Ruptura escrita por Sweet Winter


Capítulo 1
Onde o fim começa


Notas iniciais do capítulo

Olá, como vão?

Depois de muito tempo, voltei com um novo projeto, é uma coisa nova que nunca havia escrito antes, então espero que gostem e se divirtam lendo da mesma forma que eu me diverti escrevendo.

Até agora essa história tem 18 capítulos prontos, estou escrevendo o 19, por isso espero que eu não atrase nenhum. A frequência de postagens será no sábado.

Essa é uma história nova que representa um novo eu. Eu queria muito escrever algo que se parecesse comigo, então surgiu "Ruptura".

Pode-se dizer também que estou experimentando algo diferente kkkkk

Boa leitura!!!

* Como eu disse nas notas da história, os sete primeiros capítulos se passam em pontos de vista diferentes, como forma de introduzir as personagens principais dessa história



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Por muitos anos, Camile tem estado sozinha. Estava sozinha, não havia muitas sombras de vida por perto e estava tudo bem. Para a garota, o que lhe bastava era a companhia de seu pai, dos animais da fazenda e de seu cachorro, Dungo. Há quanto tempo estava assim, não se lembrava, mas ao mesmo tempo não se importava, desde que permanecesse com o que amava, estaria tudo bem.

Com um balde na mão e o seu cachorro ao lado, Camile se embrenhou na floresta para pegar a água do poço. Seu pai lhe dava tarefas rotineiras, as quais cumpria com muito prazer, sempre que podia o ajudava na criação dos animais e nas plantações. Para ela, não havia do que reclamar.

Talvez à primeira vista a floresta que cercava sua pequena casa parecesse escura e assustadora, mas na verdade não havia nenhum perigo por lá. Tendo vivido perto do lago cinzento, cercada por árvores e mais árvores, Camile nunca foi atacada por um animal perigoso ou algo do tipo, aquela região sempre foi segura. Quando criança, adorava explorar os arredores, correndo em busca de aventura, no entanto nunca conseguiu ir muito longe.

— Vem, Dungo! — chamou o fiel companheiro, que correu até o lado dela abanando o rabo.

Acostumada com o trabalho braçal, Camile puxou o balde cheio de água do poço, o colocou na mão direita, segurando com firmeza, e partiu de volta para casa. A distância não era longa, portanto era difícil se perder, mas Dungo estava a desconcentrando, especialmente agitado naquele dia.

— Para onde você está indo?! — exclamou para o cachorro, tentando segurá-lo enquanto ele ia para uma direção diferente do caminho correto. — Venha, temos que ir para casa! Não é hora de explorar!

Mas ele não a ouvia, insistindo em correr aleatoriamente. Era difícil acompanhar o cachorro ao mesmo tempo em que segurava um balde de água cheio. Chegou num ponto em que Camile se estressou e apenas esbravejou:

— Tudo bem! Se quiser vá! Mas não esqueça de voltar antes de anoitecer! — E continuou o seu caminho.

Não apenas Dungo estava agindo estranho, parecia que toda a natureza compartilhava do mesmo sentimento. Os ventos estavam mais fortes naquele dia, a água do lago agitada e as árvores lhe davam uma sensação estranha, como um frio desolador e solitário. Todo aquele clima causava em Camile uma tristeza inexplicável e avassaladora, deixando um vazio dentro de si.

“Que besteira”, pensou consigo mesma, decidida a ignorar aquilo.

Quando chegou em casa, logo chamou por seu pai, para avisar que já estava ali. Deixou o balde em um canto e entrou na pequena construção de madeira. A porta era velha e o chão rangia a cada passo que dava, com aquele vento forte então, parecia que a casa iria cair a qualquer momento, mas toda vez que estava dentro dela Camile imediatamente se sentia bem, como se todos os seus problemas e preocupações fossem curados pelo aconchego daquele lugar velho.

— Pai! Voltei! — gritou novamente. — Você acredita que o Dungo estava rebelde hoje? Ele nem quis voltar comigo. Eu o deixei na floresta, mas avisei que ele deveria vir para casa antes de anoitecer — contava enquanto tirava as botas sujas de terra e as deixava perto da porta.

De repente levantou a cabeça, confusa, olhando ao redor e percebendo só agora que não havia notado algo importante no cenário.

— Pai? Cadê você?

Procurou em todo lugar, subiu e desceu as escadas várias vezes, circulou ao redor da casa e até mesmo entrou na floresta de novo. Procurou e procurou de novo. Nada.

Uma ponta de medo se instalou em seu peito e começou a crescer lentamente enquanto não conseguia achar seu pai. Pensou em até mesmo se atirar no lago para ver se ele não estava lá, mas não havia nenhum outro lugar para ir, já havia procurado em todos os possíveis. Estava definitivamente desaparecido.

“Para onde ele foi? Para onde ele foi?”, pensava com desespero. Começava até a cogitar que ele havia sido devorado por um animal grande ou, pior, que havia a abandonado, mas não havia como nenhuma dessas possibilidades serem reais. Não havia explicação lógica.

Acalmando seu coração, Camile disse para si mesma:

— Ele deve ter saído para fazer alguma coisa, é isso. Surgiu algum imprevisto, ele teve que sair e logo voltará. Você pensa demais, Camile.

Com esse pensamento em mente, a menina voltou aos seus afazeres, decidida a não manter a preocupação. Alimentou os animais, cuidou das plantações, cozinhou a comida e até mesmo limpou a casa! Tudo como um dia normal, porém, conforme o tempo passava, mais se mostrava que havia algo de diferente.

Com a barra de seu vestido e os pés descalços sujos, Camile parou na frente do lago, encarando o horizonte da imensidão cinza. Longe, sobre a água, nuvens assustadoras se formavam, aproximando-se de sua casa cada vez mais. Não havia percebido antes, mas o céu estava formando uma tempestade escura durante o dia inteiro e aquele monstro avassalador estava indo na sua direção.

O sentimento de tristeza voltou, desta vez mais forte. Havia aquele pressentimento de que algo ruim estava prestes a acontecer, mas a verdade que Camile ainda não havia notado era que já estava acontecendo.

De repente saiu correndo e gritando:

— Dungo! Dungo! Onde está você?!

Sem que notasse, entrava mais e mais fundo na floresta. Estava anoitecendo, portanto ela se tornava ainda mais escura e assustadora naquele horário, mesmo que nunca tivesse problemas naquela região, não era recomendado andar por aí de noite.

Mas Camile não conhecia os perigos do mundo. Sem nunca ter saído de sua pequena casa de madeira, vivendo sempre à beira daquele lago, sem nem mesmo se preocupar em saber o que estava do outro lado dele, Camile não tinha ideia do quão grande era o mundo e muito menos do quão assustador ele poderia ser.

A ignorância somada ao impulso racional a levaram a correr sem olhar para onde ia, nem mesmo cuidando o caminho, tudo o que ocupava sua mente era encontrar seu amigo. Se ao menos encontrasse Dungo, poderia ter um conforto dentro de si a dizendo que tudo ficaria bem.

No meio da escuridão crescente, se tornava mais difícil de enxergar o que havia ao redor, portanto foi inevitável que Camile tropeçasse e caísse. Sentiu os joelhos e as mãos arderem quando bateram no chão, juntamente seus pés descalços também doíam por pisar nas pedras e galhos sem nenhuma proteção.

— Dungo… — murmurou com dor na voz, tentando levantar do chão.

As lágrimas estavam prestes a irromper quando um latido chamou sua atenção. Virou a cabeça em todas as direções, tentando identificar de onde o barulho veio. O latido se repetiu mais algumas vezes e Camile voltou a correr, dessa vez com uma direção certa.

— Dungo! Eu estou aqui! Venha!

Entre tropeços e dor, Camile correu em direção ao amigo, mesmo sem enxergar para onde ia. O problema era que, mesmo que o som do cachorro estivesse cada vez mais próximo, ela ainda não conseguia vê-lo.

Pisou em falso de novo, mas desta vez a queda foi mais alta. Camile caiu, porém seu corpo nunca encontrou o chão, ele apenas continuou caindo e caindo na escuridão profunda. Os latidos se tornaram distantes.


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Notas finais do capítulo

Se você chegou até aqui irá ganhar um prêmio especial(‐^–^‐)

Brincadeira, não tem prêmio.

Críticas são sempre bem aceitas :D

Até o próximo capítulo!!!

=^.^=



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