Shadowhunters- 4 temporada- Luz e escuridão escrita por Gi47


Capítulo 15
O demônio está nos detalhes




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Clary e Jace, estavam caminhando desde a madrugada e o começo da manhã, pararam em um banco para ver o nascer do sol, nenhum dos dois estavam com sono, muito menos com vontade de dormir.

— Aqui estamos, Jace, na calmaria antes da tempestade, um alento para nossos olhos- fala Clarissa olhando para o horizonte

— Sim, aproveitando o nascer do sol como um casal normal- Jace fala, e Clary se aconchega ao lado de Jace melhor

— Acha mesmo Jace que podemos ser um casal normal? - Clary pergunta

— Pelo menos nesse momento, nós somos, Clary Fairchild, pelo menos nesse momento, sem demônios, sem caçadas... apenas nós dois- ele também se aconchega ao lado dela

— Apenas nós dois- Clarissa repetiu, como se amasse o som daquela pequena frase, e realmente aquela frase era música para seus ouvidos.

Eles se beijam com vontade, amor, paixão, sentados no banco de uma praça qualquer, o casal se separa do beijo, e voltam a admirarem a paisagem, como se fossem um casal normal mesmo, porém, ambos sabiam que definitivamente não eram, aproveitando o momento, Jace posiciona a mão nas costas de Clary, enquanto a caçadora coloca sua cabeça no ombro do loiro, Jace então a beija no topo da cabeleira ruiva de Clarissa Fairchild, a garota sorri com isso.

Jace de relance vê os lábios dela se contraindo para aquele sorriso encantador, dando-lhe uma vontade incontrolável de beija-la novamente, e foi o que fez, encostou sua testa na dela, encostando seus lábios nos lábios dela, graciosamente e urgentemente.

O ápice do beijo, foi interrompido, por uma figura masculina que estava se aproximando do casal, e que foi vista por Jace, que parou o momento romântico, ele então segura gentilmente o rosto da Clary com uma mão, impedindo que ela veja, fazendo ela olhar nos olhos dele, ele queria protegê-la daquela visão para não preocupa-la ,  Clarissa estranha o ocorrido, a atitude dele, e curiosa e preocupada, segue o olhar dele, fazendo com que o plano dele para protege-la falhe.

Ambos se levantam, ficando de frente para o homem, Jace, então, agora, vendo-o melhor, o reconhece como Asmodeus.

O loiro iria pegar uma espada, uma adaga ou arco e flecha, qualquer coisa para lutar com o monstro quando fosse necessário, entretanto, quando, foi pegar, percebeu que não tinha nada, e tentou conversar com ele, já que ele ainda estava parado na frente de ambos.

— O que pensa que está fazendo tentando nós atacar em pleno começo da manhã, Asmodeus? - Jace começou a conversa

— Ataca-los? Quem disse que estou atacando vocês? Eu só estou caminhando na praça como qualquer pessoa normal- O demônio deu alguns passos até eles, e o casal se afastava à medida que ele avançava

— Não comece com seus joguinhos, conte-nos o que veio fazer aqui ou vá embora para o inferno, onde é o seu lugar- disse Clary sem paciência, parando em um determinado lugar, ao invés de dar mais um passo para trás

— A filha de Valentine e de Jocelyn, Clarissa Fairchild, eu já ouvi falar de você, e você tem uma beleza estonteante, agora eu entendo que nossa Ethel gosta tanto de você- Asmodeus coloca a mão no rosto da ruiva, e depois desce até o pescoço, quando chega no pescoço, ele a aperta.

— Tire suas mãos imundas de cima de mim- ela pega a mão de Asmodeus, com raiva, e com força descomunal a entorta, o demônio não parecia sentir nada-  não fale da Ethel, você não merece dizer o nome dela, não suje o nome dela, ouviu? - Asmodeus arranca sua mão da mão da ruiva, não antes de arranha-la, fazendo com que Clary segurasse a mão arranhada para deter o sangue.

— Além de ser bonita, é forte- ele sorri, se aproximando ainda mais dela, porém Jace o interrompe

— Se tocar nela mais uma vez...- Jace o ameaça, segurando Asmodeus no pescoço com a ajuda de uma runa de força que ele colocou em si mesmo enquanto a interação de Clary e Asmodeus acontecia, porém, o loiro foi interrompido

— Vai fazer o que? Pelo que pude perceber vocês não têm armas, voltem para o instituto de vocês, e deixe-me caminhar pelo parque tranquilamente, afinal, olhem em volta vocês estão chamando atenção- O demônio avisou eles, e o casal olhou em volta deles, e realmente havia um grupo de pessoas, sussurrando, murmurando, tirando fotos ou gravando vídeos nos celulares, expondo-os, enquanto ele era enforcado pelo loiro.

Para os olhos das pessoas ele era um agressor, ao perceber isso, Jace o soltou, Asmodeus arrumou a lapela de sua roupa chique, sorri, e caminha, até chegar propositalmente em um beco, sabendo que o casal de caçadores, iriam segui-lo, ele para, vira o rosto, e como havia previsto, lá estavam eles.

— Vocês não desistem mesmo, não é?

— Apenas vá embora como disse que faria e o deixaremos em paz- O loiro falou com uma expressão de puro ódio e descaso para com a criatura a sua frente.

— Sinto muito, garoto de ouro, eu não recebo ordens suas, e muito menos de sua namoradinha ruiva, que apesar de ser linda e forte, é apenas uma mera pária para mim- Ele deu um sorrisinho de escarnio, observando a reação do loiro.

Jace não permitiu que tratassem sua amada assim, não permitiria que o tratassem assim, e estava correndo na direção dele, sem armas mesmo, tinha plena consciência de que não teria como se defender, tinha plena consciência que sua atitude era questionável e um pouco burra, porém estava tão cheio de ódio, de raiva, de nojo, que ficou cego com tamanha quantidade de sentimentos ruins em seu corpo.

Todavia, Jace mal havia chegado perto do demônio, sendo atacado por uma fumaça, rajada de trevas, fazendo com que ele voasse para longe, caindo no chão em seguida.

Clarissa desesperada com o que havia acontecido com homem que ama, foi até ele, do outro da calçada, ajoelhou-se para vê-lo melhor, e o que ela via, a surpreendeu e a assustou. No corpo de Jace Herondale, estava veias negras em sua pele alva, seus lábios roxeados como se estivesse morto, ou apenas com muito frio, seus olhos foram o que mais assustaram a caçadora ruiva, os olhos do loiro estavam escuros na parte debaixo, como se ele não estivesse dormindo a dias, e o pior seus olhos estavam tristes, desolados, quase sem vida, quase sem brilho.

— O que você fez com ele? - Perguntou com olhos marejados

— Ele está depressivo, ele nunca mais vai ser feliz, seu namorado vai morrer aos poucos, ele jamais vai dar um único sorriso, e isso não tem salvação, bom, talvez apenas eu e a Ethel podemos ajuda-lo. Porém, eu não quero fazer isso, e até quando a Ethel vai estar viva...? - Respondeu inclinando-se para a ruiva, debochado, mal e sarcástico.

— Como alguém tão bondoso e gentil como Magnus, poderia ter vindo de alguém como você? - Ela perguntou retoricamente, lágrimas brotavam em seus olhos, enquanto maneava a cabeça negativamente, inconformada com a maldade do demônio maior

— É uma boa pergunta, mas isso está prestes a mudar- segurou os cabelos ruivos de Clary, puxando-o delicadamente e ao mesmo tempo fortemente, respondendo misteriosamente

— O que? – Clary desviou a cabeça, impedindo que ele continuasse a tocar sua cabeça, Clarissa estava enojada com o toque do monstro a sua frente

— Ligue para o instituto, para o Parabatai de seu namorado, e vai descobrir – O demônio recomendou para a ruiva, que fez exatamente isso.

A caçadora enfim pegou o celular, dando as costas para o vilão, e finalmente ligando para o Alec, porém, quem atendeu foi a Izzy.

— Clary? Que bom que ligou, precisamos de ajuda mesmo- a morena estava preocupada e aparentemente nervosa, do outro lado da linha, pelo menos foi o que a caçadora de cabelos vermelhos percebeu

— Izzy? O que está acontecendo no instituto? E o Alec? - Questionou Clary

— Justamente isso é que está acontecendo, o Alec, ele está sentindo uma dor inexplicável de repente, uma dor que veio do nada, estou preocupada Clary, não achamos Magnus e Ethel, e quanto a vocês?

— Seu irmão não está sentindo uma dor inexplicável, de repente, do nada, Izzy.... Eu sinto muito, Jace foi atacado por Asmodeus, e os dois estão na igreja- Clary rapidamente faz uma runa de rastreamento e vê tanto o feiticeiro quanto a ruiva angelical na igreja, e conta rapidamente para a caçadora durona e morena do outro lado da linha, o que realmente aconteceu com o Alec e consequentemente com o Jace.

— Façamos o seguinte, eu vou até a igreja conversar com o Magnus e você acaba com o Asmodeus, depois que derrota-lo a gente se encontra na igreja, vamos salva-los, Clary, não se preocupe – Izzy foi urgente e precisa em suas palavras, estava realmente preocupada com o bem estar de todos, mas ela sabia, que precisava ser forte

— Tudo bem, Izzy, obrigada e ... Boa sorte- respondeu com rapidez a ruiva.

Ambas desligaram os aparelhos.  Clarissa deligou o seu, avisando a Asmodeus, que estava feito, falando que todos iriam para a igreja onde o filho dele estava.

— Está feito, o que pretende com tudo isso? – Perguntou Clary para o demônio, mas ele não estava em seu campo de visão, ela quis virar-se para procura-lo, entretanto foi surpreendida

Asmodeus estava atrás dela, e esfaqueou suas costas, segurando seus lábios para ela não gritar. Jace que via tudo, ficou imponente e desesperado, não conseguiu salva-la, nem a si próprio, mesmo com a ruiva quase desmaiando, e com o Jace depressivo, Asmodeus os pegou e os levou para a igreja.

Enquanto isso, no instituto Alec e izzy estavam no quarto de Izzy, e o irmão mais velho estava deitado no sofá do aposento, após ter sentido aquela dor inexplicável que agora ela sabia que é uma dor que Jace também sentia, que ele havia sido atacado por Asmodeus. A morena desliga o aparelho e se vira para o arqueiro,

— E então? - Perguntou Alec, levantando uma sobrancelha, curioso

— Jace foi atacado por Asmodeus, Clary deve estar lutando com o demônio agora, Ethel e Magnus estão em uma igreja e eu vou tentar falar com o feiticeiro – Isabella explicou, já se preparando pegando armas

— Ótimo, você fica aqui e eu vou conversar com ele- Alexander apressou-se levantando-se do sofá, recompondo-se

—  Alec, caso não tenha percebido, seu parabatai foi atacado por um demônio maior, e estava sentindo muita dor, uma dor que você sentiu também, então, nem pense em sair deste instituto- Isabelle segurou o braço dele, e o recomendava, observando-o

— Izzy eu não sinto nada, e isso que me preocupa, ele ainda está vivo, a marca ainda está aqui, mas ele também não parece vivo... é como se eu e ele fossemos duas cascas vazias, sem sentimentos, sem nada- o arqueiro explicou seus motivos de querer ir nessa jornada no lugar da irmã, pediria ajuda a seu marido para salvar seu parabatai.

— Tudo bem ...  Então, eu vou com você- Resignada, Izzy cruzou os braços, andando atrás dele

— Não, sinto muito, Izzy, mas você fica aqui, se eu precisar de ajuda chamo você- recusou-se ser ajudado pela irmã, não por machismo ou por achar que ela ia não ser capaz de lutar, ela era, sim, porém, aquilo era uma batalha que teria que lutar sozinho

— Estou no time reserva? - Perguntou a morena um pouco humorada, mas preocupada e inconformada também

— Sim, você, Simon e Jonathan, junto com o resto do instituto, caso eu precise, chamo por vocês- Alec olhou para sua irmã mais nova, tentado convence-la e conforma-la de sua decisão que não iria mudar

— E desde quando eu fui rebaixada ao time da reserva? - Ainda tentou se conformar com o que fora proposto para ela, todavia, ela queria lutar.

Percebendo que o irmão já saia de seu quarto, e andava pelos corredores, ignorando-a, ela decidiu segura-lo pelos ombros e vira-lo para ela, ambos os Ligthwood agora estavam frente a frente, e Izzy disse querendo dar um fim nessa discussão

— Alec, se tiver uma luta vai precisar de minhas habilidades

— Não vai haver luta, Izzy, ele é meu marido e não um monstro, e se houver, será uma batalha que tenho que lutar sozinho- ele respondeu também colocando suas mãos nos ombros de sua irmã

Isabella não disse mais nada, apenas observou seu irmão mais velho, soltando seus ombros e andando até a porta, não antes de ser parado por Jonathan que segurava seu cotovelo impedindo o arqueiro de sair.

Alexander olhou para seu cotovelo sendo segurado, e arqueou uma sobrancelha, ele disse com grosseria

— Não me toque, Morgenster- Alec dizia com repulsa para ele

— Sinto muito, Ligthwood, se você vai na igreja em busca de Magnus, quero ir também para proteger a Ethel...para assegurar que nada saia errado- ele não continuou, parou, porque, afinal, não queria compartilhar isso com outras pessoas, não queria admitir nem para si mesmo que fez um acordo para protege-la

— Ela não precisa de proteção, nenhum de nós precisamos, mas fique tranquilo, terá oportunidade de bancar o herói quando chegar a hora, queira fingir que se importa ou não – ele apenas aperta o ombro de Jonathan, querendo ser o mais gentil possível, ou apenas ser respeitoso com o rapaz que causava tanto problemas

— Escute aqui, Alexander, se algo realmente acontecer com ela, e eu não estiver lá para protege-la, é minha liberdade que estará em jogo aqui- revoltou-se Jonathan, segurando o pescoço do arqueiro, enforcando-o

— Eu não lhe dei...nenhuma intimidade para me chamar de “Alexander”... Morgenster- respondia Alec com dificuldade- então... é com isso que se preocupa... com sua liberdade?... Não com a garota? - Continuou e perguntou o moreno ainda com dificuldades

— Não, não me preocupo apenas com isso, tenho medo do que pode acontecer com ela, com as duas, não só com a Ethel mas com Clary também- Jonathan disse se recompondo, tirando a mão da garganta de Alec

— Lembrou-se que tem uma irmã, não é? – Provocou e perguntou Alexander, massageando sua garganta

— Acredite em mim, esse é um fato difícil de esquecer, ela é minha irmã, ela precisa de mim... e Ethel também – ele disse calmo, colocando as duas mãos em suas costas, como uma forma de não demonstrar resistência

— Então, se houver uma próxima vez...queira se importar mais com elas- ele segurava uma flecha, apontando para o pescoço de Jonathan, dando-lhe um último aviso

— Para seu bem, caçador, espero que não tenha uma segunda vez- seus olhos ficaram negros e ele ameaçava atacar o Alec como um último aviso também, mas foi interrompido por uma voz feminina

— Está tudo bem por aqui? – Isabella perguntou, preocupada com o irmão

— Sim, eu estou da saída – disse Alexander dando um aparelho celular para Jonathan, que não passou despercebido pela irmã

Alec foi embora dessa vez definitivamente, e Jonathan se vira para Izzy, perguntando:

— Tem algo que eu possa fazer?

— Ligue para Magnus, dizendo tudo que o pai dele fez hoje ... ou melhor não faça nada, espere o momento chegar, como ele falou- ela responde o Jonathan impaciente, olhando para o celular na mão de Morgenster, e logo após voltando para seu quarto.

Jonathan fez exatamente isso, ligou para o feiticeiro, contou tudo o que sabe, contrariando o pedido de Izzy de não fazer nada.

A resposta que o Magnus lhe disse não foi bem o que ele esperava:

— Quando meu pai está envolvido, sempre há um preço, e nem todos estão dispostos a pagar

Ambos desligaram o telefone.

E Magnus deixou suas trevas tomarem conta dele, quando estava em frente a igreja. Porém, quando entrou e de passagem para a ruiva passar ele permitiu-se sentir-se um pouco de paz.

Entretanto, não deu muito certo, afinal, a mente humana é verdadeiramente a coisa mais assustadora e traiçoeira de todas, Magnus tinha certeza disso, ele estava em uma igreja com um anjo, e seus pensamentos estavam vagando para as coisas mais obscenas, assustadoras e terríveis que alguém poderia imaginar.

Apesar de estar ali para se perdoar e pedir perdão para sua amiga, Ethel, sua mente vagueia para a escuridão total e falta de empatia, desde que Ethel o trouxe de volta,  e por falar na garota, a mesma estava em seu lado naquele momento.

 E ele a observava, seu rosto angelical, seus olhos e seus cabelos rubros um pouco demoníacos, davam-lhe pena, ninguém deveria viver com essa complexidade, com esse imenso paradoxo, entre o bem e o mal, sim, ele sabia diferenciar, afinal, era casado com um ser quase angelical, um ser do bem, e continha um pai extremamente perverso, mal é pouco para descreve-lo.

Enquanto caminhavam pelo solo sagrado, Magnus virou a cabeça, não olharia mais para a garota até que a sua escuridão fosse embora, ambos chegaram em uma fileira de bancos,  que por instantes, ou até minutos para ele, pareciam negros, de uma escuridão mórbida que não combinava com o local sagrado que estavam, ele simplesmente balança a cabeça, e eles voltaram ao normal, então, eles sentaram em um.

 - Porque trouxe-me aqui? - Pergunta Ethel, levantando uma sobrancelha

Magnus não sabia porque havia sentado sendo que ele agora se levantava, ficando de frente para uma porta velha vermelha, em algum lugar na parte mais afastada do lugar, Ethel o acompanhava com o olhar, achando estranho o que ele estava fazendo, e o seguiu, ficando frente a frente com o feiticeiro, Magnus abaixou a cabeça quando seus olhos se encontraram, ficando negros por alguns segundos

— Para pedir o seu perdão por ontem à noite, eu apertei o seu braço, impedindo-a de conversar com o rapaz, eu sinto muito, eu não devia ter feito isso, eu fiquei tão preocupado com que ele poderia fazer com você, que mal havia percebido que era eu que estava lhe fazendo mal- a voz era de Magnus, seus sentimentos pareciam ser verdadeiros, porém, Ethel não sentiu emoção nenhuma, talvez ele quisesse realmente pedir desculpas, e quem sabe ele verdadeiramente sentia muito, entretanto, seu rosto não tinha expressão, sua voz mesmo sendo dele  não tinha nenhum pingo de ressentimento ou carinho, então ela  percebeu que  havia algo de estranho com ele

— Tudo bem Magnus, eu entendo, você queria apenas me proteger, estava preocupado comigo, você foi um ótimo amigo para mim. Eu compreendo- ela procurou ser sensata, ser calma, e compreensiva 

Ele deu um sorriso em ouvir isso, e a abraçou, durante o abraço, ele sussurrou em seu ouvido, que comprovava o seu pensamento anterior:

— Desde que você me trouxe de vota, as trevas tomaram conta de mim, é como se a sua luz tivesse abaixado todas as defesas do meu corpo que eu usava para deter a escuridão dentro de mim, é como se houvesse um passageiro sombrio instalado em mim desde então, eu não estou te culpando... eu estava na escuridão, então, em escuridão me tornei

Ethel afastou-se do abraço e dele próprio, negando com a cabeça e preocupada, não com ela mesma, mas sim com ele, e disse cuidadosamente

— Magnus, nós podemos te ajudar... eu posso te ajudar, só nós deixe ajuda-lo a tirar essa escuridão de dentro de você- ela dizia enquanto gesticulava para ele, tentando não parecer desesperada

O feiticeiro deu-lhe as costas e abriu a porta vermelha, entrando em uma espécie de porão do lugar sagrado. A ruiva hesitou por alguns momentos, tentando observar para onde ele havia chegado sem se mover do lugar onde estava, após isso, ela decidiu segui-lo, desceu as escadas, e quando o viu segurou seu braço, ele parou, fazendo ela parar também, ele soltou-se dela e disse:

— Obrigado por querer me ajudar, mas e se eu preferir as trevas ao invés disso? – Ele perguntou retórico, olhando nos olhos dela, pensativo

— O que? - Ela perguntou sussurrando, ela tinha entendido o que ele havia dito, obviamente, porém, havia ficado impressionada, jamais pensou que ele quisesse continuar com escuridão e trevas dentro dele, nunca pensou que ele não queria ser ajudado. Tentando ainda entende-lo e tentando conformar-se com sua decisão, o feiticeiro continuou, querendo justificar-se

— Sim, isso que ouviu, estou cansado de sempre obedecer aos favores para caçadores de sombras, “ Magnus, abra um portal”, “ Magnus, perdi minhas memórias, preciso que as recupere”, “ Magnus cure ele”... Patético, eu sou o maior feiticeiro do Brooklyn, eu não recebo ordens eu dou ordens, eu sou muito poderoso, sempre fui e sempre serei... e agora, os caçadores de sombras, os anjos e até os demônios vão saber disso, vão saber que sou mais poderoso do que eles- ele alterava seu tom de voz, tornando-a mais grave, mais irritada e seus olhos tornaram-se negros e dourados. As suas mãos encheram-se de magia.

— Magnus, ninguém é mais poderosos do que anjos e demônios, nem mesmo você- Ethel disse já ficando irritada também, fechando o punho tentando suprimir, esconder a raiva que sentia. Magnus olhou para ela, sua expressão superior, modificou-se para uma expressão de puro ódio, a ruiva estava tão absorta na expressão do feiticeiro que só tinha reparado que ele havia invocado uma cadeira atrás dela quando se virou por um breve momento, o suficiente para dar tempo de Magnus aproximar-se dela e segurar seu queixo com brutal violência, empurrando-a para a cadeira, e a ameaçando:

—Você quer que eu prove?  Tudo bem, eu provo, isso vai ser muito divertido- Magnus fez aparecer correntes nos pulsos e tornozelos da ruiva, a prendendo na cadeira, ela tentava soltar-se, mas era impossível

O feiticeiro levantou os braços, e o porão da igreja em que estavam começou a pegar fogo, especificamente em volta dela, a garota angelical ficou desesperada e com medo, tentava usar os seus poderes para apagar aquele fogo, entretanto, as correntes pareciam sugar seus poderes, usurpar seus dons angelicais, preocupada com sua sobrevivência ela tentou desesperadamente persuadir o mago:

—   Magnus, pare, por que está fazendo isso? Por que quer provar para mim que é mais forte do que anjos e demônios apenas porque tem magia das trevas dentro de si agora? - Ela tentou parecer sensata e calma, mas nunca aconteceu

— Porque eu sou o monstro que você criou- ele respondeu isso apenas

— Magnus... eu sou sua amiga, eu confio em você... eu o trouxe de volta a vida- Ethel disse em sussurros, seu corpo doía, amarrada em uma cadeira no porão da igreja

— E é exatamente por isso que estou assim- o feiticeiro gritou, virando-se para Ethel. Seus olhos completamente negros, havia pequenas veias escuras embaixo dos olhos e  uma fúria sombria emanava de rosto.

— Desculpe Magnus, desculpe-me... eu não queria...- ela tentou ganhar tempo desculpando-se, mas foi abruptamente interrompida pele ser do submundo

— É um pouco tarde para isso agora, não é? Pare de pedir desculpas, estou cansado de ouvir suas desculpas

Ethel calou-se, todavia, seus olhos ficaram vermelhos de raiva. Enquanto isso, Alec finalmente havia entrado na igreja, andando pelo salão e não encontrado ambos, o arqueiro parou por um momento, sentindo cheiro forte de fumaça, estranhando ele caminhou para um lugar mais afastado. Encontrando uma porta vermelha com detalhes negros, ele desceu as escadas e deparou-se com a Ethel amarrada em uma cadeira, com correntes e Magnus apenas estava lá, parecia que ele tinha causado isso.

Intrigado, o arqueiro decidiu chamar a atenção deles, perguntando com a voz mais alta que conseguia:

— Magnus, o que pensa que está fazendo? - Ele olhou para a ruiva, e continuou:

— Solte a garota, ela não tem nada a ver com isso- apontou o arco para Magnus querendo intimida-lo

— Alec, nunca fiquei tão feliz em vê-lo- Ethel disse sincera e um pouco humorada,  e Alec ao ver que o feiticeiro que amava não queria feri-lo, abaixou o arco, prestando atenção no homem e no lugar a sua frente.

—  de fato, minha cara, eu também penso assim. Alexander, que prazer sem igual, eu realmente esperava que você viesse, agora, meu desejo se realiza... você realmente fez meu dia- os rostos de ambos se encontraram finalmente, e Alec pôde ver nos olhos do homem que ama, que algo estava muito errado, e disse para ele:

— Magnus, eu vejo magia em seus olhos... uma magia feia, obscena e ... bela, o que houve com você? O que aconteceu com sua magia?  - Eles se aproximaram, estavam ficando muito perto um do outro

— Eu estava na escuridão, e na escuridão eu me encontrei- Magnus parou um pouco de falar ao ver a expressão de desespero de seu amado, então, continuou-   não se preocupe com a escuridão na minha alma, ela me ilumina como brasa, eu me levantei como uma fênix renasce das cinzas-ele disse orgulhoso, mostrando que ele não estava preocupado e sim seguro de ter tanta escuridão dentro dele

— Não, Magnus, você decaiu, tudo o que era brilhante em você se tornou escuridão. Por mais brilhante que tenha sido, você se tornou mau- ele disse com pesar, e o casal agora estava a centímetros de distância, e a ruiva presa na cadeira apenas observava

— Minha alma é muito sombria para você? – As testas deles se encontraram, Magnus pergunta então com um pouco de dor e preocupação

— Não, nem sua alma e nem seu coração, nada em você é sombrio, Magnus, você não é assim, você se tornou assim, volte para mim Magnus, volte para mim- ele segurava gentilmente o rosto do feiticeiro, basicamente implorava para tê-lo de novo

— Que pedido mais romântico que ele faz para mim, não é Ethel? Infelizmente, Alexander, vou ter que recusar a sua oferta- ele afastou-se de Alec, estalando os dedos e fazendo uma cadeira aparecer, empurrou Alec gentilmente, e por fim, invocou as correntes em seus pulsos e tornozelos também.

O arqueiro assim como a ruiva, tentava se soltar, mas era basicamente impossível, o feiticeiro deu um sorriso orgulhoso ao vê-los presos, porém, o orgulho dele foi ferido pelas palavras do ser angelical

— Magnus, você vai nos perder para sempre se continuar nos prendendo aqui, está vendo esse fogo? Ele está se espalhando, e se nós nos queimarmos, você queimara conosco

— Eu sempre gostei de brincar com fogo, minha querida, mas aprecio sua preocupação para comigo, agora, vocês não acham que está faltando convidados nessa nossa pequena festa- mesmo com o silencio de ambos, ele continuo respondendo sua própria pergunta: - sim, está, Asmodeus, e nossos amiguinhos Clary e Jace, eu vou chama-los.

O feiticeiro então, fechou os olhos, juntou as mãos como se estivesse rezando:

 — Pai nosso — recitou, e Ethel ouviu Alec respirar fundo e então ofegar.

— Pai nosso que estais no Inferno, ímpio seja vosso nome.

 Venha a nós o Vosso reino, seja feita a vossa vontade, assim em Edom como no Inferno.

Não perdoai os meus pecados, pois naquele fogo dos fogos não haverá nem Gentileza amorosa, nem compaixão, nem redenção.

 Meu pai, que causa Guerras por todos os cantos, venha a mim agora; chamo-lhe como seu Filho, e assumo a responsabilidade por vossa invocação.

Magnus abriu os olhos. Estava sem expressão. Duas faces chocadas o

Encaravam. Então, ele sorriu por isso, mas durou pouco, pelo que viria a seguir

— Pelo Anjo... — disse Alec.

— Não — falou uma voz logo atrás do grupo.  — Definitivamente não é pelo seu anjo

Ethel e Alec encararam. Inicialmente não viram nada, só um pedaço de sombra que se mexia, e em seguida uma figura se formou da escuridão.

Era Asmodeus, pai de Magnus, o fogo em sua frente, deixava-o ainda mais demoníaco e amedrontador, ao ver Magnus, seu filho finalmente, cedendo a escuridão, prendendo seu próprio marido e o anjo que causara tantos problemas para ele, o fez sorrir. Um sorriso de pura satisfação.

 Com ele, dois corpos praticamente sem vida podiam ser vistos. A primeira, era Clary, com seus cabelos ruivos desgrenhados, um corte na mão que ainda podia ser visto o sangue seco manchando sua pele e uma mancha vermelha em sua roupa, a figura tentava puxar o ar de seus pulmões, mas era ´quase impossível, após, vomitar um pouco pela viagem que havia vivido, ela tentava dizer os nomes dos prisioneiros e do carcereiro deles, mas sua voz falhou, como um sussurro, e sangue saiu de sua boca, engasgando-a.

O outro, Jace, estava com veias negras em seu corpo, que podiam ser vistas, vagamente pela quantidade de roupas que usava, cobrindo sua pele quase por inteiro. Envolta dos olhos dele, estavam grandes manchas negras que cobriam quase toda a face, ele não conseguia mais sorrir, aliás, aparentava não ter expressão nenhuma, Alec estava corretíssimo quando disse para irmã, que os dois pareciam duas cascas vazias. Seu coração ainda batia, seu pulmão ainda o fazia respirar, ele ainda estava vivo, todavia, parecia que a escuridão e a infelicidade finalmente haviam o consumido.

— Pai- Magnus, não estava radiante por ver o pai com dois de seus antigos amigos quase sem vida, apesar de ter o invocado e ainda que a escuridão o tivesse finalmente consumindo, sentia medo e rancor pelo pai, por tudo que fez. - Você veio- um sorriso fraco e quase fingido dançou em seus lábios

— Meu filho, não pude deixar de vir a sua pequena festa, e olha só, eu trouxe presentes- apontou para o casal atrás dele, e continuou- talvez, devesse prende-los como fez com os outros, assim, poderemos mata-los todos de uma vez só, e apague esse fogo, aparentemente não está surtindo o efeito desejado, de mata-los

Magnus, em um estalo de dedos fez exatamente o que seu pai ordenou, ambos, tanto Clary tanto quanto o Jace, ficaram presos assim como ambos os outros, Jace ficou atrás de Ethel, e Clary ficou atrás de Alec. E o fogo que estava no porão da igreja, finalmente se apagou, deixando o local completamente queimado, chamuscado, preto e danificado.

Após isso, Magnus e Asmodeus estavam discutindo os seus próximos passos.

Amedrontados com o estado de seus amigos, e do fato que eles ficaram tão perto deles, podendo atormenta-los por bastante tempo, fez com que Alec e Ethel iniciassem uma discussão, começando pela ruiva:

— Você acha que conseguiríamos sair daqui? - Pergunta a ruiva

— Ainda não estamos perdidos, temos Izzy, Jonathan e Simon, e na verdade todo o instituto para nós resgatar- tranquilizou Alec

— Acho meio difícil contar com o Jonathan agora, ele mal olha para mim e não confia em vocês... E o resto do Instituto nem sabe que estamos aqui... vamos ficar aqui por um bom tempo ou até sermos destruídos por ambos- O anjo ficou triste a constatar isso

— Ei, ei você é um anjo, sugiro que tenha um pouco mais de fé- Alec a reconforta, é gentil e amável ao fazê-lo. Ao dizer tais palavras, ele tentava se soltar das correntes que o prendia, ou pelo menos, conseguir pegar o seu celular para avisar sua irmã, que agora precisava de ajudar.

Com muita dificuldade ele conseguiu apanhar seu aparelho, suas mãos ainda estavam presas, mas ele conseguiu discar o número dela, com imensa dificuldade e dor, e ao ver que ela atendeu, o arqueiro apenas sussurrou um “ está na hora” baixinho, desligando o celular após, isso, não querendo chamar atenção de ambos.

Enquanto isso, Ethel abaixa a cabeça, e tenta concordar com o amigo. Então, ela percebe uma coisa, compartilhando com o amigo

—Se sairmos daqui.... Quando saímos daqui, vamos ter que enfrenta-los, acha que conseguiria enfrentá-lo? O Magnus? - Perguntou Ethel receosa

Querendo conversar com ela, para ganhar tempo do time reserva chegar, ele respondia:

— Não, eu preferia morrer a machuca-lo, eu não conseguiria mata-lo, sinto muito- Alec fala com dor e angústia

— Ei, ei, Alec, você é um caçador de sombras, tem sangue angelical correndo em suas veias, sugiro que tenha um pouco mais de fé

Ele sorriu aliviado tentando conforta-la, e o sorriso se alargou ainda mais, ao ouvir a voz de sua irmã, carregada de ironia no fundo da igreja.

— Fizeram uma festa e não me convidaram? Que pena- ela sorriu ao ver todos os rostos, olhando para ela

— Izzy, eu nunca fiquei tão feliz em vê-la- disse Alec, baixo e alegre ao mesmo tempo

— Obrigada, irmão, eu tento- ela respondeu o irmão, e virou-se para o resto da equipe, dizendo: - sabem o que fazer-

Então, ela foi até o irmão, e o desamarrou, Simon, soltou a Clary e o Jace, e Jonathan soltou a Ethel.

E após ser solta, o ser angelical, foi em direção a Clary, Simon e Jace, e antes que qualquer um dos dois dissesse alguma coisa, a ruiva os curou, colocou a mão no ferimento da caçadora apenas, e isso foi suficiente, enquanto isso, para Jace, ela apenas segurou o rosto dele, e deixou o fogo celestial consumi-lo, Jonathan, Alec e Isabelle juntaram-se a eles

Magnus e Asmodeus, se olharam, e concordaram com algo, e com a junção de seus poderes, ambos criaram vários demônios menores

Eles rodeavam o grupo, e Simon, disse o obvio querendo quebrar o gelo e a tensão:

— Temos três demônios tentando nos matar agora, o que faremos?

— Na verdade, é mais que oito demônios – respondeu Ethel, prestando mais atenção que o vampiro

— Há, desculpe-me, eu não fui especifico o bastante- ele disse carregado de sarcasmo, mas com um sorriso brincando nos lábios

— Temos problemas maiores do que a quantidade de demônios temos que matar, vamos mata-los logo de uma vez- disse Jace, já irritado

Jonathan viu Magnus se aproximando de Alec, que estava perto de Ethel, Asmodeus também se aproximava, assim como o filho, naquela direção, então, querendo protege-la, querendo cumprir a promessa que ele havia feito a sua irmã, e aproveitando que ele estava com uma espada demoníaca e uma espada angelical, e já que também estava perto de Ethel, disse para ela sussurrando:

— Sinto muito, eu fiz uma promessa, e estou disposta a cumpri-la ...- Ethel olhou para Jonathan, confiava nele para ser gentil, então, perguntou:

— Que promessa...? – Antes que ela terminasse de perguntar, Jonathan fincou a espada, na barriga da ruiva, surpreendendo-a, com lágrimas nos olhos, ela o encarou, ainda sem entender... sim Ethel confiava em Jonathan para ser gentil, mas o que isso custou a ela, uma facada.

Ele estava tão absorto no que tinha feito, que escutou o eco do grito de Clary em seu ouvido: - Não, Jonathan você fez exatamente o contrário do que combinamos.

Jonathan, havia prometido para sua irmã, e para si mesmo, que Ethel ficaria segura, mas ele havia atacado sem aviso, para tentar salva-la. E agora, o corpo inconsciente de Ethel caia em seus braços.

Todos olhavam para eles com pena, com surpresa, e alguns com ódio, o rapaz se levantou com raiva daquelas pessoas, e disse para os vilões:

— A garota está morta, vocês dois não precisam mais matá-la- ele disse apontando para o corpo da ruiva em seus pés.

O demônio sorriu ao ouvir isso, ver que seu trabalho já estava feito, por alguém que ele julgou ser inútil, ironicamente, aqueceu o coração do ser maligno, se é que ele tinha um.

— Parabéns, Jonathan, tem espaço para juntar-se a mim, se quiser- ofereceu Asmodeus

— Obrigado, mas eu devo recusar, vossa alteza- ele jogou as espadas no chão, olhou para Clary, sua irmã, sua rainha e depois observou a ruiva que ele mesmo feriu para cumprir uma promessa estúpida que ele havia feito para ela... pensou nas consequências de ter feito o que fez, e pensou que quando viesse as consequências, ele enfrentaria, percebeu que faria de tudo pela irmã, e talvez, somente talvez faria por Ethel também. E recusando a oferta, ele fez uma pequena reverencia.

Deixando o Asmodeus e Magnus aparentemente irritados, mas não fizeram nada.

 Após essa recusa de Jonathan resto do grupo finalmente percebeu o real motivo do ato do rapaz, e aliviaram suas expressões, e respiraram fundo, apreensivos pelo resultado final, que afetaria a todos

— Meu filho, vá lá e confirme se isso é verdade, eu poderia ir, mas confio na sua palavra

O ser do submundo, então, abaixou-se sentindo o pulso da garota em seu pescoço, sabendo que ela estava viva, pelo coração ainda falho que batia. E pela respiração falha e lenta. Com raiva por ser contrariado e enganado ele apertava ainda mais o pescoço do ser angelical. Apenas parou, pois, foi interrompido pelas palavras do pai, hesitante ele levantou-se, e o encarou:

— Ela está morta, não é? Meu filho- querendo responder que “não” mas vendo um monte de olhares ansiosos sobre ele, respondeu mesmo contrariado:

— Sim, ela está, meu pai

— Ótimo, vamos embora, os meus demônios cuidaram de mata-los- enfim, Asmodeus deu a palavra final, e ambos foram embora em uma mancha de escuridão e fogo.

O grupo agora podia respirar mais tranquilamente. Todos lutaram fervorosamente contra os demônios, enfim, vencendo a batalha.

Já no instituto, com o corpo de Ethel nos braços de Alec, ele dá para Simon, e recomenda:

— Leve ela para a enfermaria, ela não vai morrer hoje, enquanto a você- ele apontou para Jonathan, e continuou- da próxima vez, em pensar em fazer algo dessa maneira, nos avise antes, e se ela morrer será expulso

— Ela não vai morrer, tenho certeza disso- Jonathan saiu e foi seu aposento, Alec também, Simon após ter levado a Ethel para enfermaria também, e Izzy assim como o resto do instituto também. Sobraram, apenas Clary e Jace no hall de entrada no instituto

— Pode me explicar o que foi que você e Jonathan combinaram? - Ele segurou o braço de Clary, gentilmente, porém, firmemente

— Eu fiz um acordo, entre eu e Jonathan, para proteger a Ethel em troca de sua liberdade- a ruiva caçadora disse hesitante

— E você nem pensou em me contar... em nos contar? Envolver tantas pessoas em uma promessa tão importante como essa? - Ele estava alterado, e Clary estava levemente assustada

— Desculpe-me eu...- Clarissa tentou dizer algo, mas Jace interviu

— Eu pensei que não haveria mais segredos entre nós- ele fala querendo por um ponto final nessa história, um pouco ressentindo.

Ele entra em seu quarto, batendo a porta, Clarissa respira fundo, apavorada com tudo o que aconteceu, e decidi tomar um banho quente, e se arrumar para dormir.  Alguns minutos depois de ter se arrumado, ela ouve uma melodia triste, preenchendo o ambiente, e percebe que vem do quarto de Jace.

Após algum tempo, ela entra no aposento do loiro, e o vê tocado piano, decidida, ela senta em cima no instrumento, ela estava apenas de camisola e robe, descalça. Ela cruza as pernas, e finalmente chama a atenção dele ao dizer:

— Você está tocando uma música triste, posso saber o motivo? - Ela sussurra

— O mundo está desmoronando, você guardando segredos, Ethel no hospital e Magnus do lado das trevas- ele coloca as mãos no rosto, aparentemente cansado

— Sinto muito por ter escondido isso de você- ela coloca a mão, nas mãos dele, que não estavam mais no rosto do loiro

— Eu entendo porque escondeu isso, mas prometa para mim, que não fará mais isso- Jace praticamente suplica para a namorada

— Eu prometo, quanto ao resto, não posso fazer mais nada a não ser dividir o fardo, posso tocar com você? – Foi uma pergunta basicamente retórica, pois ela basicamente e praticamente sentou- se ao lado dele, para o casal tocar juntos

Jace permitiu, e ambos começaram a dedilhar as peças do piano, tristemente e melodicamente, a ruiva apoiou sua cabeça no ombro do caçador, e diz:

— Quando estava sem memórias, o que me ajudava ela pintar, a gente encontra paz em hobbies, não é? - Perguntou nostálgica

— Você nunca contou como recuperou suas memórias, não é? Eu gostaria muito que contasse- ele também apoiou a cabeça no ombro dela, ainda tocando piano

— está bem, foi assim...- ela começou a tocar, enquanto compartilhava uma memória, para seu futuro...


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