para sempre. É desperdício de tempo ficar parado em um lugar só. E você, Nora?
— Recebi as cartas da faculdade. - Nora falou. - Mas ainda não sei.
— Posso dar um conselho? - Ela assentiu. - De um tempo para você. Aconteceu muitas coisas nesses meses. Viaje um pouco. Tire umas férias merecidas.
— Minha mãe...
— A tia Blyte vai sobreviver, Nora. Amélia esta certa. Viva para você uma vez na vida. Tirar férias com o Patch vai ser legal. E por falar nele, Blyte já aceitou?
— Esta mastigando. - Nora respondeu depois sorriu. - Bem melhor que antes. Foi uma grande discussão. Mas... Ela parece aceitar agora.
— Uma boa noticia pelo menos. - Nikki bateu palmas animada e nós rimos.
Mas fiquei seria ao ver Nico encostado no meu carro.
— O que esta fazendo aqui? - Nikki perguntou antes de olhar em volta.
— Relaxa, ninguém esta me vendo. Vim conversar com a Amélia.
— Bom. Então ate depois. Vamos Nora. - Nikki arrastou a outra me deixando sozinha com Nico.
Tirei as chaves do bolso da jaqueta e apertei o botão destravando as portas. Ele sorriu e fez a volta para entrar no carro. Entrei e o encarei. O carro estava fechado o que nos deixou em um espaço sufocante.
— Onde?
— Qualquer lugar. - Respondeu me encarando nos olhos.
Liguei o carro e dirigi em direção a praia. Não tinha muitas opções de lugares legais para ir. Estacionei e descemos.
— Quando vim morar aqui odiava toda essa areia. - Nico comentou enquanto caminhávamos.
— Estive em tantos lugares que estou acostumada com qualquer lugar, qualquer estação. - Dei de ombros. - Você tem muito para viver.
— Nossa diferença de idade é gritante hein. - Riu depois me encarou ficando serio. - Desculpe não procura-la mais.
— Foi uma coisa de uma noite só. Entendo. - Forcei as palavras a saírem e tentei ser o mais convincente possível.
— Não. Sou eu que não estou pronto para um relacionamento.
— Isso eu já entendi. - Minhas palavras foram mais duras desta vez. - E eu não estava querendo um relacionamento.
— O problema Amélia é que só consigo pensar em um relacionamento desde aquele dia.
— E pensando nisso sai beijando a primeira que aparecer?
Ok. A conversa estava indo para um rumo que eu não queria. Mas não conseguia controlar. Eu estava puta da vida. E pior eu não conseguia controlar isso.
— Achei que se beijasse outra pessoa fosse tirar você dos pensamentos.
— Muito maduro da sua parte. E não vamos ignorar o fato de que você é um cafajeste.
— Vamos parar um pouco por que isso esta tomando um rumo diferente. Olha, eu não sei lidar com isso.
— Lidar com o que?
— Com sentimentos. Nunca tinha sentindo isso por alguém.
— E a vadia da Caroline? E todas as outras que você já namorou ou somente beijou.
— Ok. Conversar não esta dando certo. - Se aproximou de mim. - Vamos para o plano B.
Antes que eu pudesse retrucar ele já estava me beijando. No começo fiquei meio sem reação. Pensando nas minhas opções. Afasta-lo depois dar lhe um tapa na cara, por que ele merece. Ou beija-lo de volta?
Correspondi o beijo é claro. Não sou de ferro.
— Acho que estou apaixonado por você, Amélia.
Ótimo! Começar algo com "Acho", mas relevei afinal nem eu sabia qual era os meus sentimentos.
— Acho que tambem estou apaixonada por você, Nico. E se eu ver você beijando outra garota de novo, vou castra-lo. - Ele riu erguendo as mãos em rendição.
— Não quero beijar mais ninguém.
— Seja mais original.
— Não sou bom com palavras. Prefiro fazer isso. - E voltou a me beijar.

 

Ponto de vista por Nico
Mais de um ano fazia que minha vida tinha virado do lado do avesso. Descobrir que era Descendente de Lillith. Um filho da Noite. Morrer e voltar a vida faz a gente repensar nas coisas que fez, nas coisas que deixou de fazer.
— Sou muito grato por você me trazer de volta. - Falei para Nikki que sorriu.
— Nunca vai cansar de me agradecer?
— Não. - Sorri observando tudo do telhado da fazenda onde ambos estávamos sentados.
— Parece loucura né? Por meses andamos em guerra sem conseguir descansar, dormir tranquilamente. E agora esta tudo... Bem.
— Sente falta deles?
— Do papai e da mamãe? - Assenti. - Não sei dizer. Esse ano... Todo esse tempo foi meio confuso. Acho que acabei me afastando sabe? Sinto falta de quando eu achava que eles eram simples humanos.
— Sinto falta, mas não sinto falta da pressão que ele proporcionava. Cruel?
— É. - Ela riu. - Mas tudo bem. Não é nada mal ser cruel as vezes. E a Amélia?
— O que tem ela?
— Nico vocês transaram. E eu vi os olhares hoje.
Amélia era algo que eu não sabia lidar. Era como um turbilhão. Quando me atacou meses atrás a odiei. Mas com o tempo vi que não passava de alguém acuada. Ela estava na casa do inimigo, toda machucada e a pessoa que ela mais confiava tinha apunhalado ela pelas costas.
Enquanto cuidava de seus ferimentos comecei a observar seu corpo cheio de curvas, seus lábios cheios com uma pintinha sexy a cima, seus olhos escuros. A vi lutando na batalha, era boa lutadora, corajosa e fatal.
Ela chamava a minha atenção é claro. Chamava a atenção de qualquer homem. Quando a tive na cama foi sensacional.
— Urgh! - Nikki falou ao meu lado. - Seus pensamentos são...
— Sai fora da minha mente então.
— Você esta louco por aquela garota. - Ela riu. - Se esta caidinho por que ainda não correu atrás dela? Você pegou cada vadia que me dava nojo. É por que ela, eu gosto?
— Estou dando um tempo disso.
— Nico, a garota esta a fim de você. Vai deixar escapar por que não consegue se prender há um rabo de saia só?
— Eu consigo me prender a alguém. - Retruquei.
— É bem diferente. Não to falando de tesão.
— Esta me dando concelho amoroso?
— Você esta precisando. Estamos ligados Nico, sinto o que você sente. Sei que criou um sentimento por aquela garota. Ela iria embora, eu a convenci a ficar e terminar o colegial. Não só para se distrair, mas para dar uma chance de ate lá vocês dois ficarem juntos.
— Esta bancando o cupido?
— Sim. Eu sou demais. - Sorriu animada.
— Por que não cuida do seu namoro com o Ben.
— Por que já resolvi minha vida amorosa. Agora quero cuidar da sua.
— Você é ridícula, Nicolle. - Ela gargalhou antes de levantar.
Sorriu e se jogou da casa, deu um mortal no ar e pousou em pé. Exibida!
No fundo ela tinha razão, eu precisava resolver isso.
No outro dia fui ate a escola e fiquei esperando ate vê-las saindo.
— O que esta fazendo aqui? - Nikki perguntou assim que pararam a minha frente.
Ela olhou em volta, mas ninguém olhava na minha direção. Estava invisível.
— Relaxa, ninguém esta me vendo. Vim conversar com a Amélia.
— Bom. Então ate depois. Vamos Nora. - Nikki e Nora se afastaram.
Amélia estava seria quando tirou a chaves do bolso da jaqueta e destravou as portas do carro. Sorri antes de fazer a volta e entrar. Assim que entrou seus olhos escuros me encararam. Poderia beija-la ali mesmo.
— Onde?
— Qualquer lugar. - Respondi.
Responder minha casa não seria um bom começo.
Observei enquanto ela dirigia. Estava tensa e eu sorri internamente por proporcionar isso a ela. Amélia estacionou na praia e descemos. Caminhamos em silencio na areia.
— Quando vim morar aqui odiava toda essa areia. - Falei.
— Estive em tantos lugares que estou acostumada com qualquer lugar, qualquer estação. - Deu de ombros. - Você tem muito para viver.
— Nossa diferença de idade é gritante hein. - Ri depois fiquei serio quando a encarei. - Desculpe não procura-la mais.
— Foi uma coisa de uma noite só. Entendo.
— Não. Sou eu que não estou pronto para um relacionamento.
— Isso eu já entendi. - Estava brava poderia ver pelo seu tom de voz. - E eu não estava querendo um relacionamento.
— O problema Amélia é que só consigo pensar em um relacionamento desde aquele dia.
— E pensando nisso sai beijando a primeira que aparecer?
— Achei que se beijasse outra pessoa fosse tirar você dos pensamentos.
— Muito maduro da sua parte. E não vamos ignorar o fato de que você é um cafajeste.
— Vamos parar um pouco por que isso esta tomando um rumo diferente. Olha, eu não sei lidar com isso.
— Lidar com o que?
— Com sentimentos. Nunca tinha sentindo isso por alguém.
— E a vadia da Caroline? E todas as outras que você já namorou ou somente beijou.
Teria que tentar outra estratégia por que conversar não estava dando muito certo.
— Ok. Conversar não esta dando certo. - Me aproximei dela. - Vamos para o plano B. - Antes que ela pudesse fazer algo a beijei.
Ela ficou paralisada por uns 3 segundos antes de corresponder o beijo. E que beijo. Aquelas lábios macios me deixavam fora do ar.
— Acho que estou apaixonado por você, Amélia. - Fui sincero.
— Acho que tambem estou apaixonada por você, Nico. E se eu ver você beijando outra garota de novo, vou castra-lo. - Ri antes de erguer as mãos.
— Não quero beijar mais ninguém.
— Seja mais original.
— Não sou bom com palavras. Prefiro fazer isso. - A beijei de novo.
— Nós temos que conversar. - Falou assim que se afastou.
— Quer mesmo conversar? Amélia, aquelas garotas... Foram antes de você. E fiquei com outra garota depois de você, mas não aconteceu nada. Eu não senti nada. Tudo que tenho para te dar agora é minha verdade.
— Esta disposto a um relacionamento?
Era uma boa pergunta.
— Quando olho em seus olhos a certeza que tenho é que quero ficar com você. Se você quiser.
Ela ficou me encarando depois assentiu, segurei sua mão e a beijei.
— Vou terminar a escola como prometi para Nikki e vou embora. Quero viajar o mundo. Você aceitaria me acompanhar? - Sorri abraçando sua cintura.
— Sim. - Mordi seu lábio o puxando.
— Você esta me seduzindo.
— E você só precisa me olhar para me seduzir. - Ela sorriu.
— Adorava quando você ia trocar meus curativos e ficava me olhando. Sei o poder que tenho sobre um homem, mas era bom saber que eu causava isso em você. - Beijou meus lábios antes de se afastar. - Vamos sair da areia.
— Vamos.
— Para onde? - Ela balançou a chave do carro e eu sorri.
— Para onde você quiser, desde que esteja comigo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Amo esse casal.



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