Sons of Hunt escrita por Scar Lynus


Capítulo 25
Capitulo 25


Notas iniciais do capítulo

Sorry meu mega hiato. Foram os estudos.
Finalmente estamos de volta e pra ficar. Espero que gostem.



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[Caçadores – Galpão da Antiga Metalúrgica]

Os mentores haviam ficado nos veículos afastados do galpão, atrás de dois quarteirões para ser mais preciso, o grupo queria chamar a menor atenção possível ao se aproximar, sendo assim, nada de sons de carros, os mentores iriam acompanhar apenas pelo rádio dos comunicadores enquanto os jovens seguiam com a missão.

— Okay pessoal. Já sabemos mais ou menos os papéis aqui. – Max estava na frente do grupo enquanto falava, os outros formavam um semicírculo. – Zack?

— Eu, Andromeda e Jade vamos ir pela entrada social a frente. – Explicou o moreno apontando o local. – Se alguma coisa estiver de guarda, vem direto pra nós e nessa situação vocês entram para cobertura, Max pela direita e Samuel a esquerda. Sofia e Tânia vão ficar no fundo, cuidando da retaguarda e garantindo o segundo elemento surpresa.

— E quando entrarmos? – Andromeda questionou.

— Quando entrarmos vamos manter a formação. Nós três a frente e os dois pesos pesados nas nossas laterais. – Falou o moreno. – Vamos tentar ser furtivos, analisar o interior antes de qualquer contato com o inimigo, porém, isso não significa que não devem eliminar Draugrs ou outras forças hostis presentes!

— Mais alguma pergunta? – Max se dirigiu ao grupo. Todos negaram. – Vamos nessa!

O trio iniciou seguindo devagar e em posição de combate, passos lentos somados a uma enorme quantidade de atenção. Olfato, audição, visão... Todos estavam sendo amplamente usados junto a suas tentativas de localizar a “energia” das criaturas, contudo, o lugar inteiro estava impregnado com ela, então não seria tão fácil distinguir.
Quando estavam a sete metros da porta de entrada, escutaram o tinir metálico e o som de passos pesados. Rapidamente assumiram uma posição de triangulo a fim de antecipar o ataque inimigo, mas, o ataque estava vindo de cima. Um Draugr portador de lança e escudo havia pulado do teto do local direto para eles. Os três conseguiram se esquivar do golpe executando um simples rolamento para fora da área de impacto. O Draugr estava cercado agora, Max e Samuel já estavam ali para ajudar.

— Só um vigia? – Jade questionou com um tom de estranheza. – Ou realmente não esperavam nada, ou nos subestimaram.

— Gosto de pensar que é apenas o comitê de boas-vindas! – Samuel comentou antes de jogar um martelo na direção do mesmo que desviou a arma com o escudo.

— Pelo menos esse tem bons reflexos! – Andromeda falou ao avançar junto de Max.

A dupla atacava com golpes intercalados, evitando se perder no movimento e deixando a criatura com pouco tempo de reação, Andromeda estava focada no ataque as pernas e no bloqueio da lança, Max estava investindo pesado contra o escudo, deixando danos consideráveis a peça e ao braço esquerdo do monstro que parecia perder a força gradualmente.
Inevitavelmente o resultado esperado chegou quando a garota usou o bidente no joelho do inimigo, travando seu movimento e dando a oportunidade perfeita para Max cravar o machado na cabeça dele, atravessando o elmo e mais metade do crânio violentamente.

— Violento. – Harry falou no comunicador. – Mas, foram muito bem!

— Obrigada. – Agradeceu Andromeda voltando a formação.

— Viram algum movimento? – Samuel perguntou para Tânia e Sofia que estavam mais distantes.

— Nada ainda! – Tânia respondeu. – Podem entrar, eu acho.

—  Seguindo. – Zack falou para o grupo enquanto liderava novamente.

O grupo entrou no galpão em fila, nenhum som, nenhum inimigo aparente, nenhuma fonte de luz direta, o lugar estava muito mais silencioso do que o grupo esperava.

— Suspeito?! – Max mais afirmava do que questionava neste caso.

— Demais... – Zack falou recolhendo as garras de suas manoplas. – Tania e Sophia, fiquem do lado de fora e de olho. O resto verifica o que tem aqui dentro. Qualquer sinal de alguém ou de perigo gritem.

Não havia muito a se observar, alguns sinais deixavam clara a presença de alguém ali, restos de plantas, ossos pequenos, o único Draugr que os havia atacado na entrada, porém, nenhuma pista grande que denunciasse o inimigo.

— Pessoal. – Andromeda chamou o grupo em segundos os quatro membros dentro da estrutura já estavam com ela. – Estão nos vigiando!

Andromeda havia encontrado um painel que mais parecia o resultado de uma reunião para Brainstorm. Fotos dos caçadores, anotações, fotos das bruxas que haviam sido eliminadas recentemente, alguns recortes de jornais que aparentemente eram antigos, perguntas escritas, duas fotos de Harry e uma de Tom.

— Fotografa isso. – Max pediu. – Não adianta colocarmos escutas ou câmeras no lugar, essas evidencias tem que sumir.

— Não é mais fácil levar o painel? – Jade questionou.

— E se o plano deles era que encontrássemos o painel? Não havia uma grande defesa, informações jogadas, ninguém aqui no local, mas, por mais que tenham tentado fazer parecer um local que foi “deixado”, é evidente que até recentemente estavam usando como base, não tem poeira em nada, nenhum desses papeis está dobrado, marcado ou amarelando e...

— Já me convenceu Sherlock! – Zack cortou. – Estamos voltando pra fora. – Informou no comunicador.

Havia sido uma quebra de expectativa para o grupo, mas, era melhor ter alguma pista mesmo que mínima.

— Pouca coisa? – Perguntou a ruiva quando os cinco saíram.

— Poucas pistas. – Andromeda respondeu se aproximando. Podemos remontar o painel em casa e começar uma busca a partir desse ponto.

— Ainda acho que foi muito fácil. – Max afirmou com Samuel reforçando.

— Se estão nos observando, já deveriam esperar que chegássemos até aqui.

— Mas, não faz sentido uma emboscada onde se espera o sucesso do inimigo e sem um elemento surpresa. – Jade pontuou.

— Espera... – Andromeda teve um breve pensamento que modificava completamente a situação. – Não era uma armadilha para nós! Se estão nos observando e prestaram a mínima atenção em nossa atual situação...

— Nossos mentores! – Max e Zack concluíram juntos disparando na frente do time, obviamente sendo seguidos rapidamente.

Agora fazia sentido, afastar aprendizes dos mentores e remover os guias. Afinal, como se enfrenta uma coisa se você não foi ensinado?
Ao virar a rua o grupo foi surpreendido por um trio despreocupado que conversava enquanto analisavam alguns tomos, ao lado do carro estava o corpo de um Draugr com uma espada na cabeça.

— Demoraram! – Tom informou e apontou uma grande caçamba de lixo. – Os amigos dele estão aí dentro.

— Por que não nos chamaram? – Zack questionou preocupado.

— Estavam muito bem trabalhando juntos. Uns mortos vivos não iriam nos dar problemas. – Harry respondeu calmo. – Fora que é bom fazer alguns exercícios.

— Fazia tempo que essas espadas não encontravam um inimigo. – Sadjenza afirmou tirando a espada e guardando em uma das bainhas na sua cintura. – Esqueceram que ainda temos as armas também?

— Não, nem um pouco, mas, vocês nem nos avisaram. – Max também estava levemente aborrecido pela situação. – Nós só... – Ele procurou as palavras corretas. – Vocês não precisam se arriscar, nós estamos aprendendo com vocês para proteger os reinos. E isso inclui vocês três.

— Também não é como se eles tivessem se aposentado da ação. – Sophia tentou tomar o lado do trio mais velho. – Nós tínhamos uma missão e eles escolheram nos deixar seguir com ela.

— Obrigada Sophia. – Sadjenza agradeceu e entrou no carro. – Joguem essa coisa no lixo e coloquem fogo. Temos dados para avaliar em casa certo? – O grupo confirmou. – Então vamos! Se mexendo.

[Mansão dos caçadores]

Assim que voltaram para a casa o grupo se dividiu novamente, Andromeda, Sophia e Tania foram remontar o painel junto de Tom. Harry levou Max e Zack para avaliar alguns pergaminhos, iriam juntar mais algumas coisas ao painel. Jade e Samuel voltaram aos testes com seus aparatos químicos e mecânicos.

— Como não percebemos pessoas nos vigiando? – Perguntou Tania.

— Provavelmente as fotos são de outra época e dependendo de quem ou do que está observando o grupo, teria mais de uma forma e talvez o auxílio de magia. – Tom explicou enquanto imprimia as fotos. – Magia é um saco.

— Você também não gosta muito de magia né... – Andromeda comentou no ar.

— Harry não está ensinando isso para vocês né! – Ele concluiu. – Se for um interesse de vocês, tenho certeza de que Sadjenza poderia ensina-las algumas coisas. Principalmente para vocês duas que atacam de longe, não seria nada mal um anel encantado para você Sophia!

— Eu também quero aprender okay! – Andromeda se pronunciou.

— Todos podem. – Ele finalizou. – Vamos começar a desvendar o código escondido dentro desse painel minhas “Watsons”.

...

— Sentem. – Harry pediu a dupla. – Essa conversa vai ficar aqui. Entenderam?

— Entender é uma coisa... – Zack começou.

— Já concordar... – Max também achou estranho. – O que vai ser?

— Temos um problema e acredito que só teremos uma resposta decente quando o guardião resolver aparecer. – Harry tirou a camisa, revelando muitas marcas da última batalha que havia participado, a batalha contra as bruxas.

— Cicatrizes? – Max questionou.

— Harry não deveria ter cicatrizes, a cura dos caçadores não deixa que elas fiquem no corpo. – Zack foi rápido em constatar. – O que aconteceu?

— Os outros dois mentores já sabem, descobrimos hoje. – Ele pegou sua besta. – Minha arma não está me respondendo. Meus poderes já não estão funcionando da mesma forma.

— Você está perdendo as suas habilidades? – Max perguntou preocupado.

— Não. As habilidades de um caçador não cessam nunca. Mas, o problema está nas bençãos, a cura, as armas, resistência, a saúde inabalável... Isso eu irei perder pelo que estou vendo. – Harry estava explicando com pesar. – Isso nos aponta dois fatos. O primeiro é que vocês estão evoluindo e isso é ótimo, significa que em breve não precisarão mais de mim. E o segundo é a prova de que eu não era o líder adequado para a minha geração, normalmente o líder deveria ser o mentor do grupo, mas, nessa situação... Sadjenza é a única mentora com poderes que ainda está com vocês já que o Tom renunciou a marca tempos atrás.

— E por que temos que esconder isso dos outros? – Max perguntou.

— Porque no futuro próximo o mentor vai se sacrificar para salvar vocês. Talvez não todos, talvez não amanhã, mas, até onde se sabe é o destino. Marcel me contou e eu estou passando a vocês... Nós vamos mudar essa sina ridícula passada de geração em geração, maldições são em sua maioria exageros!

— Você ta me dizendo que a minha mãe vai morrer? – Zack ficou em pé quando questionou o mais velho.

— Não garoto. Estou dizendo que se algo assim acontecer, eu estarei lá e quero o apoio de vocês dois! Sad tem muito a fazer, eu... Já fiz além da conta, viajei mundos, lutei mais batalhas do que contei e se chegar a hora... Eu vou estar lá para vocês!

...

Sadjenza estava concentrada na cozinha naquela noite, fazia tempo que não lutava e o calor da batalha a deixava eufórica, lembrando-se dos grandes embates que ela havia superado no passado. A mentora estava tão concentrada que não percebeu alguém se aproximando e sentando na bancada.

— Eu te devo desculpas... – Ela finalmente se virou para constatar que o autor da frase era Zack.

— Como é? – Questionou ela ainda observando o filho e apontando pra ele com uma colher.

— Hoje. Na hora que Andromeda percebeu a armadilha... – Ele estava evidentemente abalado. – Eu fiquei... Preocupado, eu tive medo, medo do que iria aparecer para pegar vocês, medo de não correr o suficiente... Medo do que eu poderia encontrar ou não ali.

— Não se preocupe querido. Sua mãe é muito boa! – Ele comemorou girando a colher como uma espada.

— Não é esse o ponto. – Ele voltou a falar. – Eu não queria imaginar a chance de você me deixar ou pior... E estarmos brigados. – Ele não fez contato visual durante a última frase. – Tom disse que veio pra ficar e também que você tinha os seus motivos para tomar sua decisão. Eu não entendo, mas, eu sei de uma coisa, não estou pronto pra ficar sem você e eu também gostaria de experimentar como é ter um pai por perto por um tempo...

Sadjenza não respondeu, ela não achava que palavras seriam o suficiente naquele momento, um momento simples, um momento tão nobre e calmo entre ela e seu filho, um momento de maturidade nele e ao mesmo tempo de vulnerabilidade, o que não era comum em um jovem tão orgulhoso e cheio de si.
A única coisa que a mulher fez foi caminhar até o lado dele e abraça-lo, um abraço ao qual ele correspondeu extremamente rápido, ali naquele instante era como se ele fosse seu pequeno menino de sete anos mais uma vez, gentil, cheio de dúvidas e cheio de demonstrações de carinho para com a sua mão.

— Ainda tem muito tempo com a sua mãe mocinho. – Ela falou sem desfazer o abraço.

[Mansão dos Caçadores – Madrugada]

A noite estava gelada. A grande mansão estava silenciosa, todos haviam se recolhido e agora reinava o escuro.
Ao menos na maioria dos cômodos, no escritório principal ainda havia uma luz acesa, uma pessoa cansada acompanhada de uma enorme caneca cheia de café borbulhante, a fumaça dançava sobre o liquido escuro. Deixando a bebida de lado, voltou a analisar o painel enquanto mantinha anotações em um caderno, ao mesmo tempo tentava cruzar as informações no quadro a sua frente com outras presentes nos livros ao redor, seis para ser exato.

— Eu preciso de uma mente maior... – Falou para si. – Preciso ver o que está acontecendo aqui.

E foi após essas palavras que a janela abriu, permitindo o ar gelado entrar diretamente em contato com sua espinha, fazendo com que a pessoa sentisse calafrios. No peitoril da janela, estavam parados dois corvos, não seriam diferentes de corvos comuns se não fossem pelos seus olhos brilhantes dos quais as pequenas e fortes luzes pareciam querer fugir.

— Para ver e entender o que acontece criança, precisa estar pronta para o que deseja ver – Uma voz grave e cansada falava, uma voz desconhecida, mas que por algum motivo, passava a sensação de segurança. – Neste mesmo instante forças se movem contra vocês, mas, não tema, pois onde for eu estarei acompanhando seus passos e tenho muito mais do que apenas dois corvos para me ajudar a protege-los.

— Você é quem eu estou pensando? – Finalmente ousou perguntar.

— Me conhecem por muitos nomes criança, mas, para você acredito que o mais comum seria o “Pai de Todos”! – A voz respondeu, agora parecia estar se distanciando. – Descanse criança e aguarde, as respostas virão quando estiver pronta para entender.

E assim como apareceu, a voz, assim como os corvos haviam sumido e janela estava fechada como se jamais tivesse sido aberta.
Rapidamente terminando seu café, apagando a luz e correndo para o seu quarto sem saber se havia uma crise de ansiedade a caminho o que acarretaria em uma noite completa de insônia, contudo, acabou sendo uma das noites mais tranquilas desde o seu despertar.


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Notas finais do capítulo

eai?