eu não gosto de estrelas escrita por Cass


Capítulo 3
Starstruck


Notas iniciais do capítulo

Oi Oi gente

Estou mega atrasada com as postagens é que minha vida está uma loucura e minha rotina mudou totalmente. Então me desculpe por ainda não ter terminado a fic, mas espero que gostem do próximo capítulo que ainda segue o filme, mas com alguns detalhes meus.

Beijinhos



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Draco não acreditava que era tão azarado assim. Só tinha ido curtir uma noite com os amigos, cantar e ouvir aplausos, uma noite perfeita que acabou se tornando uma tragédia. Além de ter machucado essa garota desconhecida, corria o risco de paparazzis descobrirem e, assim, já era filme.

— Podia ser pior - dizia Draco para si mesmo - os paparazzis podiam estar aqui.

De fato era muita sorte o local estar praticamente vazio, quase um milagre na realidade. Mesmo assim, o loiro andava de um lado para o outro enquanto Ted Tonks examinava a garota que ainda não tinha revelado o nome. Ela estava sentada em uma maca e ambos estavam tampados por uma cortina enquanto Draco esperava do outro lado.

—Bom seus exames estão normais, reflexos bons- diz ele se afastando depois de passar a luz pelos olhos dela pela 3º vez - está tudo normal.

— Então ela tá bem? - pergunta Draco abrindo a cortina.

— Fora! - responde Ted enquanto Astoria revira os olhos - não há sinais de traumas e tenho certeza que você não tem uma concussão.

— Então como eu vomitei? - questiona.

— Talvez algo que você comeu ou foi a reação de você conhecer aquele bobalhão - Astoria sorri com o comentário antes que Draco abrisse novamente.

— É uma cortina, Ted, eu posso te ouvir.

— Não, não pode - responde no mesmo tom, mas era possível perceber um toque de brincadeira em sua voz.

— Vocês se conhecem? - pergunta a menina já se xingando de idiota porque isso era obvio.

— Ele é o sobrinho da minha esposa - Ted dá de ombros.

— Eu posso ir embora agora? - diz desanimada, Astória estava bem cansada depois da última hora.

— Pode, mas eu quero que coloque gelo quando chegar em casa e... - uma pessoa entra na enfermaria dizendo “Dr. Tonks” repetidas vezes - aguarda um minuto, eu já volto - e Ted sai para encontrar a voz.

— Então… - fala Draco depois de um tempo em silêncio.

— O que? - pergunta a garota sem paciência alguma.

— Vai me dizer seu nome pelo menos?

— Para que? Você não vai se lembrar mesmo - diz com um sorriso irônico.

— Eu tenho certeza que o Blaise não vai me deixar esquecer que os sapatos favoritos dele foram vomitados por culpa minha - Draco começa rir da cena e Astoria acaba se desmanchando e ri também. O loiro para e encara ela, com aquela feição que sempre convencia todos a fazer o que ele queria - então? Vai me dizer seu nome?

— Astória, Astória Greengrass - ela pega se falando, perdida nos olhos dele por um instante. Percebeu como eram profundos e por isso estava presa no encanto dele.

— Astória - repetiu ele de uma maneira tão doce, quase se deliciando com o nome. O clima foi desfeito quando o celular dele começou a tocar e ele ignorava, Astória se lembrou quem ele de fato era e era claro que era tão arrogante a ponto de não atender uma ligação.

— Não vai atender não? - diz ríspida.

—Ah, claro - Draco retira o celular do bolso e logo seu estômago gela ao ler o nome, Narcissa Malfoy estava ligando - me dê um minuto - fala e vai para o outro lado da cortina na tentativa ridícula de privacidade - Oi mãe - Astória consegue escutar - Quem? - uma pequena pausa - Onde? - nervosismo era nítido na voz do garoto, ela queria saber o que estava acontecendo - A-agora? - gagueja ele.

— Isso Draco, agora! - responde Narcissa impaciente do outro lado da linha - você precisa voltar para cá! Prometeu para os produtores do filme e para o diretor que ficaria em casa e agora com ele aqui…

— Já entendi, tá, eu vou dar um jeito - Draco coça a testa e desliga o telefone - será que dá para piorar?

— Ah pelo visto então você já sabe - diz Dr. Tonks surpreendendo o loiro.

— O que? - pergunta Draco desconfiado. Era impossível Ted estar sabendo o verdadeiro motivo da frustração do rapaz.

— Os paparazzis na sala de espera - responde confuso - não era sobre isso?

— Ah droga! -ele mordeu o dedo, sempre fazia isso quando estava nervoso - Como eles me encontraram? - o loiro olha para fora - o que é que eu faço agora? 

— Você pode ficar aqui por um tempo se quiser…

— Não, Ted, preciso estar na minha casa com urgência - Draco pegou as chaves do bolso para brincar enquanto tentava pensar em alguma solução e teve uma ideia - Ted… Tedizinho

— Ih lá vem - o mais velho cruza os braços.

— Que isso! É só uma coisinha boba, sabe - Malfoy começa a balançar as chaves na frente de Ted - que tal a gente trocar de carro?

— Tá doido? 

— Ah, vai Ted, quebra essa.

— Você não vai querer o meu carro, não é nem um pouco perto dos seus gostos - diz Tonks.

— Por isso é perfeito - Draco oferece as chaves - isso nunca mais vai acontecer e você sabe disso.

Ted o encara semicerrando os olhos, mas suas mãos já estavam no seu bolso retirando as chaves. Ele faz as trocas, arruma uma compressa com gelo para a garota e acompanha os dois para o estacionamento dos funcionários no subsolo, Astória tinha impressão de que sua noite estava longe de acabar e nisso ela estava certa.

 

▪︎

 

O carro de Ted estava extremamente velho, fazia muitos barulhos e Astória podia jurar que sentia cheiro de gasolina. Toda vez que o escapamento soltava um barulho ela quase pulava no assento e realmente não ajudava para a situação do enjoo que ela ainda sentia.

—Tem certeza que isso é seguro? - diz Astória de maneira ríspida depois de se assustar novamente com os barulhos.

— Tenho sim - fala Draco tenso, mas logo o carro faz barulho de escapamento novamente.

— Eu tenho certeza que não.

— Só se acalma, tá? - era nítido o nervosismo na voz do artista.

— Eu não quero me acalmar, quero ir pra minha casa, tá? - Astória estava tão irritada que não se controlou e jogou a compressa em Draco.

— Ai - reclama ele - qual o seu problema?

— Qual é o meu problema? - repete irritada - Nenhum, eu só estou ansiosa para ficar de castigo até os meus 30 anos! 

— Então é por isso que você está mal humorada? - diz o loiro claramente ainda irritado por ela ter acertado ele.

— Eu não estou mal humorada.

— Beleza então na defensiva.

— Viu? Você discorda com tudo que eu falo - Draco revira os olhos.

— Não discordo!

— Discorda sim!

— Só me leva pra casa!

— Eu vou! - ele respira fundo e abaixou o tom porque percebe que os dois estavam quase gritando um com o outro - só precisamos fazer uma pequena paradinha - Astoria solta um grunhido irritado e ele oferece a compressa de volta para ela.

Ela pega irritada e desvia o olhar dele. Draco respira fundo controlando seus ânimos, tinha muita pressão nele naquele momento e ele não queria desapontar ninguém ou muito menos perder o contrato do filme. Ele não sabia que chegaria no dia que ele desejasse que alguém fosse uma fã comum, mas chegou. Astória realmente não estava ajudando em nada a situação toda.

 

▪︎

 

A mansão de Draco Malfoy era enorme, decorada com móveis de cores simples e luxosos e com várias fotos de Draco, talvez seja o pior pesadelo de Astoria, mas o sonho de toda fã como Daphne. O som da festa atingiu os ouvidos deles antes mesmo de entrarem pela porta e isso irritou mais ainda a garota que só queria ir para casa.

— Você só pode estar de brincadeira!

— Que foi? Não gostou da minha casa? - ele olhou espantado para ela

— Você realmente mora aqui?

— Sim, ué - Draco olha por cima do ombro dela e vê algumas pessoas saindo do jardim dos fundos e entrando na casa - Droga, vem - ele puxa o capuz para cobrir o rosto dela e começa empurrá-la em direção a escada.

— Ei, o que você está fazendo?

— Vai, sobe logo - ele ignora a pergunta dela e começa a puxar a mão dela enquanto sobe as escadarias enquanto olha para todos os lados torcendo para que ninguém os viu.

— Para de me puxar! - Astoria fica mais irritada ainda - para onde estamos indo? 

— Desculpa eu só… - diz ele enrolado

— Não sabe onde me esconder? - completa ela sem paciência quando chegam no andar de cima.

— Não, eu não estou te escondendo eu só…- ele olha pela janela para o jardim tentando localizar o diretor do filme - não quero que pessoas específicas te vejam.

— Só por que eu não sou uma estrela de cinema?

— Não - ele se vira para ela - eu só não quero ninguém me fazendo perguntas, nem você - Draco faz um microfone com a mão e muda a voz como se imitasse alguém - nossa quem é ela? Onde se conheceram? Vocês estão namorando? - e aponta para ela seu microfone falso.

— Namorando? - o tom de indignação de que como aquilo fosse um absurdo afetou o ego de Draco, mesmo que ele não admitisse.

— É, eles inventam essas coisas - ele responde e puxa ela para um dos quartos.

— Onde...:?

— Quarto de hospedes - ele responde sem ela terminar de falar e abre os  braços - seja minha hóspede.

— E eu tenho escolha?

— Na realidade, não apenas fica! - Ele fala e vai saindo do quarto.

— au-au - fala Astoria e revira os olhos já Draco dá um pequeno sorriso e desce as escadas já indo cumprimentar a todas as pessoas.

Astória consegue ouvir a música de Draco tocando lá fora e as pessoas conversando. Enquanto andava no quarto olhando os detalhes ela só conseguia pensar em duas coisas: que deveriam vender a autoestima de Draco engarrafada porque até no quarto de hóspedes tem fotos e até uma decoração gigante com o sobrenome dele e como raios sua noite saiu de ler um livro de fantasia para estar na casa de Draco Malfoy, o superstar que ela realmente não queria nunca conhecer.

Já Draco teve que controlar ao máximo suas emoções para poder manter um semblante de que está tudo bem. Naquela festa tinha alguns artistas, empresários, grandes nomes de Hollywood e, é claro, ele, Albus Dumbledore, o diretor que ele queria impressionar para não perder seu contrato.

—Ora meu jovem achei que não te veria hoje - diz Albus vendo Draco se aproximar atrás de Narcissa que soltou o ar que nem sabia que estava prendendo de tão tensa.

— Albus - ele estende a mão para cumprimentá-lo - muito bom te receber em nossa casa - o loiro se põe ao lado da mãe que abraça sua cintura e dá um leve aperto.

— Eu que agradeço pelo convite - diz sorrindo - então, hoje ouviremos você cantando?

— Claro que sim - respondeu Lucius antes mesmo que Draco pudesse concordar - vou buscar o violão.

O loiro sorri para todos da rodinha de conversa e sai para pegar um banco enquanto seu pai arrumava os equipamentos de som. Ele respirava fundo e repetia que estava tudo bem, que o pior já tinha passado, mas ele estava bem nervoso. Não por se apresentar, mas porque ele estava preocupado se alguém tinha encontrado a Astória.

Pelo menos comigo fazendo apresentação, todos vão olhar para mim somente”

Ele chega onde seu pai estava arrumando as coisas e o ajuda a terminar de conectar o microfone. Claramente Lucius estava nervoso já que não falava uma palavra sequer para seu filho. O mais jovem se sentou, fez um teste de som básico e deixou o violão ao lado da mesa de som básica que tinham ali. Antes mesmo dele começar a falar, tinham desligado a música e toda atenção da festa era dele, como sempre.

— Boa noite a todos! - disse sorrindo - obrigado por virem hoje e espero que estejam se divertindo - houve gritos de comemoração - fico feliz que sim. Bem, hoje eu vou tocar o meu próximo single e uma melodia que ainda estou a busca da letra perfeita -as pessoas gritaram de felicidade - é, vocês vão ser os primeiros a ouvir! Espero realmente que gostem.

Então o jovem colocou play na demo que continha apenas a melodia e começou a cantar Starstruck. Ele se sentia vivo quando cantava, realmente amava fazer música e se apresentar, adorava os aplausos é claro, ele nunca se sentia tão vivo. Enquanto cantava pensou na garota no quarto e Draco levantou o olhar como reflexo e lá estava ela, viu o sorriso lindo que ela tinha novamente e isso o fez sorrir mais, ela gostava dele sim, só era marrenta.

Quando a música tinha parado de tocar, a garota achou estranho e foi para sacada olhar e no mesmo momento Draco começou a falar com o público e por costume ela revirou os olhos. Porém, apesar de viver irritada com o artista, Astória gostava do som dele e lá estava ela curtindo a nova música dele. Por mais que aquela noite estava sendo um desastre, aquele momento foi o segundo que não estava tão ruim assim, estava até divertido. 

— O que acharam? - pergunta Draco quando finaliza e vários aplausos e vozes animadas preenchem o local - Obrigado, obrigado - ele se senta no banco e pega o violão - agora para a segunda surpresa da noite - ele começa a tocar sua nova melodia. Era muito difícil ele ter um bloqueio como aquele, mas ele não conseguia encontrar a letra que encaixasse. Enquanto tocava ele não evitou de olhar para ela de novo e na mesma hora ele soltava alguns “ooh, aah, hmm” para acompanhar a melodia.

Astória e Draco se encontraram no olhar e ela não conseguiu evitar o sorriso. Mas a conexão foi perdida com os aplausos ao redor quando ele tinha acabado de tocar. Aquilo foi um puxão para a realidade para a Astória. O que ela estava fazendo ali ainda? Ela precisava ir para casa e rápido. 

A garota entrou no quarto e pegou o celular descobrindo que ele estava descarregado. Ela conseguia ouvir os xingos dos pais mesmo de longe. Olhou para um lado e para outro procurando um relógio e, finalmente, quando achou quase deu um grito. Eram 1h da manhã e ela estava fora de casa, tinha certeza que estava morta. 

Astória pegou suas coisas e cogitou deixar o casaco de Draco que ela estava usando. Na realidade ela não tinha percebido até aquele momento que o artista tinha dado seu casaco a ela. Mas estava frio e ela tinha batido a cabeça, talvez não era a melhor solução e depois ela daria um jeito de devolver, se bem que sendo um artista rico e famoso ele deveria ter vários casacos iguais. A garota desceu as escadas e se perdeu tentando evitar que olhos curiosos a vissem. Acabou parando na garagem. Ela parou e respirou fundo coçando a testa sem saber o que fazer.

Draco ficou ansioso quando levantou o olhar e não viu a Astória ali. Ele deu uma desculpa e saiu do meio das pessoas indo para dentro da mansão. Por sorte viu bem na hora em que a garota entrou no corredor da garagem e foi atrás dela preocupado. Antes de segui-la olhou para os lados tentando ver se alguém estava reparando nele e por sorte não encontrou ninguém.

—Ei onde você vai? - ele questiona entrando na garagem. 

— Qualquer lugar que não aqui.

— O que eu fiz agora? - pergunta o loiro confuso.

— Disse que ia me levar para casa. Quando? - ela levanta a sobrancelha pra ele que dá um sorriso.

— Só escolher um carro, eu te levo…

— Não - ela o interrompe.

— Tá, então a gente vai a pé - ele revira os olhos - Onde sua avó mora mesmo?

— Hollywood

— Que ótimo, então a gente chega lá -fala em tom irônico - na terça-feira - ele vê ela respirando fundo.

— Ok, mas eis as regras - Draco levanta as sobrancelhas em choque com a audácia dele, mas sorri - você me leva direto pra lá, sem paradas, me deixa e depois você pode voltar para a sua vida fabulosa - ela revira os olhos e ele levanta as mãos em sinal de rendição e ri fraco indignado. Draco abre a porta para ela do carro preto que estava à sua esquerda, mas Astoria anda até o azul que estava na sua frente e entra.

— Qual o propósito disso? - ele fecha levanta as mãos e as deixa cair frustrado ao lado do corpo, fecha a porta do carro e vai até o porta chaves - eu realmente não entendo - Draco pega a chave correta e volta para o carro murmurando - por que ela faz isso?

 

▪︎

 

O carro estava silencioso e um clima tenso estava fixo ali. Draco ainda estava indignado com a forma que Astória agia com ele e ela estava nervosa com tantas coisas que a montanha de emoções só davam apenas a vontade de deitar. Não aguentando mais o silêncio, Draco liga o rádio e sorri quando reconhece sua própria música. Na esperança de conquistar novamente aquele sorriso que tinha visto em sua casa, ele começa a cantar junto com a música.

—É sério? - fala Astória indignada.

— O que? - pergunta Draco sorrindo com um certo nervosismo e ele abaixa um pouco o som. Aparentemente sua ideia deu bem errado - Achei que fosse gostar.

— Deixa eu adivinhar - fala a garota depois de ter soltado um riso fraco de indignação - Você achou que eu adoraria pegar carona com Draco Malfoy enquanto ele canta um de seus grandes sucessos. Realizando o sonho de uma fã! - o artista dá de ombros - Só que tem um problema.

— Ah é? E qual seria? - ele pergunta sorrindo.

— Eu não sou sua fã - diz ela em um tom sério. Draco olha para ela como se Astória tivesse acabado de fazer o pior xingamento possível a ele.

— Você não... - ele coça a garganta tentando se recompor, realmente não esperava por isso - você não gosta da minha música?

— Não. Eu gosto da sua música - ele fica claramente confuso - eu só não sou louca por você - ela revira os olhos.

— Mas você nem me conhece.

— Eu sei tudo sobre você.

— Você acabou de falar que não é minha fã - o artista estava mais confuso ainda.

— Não sou, mas minha irmã é fanática por você, meio impossível não saber nada sobre você sendo que ela só fala sobre o grande artista Draco Malfoy - ela revira os olhos.

— Então você não gosta de mim, mas gosta das minhas músicas e você acha que me conhece porque sua irmã é minha fã?

— Exatamente.

— Eu acho… - Draco estava realmente confuso - eu acho que se você me conhecesse de verdade, você iria gostar de mim.

— Ah, vire aqui - fala Astória ignorando a fala do artista.

 

▪︎

 

Draco fica o resto do caminho em silêncio e confuso com as novas informações. Não estava acostumado com a rejeição. Ele para o carro na frente da garagem e respira fundo, aquela noite foi realmente estranha e inusitada.

—Obrigada pela carona - ela fala já tirando o cinto.

— Ei Astória - ele tira o cinto e vira para ela - Eu só quero dizer que  sinto muito por hoje a noite - ele aponta para a cabeça dela. 

— Ok - ela fala impaciente - Estamos resolvidos agora?

— Você realmente não gosta de mim, né? - ele fala frustrado.

— Nossa como foi que adivinhou? - diz irônica e ele ri dela.

— Ainda acho que você iria gostar de mim se me conhecesse - ela revira os olhos balançando a cabeça - teve momentos hoje a noite que foram legais.

— É, vomitar no sapato de um riquinho sempre é divertido - os dois riem juntos.

— Tenho certeza que você iria gostar mais se fosse nos meus sapatos.

— Ah, com certeza - ela riu. Os olhos dos dois se encontraram e Draco fez de novo, algo com os olhos que ela não conseguia descrever, apenas parecia que ficava enfeitiçada naquele olhar. O momento foi arruinado quando alguém que ela torcia que não fosse o pai dela bateu na porta e Astoria berrou com isso.

— Que bom que te encontrei aqui - disse Blaise apoiando-se no vidro que Draco tinha aberto. O artista queria matar o melhor amigo por ter estragado aquele momento dos dois - Pelo menos eu não vou precisar pagar o táxi, muito caro - Zabini continua com o sorriso sem perceber que estragou o momento dos dois -E você tá melhor Ast?

—Não me chame de Ast - Astoria responde - E eu vou ficar bem depois que vocês forem embora e essa noite estiver acabada - lá estavam os muros dela novamente.

— O que você está fazendo aqui? - Draco perguntou irritado.

— Ué vim trazer a irmã dela.

— Até agora? - questiona o loiro.

— Ah é que a gente ficou na boate um tempo e quando saímos estavam tentando rebocar o carro, então teve algumas complicações.

— E isso tudo foi até 1:40 da manhã? - Draco levantou uma sobrancelha para o amigo.

— É… então - ele faz uma expressão que dá entender outra coisa.

— Olha, não quero saber - Astória faz uma expressão de desconforto. Ela abre a porta que quase bate em Blaise - boa noite - vai em direção a casa querendo deixar toda essa história para trás.

Astória retira o sapato e vai para a cozinha tomar um copo d'água. Ela sentia seu coração acelerado e foi a primeira vez naquela noite que ela pode respirar fundo, sentindo o conforto de algo conhecido que era o cheiro da casa da sua vó. Os acontecimentos da noite não paravam de invadir a mente da garota, como se fosse uma realidade muito fanfiqueira para ter sido real. 

A garota respirou fundo novamente e dessa vez sentiu o perfume dele e então ela se lembrou que usava o casaco dele. Ela se pegou pensando que foi atencioso da parte dele e que talvez Draco Malfoy não era de todo ruim. Perdida em seus pensamentos, ela leva um susto ao ouvir batidas na janela e o sorriso é desmanchado em uma careta irritada ao ver o loiro.

—O que você quer agora? - dispara sussurrando ao abrir a janela.

— Ora, olá para você também - diz Draco.

— O que você quer?

— Eu… - ele hesita perante a feição irritada da menina - eu posso passar a noite aqui? Eu pago $5.000.

— O que? - o espanto fez com que ela falasse mais alto do que deveria.

— Olha tem uma van de paparazzis ali fora - era nítida a raiva de Draco - Zabini tentou despistá-los como se ele estivesse com meu carro que acabou dando um defeito e até foi falar com eles para isso, mas não adiantou - o loiro soltou uma respiração pesada, a parte que ele mais odiava de ser uma estrela era não poder ter vida, nunca - escuta, Astória, eu jamais te pediria se tivesse outra escolha - vendo a garota hesitar por longos segundos, Draco logo dispara querendo convencê-la - Faz esse favor por mim, Ast, eu fico na garagem, dentro do meu carro e eu pago.

— Primeiro, se é favor você não pagaria - diz ela irritada, mas em tom baixo - e segundo não me chama de Ast, não somos amigos - Draco revira os olhos e Astória segue o movimento - tá, vou te ajudar. 

E no momento seguinte lá estavam os dois discutindo quem estava ou não empurrando o carro para a garagem. Astória já tinha perdido a quantidade de orações que tinha feito para que ninguém acordasse, principalmente sua irmã que faria um escândalo por Draco Malfoy estar na casa de sua avó.

— Aqui - diz a garota colocando cobertores e travesseiros para o cantor dentro do carro dele - amanhã cedo você vai embora, certo? Sem que ninguém te veja.

— Certo, obrigado - murmura Draco que estava preso olhando para o céu estrelado - sabe, desde pequeno eu era fascinado pelo céu.

— Eu gostava, mas agora não mais - ela comenta.

— Quem em sã consciência não gosta de estrelas? - ele olha para ela indignado.

— Eu - responde e vira para olhar o céu - elas não são reais, seu brilho é uma reação química que a destrói e pra que isso deve ser admirado? Uma beleza que só é possível com um preço tão alto e que na realidade só as fazem se importar com o próprio brilho.

— Está falando só de estrelas do céu? - Draco continuava encarando ela, mas agora sorria.

— Não só - ela voltou o olhar para ele e sorriu. Novamente estava presa naquele olhar, naquele charme, naquele brilho - para de fazer isso - diz nervosa.

— Isso? Isso o que? - pergunta ele confuso.

— Isso com os olhos.

— Não sei do que está falando - mas ele sabia, era sua tática.

— Sabe sim - diz irritada e vai se afastando dele - bom não esqueça de fechar a porta quando sair amanhã bem cedo.

— Certo, e Astória - ela para encarando ele - obrigado - e sorri para ela.

— Não agradeça, você me deve $5.000 - o loiro solta um riso fraco - boa noite e - ela aponta para trás dele - cuidado com os ratos - ela ri e sai dali.

— Ratos? - pergunta para o nada com um tom claro de nervosismo.


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