[Dentro do Monte Fuj]

— A julgar pelo estado das manchas, ele não deve ter muito mais tempo de vida. Então porque está tão obcecada em resgatar alguém que já está com o pé na cova? Deveria se preocupar em enfrentar a mim, o Andrômeda Negro.

— Então não me resta opção. - Falou June.

— Quem vencerá? O seu chicote ou as minhas Correntes Negras? Prepare-se Camaleão!

O cavaleiro negro lança a sua corrente negra contra June, porém elas se multiplicam, a amazona tenta se defender, mas o cavaleiro negro usa a corrente presa no pulso dela para força uma abertura e ela acaba sendo atingida em vários lugares, causando certo dano em sua armadura.

— Então, o que achou do poder das minhas correntes negras?

June não respondeu, apenas puxou com força a corrente negra que estava enrolada em seu pulso, desequilibrando o cavaleiro negro. Ela aproveitando a situação, saltou e aplicou um chute no estômago do andrômeda negro, que foi jogado contra a parede com tanta força que vomitou sangue, caindo em seguida no chão.

— Suas correntes podem até serem fortes, mas não vou perder pra alguém como você. - Falou June quebrando a corrente negra que estava enrolada no seu pulso.

— Argh… sua desgraçada! Não fique se achando! - Disse o cavaleiro negro se levantando. - Vou te acertar com toda a força das minhas correntes! Black Fang Nebula!— As correntes negras se multiplicaram novamente e avançaram contra a amazona, prendendo-a. Elas tomam a forma de serpentes negras que começam a morder June para drenar a força vital dela, que aos poucos vai perdendo os cinco sentidos por causa da perda de sangue e morre.

 - Hahahaha… Sofra! Sofra! Essas serpentes negras irão drenar a sua força vital e os seus cinco sentidos. E o farão cada vez com mais intensidade até que você morra.

— Eu não imaginei que ele teria uma técnica assim… - Pensou a amazona de bronze enquanto sofria ao receber vários ferimentos causados pela força que as correntes negras exerciam sobre seu corpo para paralisá-lo.

— Vamos, para de resistir! - Gritou o cavaleiro negro. - Você nunca escapará dessas correntes negras! Desista de uma vez!

— Urgh! Não, eu já disse que não perderia pra alguém como você, sem um cosmo forte essas correntes não conseguirão me deter! - Disse a bronzeada elevando o cosmo e destruindo todas as serpentes, que quando caiam no chão voltavam a ser correntes negras.

— Impossível! Como as correntes negras puderam ser partidas assim?! - Falou o cavaleiro negro espantado com o poder da amazona.

— Agora você irá provar o poder do meu chicote! - Respondeu June.

— Eu não acredito que você conseguiu escapar com vida do horror causado pelas correntes negras! - Gritou o cavaleiro negro inconformado. - Sofra mais uma vez com o meu golpe! Black Fang Nebula!

— Isso não vai acontecer! Açoite Sangrento!— A amazona inicia uma saraivada de ataques com o seu chicote, que se choca com as correntes negras, porém o chicote de camaleão supera completamente as correntes negras destruindo-as e aniquilando o Andrômeda Negro.

— Argh! Agora preciso salvar o Pegasus! - Disse June voltando-se para o lugar onde tinha o visto pela última vez.

Porém ela sente que algo estava indo em sua direção, quando ela se vira, vê um brilho dourado. June usa o seu chicote para agarrá-lo e percebe que era uma parte da armadura de ouro.

— Muito bem Camaleão! Você conseguiu recuperar a proteção do abdômen que estava com o Andrômeda Negro. E não só isso… você também está com as duas partes que estavam com o Pegasus, o peitoral que acabei de lhe entregar e a parte que você mesmo trouxe para a batalha. - Disse uma voz que vinha das sombras.

— Quem está aí? Vamos, apareça! - Disse June assumindo uma postura defensiva.

— No total você tem cinco partes, porém, mesmo que você tenha todas estas peças, és a última de pé… E depois de ser torturada pelas correntes negras, duvido que tenha condições de me enfrentar. Eu, o Dragão Negro! - Falou o cavaleiro saindo das sombras.

— Pegasus… consegue me ouvir? Pegasus… - June tentava falar com o cavaleiro de bronze através do seu cosmo.

— Lute e não se preocupe comigo… - Respondeu Seiya através do seu cosmo.

— Estou aliviada que você ainda está vivo, mas…

— Não se preocupe em me resgatar... tenho pouco tempo de vida… e se o que ele disse for verdade você é a única que está em condições de vencer esta batalha… - Falou Seiya interrompendo June e perdendo a consciência em seguida.

— Pegasus… Pegasus… ele perdeu a consciência? - Pensou a amazona de bronze.

— O que foi Camaleão? Está preocupada com o Pegasus? Mas a única forma de você resgatá-lo é me vencendo… - Falou o Dragão Negro partindo para cima de June.

O cavaleiro negro começou uma sequencia de socos, mas June conseguia esquivar e bloquear todos. June tenta contra-atacar, por ele estar muito próximo era inútil usar o seu chicote, então ela aplica um chute mirando as pernas do Dragão Negro para destabilizá-lo, mas o mesmo consegue esquivar-se e depois saltou para trás.

— Vamos ver se você consegue lidar com isso! *Kokuryū no Geiru!— O Dragão Negro dispara usando o seu dedo indicador uma rajada de cosmo energia que pressiona o ar a sua volta, formando um gigantesco vendaval que avança contra o inimigo, matando-o com um poderoso impacto.

— Tsc… Não posso baixar a guarda. Ele é muito mais forte que o Andrômeda Negro. - Pensou a amazona. - Defesa Circular! - O chicote de Camaleão começou a rodar em volta de June criando uma poderosa barreira que bloqueia completamente o ataque do Dragão Negro.

— Incrível… você bloqueou completamente o meu ataque… porém, vejo que está bastante esgotada… será que vai conseguir suportar outro ataque? - Disse o cavaleiro negro erguendo o seu dedo indicador novamente…

— Espere um momento… - Disse uma voz surgindo do lado oposto.

— Dragão?! Então você veio mesmo… - Falou June recolhendo o seu chicote.

— Vejo que você já lutou bastante, então pode deixar essa luta comigo. - Disse o Shiryu com um semblante confiante.

— Muito bem, então vou resgatar o Pegasus que caiu no fundo da caverna… - Diz a amazona apontando para onde viu o cavaleiro de bronze pela última vez.

— Como é?! - Questionou Shiryu indo na direção que June tinha apontado.

— Ele está em perigo e se não resgatarmos imediatamente ele vai morrer. - Falou June bem séria.

— Acha que conseguirá? Você está bastante ferida… - Perguntou Shiryu.

— Não temos escolha, eu mesmo vou até ele. - Disse lançando o seu chicote e o amarrando numa estalactite e saltando em seguida.

— Tsc… quanta besteira! É perda de tempo gastar energia para resgatar alguém que está fadado a morte. - Falou o Dragão Negro.

— Embora você diga que é inútil, temos que fazê-lo… essa é a essência da amizade, mas parece que você não entende. - Rebateu Shiryu.

— Amizade!? Desconheço essa palavra. A única coisa que sei é que alguém morrerá aqui… Huhuhu - Disse o Dragão Negro desaparecendo nas sombras.

— Desapareceu! Não, ele até parece que se fundiu com a escuridão… Tsc… Eu também precisarei recorrer à mesma estratégia… Se eu ficar visível, estarei em grande desvantagens. - Pensou Shiryu que na sequência também se oculta nas sombras da caverna.

Mas de repente Shiryu é atingido e jogado para fora da escuridão. Ele começa a ser atacado por todos os lados, entretanto não consegue ver de onde os ataques estão partindo. Depois de algum tempo Shiryu percebe que a voz do Dragão Negro estava vindo de uma direção diferente dos golpes, ele finalmente entende o que estava acontecendo.

Shiryu parte para cima de quem ele chamou de Dragão Oculto, que era o irmão gêmeo do Dragão Negro que o guiava na escuridão e o ajudava informando a posição dos inimigos aumentando a precisão dos golpes. Mesmo tendo perdido o irmão e sendo forçado a sair das sombras, o Dragão Negro não demonstrou qualquer sentimento, dizendo que no final das contas não se pode confiar em mais ninguém além de si mesmo e se gaba dizendo que vai vencer com apenas um dedo.

Os dois começam um embate, com trocas de soco, mas Shiryu está tendo problemas para acertar os ataques por causa da velocidade do Dragão Negro, que consegue lançar mais uma vez o seu Kokuryū no Geiru e consegue fazer o Shiryu voar para longe.

O cavaleiro negro percebe que a armadura de Dragão seguia suportando todos os seus golpes e que o Shiryu ao se gabar do poder defensivo da sua armadura mencionou que ela havia sido restaurada pelo Mu, então o cavaleiro negro liga os fatos ao lembra que já tinha ouvido falar que para ressuscitar uma armadura era necessário uma grande quantidade de sangue...

{Flashback de uma semana atrás, em Jamir}

— Só direi mais uma vez… Estas armaduras estão mortas, e para ressuscitá-las será necessário que me entregue a tua vida… Precisarei de uma grande quantidade de sangue de cavaleiro! Pelo menos metade do seu sangue. Sendo que um ser humano morre ao perder um terço do sangue, e os cavaleiros não são exceção! Ainda assim, está disposto a fazê-lo? - Falou Mu.

— Se meu sangue servir para reparar as armaduras… ficarei muito feliz em entregá-lo… - Falou Shiryu sem exitar ao cortar os próprios pulsos.

— Aaaah!! Mestre, ele cortou mesmo os pulsos. - Gritou Kiki espantado ao ver aquela cena.

Shiryu começa a jogar o seu sangue em cima das duas armaduras mortas. E em poucos minutos ele começa a ficar zonzo e pálido.

— Aaah! Shiryu já perdeu mais da metade do sangue… está mesmo disposto a morrer!? - Falou Kiki ao ver o Dragão perdendo a consciência e desabando, porém, Mu o segurou.

— Se ele é capaz de arriscar a vida, não só por sua armadura, mas também pela do seu amigo… isso significa que ele realmente acredita nessa amizade! É uma pena que ele tenha que morrer assim. - Falou Mu tocando nos pulsos de Shiryu.

— Oh! O mestre Mu parou o sangramento… - Falou Kiki admirado.

— Vamos Kiki - Disse Mu, enquanto levava Shiryu para dentro do seu palácio - prepare as minhas ferramentas! E não se esqueça do Oricalco, Pó de Estrelas e o Gamanium.

— Hã!? Ma-mas faz anos que o senhor não repara armaduras… - Falou Kiki.

— A armadura de Dragão não precisa de grandes reparos, mas a armadura de Pegasus precisa de mais trabalho. - Pensou Mu enquanto caminhava com Shiryu nos braços.

Depois de algum tempo, Mu começa a reparar as armaduras.

— Neste momento Shiryu encontra-se nas portas do território de Hades! Se ele ficará lá ou se regressará a este mundo, tudo dependerá do seu cosmo… Mas seja como for… trabalharei duro para devolver  a vida para estas armaduras! E farei isso pelo o teu sentimento de amizade, Shiryu.

{Fim do Flashback}

O Dragão Negro entende porque o Shiryu não conseguia acompanhá-lo e o Shiryu diz que é tudo por amizade. Ele fica furioso e repete que não confia em ninguém e começa a atacar brutalmente Shiryu. Então percebe que June já estava voltando com o Seiya, ele vai em direção ao chicote da amazona para rompê-lo, Shiryu decide lançar o seu último ataque para salvar seus amigos, agindo contra a orientação de nunca usar o Cólera do Dragão quando estivesse muito debilitado pois o seu corpo não aguentaria.

O Shiryu tira a armadura para lançar um ataque suicida dizendo que era tudo pela amizade, mas o Dragão Negro não conseguia entender a atitude de Shiryu e parte pra cima do cavaleiro de bronze, mas acaba sendo pego pelo Cólera do Dragão. Shiryu começa a sangrar e desaba no chão confiante que venceu a batalha, pórem o cavaleiro negro se levanta mais uma vez.

— Não comemore tão cedo... - Disse o Dragão Negro se aproximando.

— O que significa isso?! Arrisquei minha vida para lançar esse Cólera do Dragão… E mesmo assim não foi efetivo contra ele… - Pensou Shiryu, que estava quase sem forças.

O cavaleiro negro levanta o seu dedo indicador para aplicar o seu golpe, Shiryu com o pouco de forças que lhe sobrava ficou de pé para receber o último golpe, contudo, o Dragão Negro acerta um ponto vital no peito de Shiryu.

— Eu pressionei o seu ponto central para deter a hemorragia… - Falou o cavaleiro negro.

— Por quê? Porque está salvando a minha vida, Dragão Negro?! - Questionou Shiryu, confuso.

— Por um momento, senti vontade de acreditar… nessa tal amizade que você tanto falou… só é uma pena que seja um pouco tarde para isso… - Disse o Dragão Negro caindo morto no chão.

Momentos depois June regressa do fundo da caverna carregando Seiya e o coloca no chão.

— June! E o Seiya como está?! - Gritou Shiryu indo na direção dos dois.

— Eu não sei… Ele está inconsciente, ardendo em febre e com o corpo completamente negro. - Respondeu a amazona.

— Você sabe exatamente o que aconteceu? - Perguntou Shiryu.

— Sim… vou te falar tudo o que eu sei.. - June começou a explicar tudo o que o Andrômeda Negro havia lhe contado.

— Entendo… a morte negra é realmente terrível… como ele já está quase morto, a melhor escolha agora é… - Shiryu golpeia Seiya perfurando o seu peito fazendo jorrar sangue negro.

— Dragão, você está louco?! O que você está fazendo? - Questionou June.

— Calma, eu golpeei o seu ponto estelar! - Respondeu Shiryu.

— Ponto Estelar? Esses não são os pontos vitais de um cavaleiro? - Perguntou June.

— Isso mesmo. A vida das pessoas é regida pelo destino determinado pelas estrelas. E no caso de um cavaleiro, a sua constelação guardiã, exerce uma grande influência sobre o seu destino. Por isso, quando se traça sobre os pontos vitais de um cavaleiro a imagem da sua constelação guardiã, as estrelas se convertem nos seus pontos vitais, os pontos estelares. - Explicou Shiryu.

Shiryu começou a perfurar Seiya mais algumas vezes.

— A constelação de Pegasus tem treze estrelas, logo devo marcar todos os treze pontos estelares. No momento, extrair o sangue envenenado, é a única forma que vejo no momento para salvá-lo.

— Pronto Shiryu, você já acertou todos os treze pontos estelares. Você acha mesmo que isso vai funcionar?

— Quando todo sangue contaminado sair a hemorragia deverá cessar por si só. Isso é tudo o que podemos fazer. Se ele viverá ou morrerá, dependerá do seu cosmo. - Respondeu Shiryu.

Shiryu e June pegam as seis partes da armadura de ouro que haviam conseguido e partem à procura de Ikki, deixando o Seiya para trás, mas escondido, lutando por sua vida.

— Seiya… eu consegui regressar das portas da morte… então, espero que você faça o mesmo! - Pensava Shiryu enquanto ia embora.