{epílogo}

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O violino era a primeira lembrança coerente do menino. O instrumento reluzente, em um estojo escuro e elegante, que suas mãozinhas pequenas tentavam em vão alcançar. O movimento firme, porém delicado, que sua mãe fazia quando  levava o arco às cordas. As melodias que preenchiam a casa inteira.  Algumas alegres, outras tristes. Algumas suaves, outras fortes. Algumas cheias de amor, outras cheias de ódio. Para ele, a música sempre seria o começo de tudo. Não poderia ser diferente. Scorpius Malfoy era o filho de uma serenata. O fruto de um dueto perfeito. Uma verdadeira canção de amor. Composta a partir do mais puro dos amores e amada de todo coração. 

Com o pai, o garoto aprendera a ouvir de forma atenta e cuidadosa sempre que uma canção era tocada. E com a mãe aprendera a deixar que sua música ecoasse pelo mundo, embalando a todos e construindo a mais bela das sinfonias. Aprendera a arte de deixar suas muralhas ruírem e de se reconstruir apenas com partituras e notas musicais. Scorpius queria ser como Astoria. Provavelmente sempre iria querer ser como ela. Porque por mais que amasse Draco, e realmente amava, a mãe seria sempre a sua mais linda e amada inspiração. A música que começava tudo. A canção passada de geração para geração.