My Medical Romance escrita por Alina Black


Capítulo 94
Renesmee - Resiliência




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Vozes...

Gritos...

E de repente o silêncio.

— Senhorita Cullen!

A voz do médico que eu havia conhecido minutos antes de Nahuel entrar em minha sala me tirou de meu transe.

— Não toque em mim- Falei assustada empurrando as mãos dele que estavam sobre meu braço, Alec recuou afastando suas mãos imediatamente.

— Nessie, calma, sou eu a Leah.

— Leah! Sussurrei olhando para ela, sua expressão era de preocupação.

— Sim, sou eu- Disse ela tentando me ajudar a levantar da poltrona, eu gemi ao sentir a dor em meu abdômen e ela passou um dos braços em volta da minha cintura impedindo que eu caísse.

— A polícia já chegou- Disse a secretária fazendo com que eu olhasse em sua direção- Carlisle está com eles e deseja vê-lo doutor.

Olhei para Nahuel e ele suspirou - Vai ficar tudo bem! Ele sussurrou olhando para mim, envergonhada baixei a cabeça e nada respondi.

— Não precisa se sentir assim Nessie- Leah sussurrou me ajudando a caminhar, permaneci em silêncio, como ela poderia saber como eu me sentia? Se na realidade eu mesma não sabia. Era um misto de sensações, raiva, medo, tristeza, o desejo incontrolável de gritar, a culpa.

Eu caminhei ao lado de Leah lentamente e após sair de minha sala me sentei em uma cadeira se rodas, eu não estava em condições de saber de onde a cadeira havia surgido, mas pegamos o elevador de pacientes, eu agradeci quando passamos por uma porta entrando em um doa quartos hospitalares, eu sabia que estava sendo o centro das atenções, novamente a doutora Swan seria a notícia do dia.

Mas eu era culpada.

Se eu tivesse feito algo na primeira vez em que Nahuel havia dado sinais de violência nada daquilo estaria acontecendo comigo, se eu tivesse prestado uma ocorrência como Charlie havia sugerido naquela noite em que Nahuel me agrediu  em Forks  as coisas não teriam chegado a esse ponto, ou talvez não, eu não tinha como saber.

Me sentei na cama e fui ajudada por Leah e uma enfermeira a tirar minhas roupas, só então percebi que estavam sujas de sangue, a porta do quarto foi aberta e uma mulher vestida com uniforme policial entrou com uma maleta nas mãos.

— Preciso examiná-la! Disse a mulher de uma forma calma - Não precisa se sentir tão acuada, você é a vítima.

Olhei para a mulher desconhecida e em seguida para Leah que assentiu e então concordei com a cabeça.

Segurei as lagrimas enquanto meu corpo era examinado, fechei os olhos e pensei em Jade, minha pequena precisava de mim, precisava da mãe dela, mesmo me sentindo machucada aí extremo eu seria forte por ela.

Leah me deixou alguns minutos sozinha com a policial e uma enfermeira que me ajudou a sentar na cama- Você quer alguma coisa Nessie?  A enfermeira perguntou em um tom doce e carinhoso, apesar de entender o gesto nobre da moça a olhei e neguei com a cabeça.

Quando uma pessoa está se afogando é hora de socorrê-la, e não de ensiná-la a nadar, eu havia ouvido essa frase de meu avô Charlie uma vez e naquele momento eu compreendi o significado daquela frase.

Eu sentia dor, mas não era somente uma dor física, quando novamente retornei à realidade a única pessoa capaz de quebrar todas minhas barreiras estava diante de mim, e realmente as barreiras deixaram de existir, encostei meu rosto em seu peito e deixei que toda a dor que eu sentia transparecer.

— Me perdoa - Ele sussurrou beijando meus cabelos - Me perdoa por não ter protegido você.

Eu não tinha palavras para descrever o que estava sentindo, apenas chorei no peito de Jacob até ouvir a voz de Paul, mas permaneci na posição que me encontrava sem dar atenção ao que ele falava, apenas me levantei da cama minutos depois e só então me dei conta que estávamos saindo da enfermaria.

Me senti horrível caminhando pelo corredor não encarando os olhares na minha direção e quando finalmente entramos em um outro quarto eu consegui relaxar, Jake me deitou na cama e eu me aconcheguei em seu peito fechando meus olhos.

As memórias do que havia ocorrido uma hora antes me atormentou.

— Ele entrou na sala feito um louco- Sussurrei quebrando o silêncio, no fundo eu sabia que precisava desabafar, falar me faria bem de alguma forma principalmente pelo fato de indiretamente desconfiar que ele não havia tirado isso do nada, não havia inventado e sim provocado.

— Não precisa falar disso agora amor- Jake falou tentando me tranquilizar.

Afastei meu rosto do peito dele e meus olhos buscaram pelo dele - Jake, Nahuel disse que eu estou mentindo sobre a Jade que eu doei o meu óvulo e que vim para cá sabendo de tudo, ele falou coisas absurdas.

— Não vamos falar disso agora está bem, vem cá – Ele falou carinhosamente me puxando novamente para seu peito.

— Tá – Sussurrei voltando a me aconchegar nos seus braços, senti que meus olhos pesados demais para mantê-los abertos até o efeito da medicação me apagar.

Quando meus olhos se abriram novamente me senti como se um caminhão estivesse passado por cima de mim e junto com as dores um misto de raiva e constrangimento, me sentei na cama e mamãe que mexia em seu aparelho celular pulou do sofá e caminhou até mim me abraçando carinhosamente.

— Como você está filha? Mamãe perguntou colocando uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha.

Suspirei e sorri timidamente – Eu estou bem.

— Eu deveria ter tomado uma atitude na primeira vez que Nahuel...

— Mamãe por favor – a Interrompi – Poderia não falar o nome dele?

Ela concordou com a cabeça e tocou no hematoma do meu rosto, fiz uma careta a observando pegou uma pomada que estava sobre a mesinha ao lado da cama, colocou uma pequena quantidade em um algodão e passou suavemente sobre meu machucado – Seu pai saiu a alguns minutos, precisava assinar alguns documentos com o chefe de polícia, ele havia saído para me buscar quando aconteceu.

— E o Jake? Sussurrei fazendo uma nova careta;

—Precisou fazer algumas coisas e ver a Jade – Respondeu mamãe.

— Meu Deus, a Jade! Sussurrei tentando me levantar.

— Nessie o que está fazendo? Perguntou mamãe tentando me sentar novamente na cama – Precisa repousar, Paul disse que vai ficar em observação até amanhã.

— Não posso ficar nessa cama, eu estou bem e minha filha precisa de mim, o Edward conseguiu um médico para o transplante, e eu preciso me preparar para isso...

— Eu concordo filha, mas precisa estar bem para fazer isso – Mamãe me interrompeu.

— Preciso de roupas – sussurrei ignorando mamãe e olhei para minha bolsa que estava ao lado da bolsa dela no sofá – Que bom que minha bolsa está aqui, tenho roupas extras.

— A doutora Clearwater deixou a alguns minutos, deduziu que você precisaria.

— Leah como sempre pensando em tudo – Falei abrindo minha bolsa e retirando uma peça de roupa extra que eu sempre lavava comigo.

— Nessie!
— Mamãe – Falei em um tom carinhoso – eu sei que está preocupada comigo, eu estou bem, tudo que importa nesse momento é salvar a minha filha, e eu não vou permitir que nada atrapalhe isso.

Mamãe pareceu desconfortável – Ainda é estranho ver você  chamando a Jade de filha.

Rolei meus olhos – Depois de tudo que a Ella fez não é possível mãe – reclamei.

— Não estou defendendo sua irmã Nessie, são muitas mudanças, muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo.

Terminei de me vestir e calcei os saltos – Está difícil para mim, muito mais que para você e eu preciso manter o foco, não posso ficar nesse quarto me lamentando por algo que eu poderia ter evitado, salvar a minha filha está acima de qualquer coisa mãe.

Mamãe sorriu e me abraçou – Você é tão forte meu amor, tão decidida, eu tenho muito orgulho da mulher que se tornou.

Colei minha testa na dela e sorri sentindo seu carinho em minhas bochechas, ela beijou novamente minha testa antes de nos afastarmos, peguei minha bolsa e ela pegou a dela saindo do quarto de mãos dadas comigo.

Apesar de toda a dor que eu sentia Jade me dava forças para seguir, nada me impediria de salvar minha menina.

Mamãe e eu nos despedimos no elevador e eu segui para a ala da pediatria, os olhares em minha direção não estavam mais tão desconfortáveis para mim, principalmente quando passei por uma das enfermeiras e ela sussurrou “ Estamos com você”, senti meu coração aquecido principalmente ao me aproximar da porta do quarto de Jade e ouvir a voz do doutor Volturi—Sei que Renesmee está com problemas mais...

— Pode marcar a cirurgia doutor- O interrompi ao abrir a porta- Eu estou bem, posso doar medula para a minha filha.


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