Sol da meia-noite: Midnight Sun escrita por Alina Black


Capítulo 25
(T2 Nessie)- Lendas




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/799389/chapter/25

O dia com Jacob não havia sido tão ruim no fim das contas, era menos ruim comparado a ficar com Edward e Bella, ao menos com Jacob não me sentia um animal dentro de um criadouro esperando virar a refeição, principalmente quando o mais novo deles Riley olhava para mim, eu sentia que a qualquer momento ele perderia o controle e me atacaria, mas Bella não parecia ter medo algum.

— Nós vamos a um lugar – Disse Jacob quando nossa ultima vasilha de pipoca terminou, sinceramente eu não aguentava mais pipoca, ficaria sem sessões de filmes ou séries por um bom tempo depois que tudo isso passasse.

— Não vai me deixar na casa de Charlie? Perguntei um pouco curiosa.

—Sim mas temos duas horas ainda – Ele respondeu desligando a Tv e levantou em um pulo do chão- Vamos você vai gostar – Jacob estendeu a mão para mim, eu ignorei e me levantei sozinha.

Quando saímos da casa de Jacob percebi que havia anoitecido, e caminhei ao lado dele pela floresta até o lugar de encontro, no alto do penhasco, eu me perguntei o que faríamos naquele lugar, mas quando nos aproximamos o suficiente vi que não estaríamos sozinho, que ótimo uma matilha inteira, se eles desejarem me matar roerão até meus ossos, falei em meus pensamentos.

— Ei, Nessie! — Quil me recebeu com animação, Embry pulou para me cumprimentar e me beijar no rosto, mas se afastou quando Jacob o olhou com uma cara de poucos amigos, parecia que Embry estava fazendo de proposito, Jake me puxou pela mão e nos sentamos na pedra fria ao lado de Sam e de Emily que deu um largo sorriso ao me ver e apertou minha mão.

Eu estava acostumada a reuniões noturnas no litoral com os amigos da escola, então eu acabei me sentindo um pouco mais confortável, com a diferença que o assunto das garotas era mais interessante do que os que eu estava acostumada, não eram as coisas fúteis das lideres de torcida, mesmo que eu não entendesse do assunto que elas falavam era bem menos irritante do que conversar com Madelaine e Maya.

Mas não  havia somente crianças na reunião, Billy estava presente, a cadeira de rodas estava estacionada no que parecia ser a cabeceira natural da roda e ao lado dele, numa cadeira dobrável, parecendo muito frágil, um senhor de cabelos brancos.

— Vamos ter reunião de condomínio? Eu provoquei Jacob que apenas sorriu.

— Não, agora vem a melhor parte, hoje você vai conhecer algumas histórias – Ele explicou.

Ergui as sobrancelhas – Vocês se reúnem para comer e contar histórias?

Jacob se arrastou um pouco mais para o meu lado e em seguida pôso braço em meu ombro e falou ainda mais baixo em meu ouvido — As histórias que sempre pensamos serem lendas — disse ele. — As histórias de como nos transformamos, a primeira é a história dos guerreiros espíritos.

Eu senti o corar das minhas bochechas com toda aquela aproximação e arrastei meu corpo tirando o braço dele do meu ombro – Eu não estou com frio – Respondi e em seguida retomei ao assunto – Mas para ser um lobisomem um humano não precisa ser mordido por um?

Emily baixou a cabeça tentando esconder seu riso, mas Paul gargalhou, já a expressão de Jacob era de alguém que estava prestes a se enterrar ou até mesmo se jogar na imensa fogueira, a nossa frente Billy e os idosos me olharam com um semblante de insatisfação.

Billy deu um pigarro e todos se silenciaram, então  começou a contar a história em sua voz melodiosa e grave. As palavras eram pronunciadas com precisão, como se ele as soubesse de cor, mas também com sentimento e ritmo sutis. Como poesia apresentada por seu autor, ele começou a contar a origem do povo quileute, nada diferente do que haviam escrito nos livros de história americana, mas ai ele chegou a parte mágica de tudo sobre os espíritos guerreiros, baixei a cabeça achando engraçado quando ele citou o nome Kaheleha. Utlapa, Taha Aki. me perguntei de onde eles haviam tirado esses nomes, vai ver de algum Mangá japonês, eu bocejei achando aquilo chato demais e só então percebi os olhares em minha direção.

— Melhor a gente ir!

Jacob se levantou me puxando pela mão e eu me deixei ser arrastada por ele na direção da floresta – O que foi? Não vai esperar terminar? Eu perguntei enquanto apressava meus passos tentando acompanha-lo, ele nada respondeu se manteve em silêncio até chegarmos novamente a sua casa – Jacob – insisti.

— Não estava sendo tedioso para você? Ele perguntou olhando para mim, sua feição era dura e de aborrecimento.

Cruzei meus braços – Bom – eu queria esperar para ouvir a hora que o Vegeta ia aparecer – dei um riso.

Ele sacudiu a cabeça em negação – isso não tem graça Ness, é a historia do meu povo, de gerações, eu não acredito que o tempo todo fez piada disso?

Meu sorriso se desfez, só então eu percebi o quanto ele estava aborrecido – Calma Jake eu...

— Vamos eles já devem estar a nossa espera – Ele falou me interrompendo e caminhou até o jipe, entrou no veiculo e esperou por mim.

 Eu conhecia Jacob há duas semanas e aquela era a primeira vez que eu o via aborrecido, durante nosso percurso na estrada escuro rodeada de árvores ele ficou em silêncio, me senti desconfortável, não imaginava que aquilo era algo tão importante, confesso que respirei aliviada quando vi o carro de Edward estacionado a nossa frente.

— Durma bem Ness – foi a única frase dita por ele ao estacionar o jipe, ao contrario das outras vezes ele não tentou me abraçar, eu assenti e sai do veiculo caminhando até o carro de Edward, a porta traseiras e abriu e eu vi o jipe vermelho sair cantando pneus na estrada antes de entrar no carro.

Naquela noite depois de que chegamos a casa de Charlie eu tomei meu banho e não quis jantar, havia beliscado algumas coisas na reunião dos lobisomens, olhei para meu aparelho celular e as únicas mensagens que haviam eram de Bey e dos meus pais, nosso grupo das lideres haviam muitas mas eu não estava interessada em ler as besteiras que elas escreviam, passei a chave na porta e pude ficar sem a maldita bota ortopédica no pé sem correr o risco de ser flagrada por Charlie, eu esperava que Jacob ligasse mas depois de uma hora ele não ligou,  como eu estava sem sono caminhei até a janela e curvei meu corpo  para fora da janela aberta, a  noite era surpreendentemente fria em Forks, como se fosse  de inverno, eu não tinha percebido isso no penhasco ventoso, talvez pelo fato de eu estar sentada ao lado de Jacob.

Eu suspirei e gotas geladas bateram em meu rosto quando a chuva começou a cair e eu sorri deixando a janela aberta e caminhei para a cama, puxei as cobertas e me deitei fechando os olhos, sem sono me virei na cama e quando meus olhos se abriram a figura do garoto ao lado da minha cama me deixou aterrorizada.

— Riley- eu murmurei com a voz trêmula.

Ele fez um sinal com os dedos pedindo meu silêncio.

— Edward está lá fora ele vai...

— Troca de turno – Riley respondeu – Ele precisou caçar.

Assustada eu me levantei ficando de pé do outro lado da cama, eu sairia correndo se fosse necessário mesmo que Charlie descobrisse nossa mentira sobre o pé machucado.

— O que você quer?

Riley se aproximou antes que eu pudesse piscar e ficou a minha frente com o rosto a centímetros do meu – Eu não tenho ninguém em quem confiar só em você – ele sussurrou segurando minha mão e me entregou um pedaço de papel – Não diga a ninguém que você falou comigo – os olhos dele estavam amarelos e sentir o tremor percorrer por meu corpo – Não confie nos Cullen – Disse ele antes de desaparecer da minha frente.

Assustada me sentei na cama antes que caísse no chão e olhei para o papel desfazendo as dobras com as mãos trêmulas, havia um numero escrito nele.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sol da meia-noite: Midnight Sun" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.