Dinastia 2: A Coroa de Espinhos escrita por Isabelle Soares


Capítulo 49
Capítulo 49




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Renesme não podia deixar de sentir a agonia que lhe atingia em cheio. Andava de um lado para o outro pelo pequeno espaço do flat, como se aquilo fosse esvaziar a energia negativa que estava crescendo dentro dela. Queria poder desaparecer. Não, queria mesmo era voltar no tempo e modificar tudo. Queria fazer toda aquela dor sair de dentro dela. Dar uma volta no futuro e descobrir quando tudo aquilo teria um fim.

William chegou ao apartamento e viu Renesme agitada. Não tinha como não está. Durante esse tempo todo não haviam nem ao menos descoberto algo diferente a cerca do que acontecia nos bastidores do palácio e agora tinham uma pista. Entendia o fato dela se angustiar por conviver com aquelas pessoas por tanto tempo e não desconfiar nada. Podia saber como era a dor de ser enganado e não poder fazer nada por enquanto.

O jornalista aproximou-se dela por trás e tocou os seus ombros. Sentiu o tremor que vinha da pele dela. Renesme sabia que era William. Todo aquele carinho não podia vir de outra pessoa e respirou fundo.

— Calma! – ele pediu.

Sem pensar muito, ela virou-se e o abraçou. William se surpreendeu com aquele gesto, mas retribuiu aquele abraço como uma grande maravilha de sua vida. Para ele era simplesmente viciante tê-la perto dele o tempo todo. O cheiro gostoso que vinha dela o energizava e o fazia sentir-se bem. Há quanto tempo ele não sonhara com aquele abraço?

— Aro está envolvido nisso tudo! Tenho certeza agora.

William desmanchou o abraço e a conduziu até a poltrona.

— Tem que acreditar em mim, William!

— Eu acredito Renesme. Mas temos que ter provas.

— Eu sei que ele vivia me pertubando com essa ideia de gravidez. Mas como ele poderia saber que eu estava tendo enjoos? Emily ou James não tinham interesse nisso, mas podem ter vazado essa informação para ele. Essa e muitas outras.

— Faz sentido, mas pode ter sido uma coincidência. Como você mesmo disse, ele vivia a pertubando com isso.

— É coincidência demais! Porém, de uma coisa eu estou certa, eu juro por Deus que se Aro tiver envolvido em alguma coisa na morte da mamãe, eu vou fazer de tudo para acabar com ele também!

— Calma, ok? Joel está vindo ai com os novos responsáveis pelo caso da sua mãe no Serviço Secreto. Vamos raciocinar juntos, certo?

Foi só William fechar a boca que a porta se abriu e de lá saiu Joel acompanhado de dois homens. Um mais velho, com mais de 40 anos, e outro, mais jovem e mais alto. Ela se levantou do sofá ao vê-los e foi até eles.

— Alteza, estes são o Timur Karatan, chefe do Serviço Secreto, e Adem Hughes, o detetive responsável pelo caso de sua mãe.

— Muito prazer! – Renesme falou estendendo a mão.

— E esse é William Lamb, acho que também recusa-se apresentações.

— Claro. – respondeu Timur com a mesma expressão grave.

— Há um tempo quero conversar com vocês. – Renesme falou enquanto apontava para o sofá para que todos pudessem sentar.

— Pensei que encontrariamos com a sua majestade real. – Timur comentou.

Renesme deu um sorriso amarelo. Já estava acostumada com homens como ele que não gostava de tratar assuntos daquela ordem com mulheres. Mas manteve a compostura. Lembrou da mensagem de Tony mais cedo. Ele avisara a ela que iria conversar com o pai e meteu um tom irônico ao dizer que “estava grato por ter conseguido marcar uma hora com ele.”. Por esse motivo, ela resolveu não dizer a Edward que marcara esse encontro com o Serviço Secreto. Queria que Antony pudesse resolver o seu problema da melhor maneira possível.

— Infelizmente, ele tinha um compromisso inadiável. Porém, repassarei a ele tudo que conversarmos aqui.

— Ótimo. – Respondeu Timur com a mesma dureza e Adem olhou para ele com repreensão.

— Quero informá-la, alteza, que o caso da sua mãe está praticamente resolvido pra nós. Fizemos uma grande varredura nesses movimentos aliados a Bono Donnalson e encontramos pistas o suficiente para acreditarmos que ele financiava esses grupos para ataques deste tipo e para esquemas de corrupção também. – confidenciou Adem.

— Temos provas suficientes para arrasá-lo no julgamento. O que leva a crer que a CPI será adiantada para a semana que vem. Tem muito político, como Sean Renard, que está louco para se livrar de Donnalson antes das eleições de outubro. – completou Timur.

— O problema é que não temos provas para acusá-lo definitivamente de assasinato. Esperamos que com o início da CPI possamos conseguir uma delação premiada de Bengt. Ele não vai querer se ferrar como Bono. Os ratos são os primeiros a abandonar o navio.

— Tomara que sim. – William disse para Adem.

— Então, estão certos que Bono é o mandante? – Renesme perguntou ainda achando que o caso não estava completo.

Adem olhou bem para ela e respondeu:

— Claro que há muitas pontas soltas. Mas tenho certeza que Bono mandou que cortassem os freios do carro que foi o que a realmente matou. Porém, estou certo que há muito mais a ser descoberto. Porém, ao finalizar essa parte já é uma grande ajuda.

— Bengt deu algum depoimento até agora?

— Ele deu vários, mas nada satisfatório. Ele fica repetindo o tempo inteiro que não mandaram fazer nada contra a duquesa. Ele está escondendo o jogo. – perguntou Timur.

— E se não foi mesmo?

— Por que pensa isso? – perguntou Adem.

— Mamãe ligou para Tony, o meu irmão, poucos dias antes de morrer dizendo para ele que haviam ligado para ela ameaçando a gente. Eu não sabia dessa ligação e por isso não declarei no meu depoimento inicial. Ele só me contou depois e agora lembrei e isso se encaixa com a ideia que Caan revelou. Eles só queriam assustá-la.

— Temos essa ligação. – afirmou Timur. – Bella gravou em seu celular. A voz era de um homem que não a estava ameaçando e sim lhe alertando de um possível plano para fazer mal a ela e a vocês. Supomos que seja a voz de Tom.

— Mais uma prova que ele sabia dos planos de um ataque e queria alertá-la disso. – afirmou Renesme. – Mas ele também afirmou categoricamente que havia alguém no palácio que estava querendo fazer mal a ela também.

— Ligados a Bono? – Perguntou Timur. – Não acho que havia mais alguém além de Tom servindo de espião.

Renesme respirou fundo. Tinha uma séria impressão que Timur queria que tudo se encaixasse apenas na teoria que ele queria. Não sabia se contava sobre as suas suspeitas. Mas tinha uma séria desconfiança que havia sim uma séria conspiração havendo dentro do palácio. Tinha passado a noite pensando nisso e as coisas se encaixavam bem. Mas era terrível ter que investigar algo assim sem levantar suspeitas.

William olhou para Renesme e sentiu que ela estava apreensiva e talvez não contaria o que estava pensando. Ele a entendia completamente. Se Aro tivesse mesmo envolvido, investigá-lo seria um jeito de perdê-lo. Tinham que pegá-lo de surpresa.

— Tem uma pessoa chave nessa história, Sean Renard. Não perceberam que ele está aparecendo em tudo que envolve a duquesa naquele dia? É claro que ele não deve estar envolvido na morte dela. –afirmou William. – Porém, ele deve saber muito mais do que nós. Quem sabe aquele encontro no evento foi premeditado por eles? Se foi. Eles devem ter se encontrado.

— É um bom ponto! – Adem concordou.

— Acredito que eu posso ter uma conversa com ele. – Renesme interferiu. – Ele agora é da família e preciso visitar a minha prima grávida. Acho que essa abordagem será melhor.

— Concordo. – disse Joel.

— Posso fazer uma série de entrevistas com os funcionários mais próximos de sua mãe, alteza? – perguntou Adem. – Se havia algum traidor, essa pessoa ainda deve estar lá. Você e toda a sua família correm perigo.

Você nem imagina! Renesme pensou. Não sabia se era uma boa ideia ter a polícia no palácio, poderia assustar os traidores, mas pensando bem...

— Você pode sim. Falarei com papai a respeito e marcaremos uma boa data.

— Ótimo!

— Continuaremos pressionando Bengt para ele falar alguma coisa. – afirmou Timur.

— Estaremos esperando alguma nova informação. – Renesme levantou-se para conduzi-los a porta. – Obrigada pelo trabalho duro de vocês.

— Pode ter cereteza, alteza, que estamos bem perto de descobrir tudo. – Adem disse com certeza.

— Espero que sim. Para nós vai ser como tirar um peso grande de nossas costas. Só poderemos seguir em frente depois que encerrarmos tudo isso e punirmos os culpados.

— Certamente.

Renesme conduziu os oficiais do Serviço Secreto com uma certa pressa. Estava ansiosa. Não tinha gostado da forma como eles estavam conduzindo o caso. Não queria que tudo ficasse mal resolvido novamente. Respirou fundo e forçou um sorriso ao se despedir deles. Sentia uma energia estranha dentro dela. Ouvia um zumbido que não a deixava em paz. Sua vontade era de sair do palácio e ir para qualquer lugar longe de tudo. Estava com medo de estar começando a ficar neurótica.

Quando Joel fechou a porta do flat e ela se viu sozinha com William novamente, ela pôde se sentir um pouco melhor. Puxou a mão dele e o conduziu até o sofá.

— Você não contou a eles sobre as suspeitas.

— Como podia? Ninguém acreditaria que Aro pode estar envolvido nisso.

— Não mesmo. É melhor que tudo fique em segredo até termos alguma prova.

— Aro tem olhos em todo lugar. Tenho certeza que James deve estar parado em algum lugar por ali fora. É um protocolo da realeza, mas que vem a calhar.

— Está sugerindo que James talvez tenha cortado os cabos e não os homens dos “Águias” e Aro pagou o garoto para depor com outra história.

— Pensei nisso no mesmo instante que ouvi aquele depoimento. Aquilo pode ter acontecido, mas algo me diz que está esquisito demais. Ainda mais da maneira como Aro me informou que havia conseguido aquele depoimento.

— Aro teria mesmo coragem para fazer algo tão grotesco?

— Claro! Aposto que desde o início ele pagou Emily ou James para deixá-lo sabendo das informações sobre nós. Ele precisava criar o caos perfeito para nos manter amarrado a ele e a briga de Bono com mamãe era o gatilho perfeito.

— Faz sentido. Sua mãe também jamais permitiria o seu casamento com Alec.

— Não mesmo. Tom afirmou para mim no dia em que ela morreu que tinha ouvido que minha mãe iria sofrer as consequências.

— James era bem próximo a Tom.

— Sim. Na época eu pensei que fosse blefe dele, mas pode ser algo mais. – Renesme respirou fundo mais uma vez. – Posso estar imaginando coisas, mas é muita coincidência.

— James tem algo a declarar. Mesmo que não tenha nada a ver com a morte de sua mãe, ele a acompanhou no dia do crime mesmo que escondido, tem que explicar por que não fez nada. Ele chegou a dar algum depoimento?

— Ele disse que não a acompanhou. Mas é parte do protocolo que sejamos acompanhados por seguranças toda vez que sairmos de casa.

— Ele deve ter apagado os registros daquele dia. Mas podemos usar isso a nosso favor. Adem indo lá para colher os depoimentos podemos pedir a ele para dizer que Emily disse que James acompanhou Bella naquele dia. Só para vermos qual será a reação dele.

— Isso! Com certeza ele vai tirar satisfação com ela e é nessa hora que a confissão sairá. É perfeito! – Renesme falou batendo palmas animada. – Temos que ser espertos agora, William. Qualquer passo em falso pode estragar tudo.

William assentiu e segurou a mão de Renesme de uma maneira tão carinhosa que a fez querer mais. Ela entrelaçou as mãos dela as dele e tentou ao máximo recolher toda a segurança que ele passava. Queria tanto não estar enganada como se enganou com todos os outros que passaram em sua vida.

— Queria tanto te tirar daquele covil de leões.

— Eu também queria muito sair dali. Queria estar em Brocken Hall. Me senti tão bem por lá.

— É sempre bem-vinda!

— Eu sei. Mas agora eu tenho que estar no palácio e ficar atenta a tudo.

William pega a mão dela e leva a boca. Renesme esperou um beijo, mas não. Ele apenas encostou a boca em sua pele. Ela observou os lábios dele e se deixou hipnotizar. Como ele conseguia fazer isso com ela? Mexer tudo dentro dela daquela forma? Queria poder se aproximar mais e exprimentar o gosto de sua boca, mas não fez. Não podia. O seu celular gemeu em seu bolso e ela agradeceu aos céus por essa intromissão. Olhou para a tela e viu uma mensagem de sua avó. “fogo!” e ela entendia bem o que havia acontecido. Precisava voltar ao palácio.

— Tenho que ir agora. Acho que a conversa entre Tony e papai não foi para um bom lugar.

— Sempre tendo que apagar os incêndios. Vocês da realeza complicam demais as coisas.

— Isso é verdade. Me deseje sorte. – Renesme falou com um sorriso.

— Toda.

Então, Renesme deixou William para trás e seguiu até o seu carro para ir ao palácio.

Edward estava determinado a resolver tudo com Antony. Ele vinha remoendo a sua situação com os filhos por dias. Mas parecia um carma ou coisa do tipo que nunca ele conseguia ter o melhor jeito para conversar com eles.

Sabia que tinha feito tudo errado e continuava fazendo, mas no fundo de seu ser, ele não queria ter casado Renesme com Alec, não queria a presença de Aro ali e nem queria que Antony tivesse querendo largar tudo. Mas o que ele poderia fazer? Ainda se sentia sem forças. Bella era o seu sustento e a não presença dela ali era difícil ainda de remoer.

Quando viu o filho entrando, apenas desejou que aquela conversa fosse produtiva e que se resolvesse por fim.

— Que bom te ver, filho. – Edward falou com sinceridade.

— Pai...

— Sente-se, por favor.

Antony obedeceu e Edward percebeu que o filho também estava sem jeito.

— Deve ter vindo falar de seu casamento com aquela moça.

— O nome dela é Ashley.

— Sim, Ashley.

— É sobre ela sim. – Anthony soltou o ar com força depois de um longo respiro. – Eu vou me casar com ela e não tem nada que vocês podem fazer.

— Tudo bem, se gosta dela... Mas eu quero que entenda uma coisa, que eu pensei até que já fosse claro para você... Essa moça, Ashley, não estará entrando apenas para a família e sim para a “firma” real. Ela tem noção de tudo isso?

— Eu não quero continuar por aqui, então ela não vai ter que entrar para coisa nenhuma.

— Antony, por favor... Estamos num momento crucial para o nosso país. Eu estou começando o meu reinado agora e precisamos unir forças para fazer uma série de mudanças necessárias. Eu quero a minha família ao meu lado nisso.

— Eu vou ajudar a minha irmã no que ela precisar.

— Mas a sua função como príncipe é bem mais do que essa.

— Eu não quero mais! Dá pra entender?

— Não dá pra entender não. Você tem que ter noção que você já nasceu com uma grande função. Você foi preparado a sua vida inteira para servir a esse povo todo que está ai fora. Não pode fugir de suas funções.

— Esse é o problema! A firma está tomando a família. Isso não é de hoje não. Vem desde o tio Emmett.

— Você não pode se igualar a ele.

Edward realmente estava pensando que era um mal de família. A cada geração havia um rebelde real para abdicar do trono. Chegava a ser irônico!

— Eu não quero me igualar a ele. Mas o problema é que você e todos aqui dentro estão sendo engolidos por todos esses protocolos e regras que deveria servir semplesmente apenas para o trabalho, mas a nossa vida está sendo por demais atrapalhada por conta disso. Olha o que aconteceu com você durante todo esse tempo? Todos esses problemas psicológicos não podem ter vindo de outro lugar. Olha a minha irmã? Casada com um homem que ela não suporta!

— Eu entendo tudo isso que você está falando, Antony. Eu concordo. Porém, tudo isso faz parte do figurino. Nós nascemos numa vida pública e não somos verdadeiramente donos de nossas escolhas.

— Por isso que eu não quero viver dessa forma e nem quero que Ashley passe por isso. Ainda mais com esse crápula do Aro rondando o tempo inteiro.

Renesme mal chegou próximo aos corredores do palácio já pôde ouvir os gritos de seu irmão vindo do escritório. Ela balançou a cabeça e respirou fundo. Não queria nem ao menos ter contato com Edward. Sua mágoa era grande e sabia que não se dissolveria assim, mas tinha que pôr um fim nesse problema de Antony. Deveria haver um mediador nessa história e ela deveria fazer esse papel. Abriu a porta do escritório sem ser anunciada e entrou. Edward estava tão irritado encostado em sua mesa que nem viu quando ela entrou.

— Temos que conversar.

Edward e Antony viraram-se e viram Renesme pela primeira vez. Edward tinha uma expressão cansada. A princesa até podia imaginar o que se passava na cabeça dele. Imaginava o jovem príncipe quando se casou com toda a esperança de um futuro pleno. Acreditava estar construindo um grande passo para a felicidade e como tudo agora se transformou? A esposa morta, os filhos intrigados com ele. Como pôde chegar aquele ponto?

— Por favor, sente minha filha.

Renesme sentou e aguardou que o pai fizesse o mesmo para poder começar a falar.

— Pai, não seria melhor aceitar de uma vez esse casamento?

— Não sabemos se essa menina pode se encaixar aqui nesse universo. Você sabe o quanto é complicado... Antony não quer mais fazer parte da família. Quer lhe ajudar com a sua fundação, mas não quer mais ser um príncipe de Belgonia. Isso é impossível de dar certo.

Antony revirava os olhos com uma fúria evidente.

— Bom, podemos ver uma segunda alternativa. Você não pode julgar se alguém vai ser bom ou não até no momento que convive com elas. Você tem que parar de querer prever tudo.

Edward sentiu as palavras de Renesme mais forte do que devia. Parecia um grande soco em sua cara. Não lembrava de vê-la sendo tão agressiva e direta antes.

— É dela que ele gosta. – a princesa continuou. - O que se pode fazer? Olha... Já temos tantos sacrifícios a fazer, nos deixe apenas ter a chance de sermos felizes com quem queremos.

Antony bateu palmas como um adolescente levado e Edward olhou bem para a filha. Ela evitava olhar para ele. Porém, as palavras dela no plural o impactaram de alguma forma. É claro que se sentia culpado pelo casamento dela com Alec. Ele jamais queria vê-la tão infeliz como estava. Renesme era a sua menina. Sua primogênita. Lembrava bem de quando a pegou no colo pela primeira vez. Aquele momento marcara tanto a sua vida, tinha se tornado pai e queria o melhor para ela. Mas o que mais ele poderia ter feito? Estava pressionado de todos os lados.

— Pela lei de sucessão que você criou, em breve, Antony deixará de ser membro sênior quando os meus filhos nascerem. Durante esse prazo, Antony terá que servir a monarquia.

— Me parece razoável.- afirmou Edward.

— Mas eu continuou não querendo.

— Antony, você também tem que entender qual é o seu lugar. Não podemos sair gritando aos quatro ventos o que queremos e o que não queremos. Nesse momento precisamos de ações para que as mudanças reais possam vir a acontecer. Papai precisa de sua família com ele e nós precisamos estar juntos agora estando ou não felizes com as burradas que ele faz.

Edward olhava impressionado com a ousadia de Renesme. Ela sabia que estava sendo dura, mas não se importou. Apenas continuou a falar:

— Temos alguém aqui dentro que pode ser um inimigo maior do que imaginamos que Bono Donnalson era. Ele pode ter sido a grade causa de nossas maiores desgraças e precisamos eliminá-lo o quanto antes. Mas para isso precisamos de uma base sólida. Precisamos agir em conjunto e confiarmos em nós mesmos. Depois que tudo se acalmar, Tony, você poderá fazer o que quiser.

— O que descobriram agora, filha?

— Eu lhe conto tudo depois, pai. Mas por favor, vamos resolver tudo isso agora. Todos já estão sabendo do noivado e aguardam uma resposta do palácio. É melhor que oficializemos isso logo antes que os tabloides criem uma imagem negativa da gente. No momento não precisamos disso. A decisão é sua Antony.

Antony estava vermelho. Renesme sabia que ele estava nervoso, mas sabia também que ele havia entendido tudo que ela falara. A teimosia dele poderia ser desmanchada com as palavras certas.

— Sabe o que a mamãe disse pra mim antes de morrer?

Renesme e Edward olharam para Antony com curiosidade.

— Não.  – Renesme respondeu. - Tenho tanta inveja de você por poder ter estado com ela naquele dia. Nem dá para acreditar que não a tinha visto até irmos ao hospital.

— Lamento muito por você. Mas enfim, ela me pediu pra ficar. Que eu não desistisse de ser príncipe por que eu deveria ajudar você. Era meu dever também.

— Mamãe sempre sensata. – Renesme falou com um sorriso maroto. – Eu sei que as coisas por aqui não são fáceis. Eu mesma sei a barra que eu vivo e vou ter que viver. Mas é esse o nosso trabalho. Parece tão clichê dizer isso, mas todo o serviço que temos que fazer é apenas uma retribuição a tudo que recebemos. Eu acredito no mesmo pensamento da mamãe. A gente tem esse poder de fazer a diferença na vida das pessoas, por que não fazer para melhor?

— Henry me mostrou os planos de vocês para o “Youngs Togheter”. Achei magnífico e quero fazer parte disso sim! Eu fui um bobo, Ness. Eu agi pela raiva e descontei em você, na pessoa errada. Quero estar contigo agora e continuar os trabalhos da mamãe.

Renesme entendia bem o irmão. Antony era impulsivo, teimoso, sentimental e agia pelos seus próprios propósitos. Não sentia nenhuma grama de raiva dele. Apenas lamentava o afastamento que houve. Tinha um carinho tão imenso por ele e queria ficar perto. Na verdade, Antony era uma das poucas pessoas que sabia que podia confiar de verdade. Se aproximou dele e o abraçou carinhosamente.

— Te amo tanto Tony! Por favor, não me deixa, tá?

— Não vou.

— Seria perfeito vocês se casarem aqui. A gente pode criar todo um plano para ser bem discreto como vocês querem e que possam servir da melhor maneira pra vocês.

— Eu só quero ser feliz, Ness. Eu tenho certeza que Ash é à mulher certa pra mim. Só queremos seguir a nossa vida em paz.

— E vão. Por favor, deixa eu participar de tudo, certo? Me mantenha perto de vocês.

— Pedindo assim como eu posso recusar? Te amo maninha! Agora a gente vai ficar junto, ok? Somos nós contra o mundo.

— Somos nós contra o mundo.

Renesme abraçou ainda mais o irmão e se permitiu ver um futuro mais feliz. Edward olhava para aquele gesto de carinho entre os filhos e não pôde deixar de se comover. Queria tanto a sua harmonia familiar de volta!

— Podemos fazer da seguinte forma. – comçeou. – Eu aprovo o casamento de vocês oficialmente e realizaremos uma cerimônia simples, onde você e Ashley quiserem. Darei a ela um título menor que não exigirá que ela tenha tantas obrigações com a instituição e você e ela só servirão a monarquia por tempo determinado. Seus futuros filhos com ela não e receberão títulos e vocês estarão livres de quaqluer compromisso.

— Me parece razoável. – Antony declarou.

Renesme sorriu. Era exatamente o que tinha proposto. Estava disposta a acolher a sua futura cunhada da melhor forma possível. Queria poder amá-la como o irmão a amava e para falar a verdade. Ela só queria se sentir mais segura e amada. Lembrou de William mais uma vez e sentiu uma pontada de inveja da liberdade que o irmão estava recebendo.

Edward sabia que a paz não havia sido restruturada. Havia muito a ser feito. Mas era um começo. Estendeu-se e tcocou a mão de cada um de seus filhos, pedindo aos seus que essa tempestade logo acabasse. COMENTEM BASTANTE! ;)


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