Esperei todos saírem da aula de Transfiguração fingindo demorar para arrumar a mochila, assim que todos saíram fechei o zíper da mochila e segui ate Minerva que estava sentada mexendo em alguns papeis.
— Professora, queria falar com a senhora.
— Fale, Black.
— Nós já tínhamos conversado antes, mas realmente não vi o tempo passar. Estamos no final de janeiro. Queria conversar com a senhora sobre ser animago.
— Eu só poderia explicar a você, senhorita Black. Não poderia instrui-la a virar um animago. Você ainda é menor de idade.
— Você mais do que ninguém sabe que a guerra esta a um passo de estourar e quando isso acontecer, Harry, Steph e eu seremos as procuradas numero 1 dos Comensais da Morte. Por enquanto eles estão agindo escondido, mas em breve tudo vai virar um caos e a senhora sabe que estou falando a verdade. Não precisa me instruir a virar animago, mas explicar. Preciso estar preparada.
— Você acredita que virar um animago a protegerá de algum ataque? Os animagos são registrados no Ministério da Magia.
— Sim, mas papai e Tiago não eram registrados. E isso foi muito útil ao meu pai nos últimos anos.
— Ela me pedindo para ajuda-la e acoberta-la depois.
— Não. Estou pedindo que me explique como funciona e guarde segredos sobre isso.
Seus lábios formaram linhas finas enquanto me observava. Não pestanejei. Eu estava certa do que queria. Não mudaria minha opinião, nem minha decisão.
— Ok. Mas isso requer muito estudo e pratica então você terá com o que se ocupar ate chegar a hora. - Ela abriu a gaveta da mesinha e me entregou dois livros sobre transfiguração e transformações. - É um processo bastante doloroso e chato. Primeiro mês inteiro o bruxo terá que manter em sua boca uma folha de mandrágona. Você deverá dormir, comer e falar todo esse tempo sem tirar a erva da boca. Depois desse período a folha deve ser retirada da boca e colocada em um frasco de cristal que deve receber a luz da lua cheia junto com um fio de cabelo e uma gota de orvalho colhida com uma colher de prata de um lugar que não foi tocado pelo sol durante 7 dias. E por fim deve se retirar a secreção de uma mariposa magica para finalizar esse segundo passo. - Anotei tudo em um pergaminho.
"Esse frasco deve ficar escondido onde não entre luz do sol e nem ser olhado por ninguém ate a próxima tempestade de raio. Todos os dias ao nascer do sol e ao por do sol você vai pegar a varinha, apontar para seu coração e dizer: AMATO ANIMO ANIMATO ANIMAGUS. Após um tempo, um segundo batimento cardíaco no corpo passa a existir, que é o do animal a ser transformado. Quando a tempestade de raio então enfim começar, você precisa parar tudo que esta fazendo e pegar o frasco, que devera estar na cor vermelho sangue e tomar a poção dizendo o encantamento de novo. Depois de tudo isso você se tornara animago.
— Nossa. Estou começando a dar mais credito ao Rabicho por conseguir fazer isso. - Debochei. - É bastante coisa. - Observei o pergaminho a minha frente depois respirei fundo antes de encara-la. - Obrigada Professora. - Guardei as coisas e levantei seguindo ate a porta.
— Senhorita Black? - Lancei um olhar por cima do ombro. - Quando estiver pronta. Me procure. - Sorri antes de sair da sala.
Encontrei com as meninas no salão principal.
— Por que demorou? - Steph perguntou.
Mostrei o pergaminho a ela.
— Conversei com a McGonagall. Acho que vou precisar da ajuda de vocês. E da Serena. Vou enviar uma carta a ela ainda hoje.
— Enviei uma carta a Tonks hoje. - Steph comentou enquanto Charlotte lia o pergaminho.
— Steph te contou a desconfiança de Harry? - Perguntei enquanto me servia.
— Sim. - Respondeu sem tirar os olhos do pergaminho. - Pode ser que ele esteja certo, mas acho pouco provável. - Me encarou sorrindo. - Vai ter paciência para fazer tudo isso?
— Eu quero isso, Charlotte. Nada vai me impedir de conseguir isso. Mas por hora. Quero que não contem a ninguém sobre isso. Segredo absoluto.
— Por quê?
— Por que quando eu conseguir. - Olhei em volta vendo que estávamos mais afastadas de todos. - Serei como meu pai.
— Esta falando que não vai se registrar?
— Não. Quanto menos o Ministério souber sobre nós, melhor. Voldemort tem quase todos na mão. Não vou arriscar.
— Eu ate brigaria com você, mas tem razão. - Sorriu. - Ajudarei no que for preciso.
— Ótimo. Quero que faça umas pesquisas para mim.
— Oi. - Lancei um olhar para Cedrico que tinha se aproximado. - Tudo bem? Posso voltar depois.
— Não. - Falei sorrindo. - Tivemos Charlotte só para nós por 16 anos. Podemos dividir agora. - Ele sorriu antes de sentar ao lado da loira.
Guardei os livros e o pergaminho na mochila. Respirei fundo e lancei um olhar para Minerva sentada a mesa dos professores. Jurei ver um mínimo sorriso em seu rosto, mas foi bem rápido.
Fevereiro chegou e com ele as aulas de aparatação, foram marcadas para uma manha de sábado para não perdermos aula. A neve tinha derretido dado lugar ao frio e a humidade, chuva e ventos. E naquele dia chovia bastante quando levantamos. Colocamos nosso uniforme por que era aula e descemos as escadas.
— Esta animada com isso? - Steph perguntou.
— Claro. Imagina poder aparatar onde eu quiser, não depender dos outros. Uma pena que só poderemos fazer os teste no verão quando fizermos 17 anos.
Encontramos com todos no salão ao lado de McGonagall, Snape, Sprout, Flitwick e um bruxo pequeno que devia ser o instrutor de Aparatação.
— Bom dia. Meu nome é Wilkie Twycross e serei o seu instrutor ministerial de Aparatação nas próximas doze semanas. Espero poder prepara-los para o teste de Apartação neste prazo...
— Malfoy sossegue e presta atenção. - Minerva mandou.
Lancei um sorriso para Steph que disfarçou o riso.
— ...Prazo em que muitos de vocês talvez estejam prontos para fazer o teste. - Continuou como se não tivesse sido interrompido. - Como vocês tambem saibam, normalmente é impossível aparatar ou desaparatar em Hogwarts. O diretor suspendeu este encantamento apenas no Salão Principal, por uma hora para que possamos praticar. Aproveito para enfatizar que não poderão aparatar fora das paredes desta salão e que seria imprudente tentar. Gostaria agora que cada um se posicionasse deixando um metro e meio de espaço livre a frente.
Foi um empurra-empurra ate todos estarem arrumados.
— Quietos! - Gritaram os quatro diretores das casas.
— Obrigado! - Twycross falou. - Agora então... - Acenou com a varinha fazendo aparecer aros de madeira na frente de cada aluno. - É importante lembrar dos três Ds quando aparatarmos! Destinação, Determinação e Deliberação! Primeiro concentrem a mente na destinação desejada. No caso o interior do seu aro. Agira façam o favor de se concentrar nesta destinação.
"Segundo focalizem a sua determinação de ocupar o espaço visualizado! Deixe este desejo fluir da mente para todas as partículas do se corpo! Três e somente quando eu der a ordem... Girem o corpo sentindo-o penetrar o vácuo, mexendo-se com deliberação! Quando eu mandar... Um... Dois... Três...
Fizemos quatro tentativas falhas ate Susane Bones estrunchar.
— Estrunchamento ou separação casual de partes do corpo ocorre quando a mente não tem determinação suficiente. É preciso concentrar continuamente em sua destinação e se mexer sem pressa, mas com deliberação... Assim. - Com elegância ele girou atravessando o aro.
Assim que a aula acabou seguimos para o salão principal.
— Que coisa mais difícil. - Comentei.
— Não achei que fosse uma coisa fácil. - Steph falou.
— Estou com medo de estrunchar. - Charlotte comentou se jogando em um sofá que Salem estava.
O gato prontamente deitou no colo da dona se aninhando e voltando a roncar.
— Se continuar com medo não vai conseguir. - Steph lembrou. - Viu a cara do Ernesto?
— Parecia que iria colocar um ovo. - Gargalhei.
Ouvi uma batida e olhei para a janela onde Snow estava batendo. Corri e abri pegando a carta. A coruja piou e saiu voando de volta ao corujal, estava encharcada da chuva.
— É da Serena? - Steph perguntou e eu assenti.
Sentei ao lado delas e abri a carta.
"Meninas,
Desculpe a demora só agora que consegui escrever para vocês, estive com Remo semana passada e nos desculpamos por nossos atos. Então quero que fiquem despreocupadas quanto a isso.
Kate, sobre ser animago. Não sei muito sobre isso, quem poderia ajuda-la era Sirius. Remo disse que tambem não lembra direito afinal faz muito tempo que os garotos se transformaram. Mas estou disposta a fazer pesquisas para ajuda-la. Nos veremos nas férias de Pascoa e então poderemos conversar melhor. Fico feliz que esteja disposta mesma a fazer isso. Seu pai teria ficado emocionado com sua escolha e teria te dado todo o apoio, com muito orgulho.
Um abraço. Serena."
— Nossa esclarecedor. - Falei olhando a carta depois encarei Charlotte. - Achei que ela diria que já estava com tudo pronto para me ajudar pela demora de responder.
— Você sabe que não são coisas fáceis. - A loira respondeu pegando a carta da minha mão. - Pelo menos ela e Remo fizeram as pazes.
— Eu poderia ter levado isso para o lado malicioso, mas se foi impossível com Sirius, as chances dela e de Remo são inexistentes. - Falei e Steph riu.
— Temos que aprender que Serena vai morrer sozinha.
Olhei para Charlotte que tinha os lábios pressionados enquanto observava a carta.
— Charlotte? - Seus olhos verdes encontraram os meus e ela forçou um sorriso.
— Esta tudo bem.
No fundo sabia que não era verdade. Ela mais do que ninguém queria que Serena fosse feliz, tivesse amado e sendo amada.