Sons of Hunt escrita por Scar Lynus


Capítulo 27
Capitulo 27


Notas iniciais do capítulo

Demorei eu sei



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[Arredores da cidade]

— Não deixa fugir! – Disse Max no comunicador enquanto seguia uma espécie de urso gigante. Não necessariamente gigante, contudo, bem maior que qualquer outro. Com ele no carro estavam Sophia, Andromeda e Tânia a menor estava na caçamba da nova caminhonete 4X4, ideal para terrenos difíceis. Os três predadores estavam a frente em novas motos, perfeitas para o terreno de “trilha” que enfrentavam, flanqueando a criatura, tentando guia-la para uma área ainda mais isolada.

— Não é tão fácil quanto parece – Foi a resposta de Samuel ao reduzir a velocidade, evitando uma patada do urso.

— Tem uma clareira próxima de vocês! Façam essa criatura ir na direção do sol, não vai dar pra ele escalar a fuga. – Tom se comunicou com o grupo. Os mentores não participariam dessa vez, eles estavam acompanhando diretamente da mansão por novas câmeras nos trajes dos jovens, junto ao guardião que não havia feito muito além de observar os acontecimentos após sua chegada.

— Ouviram o moço! – Jade falou ao lançar um dos seus discos na direção da fera, apenas para força-lo a desviar seu caminho. – Ajudem!

Zack e Samuel estavam se revezando entre acompanhar e ameaçar a criatura no lado direito, a desvantagem das armas corpo a corpo nessa situação era mais clara, Jade lidava sozinha com a esquerda e o grupo no carro impedia a volta enquanto Tânia utilizava flechas bem posicionadas no terreno para auxiliar o trio a frente.

— Já dá pra ver o paredão daqui. – Andromeda informou o grupo. Na mesma hora todos foram diminuindo seu ritmo, permitindo que a fera fosse o mais próximo possível da parede natural. Max parou o carro atrás, bloqueando a passagem de volta. Os predadores se posicionaram nos cantos.

— Tânia, fica no topo da caminhonete. Sophia e Jade para os cantos. Nos quatro cercamos ele de perto! – Zack fez a distribuição estratégica do grupo, ele e Max seguiam mais ao centro enquanto se aproximavam, deixando Andromeda e Samuel quase que em suas retaguardas.

A criatura rugiu, o som era muito mais alto e gutural do que o Wolven que parte do grupo havia enfrentado anteriormente. O grande urso negro possuía muitas cicatrizes, haviam falhas em sua pelagem ao longo do corpo, se destacavam bastante as marcas no rosto e na cabeça, principalmente a mandíbula torta da fera.
Pisando forte no chão, a criatura correu na direção de Samuel, o rapaz teve o tempo de esquivar sem muita graça de pata da fera, aquele golpe teria atingido praticamente toda a parte superior de seu corpo.
Aproveitando o momento em que a fera havia escolhido um alvo, Sophia e Jade utilizaram suas armas para testar a pele da besta, as facas não penetravam com facilidade, apenas uma permaneceu no local e o urso removeu com a própria boca, sem se preocupar com o sangue que ainda pingava, os chakrans de Jade haviam feito cortes superficiais, apenas no torso da criatura, a predadora queria verificar o quanto de força era necessária para atrair a atenção daquela besta.
Sem muito tempo para pensarem, a fera atacou mais uma vez, agora na direção de Max, ficando sobre as patas traseiras, o urso estava facilmente atingindo mais de 4 metros, obviamente o caçador não iria conter aquele ataque, restando então se afastar enquanto Andromeda e Zack atacavam simultaneamente pelas laterais, penetrando a pele da criatura, fazendo-a rugir mais uma vez e retrair os músculos. A garota retirou o bidente da pele da fera a tempo, usando o próprio corpo, a fera fez Zack ser catapultado até o paredão de rochas.

— Filho da mãe! – Samuel falou investindo contra a fera e martelando a área onde outrora estava o bidente de Andromeda. Tânia aproveitou o momento. A caçadora disparou uma flecha boleadeira direto nas pernas do urso, mas, ele era bem mais forte que o Wolven e não se importou com as cordas prateadas queimando sua pele antes de parti-las em pedaços.

— Esse cara não sente dor não?! – Sophia falou disparando mais facas na criatura, atraindo sua atenção enquanto Samuel corria para auxiliar Zack.

— Ele tem fraquezas! – Afirmou Jade disparando mais um disco, este para interromper a corrida da fera. – Ele não está se importando com os ferimentos, mas, está cansando! Temos que fazer mais pressão e machucar mais!

— Deixa comigo! – Max havia se aproximado da criatura, aproveitando a oportunidade, o líder utilizou a própria velocidade para girar o machado e desferir um golpe com ambas as mãos em uma das patas traseiras do urso. Esse golpe a fera havia sentido.

Finalmente a fera havia dado um primeiro sinal de ferimento ao mancar por alguns segundos antes de voltar a encarar Max, era obvio que apesar de ser uma criatura selvagem, o urso tinha um nível considerável de intelecto para entender que até agora, aquele ali havia feito o maior estrago, se tornando então a maior ameaça.

— Max! Vem pro paredão! – Zack chamou o líder, o moreno estava com uma das mãos segurando as costelas e seu uniforme já pingava também. Ao lado dele estava Andromeda, segurando seu bidente com a parte traseira bem apoiada contra o solo. – Tânia! Prepare uma flecha de concussão!

Max disparou na direção da dupla com a besta em seu encalço, ele havia entendido o plano ao observar a cena e tinha de admitir, era uma excelente estratégia contra esse inimigo.

— SAMUEL! A PERNA DELE! – Zack gritou ao irmão que rapidamente jogou ambos os martelos na perna ferida do urso, atrapalhando seu equilíbrio.

Max saltou sobre o bidente no momento exato que o caçador moreno calculou, assim a criatura foi com toda a força e peso sobre a arma que não recuou nem um centímetro. No momento que o bidente atravessou fundo na besta, Tania disparou a flecha de concussão direto no rosto do urso, desorientando-o completamente. A luta estava acabada, o Urso não poderia retirar a lança, já estava sentindo a pressão dentro do corpo e nesse momento os caçadores já estavam agrupados ao seu redor.

— Faça o truque por favor. – Max pediu a Andromeda.

A morena se aproximou com calma, primeiro tocando as costas da fera e então o topo da cabeça.

— UOY DNES OHW EM LLET! – Foram as palavras proferidas pela caçadora antes de entrar em um transe.

As aulas de magia estavam sendo muito uteis, principalmente para Andromeda que estava se destacando nessa arte, possuindo uma familiaridade notável para uma caçadora.
A primeira sensação ao entrar na mente de tal besta era o desconforto, até mesmo no estado atual de seu corpo físico, a besta continuava resistente. Com um pouco mais de esforço, a caçadora foi capaz de atravessar o véu da realidade e da mente.

...

Era como caminhar em uma caverna, preenchida com uma densa nevoa. Andromeda não tinha como saber exatamente aonde estava indo, contudo, ela precisava encontrar a memória correta entre tanto que havia dentro daquele ser.
Concentração, esse era o primeiro passo e a primeira atitude a jovem foi focar sua mente, visualizar o que desejava, o que deveria encontrar... E em meio a tanta informação, tanto caos, tanta vida. Ela encontrou, o pensamento que tentava fortemente se manter escondido e afastado, disfarçado dentro daquele plano mental.

...

— Consegui! – Respondeu ao grupo assim que sua mente e seu corpo estavam sincronizados e acordados novamente.

— Perfeito. – Max respondeu ajudando-a a se levantar. – Zack... Deixa comigo.

— Eu to legal tá! – Respondeu o predador. – Eu faço.

O moreno respirou profundamente e soltou o próprio corpo antes de voltar a atenção para a criatura que continuava entre o grupo, quase sem energias, lutando para se agarrar a cada sopro de vida ainda em seu corpo.
O jovem predador se aproximou do urso e tocou a lateral de seu tórax, momentaneamente procurando o local devido, foi uma luta justa e a fera merecia uma morte rápida e limpa. Sem hesitar ele atravessou o peito da besta com as garras, direto no coração, em segundos a fera havia cessado sua batalha, a vida se esvaiu de seus olhos rapidamente enquanto sua cabeça baixava e seu corpo finalmente descansava. O grupo removeu o bidente debaixo da criatura, cavaram um buraco considerável e então queimaram a fera nele.

...

[Mansão dos Caçadores]

— São mais bruxas. Estão trazendo mais feras de Jotunhein, feras que elas conseguem capturar obvio, não conseguem algo grande o suficiente. – Andromeda estava relatando a memória para todos na mansão.

— Isso é preocupante. – Harry pontou. – Identificamos e encontramos três incursões só essa semana.

— Imagina o quão complicado isso pode ficar se não encontrarmos logo o ponto central dessa operação deles. – Tom acrescentou.

— Tinha mais. – Andromeda interrompeu os mais velhos.

— Mais? – Samuel que havia ficado em silencio até agora, finalmente fez uma indagação. – Você não falou isso pra gente.

— Ela está falando agora! – Sadjenza defendeu a jovem.

— Com as bruxas. Na memória daquele urso, havia uma presença diferente com elas, mais... “forte” do que elas. – A jovem tentava encontrar as melhores palavras para descrever. – Parecia um homem, mas, a forma dele era estranha, era como se fosse feito de fumaça, uma fumaça escura, tinha energia nele.

— Isso é um elfo negro. – Harry correu a prateleira procurando algum livro. – Ele se mascarou dentro da memória, impedindo que soubesse o rosto dele. – O mais velho voltou com um pequeno livro na mão e abriu na página exata. – Era assim que parecia?

— Exatamente dessa forma. – Andromeda observou com atenção a ilustração na página, um corpo feito de fumaça.

— Agora vai ficar mais fácil de encontrar. – Tom comemorou levantando do Sofá. – Vá chamar seus irmãos. Vocês vão a campo mais uma vez hoje!

...

— E então, ele já morreu? – Jade perguntou sentando na bancada do recém montado, “consultório de caçadores” onde Sophia praticava seu oficio nos ferimentos dos irmãos.

— Pra sua sorte eu continuo inteiro! Só umas marcas novas. – Respondeu Zack deitado de lado, Sophia estava atrás dele.

— Não quebrou nada, mas, ta bem machucado e como vocês não tem cura como a nossa, vai demorar um tempo maior pra ficar “novo”. – A ruiva terminou e mostrou os instrumentos pro moreno. – Eu vou fechar o corte, quer ser anestesiado?

— Eu aplico a anestesia! – Max respondeu da porta estralando os próprios dedos e sorrindo.

— Generoso..., mas, não precisa. – Ironizou o paciente. – Manda ver ruiva.

Para o alivio de Zack, Sophia era uma excelente profissional e sabia bem o que estava fazendo. Sem demorar e sem fazer ele sofrer, a medica limpou e fechou o ferimento.

— Senta. – Pediu ela antes de começar a enfaixar bem a região atingida. – Nada de ação pra você no momento.

— Ele não vai poder se dar ao luxo. – Harry informou o grupo entrando no local.

— Vocês vão caçar mais uma vez hoje! – Tom acompanhava o outro. – Espero que se recupere com velocidade.

— Eu já estou praticamente novo! – Zack respondeu ficando de pé e colocando sua camisa. – Onde vamos e o que vamos caçar?

— Estamos indo a campo, vamos rastrear magia sombria com base no nosso painel e encontrar o elfo negro que ajudou a enviar o urso. – Samuel atualizou os que estavam fora da reunião.

— Ou seja, não dá pra conseguir sem mim. – Comemorou Zack.

— Pra que mais serviria um rastreador mesmo? – Jade ironizou. – Vou pegar minhas coisas. – E assim ela deixou o grupo.

— Sigam o exemplo dela e sejam rápidos. – Pediu Harry também saindo.

...

Conforme mentores e caçadores haviam estudado todas aquelas informações nas últimas semanas, já haviam praticamente decorado o compilado de informações ali.
O grupo foi até uma colina próxima a cidade, o local perfeito para encontrar e canalizar energia, não muito longe de onde haviam sido desafiados pelo Wolven. Ali a energia era mais pura e os caçadores poderiam seguir rastros que viessem de qualquer direção.

Uma vez no topo, o grupo encontrou um ponto de observação adequado e então os seis ficaram atrás de Zack que se ajoelhou no chão com os olhos fechados, tocando a superfície para se concentrar, primeiro no solo, depois no ar, no cheiro que ele carregava e por fim, abrindo os olhos diretamente na direção das estrelas, olhos verdes brilhantes e que nesse momento, procuravam a turbulência magica que estava sendo carregada pelo vento.

— Quanto tempo isso demora? E por que só ele? – Tânia perguntou baixo para Samuel.

— Às vezes minutos, as vezes horas... – Samuel respondeu sem perder a atenção. – Todos podemos rastrear, mas, é a especialidade dele.

— Qual será a minha? – Questionou ela mais ao vento do que para o namorado.

— Vamos descobrir em breve. – Respondeu ele abraçando-a.

— Eles me fazem lembrar de nós. – Sadjenza comentou com Harry, a dupla estava ainda mais atrás.

— As partes boas... – Respondeu ele relutante.

— Não dá pra fazer uma música bonita sem utilizar todas as teclas de um piano. – Foi a resposta dela.

— Isso é bem poético... Vindo de você.

— Foram muitos anos, fui acumulando alguns conhecimentos.

— Não quer tentar a sorte? – Jade questionou Max.

— Não obrigado. – Respondeu rápido. – Não é mais uma competição.

— Que cara maduro. – Andromeda brincou. – Só levou uns vinte anos, mais rápido que a maioria dos homens.

— De acordo. – disse Jade de olho em Zack que agora começava a se mover.

— Temos um rastro. – Informou o moreno.

O grupo deu uma longa volta seguindo as orientações do predador que ficou do lado de fora da caminhonete para não perder a conexão com o rastro, nem mesmo ele imaginava aonde estavam indo, contudo, possivelmente teriam de enfrentar alguma coisa quando chegassem lá, isso se os números não fossem maciços. Afinal, encarar feras isoladas e draugrs era rotineiro, encarar um destacamento organizado e bem suprido com números e equipamentos, seria um cenário desconhecido.
Inicialmente chocados com a aparência do local aonde chegaram, não demorou para considerarem plausível a escolha, um prédio de aparência razoável em um bairro mais afastado, perfeito para quem prefere não chamar muita atenção e evitar vizinhos.

— Esse lugar tem muita sensação de magia. – Samuel reclamou.

— Todo mundo preparado! – Max chamou os caçadores. - Andrômeda e Zack. Façam uma geral ao redor do prédio, garantam que só vai ter uma saída. – A dupla assentiu e começou o processo. - Samuel e Tânia. Binóculos e infravermelho, pelo menos uma olhada superficial e Jade, por favor verifica no computador os dados do infravermelho.

— Orgulhoso? – Tom perguntou para Harry que observava o pupilo guiar o grupo.

— Muito. – Harry respondeu sentando-se de volta no banco do carro, deixando a porta aberta.

— Não é pra menos. – Tom concordou encostado no capo. – Fez um excelente trabalho.

— Obrigado.

— Vocês dois são tão fofos as vezes sabiam. – Sadjenza provocou ambos.

— Ciúme? – Responderam juntos, rindo logo em seguida.

— O lugar não tem tantas amostras de calor, o que significa poucos inimigos diferenciados, mas, não exclui a possibilidade de um alto número de draugrs. – Jade informou Max assim que a dupla havia voltado da varredura.

— Tem uma saída do outro lado, um estacionamento no subsolo. – Andrômeda explicou. – Colocamos uns explosivos na área de entrada por precaução.

— Vocês podem ficar na saída para nós? – Zack perguntou aos mentores.

— Achamos que não iriam pedir. – Harry fingiu um drama ao fechar a porta. – Espero que não precisem explodir aquela entrada.

— Vamos entrar! -  Max avisou e o grupo rapidamente fez a formação.

...

O grupo estava indo com calma, sem barulho, organizados. Nada os pegaria de surpresa enquanto subiam as escadas, não possuíam confiança o suficiente no local para arriscar o elevador.
Havia muita poeira, os corrimões certamente não eram tocados a anos e alguns andares pareciam prontos para serem dedetizados, com lençóis cobrindo tudo que ali estava e uma mistura de teias e poeiras cobrindo tais lençóis.

— Isso está muito silencioso. – Comentou Samuel. - Já deveríamos ter encontrado ao menos um dos sinais de calor até agora.

— Concordo. – Disse Jade. – Com certeza tem uma armadilha para nós quando chegarmos no último andar... Que original.

— Não iria ter graça se fosse fácil. – Max acrescentou.

— Eu aceitaria uma missão mais fácil, seria mais tempo para me recuperar. – Zack pontuou. – Mas, da pra sentir que estão mais acima...

— Esse lugar está fedendo a magia. – Andromeda passava os dedos no ar como se pudesse realmente enxergar o fluxo de energia mágica.

— É mais um motivo para termos cuidado. É muito mais forte que a das bruxas. – Disse Sofia de lembrando do seu sequestro meses atrás. – Eu não sentia nada naquela época. Nem quando lutamos com elas.

— Já evoluímos muito desde aquela briga. – Tânia lembrou-a. – Hoje elas não teriam nenhuma chance. – A mais nova disse isso com um tom mais agressivo.

— Foi uma emboscada. Tenho certeza que com preparo adequado... – Samuel tentava confortar a namorada. – Vocês me entenderam!

Mais andares, mais salas, mais poeira, mais coisas esquecidas e deixadas à mercê do tempo e espaço... nada, absolutamente cada andar verificado pelo grupo estava vazio.
Os jovens continuaram a subir e através da janela era possível ver o crepúsculo no horizonte.

— Ultimo andar... – Max estava na frente da porta, Zack ao seu lado e o grupo atrás. – Com certeza é uma armadilha.

— Nós já sabemos que é uma armadilha. – Zack respondeu confiante. – Não vai ser muito efetiva conosco. – Ele mudou sua postura diante da porta e o grupo fez o mesmo se preparando. – Quando você quiser!

— Agora! – Max apenas respondeu.

O grupo entrou coordenadamente no local em posições de combate, preparados com as esferas de gás de obsidiana, e em formação defensiva, sem pontos cegos e esperando um ataque. Contudo, não havia draugrs, bruxas e nem mesmo o tal elfo negro... No centro da sala havia apenas um homem ruivo, sentado olhando para todo o grupo.

— Vocês demoraram... – Foi a primeira frase dele, um homem magro, possivelmente em seus quarenta e cinco anos, tinha um cavanhaque bem feito, usava um terno risca de giz cinza e o que mais chamava a atenção nele eram seus olhos, ambos bem amarelos. – Não sabem falar?

— Não viemos aqui pra conversar! – Samuel foi quem respondeu, já lançando um de seus martelos no sujeito.

— Ora por favor! – O martelo apenas desviou da direção do homem – Acha que vai ser a primeira vez que eu desvio um martelo? – Ele se levantou. – Foi fácil enganar vocês com a ideia do elfo negro na mente da fera e as bruxas... Apenas um bônus, seres fracos bem irritantes por sinal, mas, cumpriram seu propósito!

— Quem é você e o que é que você quer? – Max tomou a frente, ficando em postura ereta na frente do grupo.

— Aaahhh! Você é o líder! – O homem falou isso quase como se debochasse de Max. – Achei que seria o filhote dos outros caçadores... Impressionante como somos presunçosos as vezes.

— Ninguém te perguntou nada sobre isso. – Zack estava à esquerda de Max, apenas um passo atrás.

— Que união bonita! – O sujeito voltou a brincar com os caçadores. – Quem eu sou? Bem, vocês já deveriam saber a resposta e sobre o que eu quero... Se souberem quem eu sou e eu tenho certeza que sabem, vocês também já vão saber o que eu quero.

— Eu voto para matarmos ele agora. – Jade falou para o grupo. – Alguém pensa diferente? – O silencio reinou. – Ótimo!

Jade lançou dois de seus discos diretamente na direção do sujeito ao centro, ambos desviaram da direção do homem.

— Predadores... Sempre tão ansiosos! – Ele abriu os braços e ambas as suas mãos estavam em chamas. – Se eu planejasse lutar com vocês agora, não estaríamos conversando crianças!

— Esperem... – Andromeda pediu ao grupo enquanto parava para pensar.

— Matou a charada, não é? – Provocou-a o sujeito.

— Não vamos ganhar essa luta. – Ela respondeu fazendo todo o grupo encará-la. – Ele é um Deus!

O grupo iria reagir a nova informação, porém, qualquer raciocínio que tivessem, acabara por ser interrompido pelo som de pesados passos, muito mais pesados do que o do urso que haviam enfrentado.

— Já chegou! – O homem tornou a falar. – Achei que demoraria mais... Enfim, hoje eu queria vê-los, ver o nível de suas habilidades e poderes se possível, mas, pelo que me consta... Não estou nem decepcionado e muito menos impressionado.

— Ninguém veio aqui pra corresponder suas expectativas senhor! – Sophia respondeu, revezando o olhar entre o homem e a porta atrás do grupo, de onde vinham os sons dos passos e agora alguns grunhidos.

— Que educada... Exatamente o que eu esperava de alguém com sangue Vanir e Aesir!

— Do que é que você está falando? – Sophia agora havia mudado seu foco.

— Ooh! Acho que falei demais... – O homem terminou essa frase com um sorriso travesso no rosto.

— Ele é Loki! – Tânia concluiu após ligar os pontos.

O grupo inteiro ficou em choque, o inimigo mais importante em todas as gerações de caçadores, aquele cujo as ações, eram o motivo dos caçadores existirem, para impedir que os desejos deste seguissem... E ele estava li, diante de todos eles, sorrindo e falando como se nada realmente importante estivesse acontecendo. Nesse momento algo acertou a parede atrás dos jovens e todos foram ao chão para evitar de serem atingidos pelos destroços que voaram.

— Mas que porra é essa! – Max questionou ao ver a criatura parar no local por onde haviam entrado.

Uma figura humanoide, comparava-se a um homem gigante e forte, não um homem definido, um homem realmente forte, ele estava curvado para a cabeça não chegar ao teto, sua pele era acinzentada e parecia completamente rígida, trapos e restos de armadura cobriam partes do seu corpo, uma coleção de flechas estava em suas costas, seu rosto era diferente também, como se a pele tivesse esticado para que as feições do próprio crânio ficassem marcadas.

— Esse é um bônus pra deixar claro para vocês o motivo de não serem capazes de me derrotar, nem hoje, nem amanhã e nunca... – Loki respondeu ainda no mesmo lugar.

— Isso é o Juggernaut! – Zack falou levantando o grupo e guiando-os na direção oposta da besta e de Loki.

— Exatamente! – o Deus foi para o lado da criatura. – Este para assustar vocês, os fazer enxergar sua fraqueza e pequenez e lá embaixo um esquadrão de draugrs para seus mentores... Será que vai restar alguma coisa da linhagem dos filhos de Ullr depois de hoje?

— Você vai saber! – Max respondeu para ele assumindo a posição de combate. – Depois dessa coisa, você é o próximo!

— Tentador, mas, hoje é apenas um aviso. – Ele estalou os dedos e a fera sumiu. – Fiquem fora do meu caminho! Vocês não têm como me derrotar e se vierem atrás de mim, eu ainda tenho três filhos que adorariam arrancar pedaços de caçadores! – Nessa hora, todo o ambiente foi tomado pela escuridão, um breu completo e diante dos jovens, uma versão espectral e gigante de Loki. – Se estivermos entendidos, aceitem que perderam e sigam o resto de suas vidinhas simples e curtas de mortais! Pois, esse mundo e todos os outros oito em breve... encontrarão o seu próprio crepúsculo!

A escuridão se desfez. O grupo olhava em volta, mas, não havia um sinal, fosse do Juggernaut ou do próprio Loki.

— Procurem alguma coisa, um sinal, amuleto, magia, cristal... Alguma coisa esse ugar tem que ter. – Max pediu ao grupo

 Cada um foi para uma direção, olhando em cada canto para ver se havia algo, uma pista, um sinal, qualquer coisa sobre o que acabaram de ver, mas, sem sucesso.

— Vamos voltar! – Jade já estava na ponta de sacada de onde haviam vindo. – Precisamos ver se eles estão bem lá embaixo. Reagrupar e pensar melhor.

— Ela ta certa. – Andromeda concordou. – Não vamos ter nenhum resultado se estamos em choque. – Essa última parte ela disse tocando o ombro do líder que apenas suspirou assentindo.

Os jovens desceram as escadas em alta velocidade, sempre preocupados com os mentores, era uma longa descida, contudo, cautela e vigilância não estavam sendo empregados no momento.
Uma vez fora da construção, o grupo pode ver o trio de mentores cercados de draugrs. E como esperado, os caçadores correram diretamente para o perigo, determinados a destruir aqueles seres vis que uma vez já foram nobres guerreiros.


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Notas finais do capítulo

eai?



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